Foi uma belíssima noite de Verão, simples e fraterna. Tal como o homenageado.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
...e todos por um
Seis dezenas de amigos estiveram ontem juntos num jantar que não foi de despedida, mas sim, como dizia no bolo, de "até sempre".
Foi uma belíssima noite de Verão, simples e fraterna. Tal como o homenageado.
Foi uma belíssima noite de Verão, simples e fraterna. Tal como o homenageado.
António Feio, 1954-2010
"Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento. Agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer."
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Hoje começa a época desportiva 2010/2011
Coincidência ou talvez não, fiquei hoje a saber, ao tentar classificar e indexar uns documentos sobre a águia de Bonelli, que estas aves – as águias – se integram no grupo das Araras, Catatuas, Piriquitos, Pica-paus, Grifos do Novo Mundo e Corujas. Têm todas o mesmo código na Classificação Decimal Universal: 598.27
Curioso. Águias, Catatuas, Picapaus, Grifos, tudo igual…
Curioso. Águias, Catatuas, Picapaus, Grifos, tudo igual…
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Coisas de que me lembro
Faz hoje 25 anos, o telefone entrou pela primeira vez na minha casa. Era creme e nós ficámos maravilhadas.
Ter telefone naquela altura era um privilégio. A seguir à máquina de lavar roupa e à televisão a cores, o telefone foi uma das aquisições mais importantes da minha infância e juventude. Os meus pais ainda conservam o mesmo número, desde aquele dia, há vinte e cinco anos. Nada dessas modernices de andar a mudar de número, a mudar de operador, a mudar, mudar, mudar...
Através daquela linha chegaram muitas boas notícias: Todos os nascimentos dos meus sobrinhos e dos meus filhos, muitos telefonemas de "Mãe, é só para dizer que já cheguei!", ou "Mãe, correu tudo bem"... Infelizmente, também chegaram notícias tristes, daquelas que nunca queremos ouvir, porque depois delas, há caras que nunca mais vamos ver, amigos ou familiares que já não vamos poder abraçar, vidas que já não vamos cruzar.
Por aquele telefone falámos com amigas (só depois das 21h00, quando as chamadas eram ligeiramente mais baratas, e mesmo assim, tudo muito rápido, porque não havia tarifários com chamadas grátis) e namorámos, primeiro disfarçando a conversa e depois, já com mais descontracção, quando o namoro se tornava oficial. Encurtámos a distância de familiares que moravam longe, mas nem pensar em telefonar para dar as boas-festas ou os parabéns... era muito caro. Para isso havia os postais dos CTT.
E o toque do telefone? Aquele TRRRRRIIIIIIIIMM imponente, que quebrava todos os silêncios e nunca se podia desligar. Agora tenho uma imitação desse toque no meu telemóvel. Chama-se Nostalgia. Faz sentido, porque tenho cada vez mais saudades desse tempo. É a isto que chamam "ficar velha", não é?
terça-feira, 27 de julho de 2010
Um por todos
Com o final da sessão legislativa na passada quinta-feira, fecha-se um ciclo no que toca à representação parlamentar do distrito de Beja. O deputado José Soeiro, eleito pela CDU apresentou hoje em conferência de imprensa o resultado da sua actividade no último ano e anunciou que vai deixar o Parlamento.
Com a sua saída, um novo deputado será nomeado para a Assembleia da República, seguindo a lista proposta pelo seu partido às eleições legislativas de 27 de Setembro do ano passado. E esse novo deputado, que iniciará funções a 1 de Setembro é, nem mais nem menos, do que o meu colega de bancada na Assembleia Municipal, um dos melhores chefes que já tive na vida, e que me dá o privilégio de ser meu amigo: João Ramos.
Nestas alturas é comum elogiar quem assume estes cargos. Neste caso, não é fácil, porque tudo o que possa dizer ficará aquém daquilo que o João merece. É dono de uma convicção inabalável, pela qual luta sempre, sem nunca perder o respeito e a consideração pelos adversários. É amigo do seu amigo e confidente de todos. É um investigador entusiasta da sua terra, da sua região. É um defensor intransigente, não só de todos os que depositaram nele a sua confiança mas também e de igual forma, dos que fizeram outras escolhas. É um marido e um pai exemplar, pelo que afastar-se da sua família é, de certeza, a parte mais penosa de todo este processo. É uma pessoa aberta, capaz de ouvir os outros, o que já vai sendo cada vez mais raro neste mundo.
Ao João Ramos, e tenho a certeza que falo por muitas das pessoas que tiveram o privilégio de trabalhar e conviver com ele, desejo as maiores felicidades no novo cargo. Sei que o vai desempenhar como os que ocupou até aqui: com dedicação, empenho, honestidade, lealdade e carácter.
Parabéns!
Com a sua saída, um novo deputado será nomeado para a Assembleia da República, seguindo a lista proposta pelo seu partido às eleições legislativas de 27 de Setembro do ano passado. E esse novo deputado, que iniciará funções a 1 de Setembro é, nem mais nem menos, do que o meu colega de bancada na Assembleia Municipal, um dos melhores chefes que já tive na vida, e que me dá o privilégio de ser meu amigo: João Ramos.
Nestas alturas é comum elogiar quem assume estes cargos. Neste caso, não é fácil, porque tudo o que possa dizer ficará aquém daquilo que o João merece. É dono de uma convicção inabalável, pela qual luta sempre, sem nunca perder o respeito e a consideração pelos adversários. É amigo do seu amigo e confidente de todos. É um investigador entusiasta da sua terra, da sua região. É um defensor intransigente, não só de todos os que depositaram nele a sua confiança mas também e de igual forma, dos que fizeram outras escolhas. É um marido e um pai exemplar, pelo que afastar-se da sua família é, de certeza, a parte mais penosa de todo este processo. É uma pessoa aberta, capaz de ouvir os outros, o que já vai sendo cada vez mais raro neste mundo.
Ao João Ramos, e tenho a certeza que falo por muitas das pessoas que tiveram o privilégio de trabalhar e conviver com ele, desejo as maiores felicidades no novo cargo. Sei que o vai desempenhar como os que ocupou até aqui: com dedicação, empenho, honestidade, lealdade e carácter.
Parabéns!
Correcção:
O João Ramos vai iniciar as suas funções como Deputado a 1 de Agosto e não a 1 de Setembro.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
SNS, ou Salve-se quem puder
Andava eu a pensar que o facto de o meu cunhado ter de comprar o material necessário para a mudança do penso no Centro de Saúde era insólita, mas afinal há bem pior. A Inspecção-Geral de Saúde tem diversos processos instaurados no Serviço Nacional de Saúde a casos de negligência, mas também a casos de roubo, fraude ou profissionais que faltam durante...437 dias seguidos! Vejam aqui alguns exemplos:
Entretanto, o nosso primeiro-ministro aparece na televisão, aproveitando a enorme passadeira vermelha que Pedro Passos Coelho lhe estendeu, e assume o papel de grande herói, o salvador do Serviço Nacional de Saúde. Embora estivesse às voltas com o almoço, pareceu-me ouvi-lo dizer que não podemos deixar de garantir a igualdade de oportunidades e de acesso à educação e e à saúde de forma gratuita. Não podia estar mais de acordo. Oxalá fosse verdade.
Entretanto, o nosso primeiro-ministro aparece na televisão, aproveitando a enorme passadeira vermelha que Pedro Passos Coelho lhe estendeu, e assume o papel de grande herói, o salvador do Serviço Nacional de Saúde. Embora estivesse às voltas com o almoço, pareceu-me ouvi-lo dizer que não podemos deixar de garantir a igualdade de oportunidades e de acesso à educação e e à saúde de forma gratuita. Não podia estar mais de acordo. Oxalá fosse verdade.
Animação da Leitura no Pólo da Póvoa de S. Miguel
Os nossos pequenos leitores da Biblioteca da Póvoa de São Miguel, resolveram organizar um pequeno teatro em homenagem à autora Matilde Rosa Araújo. Escolheram o texto “O Casaquinho” inserido na obra “O Chão e a Estrela” e fizeram uma adaptação. O resultado é este:
Bem pensado
«Num país onde se liga tanto ao "comer bem" e ao "beber bem", porque é que os amigos e familiares não começam a preocupar-se com quem não lê? Porque é que não se há-de dizer "Ela não anda bem, sabes? Ultimamente, tem estado a ler muito mal...". E já agora diga-se do país inteiro. Por alto, na diagonal, como quem treslê...»
MIGUEL ESTEVES CARDOSO, in A Causa das Coisas
domingo, 25 de julho de 2010
Santiago de Compostela
Assinala-se hoje, 25 de Julho, o dia do apóstolo São Tiago. À cidade de Santiago de Compostela acorrem anualmente dezenas de milhares de peregrinos, vindos do mundo inteiro, percorrem a pé ou de bicicleta todo ou parte do caminho que leva à catedral de Compostela.
A peregrinação católica a Santiago de Compostela, que teve origem na Idade Média, é uma das mais conhecidas do mundo, e uma das três maiores do cristianismo (além de Roma e da Terra Santa).
A origem desta peregrinação remonta ao início do século IX, quando o eremita Pelagius descobriu na Galiza a tumba atribuída a São Tiago Maior, um dos doze apóstolos de Cristo. Depois de ter conhecido seu apogeu nos séculos XII e XIII, o caminho de Compostela veio a obter grande popularidade no final do século XX e no início do XXI.
O número de visitantes cresce consideravelmente nos anos em que o dia 25 de Julho, dia de São Tiago, padroeiro de Espanha, cai num Domingo, como é o caso deste ano de 2010. Estes anos são por isso, designados por Anos Santos ou Anos Xacobeos.
