O que é que gostariam mesmo, mesmo, mesmo de ter, ou de fazer?
Têm a certeza?
Então, é isso que vos desejo para 2010. Sejam felizes. Um abraço.
"Festejar a Vida, as Canções, o Fim e o Princípio, a Chuva - se for convidada - os Refrões, as Imagens de todos os Tempos, o Mar e a Multidão. Festejar a Festa."
Já duas ou três vezes que começo aqui um comentário, e depois apago, a pensar: Zélia, não te metas em discussões.
Mas tenho mesmo de meter a colher. Vamos por partes:
1. Casamento entre pessoas do mesmo sexo:
Nem deve ser objecto de referendo, porque são pessoas com vidas próprias e que como tal, têm o direito a tomar as suas decisões. Não aceito que ninguém possa impor a sua vontade sobre a vida de outra pessoa que lhe é estranha, só porque sim, só porque lhe apetece discordar.
Meus amigos, não tenham medo, lá por ser permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vocês não vão ser obrigados a casar nessas circunstâncias! Mas não têm o direito de impedir que outros o façam, se é essa a sua vontade.
Não me respondam por favor com o argumento da religião. Jesus Cristo era tolerante. Pregava a tolerância, o respeito e o amor pelo próximo. É isso que estão a fazer?
Espero sinceramente que não obriguem o Estado a gastar o dinheiro que nos faz falta a todos em mais um referendo e respectiva campanha, apenas porque algumas pessoas se julgam “mais iguais que outras”.
Quanto à adopção de crianças por casais homossexuais, o que tenho a dizer é muito simples: O que me choca é o número de crianças que passam a sua vida em instituições sem oportunidade de viver numa família. Choca-me que pessoas com disponibilidade, carinho e afecto sejam impedidas de adoptar crianças que poderiam tornar felizes, apenas porque são casadas com pessoas do mesmo sexo, ou porque são solteiras, viúvas ou divorciadas. Mais uma vez é a opinião de alguns “iluminados” a interferir na vida de outras pessoas, a impedir a constituição de famílias e a obrigar crianças a crescerem numa “rede” sem rosto.
2. IVG
Participei activamente na campanha, embora contrariada. O motivo da minha contrariedade era a frustração que sentia por aquele referendo e aquela campanha serem necessários.
Nunca na minha vida interromperia uma gravidez. Fui colocada perante essa possibilidade quando fiquei grávida do meu terceiro filho, cinco meses após uma cesariana de urgência. À pergunta delicada do meu médico, a resposta foi imediata: Nem pensar. A minha decisão, que teve consequências posteriores a nível da minha saúde, valeu-me a existência do meu filho Pedro e da sua permanente boa disposição.
Mas o facto de, em qualquer circunstância, a minha resposta ao aborto ser NÃO, não me dá o direito de impedir outras pessoas de o fazerem. E acreditem, para uma mulher ou um casal ter a coragem de tomar essa decisão, os motivos têm de ser bem fortes.
Além disso, a penalização do aborto nunca impediu que ele fosse praticado. Apenas impedia que as mulheres o fizessem em condições de segurança e higiene, com o apoio médico necessário. Ou seja, sabemos que existe, mas preferimos fechar os olhos. A isto chama-se Hipocrisia.
3. Referendo ao Tratado de Lisboa
Cito as palavras de um comentador anterior: “não temos informação que nos permita ter uma opinião bem formada, mas só o facto dos nossos governantes, não nos facultarem essa informação, já é razão para ficarmos preocupados e até desconfiados.”
É uma matéria que vai afectar a vida de TODOS. É uma matéria que vai regulamentar a economia, a administração, o direito, a política e a nossa identidade. Devia ser objecto de Referendo e de verdadeiro esclarecimento (e não daquelas lutas de galos que costuma ser as campanhas eleitorais). Mas é claro que aqui, não fomos chamados a dar a opinião.
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- Mãe, já acabei de ler o livro para Português.A minha filha Mariana acaba de descobrir o verdadeiro e insubstituível prazer de ler.
- E que tal, gostaste?
- Sim, mas tive tanta pena de o acabar... Não há continuação?
A maior inundação da história deu origem ao Mar Mediterrâneo moderno
O período de seca do Mediterrâneo terminou bruscamente há 5,3 milhões de anos quando as águas vindas do Atlântico jorraram para o Mediterrâneo com um caudal que chegou a ser 1000 vezes superior ao Rio Amazonas, e que permitiu o enchimento da bacia mediterrânica em apenas dois anos.
Nos anos noventa os engenheiros responsável pela escavação do túnel que faria a ligação entre a Europa e a África depararam-se com um sulco de várias centenas de metros de profundidade preenchido por sedimentos não consolidados. Na altura, o achado foi atribuído a algum rio de grande caudal do tempo em que o Mediterrâneo secou.
No entanto, segundo um estudo agora publicado na Nature e levado a cabo por investigadores espanhóis e franceses o sulco foi formado pelo jorro de água proveniente do oceano atlântico que originou o enchimento de bacia mediterrânica.
Segundo explicou Daniel García-Castellanos, primeiro autor do artigo agora publicado, “O nosso trabalho demonstra que, quando as águas do Atlântico voltaram a encontrar passagem através do estreito, provavelmente como consequência de um afundamento tectónico, o desnível entre os mares, de cerca de 1500m, desencadeou a maior e mais abrupta inundação que se conhece na Terra, deixando uma erosão no fundo marinho [entre o golfo de Cádiz e o mar de Alborão] de cerca de 200km de comprimento e 8km de largura.
