quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Mãe


Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mais seco, colhido num sítio qualquer, transformava-se numa flor forte e viçosa na sua casa. Sabia sempre o que lhes fazia falta: esta precisa de mais sol,  está não quer tanta água, não ponhas essa aí, não se dá com a corrente de ar. 

A minha mãe chegou ao fim do seu caminho, de forma algo inesperada, na segunda-feira,  dia 10 de Outubro. Ficámos agora sozinhos. Todos juntos, mas inexplicavelmente sozinhos, sem as pessoas que nos moldaram o carácter, que abriram o caminho para as nossas vidas, que ficaram sempre na sombra para nos apoiar. 

Adeus,  Mãe. 

A todos os que estiveram ou se fizeram presentes, muito, muito, muito obrigada. 

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