O próximo ano Xacobeo será só em 2021. Em 2004, o último ano santo, 6 milhões de turistas visitaram Santiago de Compostela e a cidade espera 10 milhões em 2010. Segundo uma pesquisa realizada este ano, 55% das pessoas consultadas fazem a peregrinação por motivos religiosos, 5% por motivos culturais e 40% pelos dois ao mesmo tempo.
Desde 1991 que espero a oportunidade de visitar Santiago de Compostela. As aulas de Histórica Cultural e das Mentalidades, a História Económica, Social e Política e também a História de Portugal Medieval apagaram para sempre o preconceito que me levava a encarar a Idade Média como a época de trevas e regressão. E Santiago de Compostela é um dos mais importantes símbolos dessa cultura medieval tantas vezes desprezada.
Ainda não perdi a esperança. Esperei 30 anos para ir a Londres, também posso esperar para ir a Santiago.
As gravuras que não sabiam nadar. Yo!
"Apenas" 15 anos depois da suspensão da construção da Barragem de Foz Côa, o Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa abre as portas.Este equipamento cultural representou um investimento de cerca de 18 milhões de euros, passando a ser o principal ponto de acolhimento do Parque Arqueológico.
Em 1994, a descoberta de arte rupestre nas grutas que ficariam alagadas com a construção da barragem, motivou o protesto de especialistas em arqueologia e pré-história, iniciando uma onda que alastrou para todo o país, contribuindo ainda de forma decisiva para a queda do então Primeiro Ministro Cavaco Silva, acusado de inflexibilidade, insensibilidade e obsessão pelos interesses económicos.
Ao tomar posse, uma das primeiras medidas de António Guterres foi justamente a suspensão das obras de construção da Barragem do Côa, salvaguardando as gravuras rupestres, bem como as espécies de fauna e flora locais em risco de desaparecimento sob a água do Côa.
A arte das margens do Rio Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e Património da Humanidade em 1998 pela UNESCO, considerando que “A arte rupestre do paleolítico superior do Vale do Côa é uma ilustração excepcional do desenvolvimento repentino do génio criador, na alvorada do desenvolvimento cultural humano" e ainda que "A arte rupestre do Vale do Côa demonstra, de forma excepcional, a vida social, económica e espiritual do primeiro antepassado da humanidade”.
Mais informações sobre o Parque Arqueológico do Vale do Côa aqui.
Em 1994, a descoberta de arte rupestre nas grutas que ficariam alagadas com a construção da barragem, motivou o protesto de especialistas em arqueologia e pré-história, iniciando uma onda que alastrou para todo o país, contribuindo ainda de forma decisiva para a queda do então Primeiro Ministro Cavaco Silva, acusado de inflexibilidade, insensibilidade e obsessão pelos interesses económicos.
Ao tomar posse, uma das primeiras medidas de António Guterres foi justamente a suspensão das obras de construção da Barragem do Côa, salvaguardando as gravuras rupestres, bem como as espécies de fauna e flora locais em risco de desaparecimento sob a água do Côa.
A arte das margens do Rio Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e Património da Humanidade em 1998 pela UNESCO, considerando que “A arte rupestre do paleolítico superior do Vale do Côa é uma ilustração excepcional do desenvolvimento repentino do génio criador, na alvorada do desenvolvimento cultural humano" e ainda que "A arte rupestre do Vale do Côa demonstra, de forma excepcional, a vida social, económica e espiritual do primeiro antepassado da humanidade”.
Mais informações sobre o Parque Arqueológico do Vale do Côa aqui.
sábado, 24 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
701 escolas do primeiro ciclo encerradas no novo ano lectivo
"Com esta reorganização, as escolas do primeiro ciclo com menos de 20 alunos, na sua esmagadora maioria escolas de sala única, onde o professor ensina ao mesmo tempo, e na mesma sala, alunos do 1.º ao 4.º ano, passam a ser uma excepção, prosseguindo o objectivo de garantir, a todos os alunos, igualdade de oportunidades no acesso a espaços educativos de qualidade", diz o gabinete da ministra Isabel Alçada.
Igualdade de oportunidades? Estão a brincar com quem? Uma criança de 6 anos que se levanta às 6 da manhã para ir para a escola e chega a casa para rever os pais às 8 da noite tem as mesmas oportunidades que os que vivem perto da escola? Igualdade de oportunidades era dar a todas as crianças a possibilidade de ir a pé para uma escola onde professores empenhados e comprometidos com a comunidade lhes transmitem conhecimentos e valores.
Para o País, este processo tem consequências que vão ser muito difíceis de corrigir e ultrapassar. As localidades do interior, onde existe qualidade de vida, tempo e espaço para podermos educar os nossos filhos, morrerão aos poucos... Com um bocadinho de jeito, se calhar até cabemos todos em Lisboa!
Mas afinal, quando é que fazemos alguma coisa? Quando é que damos um murro na mesa?
Irra, que é demais!
Igualdade de oportunidades? Estão a brincar com quem? Uma criança de 6 anos que se levanta às 6 da manhã para ir para a escola e chega a casa para rever os pais às 8 da noite tem as mesmas oportunidades que os que vivem perto da escola? Igualdade de oportunidades era dar a todas as crianças a possibilidade de ir a pé para uma escola onde professores empenhados e comprometidos com a comunidade lhes transmitem conhecimentos e valores.
Para o País, este processo tem consequências que vão ser muito difíceis de corrigir e ultrapassar. As localidades do interior, onde existe qualidade de vida, tempo e espaço para podermos educar os nossos filhos, morrerão aos poucos... Com um bocadinho de jeito, se calhar até cabemos todos em Lisboa!
Mas afinal, quando é que fazemos alguma coisa? Quando é que damos um murro na mesa?
Irra, que é demais!
Para quem não se importa de saborear a vida
Gelado de frutos vermelhos
2 embalagens de natas frescas para bater
100 ml de água
250 gr de frutos vermelhos congelados
100 gr + 100 gr de açúcar
Batem-se as natas com 100 gr de açúcar até obter um creme firme e leva-se ao congelador cerca de 1 hora. Entretanto, leva-se a água ao lume com o resto do açúcar e, quando levantar fervura juntam-se os frutos vermelhos. Deixa-se ficar em lume brando até os frutos estarem bem cozinhados e a mistura ter uma consistência de xarope. Se gostarem de mastigar os frutos, deixem ficar como está. Senão, passem com a varinha mágica para ficar um creme espesso. Deixa-se arrefecer.
Ao fim de uma hora deita-se um pouco do xarope de frutos vermelhos numa forma de pirex, espalhando pelo fundo e pelos lados. Retiram-se as natas do congelador, e mexendo com um garfo, deitam-se no pirex. Por cima, deitam-se pequenas colheradas da calda de frutos e com a ajuda de um garfo fazem-se movimentos circulares de modo a criar o efeito de mármore, mas sem misturar em demasia as natas com a calda.
Vai novamente ao congelador durante umas horas, até ter a consistência de gelado. Retira-se uns minutos antes de servir. Pode decorar-se com frutos vermelhos frescos.
2 embalagens de natas frescas para bater
100 ml de água
250 gr de frutos vermelhos congelados
100 gr + 100 gr de açúcar
Batem-se as natas com 100 gr de açúcar até obter um creme firme e leva-se ao congelador cerca de 1 hora. Entretanto, leva-se a água ao lume com o resto do açúcar e, quando levantar fervura juntam-se os frutos vermelhos. Deixa-se ficar em lume brando até os frutos estarem bem cozinhados e a mistura ter uma consistência de xarope. Se gostarem de mastigar os frutos, deixem ficar como está. Senão, passem com a varinha mágica para ficar um creme espesso. Deixa-se arrefecer.
Ao fim de uma hora deita-se um pouco do xarope de frutos vermelhos numa forma de pirex, espalhando pelo fundo e pelos lados. Retiram-se as natas do congelador, e mexendo com um garfo, deitam-se no pirex. Por cima, deitam-se pequenas colheradas da calda de frutos e com a ajuda de um garfo fazem-se movimentos circulares de modo a criar o efeito de mármore, mas sem misturar em demasia as natas com a calda.
Vai novamente ao congelador durante umas horas, até ter a consistência de gelado. Retira-se uns minutos antes de servir. Pode decorar-se com frutos vermelhos frescos.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Feriado ou talvez não
Após um "consenso generalizado" a 16 de Junho, os deputados socialistas "revoltaram-se" e votaram maioritariamente contra a proposta de resolução de duas das suas colegas de bancada que pretendia a mobilidade de alguns feriados, com o objectivo de aumentar a produtividade.
Além do ridículo da situação (as deputadas ainda estão a esta hora nos Passos Perdidos, com um copo de água com açúcar numa mão e um leque na outra), devo confessar que esta trapalhada dos feriados não me parece ter sentido nenhum. Não vale a pena falar na história das pontes e de se estragar uma semana de trabalho, porque esse argumento não colhe. Quem quer trabalhar, trabalha, quem quer preguiçar, encosta-se, sempre.
O que me preocupa é o esvaziar do significado das datas que comemoramos. Os feriados foram criados para assinalar a passagem de um dia que não queremos que se esqueça nunca mais, que queremos manter vivo na memória colectiva. Comemorar uns dias antes ou depois, não faz sentido. Para isso, mais valia fechar o país por completo durante uma semana e assinalar nesse período,todas as datas todos os acontecimentos que queremos relembrar. Já agora, as senhoras deputadas propunham uma excepção para o dia de Natal. Porquê? O Estado é laico, ou não? E ainda por cima, parece estar mais que provado que o nascimento de Jesus Cristo nem sequer ocorreu nesta altura. É uma data fictícia, convencionada pela civilização.
