segunda-feira, 12 de julho de 2010

É a cultura, estúpido!

Fiquei ontem a saber, pela rádio e depois pelos serviços informativos das televisões, que o Director-Geral das Artes, Jorge Barreto Xavier, se demitiu. Até aqui, tudo relativamente normal.

No cargo desde 2008, para onde foi nomeado pelo então Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro (o tal que se dizia ter sido convidado por engano), Barreto Xavier alegou "divergências [com a ministra da Cultura] sobre o modo de desenvolvimento das políticas de apoio às artes".

O que me chocou foi a reacção violenta e no mínimo, muito pouco educada e diplomática, que a Sra. Ministra Gabriela Canavilhas teve, patente nas declarações que prestou à comunicação social:

O Ministério da Cultura manifesta a sua grande satisfação por esta decisão, que vem permitir finalmente que a Direcção Geral das Artes se liberte de constrangimentos vários que têm vindo a dificultar a sua acção.

Face à sua demissão, [o Ministério da Cultura] encontra-se agora, finalmente, em condições de alavancar o sector com outra ambição e responsabilidade.

Mas a melhor parte para mim é esta: "A sua intervenção tem sido meramente de aplicação de medidas do Governo".

Acham isto normal? Mas se o senhor era assim tão incompetente e só fazia o que lhe mandavam, porque é que a Ministra não o tinha já mandado embora? Porque é que estava sentada, impávida e serena, à espera que o próprio se demitisse? Que sentido de responsabilidade tem esta senhora, que deixou arrastar uma situação que alegadamente vinha prejudicando os artistas, o público e a cultura nacionais?
 
E agora, que o "incompetente" já se foi, que desculpa irá apresentar a Sra. Ministra para justificar os sucessivos erros e tudo o que vier a correr menos bem daqui para a frente? 
 

1 comentário:

  1. Deve ter levado um valente puxão de orelhas do "chefe"!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Mãe

Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...