terça-feira, 8 de maio de 2018

Sobre o dia de ontem

Duas horas para expor e defender seis anos de trabalho. Duas horas para mostrar com alegria a coisa mais difícil que fiz na vida. Não pela dificuldade da investigação, que me proporcionou uma aprendizagem e uma visão sobre o mundo das bibliotecas públicas que não imaginava. Difícil por tudo o que me roubou: a tranquilidade, o tempo, a paciência, a paz de espírito.

Tudo chegou ao fim ontem: Aprovada no Doutoramento em Ciências de Informação e Documentação com Distinção e Louvor.

Nenhuma palavra é suficiente para agradecer a todos os que ontem escolheram estar comigo. Também não sei como posso agradecer o carinho com que me brindaram nas centenas de mensagens e tantos telefonemas que me chegaram.

Cada vez acredito mais na Biblioteca Pública e na sua capacidade para mudar a comunidade em que se insere. Se ontem cheguei àquele lugar, devo-o aos meus pais e à coragem de teimarem em proporcionar oportunidades às quatro filhas. Devo-o aos meus filhos e à motivação constante que eles me dão para ser melhor a cada dia, a cada instante. Mas devo-o também à Biblioteca Pública, onde encontrei todos os livros que li e que me ensinaram a pensar e escrever. Foi ali também que encontrei os livros de que precisei para estudar e prosseguir o meu percurso académico. E foi na Biblioteca Pública e na sua afirmação que encontrei uma causa à qual dedicar a minha vida.

"Os livros não mudam o mundo. Os livros mudam as pessoas e as pessoas é que mudam o mundo."









segunda-feira, 7 de maio de 2018

Sobre o dia de hoje

Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma,
Quando os outros os perdem, e te acusam disso,

Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam
E, no entanto, perdoares que duvidem,

Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança
E não caluniares os que te caluniam,

Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine,
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício,

Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre,
Sem fazer distinção entre estes dois impostores,

Se és capaz de ouvir a verdade que disseste,
Transformada por canalhas em armadilhas aos tolos,

Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
E construí-lo outra vez com ferramentas gastas,

Se és capaz de arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado,
E perder e começar de novo o teu caminho,
Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado,

Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos
E fazê-los servir se já quase não servem,
Sustentando-te a ti, quando nada em ti resta,
A não ser a vontade que diz: Enfrenta!

Se és capaz de falar ao povo e ficar digno
Ou de passear com reis conservando-te o mesmo,

Se não pode abalar-te amigo ou inimigo
E não sofrem decepção os que contam contigo,

Se podes preencher todo minuto que passa
Com sessenta segundos de tarefa acertada,

Se assim fores, meu filho, a Terra será tua,
Será teu tudo que nela existe

E não receies que te o tomem,

Mas (ainda melhor que tudo isto)
Se assim fores, serás um HOMEM.

(Rudyard Kipling)

Mãe

Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...