Além do ridículo da situação (as deputadas ainda estão a esta hora nos Passos Perdidos, com um copo de água com açúcar numa mão e um leque na outra), devo confessar que esta trapalhada dos feriados não me parece ter sentido nenhum. Não vale a pena falar na história das pontes e de se estragar uma semana de trabalho, porque esse argumento não colhe. Quem quer trabalhar, trabalha, quem quer preguiçar, encosta-se, sempre.
O que me preocupa é o esvaziar do significado das datas que comemoramos. Os feriados foram criados para assinalar a passagem de um dia que não queremos que se esqueça nunca mais, que queremos manter vivo na memória colectiva. Comemorar uns dias antes ou depois, não faz sentido. Para isso, mais valia fechar o país por completo durante uma semana e assinalar nesse período,
Rapidez
Desde Domingo que ouço falar na rapidez da Procissão deste ano. Afinal de contas, costuma demorar quase 3 horas, e desta vez tudo decorreu em apenas uma hora e meia. Mais ou menos o mesmo tempo que dura um jogo de futebol. Perceberam? Jogo de futebol. Não posso dizer mais nada, há palavras que não se dizem, pelo menos aqui.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Do contra
Na semana passada, o meu cunhado teve um encontro imediato de 1º grau com uma chave de parafusos que lhe foi bater na cabeça. Quando saiu do Centro de Saúde, trazia um penso enorme, debaixo do qual repousavam três pontos que certamente farão falta ao nosso Sporting ao longo do Campeonato que aí vem. Trazia também a Guia de Tratamento para se apresentar no Domingo, a fim de mudar o penso.
Nesta altura do relato convém dizer que sem Guia de Tratamento não há tratamento aos fins de semana, por muito evidente que seja o padecimento do paciente e por muito boa vontade que o pessoal médico tenha em atender.
No domingo, conforme previsto, lá foi ele. Mas teve de voltar para trás. O Serviço Nacional de Saúde não tem pensos disponíveis para os utilizadores. Quem precisar, primeiro tem de os ir comprar à Farmácia.
Mas em contrapartida tem vacinas para a Gripe A. Toneladas delas. Nós é que insistimos em não ter a Gripe e andamos aí a inventar ferimentos e coisas chatas.
Nesta altura do relato convém dizer que sem Guia de Tratamento não há tratamento aos fins de semana, por muito evidente que seja o padecimento do paciente e por muito boa vontade que o pessoal médico tenha em atender.
No domingo, conforme previsto, lá foi ele. Mas teve de voltar para trás. O Serviço Nacional de Saúde não tem pensos disponíveis para os utilizadores. Quem precisar, primeiro tem de os ir comprar à Farmácia.
Mas em contrapartida tem vacinas para a Gripe A. Toneladas delas. Nós é que insistimos em não ter a Gripe e andamos aí a inventar ferimentos e coisas chatas.
Extraordinário
Na Segunda-feira à noite. Não sei se é mais extraordinária a absoluta falta de educação e respeito dos "senhores", ou se a incompetência da jornalista. Aqui não se vê, mas no programa em directo, a senhora confessou que não tinha ouvido o que tinha sido dito, por isso não podia intervir. Mas então, o que é que estava lá a fazer?
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Um homem, trinta mil vidas.
Celebram-se hoje 125 anos sobre o nascimento de Aristides de Sousa Mendes.
Todos os portugueses de boa vontade podem orgulhar-se de Aristides de Sousa Mendes.
Este herói português, supremo símbolo da liberdade e dos direitos humanos, teve que fazer uma opção fundamental: salvar do holocausto o maior número possível de vidas, desobedecendo a Salazar, e com isso ser expulso da carreira diplomática e ser ostracizado pelo regime, ou ser insensível a tudo o que se passava em seu redor, num momento de extremo dramatismo.
Optou pelo altruísmo e sofreu as consequências, e jamais conseguiu em vida o mínimo de reconhecimento pelo seu acto nobre.
Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas de António de Oliveira Salazar, e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França.
Pela Circular 14, Salazar ordenara aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusassem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".
Segundo consta, Sousa Mendes terá procurado cumprir as ordens superiores até ao limite da exaustão. Vergado pela consciência, durante 3 dias isolou-se da família, dos amigos e reflectiu. A 17 de Junho de 1740, comunicou à família a sua decisão e abriu as portas do consulado a todos os que o procuravam. A 23 de Junho, foi demitido por Salazar, mas continuou a emitir vistos para os refugiados, incluindo os que cruzavam com ele já a caminho da fronteira.
Apesar de terem sido enviados funcionários para trazer Aristides, este liderou, com a sua viatura, uma coluna de veículos de refugiados e guiou-os em direção à fronteira, onde, do lado espanhol, não existiam telefones. Por isso mesmo, os guardas fronteiriços não tinham sido ainda avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França. Sousa Mendes impressionou os guardas aduaneiros, que acabariam por deixar passar todos os refugiados que, com os seus vistos, puderam continuar viagem até Portugal.
O documentário sobre Aristides de Sousa Mendes que passou na RTP há alguns anos pode ser visto aqui:
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5
Todos os portugueses de boa vontade podem orgulhar-se de Aristides de Sousa Mendes.
Este herói português, supremo símbolo da liberdade e dos direitos humanos, teve que fazer uma opção fundamental: salvar do holocausto o maior número possível de vidas, desobedecendo a Salazar, e com isso ser expulso da carreira diplomática e ser ostracizado pelo regime, ou ser insensível a tudo o que se passava em seu redor, num momento de extremo dramatismo.
Optou pelo altruísmo e sofreu as consequências, e jamais conseguiu em vida o mínimo de reconhecimento pelo seu acto nobre.
Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas de António de Oliveira Salazar, e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França.
Pela Circular 14, Salazar ordenara aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusassem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".
Segundo consta, Sousa Mendes terá procurado cumprir as ordens superiores até ao limite da exaustão. Vergado pela consciência, durante 3 dias isolou-se da família, dos amigos e reflectiu. A 17 de Junho de 1740, comunicou à família a sua decisão e abriu as portas do consulado a todos os que o procuravam. A 23 de Junho, foi demitido por Salazar, mas continuou a emitir vistos para os refugiados, incluindo os que cruzavam com ele já a caminho da fronteira.
Apesar de terem sido enviados funcionários para trazer Aristides, este liderou, com a sua viatura, uma coluna de veículos de refugiados e guiou-os em direção à fronteira, onde, do lado espanhol, não existiam telefones. Por isso mesmo, os guardas fronteiriços não tinham sido ainda avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França. Sousa Mendes impressionou os guardas aduaneiros, que acabariam por deixar passar todos os refugiados que, com os seus vistos, puderam continuar viagem até Portugal.
O documentário sobre Aristides de Sousa Mendes que passou na RTP há alguns anos pode ser visto aqui:
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5
Estes estrangeiros andam sempre a inventar!
Parece que ao contrário de Portugal, a Finlândia, a Inglaterra, os Estados Unidos e outros países que costumam liderar rankings económicos, de produtividade, de literacia e outras coisas boas, estão a apostar em escolas mais pequenas, encerrando os estabelecimentos educativos com elevado número de alunos.
A notícia que pode ser lida no Público refere que "em Nova Iorque, a taxa de sucesso entre os alunos que foram transferidos para escolas mais pequenas é superior à dos que permanecem nos velhos estabelecimentos. (...) Na Finlândia, a pequena dimensão é apontada como uma das marcas genéticas de um sistema de ensino que se tem distinguido pelos seus resultados de excelência." Aliás, naquele país é ponto de honra que nenhuma criança tenha de percorrer mais de 5 km para chegar à escola. Por cá... Bem, cá não é como lá.
No caso de Nova Iorque, a taxa de sucesso escolar, que rondava os 40% nas escolas de grande dimensão, subiu já para os 69% entre os alunos das novas escolas mais pequenas.
Em Portugal, pelo contrário, fechamos as escolas pequenas, mesmo as que são de construção ou remodelação recente, dando lugar a novos mega-agrupamentos, que juntam várias escolas sob uma mesma direcção, e que terão uma dimensão média de 1700 alunos que poderá crescer até ao limite de três mil estudantes."
Para resolver o problema do insucesso escolar, criamos medidas administrativas e baixamos consideravelmente o grau de exigência dos exames.
Muito mais fácil! Estes tipos têm muito que aprender connosco!
A notícia que pode ser lida no Público refere que "em Nova Iorque, a taxa de sucesso entre os alunos que foram transferidos para escolas mais pequenas é superior à dos que permanecem nos velhos estabelecimentos. (...) Na Finlândia, a pequena dimensão é apontada como uma das marcas genéticas de um sistema de ensino que se tem distinguido pelos seus resultados de excelência." Aliás, naquele país é ponto de honra que nenhuma criança tenha de percorrer mais de 5 km para chegar à escola. Por cá... Bem, cá não é como lá.
No caso de Nova Iorque, a taxa de sucesso escolar, que rondava os 40% nas escolas de grande dimensão, subiu já para os 69% entre os alunos das novas escolas mais pequenas.
Em Portugal, pelo contrário, fechamos as escolas pequenas, mesmo as que são de construção ou remodelação recente, dando lugar a novos mega-agrupamentos, que juntam várias escolas sob uma mesma direcção, e que terão uma dimensão média de 1700 alunos que poderá crescer até ao limite de três mil estudantes."
