quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não havia necessidade...


Na verdade, estava farto de a aturar. É certo que se tinha casado com ela, mas lá por isso não era obrigado a suportá-la até ao fim da vida. Como não tinha instintos assassinos, resolveu utilizar a arma mais poderosa que possuía. Não era um saca-rolhas, mas sim a password de acesso à lista de potenciais terroristas impedidos de entrar na Grã-Bretanha.

Primeiro, mandou-a dar uma volta para visitar familiares e depois, aproveitando a sua condição de funcionário dos serviços de imigração britânicos, colocou a mulher na lista de potenciais terroristas, "para se ver livre dela". No regresso da viagem, a mulher, paquistanesa, foi impedida de entrar pelas autoridades inglesas.

A pobre ainda telefonou ao marido (estou a imaginá-la a pegar no telefone, ameaçando usar as suas influências), e ele prometeu "ver o que se passava", mas deixou-a retida no Paquistão durante 3 anos. Sim, 3 anos.

Acabou por ser descoberto porque concorreu a uma promoção para a qual se requeria um nível de segurança muito elevado, sem qualquer registo de incidentes. Infelizmente para ele, o facto de a mulher estar incluída na "lista de potenciais terroristas", acendeu a luz vermelha. Tentando salvar o emprego, apressou-se a confessar ter sido ele o autor da proeza. Acabou despedido. E certamente, divorciado. Ou talvez não, porque isso seria um alívio.

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