Para resolver o problema do insucesso escolar, criamos medidas administrativas e baixamos consideravelmente o grau de exigência dos exames.
Muito mais fácil! Estes tipos têm muito que aprender connosco!
domingo, 18 de julho de 2010
Da minha aldeia
A minha dor de cabeça, que é muito minha amiga, veio passar a festa comigo. Deu um ar de sua graça na sexta-feira à noite e ontem chegou, de armas e bagagens e instalou-se. Para lhe fazer companhia, acabei por passar várias horas do dia de hoje deitada às escuras no meu quarto, a ouvir os barulhos da rua.
Coincidência ou não, já aqui passaram 3 pessoas que vieram relembrar a casa onde moraram, o lugar onde nasceram. Ouço o orgulho na sua voz, quando dizem: “Vês, aqui, esta porta? Foi aqui que eu nasci.” ou “Olha esta casa, olha! A pedra da rua ainda é a mesma. Tantas horas que passei aqui sentada no verão…” ou ainda “Era aqui, era aqui mesmo!”.
Há qualquer coisa de especial nesta Rua de Arouche. Há qualquer coisa de especial nestas ruas, nestas pedras, nestes passeios de Moura. Há uma luz que não há em mais lugar nenhum do mundo. Há um cheiro que só percebemos quando chegamos, regressados de uma viagem qualquer, que tanto desejámos “para poder sair daqui”. Mas mal saímos, mal passamos a ponte do Ardila, ou outra ponte qualquer no nosso caminho, sabemos que não é ali que pertencemos, mas aqui, neste espaço entre a Salúquia e o Sete e Meio, nesta Moura dos anos 30 e 40 e 50 que se gravou para sempre nas nossas memórias, mesmo daqueles que não a conheceram nesses tempos.
Era a Moura das janelas floridas, do bairro do Castelo, do bairro operário, a Moura das Feiras na Rua de Serpa, a Moura das noites de Verão, das largadas e dos mastros, a Moura das Festas de Nossa Senhora do Carmo.
Não nasci aqui. Sou de Aldeia Nova de S. Bento (sim, eu sei que agora é Vila). Mas sou daqui. Hoje e desde o primeiro dia em que pus os pés nesta terra. Sou de Moura. Agora é a Moura ao lado da Barragem de Alqueva e do maior lago artificial da Europa, a Moura sede do concelho onde se situa a maior central fotovoltaica do mundo, a Moura que lidera projectos internacionais na área do desenvolvimento sustentável e do equilíbrio ecológico. Mas hoje, como desde o primeiro dia em que para aqui vim, aquilo de que tenho mais saudades quando saio de Moura é da luz do sol, quando bate nas pedras da calçada. Aqui, como em nenhum outro lugar do mundo.
Coincidência ou não, já aqui passaram 3 pessoas que vieram relembrar a casa onde moraram, o lugar onde nasceram. Ouço o orgulho na sua voz, quando dizem: “Vês, aqui, esta porta? Foi aqui que eu nasci.” ou “Olha esta casa, olha! A pedra da rua ainda é a mesma. Tantas horas que passei aqui sentada no verão…” ou ainda “Era aqui, era aqui mesmo!”.
Há qualquer coisa de especial nesta Rua de Arouche. Há qualquer coisa de especial nestas ruas, nestas pedras, nestes passeios de Moura. Há uma luz que não há em mais lugar nenhum do mundo. Há um cheiro que só percebemos quando chegamos, regressados de uma viagem qualquer, que tanto desejámos “para poder sair daqui”. Mas mal saímos, mal passamos a ponte do Ardila, ou outra ponte qualquer no nosso caminho, sabemos que não é ali que pertencemos, mas aqui, neste espaço entre a Salúquia e o Sete e Meio, nesta Moura dos anos 30 e 40 e 50 que se gravou para sempre nas nossas memórias, mesmo daqueles que não a conheceram nesses tempos.
Era a Moura das janelas floridas, do bairro do Castelo, do bairro operário, a Moura das Feiras na Rua de Serpa, a Moura das noites de Verão, das largadas e dos mastros, a Moura das Festas de Nossa Senhora do Carmo.
Não nasci aqui. Sou de Aldeia Nova de S. Bento (sim, eu sei que agora é Vila). Mas sou daqui. Hoje e desde o primeiro dia em que pus os pés nesta terra. Sou de Moura. Agora é a Moura ao lado da Barragem de Alqueva e do maior lago artificial da Europa, a Moura sede do concelho onde se situa a maior central fotovoltaica do mundo, a Moura que lidera projectos internacionais na área do desenvolvimento sustentável e do equilíbrio ecológico. Mas hoje, como desde o primeiro dia em que para aqui vim, aquilo de que tenho mais saudades quando saio de Moura é da luz do sol, quando bate nas pedras da calçada. Aqui, como em nenhum outro lugar do mundo.
Da minha aldeia
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro
E resulta?
José Sócrates afirmou que "as nossas escolas já têm acesso à Internet em banda larga, mas vão tê-la, agora, de alta velocidade". Acrescentou ainda que "o nosso principal objectivo era cobrir todo o território com banda larga e isso está conseguido".
O primeiro-ministro explicou que "fizemos um acordo entre o Estado e os operadores, para que todos tenham acesso a redes de banda larga de alta velocidade e para que as qualidades dessa rede possam melhorar os nossos sistemas de saúde e de ensino". Tudo porque "a nossa ambição é estarmos na frente da construção da infraestrutura digital".
O primeiro-ministro explicou que "fizemos um acordo entre o Estado e os operadores, para que todos tenham acesso a redes de banda larga de alta velocidade e para que as qualidades dessa rede possam melhorar os nossos sistemas de saúde e de ensino". Tudo porque "a nossa ambição é estarmos na frente da construção da infraestrutura digital".
A partir de Setembro, vou percorrer os três distritos do Alentejo para formar professores no quadro do Plano Tecnológico para a Educação. O objectivo desta formação é sensibilizar o corpo docente para a existência de ferramentas que devem deixar de ser utilizadas como uma excepção para se tornarem presentes e constantes dentro da sala de aula, até serem utilizadas de forma intuitiva. Trata-se de uma verdadeira revolução na forma de transmitir conhecimentos, tornando-se num processo interactivo e respeitando o tempo de aprendizagem de cada aluno.
Esta "mudança de paradigma" pressupõe a existência, em todas as salas de aula, de meios técnicos capazes de permitirem o acesso, em tempo real, à internet e às tais ferramentas que designamos por web 2.0. E é aqui que está o busílis, porque do que conheço até ao momento, não me parece que seja possível.
É que, apesar no enorme esforço que tem sido exigido às autarquias para dotarem as escolas de acesso de banda larga à internet, apesar das escolas que são sucessivamente encerradas com a justificação de transferir os seus alunos para estabelecimentos equipados tecnologicamente, apesar do investimento brutal em infraestruturas de rede que nunca chegam a funcionar porque falta fazer uma ligação qualquer, apesar dos milhares de computadores comprados ao abrigo dos programas e-escola e e-escolinha, pagos com o dinheiro dos contribuintes e geradores de lucro para as empresas de telecomunicações, a verdade é que continuamos praticamente na mesma.
A única diferença é que agora estamos embrulhados num novelo de cabos de rede.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
É festa
O Açúcar Amarelo deseja a todos os visitantes umas Festas Felizes em honra de Nossa Senhora do Carmo.
É o Estado Social
Agora que o país está meio anestesiado com as férias, vão surgindo aqui e ali pequenas notícias, a que não atribuímos grande importância. Afinal de contas, todos estamos fartos de trabalhar e queremos o descanso merecido. Quando regressarmos, logo nos preocupamos com estes "pendentes". A não ser que seja tarde de mais.
Ora, como os meus estimados amigos sabem, eu já terminei as férias, portanto, não me importo de ir prestando atenção ao que se passa. E hoje, numa breve passagem pela comunicação social, deparei com 3 pequenas notícias, daquelas que nos fazem abanar a cabeça e dizer para o lado qualquer coisa como "Que palhaçada..."
O que me chamou a atenção foi, além da gravidade óbvia dos assuntos, o facto de, convenientemente dispersas, terem vindo a lume todas no mesmo dia. Ora vejam só:
Estado corta apoios a refeições nos ATL
Alguns centros distritais da Segurança Social estão a avisar as Instituições Particulares de Solidariedade Social que, a partir de 1 de Setembro, deixarão de comparticipar o almoço dos Ateliês de Tempos Livres, o que pode pôr em causa a alimentação de muitas crianças.
Notícia completa aqui.
Cheque-bebé: Mães tentam recebê-lo mas medida ainda não saiu do papel
Quase seis meses depois do anúncio, a Conta Poupança Futuro, conhecida como “cheque-bebé”, ainda não existe e o processo está parado, sendo muitas as futuras mães que questionam organismos, como maternidades, centros de saúde e bancos sobre este apoio.
Notícia completa aqui e esclarecimentos sobre Conta Poupança Futuro aqui. Leiam que é muito engraçado. Contem as vezes em que se diz que o Estado oferece 200 euros.
Milhares estão sem subsídio de desemprego
Milhares de desempregados estão, mais uma vez, sem subsídio de desemprego. Três meses depois de o Governo ter invocado uma "falha informática" para justificar um atraso de cerca de uma semana no pagamento desta prestação social a cerca de 360 mil portugueses, eis que o problema volta a colocar-se, afectando desta vez, tudo parece indicar, a totalidade dos desempregados com subsídios atribuídos.
Notícia completa aqui.
Ora, como os meus estimados amigos sabem, eu já terminei as férias, portanto, não me importo de ir prestando atenção ao que se passa. E hoje, numa breve passagem pela comunicação social, deparei com 3 pequenas notícias, daquelas que nos fazem abanar a cabeça e dizer para o lado qualquer coisa como "Que palhaçada..."
O que me chamou a atenção foi, além da gravidade óbvia dos assuntos, o facto de, convenientemente dispersas, terem vindo a lume todas no mesmo dia. Ora vejam só:
Estado corta apoios a refeições nos ATL
Alguns centros distritais da Segurança Social estão a avisar as Instituições Particulares de Solidariedade Social que, a partir de 1 de Setembro, deixarão de comparticipar o almoço dos Ateliês de Tempos Livres, o que pode pôr em causa a alimentação de muitas crianças.
Notícia completa aqui.
Cheque-bebé: Mães tentam recebê-lo mas medida ainda não saiu do papel
Quase seis meses depois do anúncio, a Conta Poupança Futuro, conhecida como “cheque-bebé”, ainda não existe e o processo está parado, sendo muitas as futuras mães que questionam organismos, como maternidades, centros de saúde e bancos sobre este apoio.
Notícia completa aqui e esclarecimentos sobre Conta Poupança Futuro aqui. Leiam que é muito engraçado. Contem as vezes em que se diz que o Estado oferece 200 euros.
Milhares estão sem subsídio de desemprego
Milhares de desempregados estão, mais uma vez, sem subsídio de desemprego. Três meses depois de o Governo ter invocado uma "falha informática" para justificar um atraso de cerca de uma semana no pagamento desta prestação social a cerca de 360 mil portugueses, eis que o problema volta a colocar-se, afectando desta vez, tudo parece indicar, a totalidade dos desempregados com subsídios atribuídos.
Notícia completa aqui.
Letras e cores, ideias e autores da República
No ano em que se comemoram cem anos sobre a implantação da República, a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), em colaboração com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, apresenta a exposição “Letras e Cores, Ideias e Autores da República”.
A partir de textos de autores que marcaram decisivamente a cultura humanístico-literária em Portugal no final do século XIX e início do século XX, a DGLB convidou dez ilustradores a tratar plasticamente dez temas representativos do contexto social, político, cívico e cultural da época: Ultimatum, Monarquia, 5 de Outubro, Igreja, Educação, Mulheres, Modernismo, Grande Guerra, Chiado e Revistas. O resultado mostra de que forma literatura e arte, passado e presente, se podem cruzar de forma coerente e harmoniosa, dando corpo a um percurso fulcral da história portuguesa contemporânea: o triunfo da ideia republicana de cidadania, a instauração do regime, a participação de Portugal na I Grande Guerra e a vida política, social, cultural e artística deste período.
A exposição é apresentada publicamente hoje, às 16h00, no Museu do Traje em Lisboa e estará patente também em Moura, integrada nas comemorações locais do centenário da República, no próximo mês de Outubro.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Dia de festa
Procissão
Sarah Afonso
Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.
Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!
Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!
Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.
António Lopes Ribeiro
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Água vai
O Sistema Público de guas do Alentejo serve cerca de 248.329 habitantes, e abrange uma área correspondente a cerca de 18% da área de Portugal Continental. Trata-se de uma região que vive um processo de desertificação que se pretende contrariar, procurando oferecer melhores condições de vida às suas populações e garantindo infraestruturas que possam atrair investidores e empresas.
A Águas Públicas do Alentejo resulta de um longo processo negocial, que se iniciou com a constituição, pelos 21 municípios envolvidos, da Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública (AMGAP), presidida por José Maria Pós-de-Mina. Numa segunda fase, e em parceira com a Águas de Portugal, surge a empresa que agora irá gerir de forma integrada e melhorar o abastecimento de água em alta e o saneamento de águas residuais nos 21 concelhos, com o objectivo de fornecer mais e melhor água e uma melhor intervenção ao nível do tratamento.
Além de agregar parte dos sistemas municipais de abastecimento público de água e de saneamento dos concelhos envolvidos, a Águas Públicas do Alentejo irá construir as novas infra-estruturas que se vierem a revelar necessárias. Este acordo para a parceria permitiu consensualizar posições entre as partes e faz história porque assenta num modelo inovador que pretende e irá certamente abrir um novo caminho na coordenação entre o Estado e os Municípios para a gestão da água.
Lançado em 2001, o projecto, após várias propostas apresentadas e adiadas pelos ministros do Ambiente dos últimos quatro governos, foi enviado para Bruxelas em 2005, mas acabou por ser "chumbado" pela Comissão Europeia no início de 2007, retardando sucessivamente a solução de um problema premente que afecta de forma muito grave as populações.
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Infelizmente, e como já vem sendo habitual no Verão, a água para abastecimento público apresenta má qualidade em algumas freguesias do nosso concelho, designadamente Amareleja e Safara, razão pela qual a Águas Públicas do Alentejo emitiu um comunicado à população prestando alguns esclarecimentos sobre o problema, e assegurando não haver quaisquer violações dos parâmetros legais em vigor.
Adenda Posterior
Ao contrário do que sucedia nos últimos anos, em que eram procuradas soluções alternativas para o fornecimento de água, recorrendo a viaturas de distribuição e ao apoio dos Bombeiros Voluntários, o que me parece poder depreender-se da nota informativa distribuída pela Águas Públicas do Alentejo, é que tal não vai acontecer.
De debandada para os Algarves?
Então aproveitem as férias para visitar a exposição Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no Ocidente, comissariada pelo Historiador Santiago Macias, que estará patente em Silves, na Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica de Silves, entre 16 de Julho de 2010 e Fevereiro de 2011.
A exposição integra-se numa iniciativa conjunta promovida pela Rede de Museus do Algarve em que, pela primeira vez, se abordam os últimos mil anos da história e da cultura algarvia. “Algarve – Do Reino à Região” abarca a herança material e espiritual que, do Gharb al-Andalus à actualidade, tem vindo a moldar e caracterizar a identidade deste território, no sul de Portugal.
Trata-se de uma exposição estruturada em 13 exposições - tema (uma das quais é a de Silves), que decorrem em simultâneo, que se articulam e complementam, distribuídas pelos vários centros urbanos, numa cooperação pioneira entre autarquias, museus, instituições sociais, universidades, centros de investigação, especialistas de diferentes áreas científicas e culturais (museologia, arqueologia, arquitectura, história, geografia, sociologia, antropologia, etnologia) e as populações dos vários municípios algarvios.
AS EXPOSIÇÕES
• “Alcoutim, Terra de Fronteira” – Câmara Municipal de Alcoutim
• “Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve” – Câmara Municipal de Castro Marim
• “O Reino dos Algarves de Aquém e para Além Mar / Algarbia Cartographica – Leituras e Resenha da Cartografia Regional” – Câmara Municipal de Lagos
• “Do Gharb ao Algarve: Uma Sociedade Islâmica no Ocidente” – Câmara Municipal de Silves
• “Vila Real de Santo António e o Urbanismo Iluminista” – Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
• “Os Descobrimentos Portugueses” – Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão em Faro
• “Os Compromissos Marítimos no Algarve” – Museu da Cidade de Olhão
• “Manuel Teixeira Gomes – Entre dois séculos e dois regimes”, “Portimão – Território e Identidade” – Museu de Portimão
• “Outras Viagens, Outros Olhares” – Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira
• “Sombras e Luz – O Século XIX no Algarve” – Museu do Trajo de S. Brás de Alportel
• “Algarve Visionário, Excêntrico e Utópico” – Museu Municipal de Faro
• “Mendes Cabeçadas e a Primeira República no Algarve” – Museu Municipal de Loulé
• “Cidade e Mundos Rurais” – Museu Municipal de Tavira
A exposição integra-se numa iniciativa conjunta promovida pela Rede de Museus do Algarve em que, pela primeira vez, se abordam os últimos mil anos da história e da cultura algarvia. “Algarve – Do Reino à Região” abarca a herança material e espiritual que, do Gharb al-Andalus à actualidade, tem vindo a moldar e caracterizar a identidade deste território, no sul de Portugal.
Trata-se de uma exposição estruturada em 13 exposições - tema (uma das quais é a de Silves), que decorrem em simultâneo, que se articulam e complementam, distribuídas pelos vários centros urbanos, numa cooperação pioneira entre autarquias, museus, instituições sociais, universidades, centros de investigação, especialistas de diferentes áreas científicas e culturais (museologia, arqueologia, arquitectura, história, geografia, sociologia, antropologia, etnologia) e as populações dos vários municípios algarvios.
AS EXPOSIÇÕES
• “Alcoutim, Terra de Fronteira” – Câmara Municipal de Alcoutim
• “Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve” – Câmara Municipal de Castro Marim
• “O Reino dos Algarves de Aquém e para Além Mar / Algarbia Cartographica – Leituras e Resenha da Cartografia Regional” – Câmara Municipal de Lagos
• “Do Gharb ao Algarve: Uma Sociedade Islâmica no Ocidente” – Câmara Municipal de Silves
• “Vila Real de Santo António e o Urbanismo Iluminista” – Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
• “Os Descobrimentos Portugueses” – Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão em Faro
• “Os Compromissos Marítimos no Algarve” – Museu da Cidade de Olhão
• “Manuel Teixeira Gomes – Entre dois séculos e dois regimes”, “Portimão – Território e Identidade” – Museu de Portimão
• “Outras Viagens, Outros Olhares” – Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira
• “Sombras e Luz – O Século XIX no Algarve” – Museu do Trajo de S. Brás de Alportel
• “Algarve Visionário, Excêntrico e Utópico” – Museu Municipal de Faro
• “Mendes Cabeçadas e a Primeira República no Algarve” – Museu Municipal de Loulé
• “Cidade e Mundos Rurais” – Museu Municipal de Tavira
Porque um Poeta escreve sobre tudo
Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos, in Poemas
E também...
O blogue Raridades do meu amigo, colega e grande sportinguista Carlos Rico. Um blogue verde, como convém!
terça-feira, 13 de julho de 2010
Em destaque
Após uns tempos de incerteza, constituiu-se uma Comissão de Festas em Santo Amador, e já marca presença na web. O endereço do blogue vai ficar disponível aqui na coluna do Fundo Local. Consultem, e sobretudo, visitem Santo Amador, especialmente durante as festas.
Varinha mágica
Foi com a solidariedade de todo o Governo e ainda do primeiro-ministro, José Sócrates, que foi possível ultrapassar as dificuldades e efectuar um recuo total a decisão anterior de efectuar cortes nos contratos em curso ou a efectuar com as diversas entidades ligadas à cultura.
"Não será mais necessário fazer cortes no sector da cultura", anunciou a ministra Gabriela Canavilhas no final de uma reunião com diversas plataformas de artes explicando "que já não é preciso proceder às reduções e aos cortes no sector cultural, numa medida articulada com o Governo".
Sem adiantar pormenores quanto às medidas que foram tomadas que permitiram este recuo, Gabriela Canavilhas limitou-se a invocar a "solidariedade" não deixando de referir que reconhece que "é necessário o esforço de todos" para combater a crise.
A ministra frisou ainda e por várias vezes "a solidariedade do primeiro-ministro", José Sócrates, mas também "de todo o Governo" e o "esforço forte" do ministério que dirige para alterar uma medida que não era de todo do agrado da titular da pasta da cultura em Portugal.
"Esta medida, o corte de 10 por cento nos contratos em curso ou a realizar durante o corrente ano e de 12,5 por cento na cativação das verbas do Ministério da Cultura, estava-me a custar horrores", declarou Gabriela Canavilhas ao mesmo tempo que deixava bem claro que "a ministra não desistiu desde a primeira hora" [não se notou nada, mas pronto, acreditamos].
"O Ministério da Cultura só existe porque existem artistas e um sector cultural que deve ser cuidado, regulado e estimulado", concluiu Canavilhas.
Foi preciso o ex Director Geral das Artes demitir-se para acabarem as dificuldades? Porque é que não mandaram o senhor embora logo no primeiro dia?
"Não será mais necessário fazer cortes no sector da cultura", anunciou a ministra Gabriela Canavilhas no final de uma reunião com diversas plataformas de artes explicando "que já não é preciso proceder às reduções e aos cortes no sector cultural, numa medida articulada com o Governo".
Sem adiantar pormenores quanto às medidas que foram tomadas que permitiram este recuo, Gabriela Canavilhas limitou-se a invocar a "solidariedade" não deixando de referir que reconhece que "é necessário o esforço de todos" para combater a crise.
A ministra frisou ainda e por várias vezes "a solidariedade do primeiro-ministro", José Sócrates, mas também "de todo o Governo" e o "esforço forte" do ministério que dirige para alterar uma medida que não era de todo do agrado da titular da pasta da cultura em Portugal.
"Esta medida, o corte de 10 por cento nos contratos em curso ou a realizar durante o corrente ano e de 12,5 por cento na cativação das verbas do Ministério da Cultura, estava-me a custar horrores", declarou Gabriela Canavilhas ao mesmo tempo que deixava bem claro que "a ministra não desistiu desde a primeira hora" [não se notou nada, mas pronto, acreditamos].
"O Ministério da Cultura só existe porque existem artistas e um sector cultural que deve ser cuidado, regulado e estimulado", concluiu Canavilhas.
Foi preciso o ex Director Geral das Artes demitir-se para acabarem as dificuldades? Porque é que não mandaram o senhor embora logo no primeiro dia?
Para ler
“O Ruben era um rapaz que passava a vida no centro comercial. Só comprava roupas de marca.
Só comia na pizzaria ou no McDonald’s.
Só via o mundo pelo cinema.
Só subia escadas rolantes.
Só falava com os amigos nos corredores apinhados de gente.
Só sabia que era Primavera quando das montras retiravam os casacos e vestiam os manequins com roupas leves, coloridas.
Quando chegava o seu dia de anos era sempre um problema escolher entre os milhares de objectos expostos no centro comercial.
- Que prenda gostavas de receber? – perguntaram-lhe os pais (…).
- Ah, quero tantas coisas… jogos para a minha consola, uns ténis Nike, um blusão Adidas, um filme fantástico em DVD, uma televisão panorâmica, uma agenda electrónica, um telemóvel com máquina fotográfica, um gel verde para os cabelos, uma esferográfica com cheiro a Coca-Cola, uma mochila transparente, umas meias com monstros extraterrestres, umas calças pretas com vinte bolsos, cadernos novos com retratos dos craques de futebol, uma caixa de chocolates com recheio de ginja, uns boxers com as sete cores do arco-íris, um porta-chaves com lanterna, uns óculos escuros de marca, um…
- Mas que loucura! – exclamou a mãe. – Pensas que somos milionários?
- Ora – replicou o Ruben -, para que serve o dinheiro? E se não o tiverem, podem usar o cartão de crédito. Compram agora, pagam depois. É o que toda a gente faz no centro comercial.”
SOARES, Luísa Ducla - Comprar, comprar, comprar. Porto : Civilização , 2010 . ISBN 978-972-26-2881-5
Disponível na Biblioteca Municipal. Uma lição importante para os miúdos, que os graúdos também estão a precisar de ouvir (ou como estamos a educar os nossos filhos?)
Só comia na pizzaria ou no McDonald’s.
Só via o mundo pelo cinema.
Só subia escadas rolantes.
Só falava com os amigos nos corredores apinhados de gente.
Só sabia que era Primavera quando das montras retiravam os casacos e vestiam os manequins com roupas leves, coloridas.
Quando chegava o seu dia de anos era sempre um problema escolher entre os milhares de objectos expostos no centro comercial.
- Que prenda gostavas de receber? – perguntaram-lhe os pais (…).
- Ah, quero tantas coisas… jogos para a minha consola, uns ténis Nike, um blusão Adidas, um filme fantástico em DVD, uma televisão panorâmica, uma agenda electrónica, um telemóvel com máquina fotográfica, um gel verde para os cabelos, uma esferográfica com cheiro a Coca-Cola, uma mochila transparente, umas meias com monstros extraterrestres, umas calças pretas com vinte bolsos, cadernos novos com retratos dos craques de futebol, uma caixa de chocolates com recheio de ginja, uns boxers com as sete cores do arco-íris, um porta-chaves com lanterna, uns óculos escuros de marca, um…
- Mas que loucura! – exclamou a mãe. – Pensas que somos milionários?
- Ora – replicou o Ruben -, para que serve o dinheiro? E se não o tiverem, podem usar o cartão de crédito. Compram agora, pagam depois. É o que toda a gente faz no centro comercial.”
SOARES, Luísa Ducla - Comprar, comprar, comprar. Porto : Civilização , 2010 . ISBN 978-972-26-2881-5
Disponível na Biblioteca Municipal. Uma lição importante para os miúdos, que os graúdos também estão a precisar de ouvir (ou como estamos a educar os nossos filhos?)
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Eficiência
"PT: O pagamento da sua factura está em atraso. Pode ainda pagar no MB com Entidade: 21159, Ref. 041680437, Valor: 20,50. Se já pagou ignore este SMS. Obrigado."
É o segundo mês que recebo esta mensagem. Tal como da outra vez, liguei o 16200 e confirmei os valores da minha conta: Nada a pagar, as contas estão certas. Hoje, achei que devia esclarecer o assunto e marquei para falar com o operador. Resultado: Algum engraçadinho deu o meu número de telefone como contacto de telemóvel. A PT nem se dá ao trabalho de validar estas informações e vá de mandar SMS a quem não deve. 'Tá mal!
Nota: Se alguém reconhece as informações, é melhor ir pagar a factura...
O Interior vive o sono da morte
“As assimetrias regionais são o maior problema do país. Temos um modelo territorial esquizofrénico, que concentra toda a gente numa estreita faixa do litoral.
(…)
[Sobre a atribuição de subsídios à natalidade]: É uma gota de água no oceano. Têm de ser tomadas mais medidas de apoio à família e não fazer aquilo que tem sido feito no interior, que é fechar serviços, maternidades, escolas e estações dos correios. Essa lógica economicista é completamente estúpida. Pode poupar-se a curto prazo, mas está-se a contribuir para o aumento da desertificação que, a longo prazo, tem resultados muito graves na economia.”
Para ler no Expresso desta semana, a entrevista ao demógrafo Mario Leston Bandeira, professor catedrático no ISCTE.
(…)
[Sobre a atribuição de subsídios à natalidade]: É uma gota de água no oceano. Têm de ser tomadas mais medidas de apoio à família e não fazer aquilo que tem sido feito no interior, que é fechar serviços, maternidades, escolas e estações dos correios. Essa lógica economicista é completamente estúpida. Pode poupar-se a curto prazo, mas está-se a contribuir para o aumento da desertificação que, a longo prazo, tem resultados muito graves na economia.”
Para ler no Expresso desta semana, a entrevista ao demógrafo Mario Leston Bandeira, professor catedrático no ISCTE.
E isto deve ser a Educação...
Hora de almoço. Pavilhão polivalente onde se encontram afixados os resultados dos exames nacionais. Entrevista de uma repórter de canal noticioso por cabo com um finalista de prestigiado estabelecimento de ensino secundário lisboeta.
Jornalista: Correu-lhe bem, o Exame de Português?
Aluno: Sim, tive 15.
Jornalista: Subiu ou desceu, em relação à nota do ano?
Aluno: Manti.
Copiado descaradamente daqui.
Jornalista: Correu-lhe bem, o Exame de Português?
Aluno: Sim, tive 15.
Jornalista: Subiu ou desceu, em relação à nota do ano?
Aluno: Manti.
Copiado descaradamente daqui.
É a cultura, estúpido!
Fiquei ontem a saber, pela rádio e depois pelos serviços informativos das televisões, que o Director-Geral das Artes, Jorge Barreto Xavier, se demitiu. Até aqui, tudo relativamente normal.
No cargo desde 2008, para onde foi nomeado pelo então Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro (o tal que se dizia ter sido convidado por engano), Barreto Xavier alegou "divergências [com a ministra da Cultura] sobre o modo de desenvolvimento das políticas de apoio às artes".
O que me chocou foi a reacção violenta e no mínimo, muito pouco educada e diplomática, que a Sra. Ministra Gabriela Canavilhas teve, patente nas declarações que prestou à comunicação social:
Acham isto normal? Mas se o senhor era assim tão incompetente e só fazia o que lhe mandavam, porque é que a Ministra não o tinha já mandado embora? Porque é que estava sentada, impávida e serena, à espera que o próprio se demitisse? Que sentido de responsabilidade tem esta senhora, que deixou arrastar uma situação que alegadamente vinha prejudicando os artistas, o público e a cultura nacionais?
E agora, que o "incompetente" já se foi, que desculpa irá apresentar a Sra. Ministra para justificar os sucessivos erros e tudo o que vier a correr menos bem daqui para a frente?
No cargo desde 2008, para onde foi nomeado pelo então Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro (o tal que se dizia ter sido convidado por engano), Barreto Xavier alegou "divergências [com a ministra da Cultura] sobre o modo de desenvolvimento das políticas de apoio às artes".
O que me chocou foi a reacção violenta e no mínimo, muito pouco educada e diplomática, que a Sra. Ministra Gabriela Canavilhas teve, patente nas declarações que prestou à comunicação social:
O Ministério da Cultura manifesta a sua grande satisfação por esta decisão, que vem permitir finalmente que a Direcção Geral das Artes se liberte de constrangimentos vários que têm vindo a dificultar a sua acção.
Face à sua demissão, [o Ministério da Cultura] encontra-se agora, finalmente, em condições de alavancar o sector com outra ambição e responsabilidade.
Mas a melhor parte para mim é esta: "A sua intervenção tem sido meramente de aplicação de medidas do Governo".
Acham isto normal? Mas se o senhor era assim tão incompetente e só fazia o que lhe mandavam, porque é que a Ministra não o tinha já mandado embora? Porque é que estava sentada, impávida e serena, à espera que o próprio se demitisse? Que sentido de responsabilidade tem esta senhora, que deixou arrastar uma situação que alegadamente vinha prejudicando os artistas, o público e a cultura nacionais?
E agora, que o "incompetente" já se foi, que desculpa irá apresentar a Sra. Ministra para justificar os sucessivos erros e tudo o que vier a correr menos bem daqui para a frente?
domingo, 11 de julho de 2010
As pessoas entram na nossa vida por acaso, mas não é por acaso que permanecem
À minha amiga Ana Farinho, que faz hoje anos.
Não te preocupes, não me vou pôr aqui com lamechices. Basta uma palavra: Obrigada.
Não te preocupes, não me vou pôr aqui com lamechices. Basta uma palavra: Obrigada.
sábado, 10 de julho de 2010
Assembleia Municipal #8 - 9 de Julho de 2010
Por se tratar de uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, não houve período de intervenções antes da Ordem do Dia, pelo que se deu início à discussão dos pontos previstos na Ordem de Trabalhos.
1. Versão final da proposta do plano de urbanização da UP11 (Moura).
O Sr. Ventinhas (PS) considerou tratar-se de um documento de grande importância para o desenvolvimento do concelho, com uma boa visão de futuro, que apenas peca por tardio, pois já fazia falta em Moura há muito tempo. Considerou ainda que a divisão em unidades de execução está feita de forma realista, mas chamou a atenção para um desfasamento relativamente à informação do número de habitantes do concelho.
O Sr. Amílcar Mourão (PSD) abordou a questão da divisão por áreas de actividade económica e inquiriu sobre a possibilidade de introdução de uma cláusula que permitisse a instalação de uma determinada actividade económica em área que inicialmente não lhe tivesse sido destinada. Chamou a atenção para situações verificadas no passado, em que não foi possível a instalação de actividades económicas por se tratarem de áreas diferentes das que haviam sido previamente estipuladas.
Respondeu o Sr. Presidente da Câmara, esclarecendo, relativamente à questão colocada pelo Sr. Ventinhas, que o número de 16 500 habitantes era o correcto. Quanto à questão colocada pelo Sr. Amílcar Mourão, sublinhou o carácter específico da UP11, vocacionada para um determinado tipo de actividade que obriga a critérios de qualidade. Trata-se de uma unidade com uma visão mais restrita, que tem a ver com um determinado sector, o que não impedirá eventuais ajustamentos que venham a ser considerados necessários.
A proposta foi aprovada por unanimidade.
2. Adesão e Estatutos da Iberlinx – Associação para a conservação do lince ibérico e desenvolvimento dos seus territórios.
O Sr. Ventinhas (PS) aludiu ao protocolo subscrito com o Ministério da Agricultura, questionando se é nessa base que surge a presente proposta. Perguntou ainda se havia novos desenvolvimentos relativamente ao protocolo assinado no anterior mandato.
O Sr. Presidente da Câmara confirmou que o protocolo está a ser aplicado com normalidade e aproveitou para informar estar agendada para breve uma nova reunião de trabalho para definição do Plano de Actividades para 2010/2011.
A proposta foi aprovada por unanimidade.
3. Eleição de um Presidente de Junta de Freguesia para integrar a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
A Sra. Ana Caeiro (CDU) apresentou uma proposta indicando o nome do Sr. José Manuel da Silva Godinho, Presidente da Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração para integrar a referida Comissão, que foi designada por proposta A.
O PS indicou o nome do Sr. Álvaro Pato Azedo, Presidente da Junta de Freguesia de Santo Agostinho, tendo esta proposta sido designada por proposta B.
Realizada a votação secreta, a proposta A obteve 15 votos, a proposta B obteve 10 votos e foram escrutinados 4 votos em branco. Consequentemente, foi eleito o Sr. José Manuel da Silva Godinho, Presidente da Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração para integrar a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
A Minuta da sessão foi lida e aprovada por unanimidade e a sessão foi encerrada às 21h43.
1. Versão final da proposta do plano de urbanização da UP11 (Moura).
O Sr. Ventinhas (PS) considerou tratar-se de um documento de grande importância para o desenvolvimento do concelho, com uma boa visão de futuro, que apenas peca por tardio, pois já fazia falta em Moura há muito tempo. Considerou ainda que a divisão em unidades de execução está feita de forma realista, mas chamou a atenção para um desfasamento relativamente à informação do número de habitantes do concelho.
O Sr. Amílcar Mourão (PSD) abordou a questão da divisão por áreas de actividade económica e inquiriu sobre a possibilidade de introdução de uma cláusula que permitisse a instalação de uma determinada actividade económica em área que inicialmente não lhe tivesse sido destinada. Chamou a atenção para situações verificadas no passado, em que não foi possível a instalação de actividades económicas por se tratarem de áreas diferentes das que haviam sido previamente estipuladas.
Respondeu o Sr. Presidente da Câmara, esclarecendo, relativamente à questão colocada pelo Sr. Ventinhas, que o número de 16 500 habitantes era o correcto. Quanto à questão colocada pelo Sr. Amílcar Mourão, sublinhou o carácter específico da UP11, vocacionada para um determinado tipo de actividade que obriga a critérios de qualidade. Trata-se de uma unidade com uma visão mais restrita, que tem a ver com um determinado sector, o que não impedirá eventuais ajustamentos que venham a ser considerados necessários.
A proposta foi aprovada por unanimidade.
2. Adesão e Estatutos da Iberlinx – Associação para a conservação do lince ibérico e desenvolvimento dos seus territórios.
O Sr. Ventinhas (PS) aludiu ao protocolo subscrito com o Ministério da Agricultura, questionando se é nessa base que surge a presente proposta. Perguntou ainda se havia novos desenvolvimentos relativamente ao protocolo assinado no anterior mandato.
O Sr. Presidente da Câmara confirmou que o protocolo está a ser aplicado com normalidade e aproveitou para informar estar agendada para breve uma nova reunião de trabalho para definição do Plano de Actividades para 2010/2011.
A proposta foi aprovada por unanimidade.
3. Eleição de um Presidente de Junta de Freguesia para integrar a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
A Sra. Ana Caeiro (CDU) apresentou uma proposta indicando o nome do Sr. José Manuel da Silva Godinho, Presidente da Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração para integrar a referida Comissão, que foi designada por proposta A.
O PS indicou o nome do Sr. Álvaro Pato Azedo, Presidente da Junta de Freguesia de Santo Agostinho, tendo esta proposta sido designada por proposta B.
Realizada a votação secreta, a proposta A obteve 15 votos, a proposta B obteve 10 votos e foram escrutinados 4 votos em branco. Consequentemente, foi eleito o Sr. José Manuel da Silva Godinho, Presidente da Junta de Freguesia de Santo Aleixo da Restauração para integrar a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
A Minuta da sessão foi lida e aprovada por unanimidade e a sessão foi encerrada às 21h43.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
E pronto, vamos chegar ao fim.
Repararam nos craques que aparecem no vídeo do tema oficial do mundial? Foi pena não os termos visto a jogar. Jogar, mesmo a sério.
Terras de água - Parte 2
Um cenário de luxo, um anfiteatro de luxo, um espectáculo de luxo. Lindíssimo, mas com certeza muito caro e pago por aqueles a quem foi vedado o acesso.
Nota: O som não está sincronizado com a imagem, peço desculpa. Se encontrar um vídeo melhor, farei a substituição.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Terras de Água
A Barragem de Alqueva acolhe hoje à noite, às 22h00, um concerto certamente memorável de Mariza e Paulo Gonzo, numa iniciativa da EDP a que se associa a RTP.
Cerca de 600 convidados terão o privilégio de assistir ao vivo a um espectáculo que será transmitido em directo para todo o país através da RTP 1.
A barragem de Alqueva, construída na bacia hidrográfica do Rio Guadiana, é o maior lago artificial da Europa. A albufeira ocupa uma área de cerca de 250 km2 e estende-se por 83 km ao longo dos municípios de Moura, Portel, Mourão, Reguengos de Monsaraz e Alandroal.
Cerca de 600 convidados terão o privilégio de assistir ao vivo a um espectáculo que será transmitido em directo para todo o país através da RTP 1.
A barragem de Alqueva, construída na bacia hidrográfica do Rio Guadiana, é o maior lago artificial da Europa. A albufeira ocupa uma área de cerca de 250 km2 e estende-se por 83 km ao longo dos municípios de Moura, Portel, Mourão, Reguengos de Monsaraz e Alandroal.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Protesto
Segundo uma notícia "alarmista", que o Governo já veio desmentir, a função pública irá suportar quase totalmente o esforço necessário para reduzir o défice até valores inferiores ao limiar dos 3%, sofrendo o maior corte de sempre nos seus salários e na legítima progressão dos trabalhadores nas suas carreiras.
De facto, por enquanto, a notícia ainda é falsa. Mas a semente já está lançada. Aconteceu o mesmo com o aumento do IVA há uns tempos. Veio logo o Ministro das Finanças rebater a informação, horrorizado com a falsidade das notícias que especulavam sobre a intenção do Governo de aumentar o IVA. E eis-nos agora, sete dias depois do aumento que afinal, foi inevitável...
Daqui a uns tempos, as medidas que agora tememos e que aparentemente, são falsas, vão começar a surgir e tornar-se realidade. E em vez de nos opormos e reclamarmos os nossos direitos, vamos apenas comentar à mesa da esplanada, com ar de quem percebe muito de política e economia e tem acesso a informações privilegiadas: "Já há muuuuito tempo que eu estava à espera disto! Já tinha ouvido uns rumores, e tal..."
Amanhã é dia nacional de protesto e luta. Contra o que já é realidade e contra o que aí vem, apesar de todos os desmentidos. Para mim é um dia normal, porque todos os dias, de uma forma ou de outra, luto por uma vida melhor, para mim e para os meus filhos. E vocês? Vão lutar ou preferem o papel da esplanada?
50 ºC ao sol
"Isto é uma aula de emagrecimento pós-moderno, perdem-se cinco a seis quilos por sessão." Na Casa do Povo da Amareleja está um grupo de senhoras de caderno e leque na mão. Riem-se com a brincadeira do professor António Revez para desatarem no típico tagarelar alentejano. Não fosse a ventoinha, suariam ainda mais, e a verdade é que não estão ali para entrar na linha - é uma das últimas sessões da formação em jardinagem, já a preparar a cerimónia de encerramento na próxima sexta-feira. É também uma das poucas coisas a acontecer na Amareleja. Passa pouco das 15 horas. O i foi visitar a vila famosa pelos recordes de temperatura - o último, confirmado pelo Instituto de Meteorologia, foi em 2003, com 47,3 oC. Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o já emblemático mostrador da Farmácia Portugal, no centro da vila, atingiu os 50 oC por volta do meio-dia.
Chega-se pela Estrada Regional 385. O termómetro do carro aponta 42 oC, sempre a subir desde Évora. A vila está completamente deserta e à partida não dá para perceber se por falta de gente ou por reclusão. O professor Revez deixa interromper a aula. "Não digo que não marcasse os 50 oC, mas não é verdade de certeza absoluta", atira Maria Angelina Carreteiro, 50 anos. É que se tivesse sido, e isto é de gente que sabe, não se aguentava sair de casa, e elas estão ali.
"Foi sempre assim, os antigos ainda sofriam mais do que nós. Eu ainda andei no calor no campo, de xaile, lenço e manguitos. Agora é que estranhamos o calor", acrescenta Joaquina Piriquita, 51. No lar do centro social da Amareleja, paredes-meias com a casa do povo, o fresco vem das portadas fechadas.
Marcolino Correia, 83 anos, aceita falar. Passa os dias entre cassetes de música, auscultadores à séria e desenhos de mulheres que começam sempre com uma lembrança da sua. Saiu da Amareleja aos 20 e voltou em 2000. "O calor a gente já não sente, mas antes o que havia era mais chuva. Carregávamos os fardos de palha debaixo de chuva e trovoada; agora chove pouco ou nada."
É difícil encontrar gente nova, apesar de serem cerca de dois mil habitantes. A vila tem escola básica, mas depois segue-se para Moura. E de qualquer forma é o início das férias. "Quem pode vai para o estrangeiro. Quem fica pega pelas 6 horas, agora anda-se na apanha do melão e da melancia para os lados do Alqueva", explica Joaquina Piriquita.
Já a mais velha toda a gente sabe quem é: Chica Ramos. O genro Marcelino Botelho, 75 anos, é o anfitrião da casa. Durante anos foi o único barbeiro na vila, agora há um cabeleireiro moderno em frente à Farmácia Portugal.
O negócio vai estando parado, sobretudo na hora de maior calor, e muitos vêm pelo pente zero, que demora a crescer, ri. "Lembro-me de um domingo há 15 anos, acho que foram 48,7 graus, estava na pesca e os peixes nem se mexiam dentro de água", conta numa sala adaptada a barbearia, com uma cadeira das antigas ao centro. "Lembro-me de haver dias de muito calor e muito frio, até de cair neve aí nos anos 40, e isso nunca mais aconteceu. E quando era Verão, era Verão", remata. "Até havia aí um ditado quando se queria castigar alguém: 'O que te desejo é seis meses iguais aos de Agosto'."
Chica Ramos, 98 anos feitos em Junho e que na realidade se chama Francisca Guinapo Arranjado - na vila ninguém se conhece pelo nome próprio, explicam-nos - domina outras expressões. "Com o calor dava o preto a muita gente", explica. "Já eu nunca perdi o algarismo" - nunca desmaiou. E fala da doença de Parkinson quase como se não fosse sua, com uma idade invejável. "O calor? Eu já não tenho idade para aguentar nada", brinca. Mas tem, só que o calor não a deixa sair de casa para se distrair com a "conversinha do passado." Dantes ia para a rua; agora não acha posição em casa, apesar de um dos segredos ser manter tudo fechado como a encontramos, às escuras no sofá da sala. "Íamos mal vestidas, deitávamo-nos no chão, ao pé da porta da rua, comíamos gaspachozinhos."
Pôr cestas com comida a refrescar dentro dos poços é outra das coisas de antigamente: agora o pior é quem não tem ar condicionado e se contenta com a ventoinha.
A tarde vai correndo. O termómetro do carro mantém os 42 oC já bateram as seis da tarde.
Domingos Silva, 84 anos, também a não parecerem, passa apressado à frente da Farmácia Portugal. "São quase dois quilómetros que faço de casa até ao centro e com este calor não há ninguém a quem dizer bom dia ou boa tarde", puxa conversa.
Mas é falta de gente? "Não, está tudo em casa à espera que a sombra tape as ruas. Tinha de ver nas festas de Agosto, nem se consegue andar aqui", garante. Diz que dali a duas horas vão estar uns 50 a jogar malha ao pé da torre do relógio, o momento de convívio de todos os dias.
"50 oC? Eu nem olho para o termómetro. Estive em Lourenço Marques, com 50 oC as galinhas morriam nas capoeiras. Para a agricultura é menos mau, as searas só se vão com gelo. E nós estamos aclimatizados."
Nós não. "Que calor", dizemos.
"Aqui diz-se 'que calma'", responde.
Cada vez mais, uma voz incontornável
A nossa conterrânea e minha amiga Inês Gonçalves actuou no Forum Romeu Correia em Almada, mais concretamente no Auditório Fernando Lopes Graça, participando no 4º encontro de fado desta cidade por ocasião das comemorações do Feriado Municipal que também se celebra no dia 24 de Junho.
Os vídeos da actuação já estão disponíveis no You Tube, mas eu importei-os já para aqui. Parabéns Inês!
Os vídeos da actuação já estão disponíveis no You Tube, mas eu importei-os já para aqui. Parabéns Inês!
terça-feira, 6 de julho de 2010
Padrinhos de Leitura
No âmbito da iniciativa Padrinhos de Leitura, a empresa Aquaspace, que patrocinou uma das salas do Jardim de Infância do Sete e Meio, ofereceu aos seus afilhados e colegas do Jardim de Infância, uma belíssima viagem de barco na Albufeira de Alqueva. O passeio realizou-se no dia 1 de Julho e aqui estão algumas imagens:
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