De acordo com García-Castellanos, o caudal da coluna de água chegou a ser 1000 vezes superior ao do actual rio Amazonas, originando uma subida do nível do mar da ordem nos 10m por dia e enchendo a bacia mediterrânica em apenas dois anos. Em vez de uma cascata, o que ocorreu foi uma descida gradual do Atlântico até ao Mar de Alborão (a parte mais ocidental Mar Mediterrâneo) numa espécie de megarrápido em que a água circulava a mais de 100Km/h.
O investigador é da opinião que a rapidez do processo de enchimento da bacia mediterrânica pode ter tido impactos relevantes no clima, o que não ainda foi investigado com detalhe. “Uma alteração tão grande e abrupta na paisagem terrestre como a que deduzimos poderia proporcionar um laboratório natural para o estudo da resposta climática do nosso planeta”.
Por outro lado, os cientistas esperam que as descobertas da equipa ajudem na planificação das obras do túnel, condicionadas pela presença do canal erosivo resultante da inundação.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Todo o indivíduo tem direito a vida, a liberdade e a segurança pessoal.
Tenho razão de sentir saudade
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Somente um em cada cinco portugueses possui nível médio de literacia. O que causa prejuízos directos no potencial de desenvolvimento do país. As conclusões constam de um estudo apresentado na Gulbenkian.
Segundo o relatório realizado pela Data Angel, a pedido dos coordenadores do Plano Nacional de Leitura (PNL) e apresentado ontem na Gulbenkian, apenas um em cada cinco portugueses possui o nível médio de literacia. Na Suécia, a correspondência é de quatro em cada cinco suecos.
Literacia é a capacidade de ler e compreender o que se lê para resolver problemas concretos. Esta aptidão em Portugal, refere o relatório, é muito baixa. "Portugal apresenta os níveis mais baixos de competências de literacia de entre todos os países observados", referiu o coordenador do projecto, Scott Murray.
1. Proposta de contratação de empréstimo para obras comparticipadas por fundos comunitários;
2. Proposta de contratação de empréstimo para investimentos.Por proposta do Sr. António Ventinhas (PS) e com o acordo da mesa, foram discutidos conjuntamente os dois pontos na generalidade.
Aprovado por unanimidade.2. Proposta de contratação de empréstimo para obras não comparticipadas por fundos comunitários, no valor de 5 400 000 €, conforme previsto no mapa anexo 3.
Aprovado por unanimidade.---------------------
Aquilo que transmite informação faz homens e mulheres livres. E uma das lacunas de Portugal - por falta de hábito, de experiência, de cultura - é não ter cidadãos livres, informados, capazes de participarem de modo independente na vida pública.
(...) décadas de abertura com a emigração, a televisão, o turismo e, depois do 25 de Abril, as liberdades, as viagens, a integração europeia, a adesão, a liberdade do comércio. Os portugueses ficaram a conhecer o que há de melhor no mundo e portanto a ambicionar o que há de melhor no mundo. As pessoas querem ter o sistema médico sueco, o escolar dos noruegueses, as estradas dos alemães, os automóveis dos ingleses. Ambicionar uma coisa medíocre é em si mesmo um sinal de mediocridade. Os portugueses querem o máximo, simplesmente não são capazes de fazer o máximo: não têm organização, nem capital, nem empresas, nem experiência, nem treino.
(...) já estamos atrasados há 250 anos, porque perdemos 15 ou 20 anos com a guerra colonial, com uma ditadura que durou, durou, com uma Revolução que fez disparates, disparates. Tivemos de revolucionar e fazer a contra-revolução, nacionalizámos e privatizámos. Foi uma perda de tempo, de recursos, de energia e abriu feridas. Ainda hoje noto que Portugal tem uma maneira de fazer política mais crispada que muitos países da Europa. O primeiro-ministro, o chefe da oposição, os partidos da oposição falam uns com os outros no Parlamento aos gritos, evocando problemas de honra, evocando a mentira, a coragem, a vigarice. Nos debates parlamentares de Madrid, de Paris, dos Estados Unidos, ou até de Itália vemos que as pessoas são capazes de falar racionalmente, com bons modos e educação, sem que lhes falte energia ou têmpera. Mas nunca com esta crispação portuguesa, que se vem mantendo ao longo dos últimos 20 ou 30 anos. No fundo, o facto de os portugueses serem os mais pobres dos mais ricos cria uma terrível frustração... Fazendo parte dos ricos - parece paradoxal mas é verdade, há 150 países mais pobres que nós -, somos o último deles, e isso aumenta-nos a frustração. A distância entre o que temos e o que gostaríamos de ter é muito maior que noutros casos.
(...)comparando com países que tiveram recentemente de fazer profundíssimas reformas, como a República Checa, a Polónia, a Hungria, a Eslovénia, dou-me conta de que estão a ir mais depressa e melhor que nós. Estão mais consolidados e, tendo menos anos de democracia, parece que têm mais. Têm melhor cultura, melhor formação e usam muito melhor que nós os meios que têm.
Que mais falta?
Falta literacia. Tínhamos há 30 anos a mesma taxa de analfabetismo que a Inglaterra de 1800. Em matéria de alfabetização havia 150 anos de atraso. Porque é que os portugueses não lêem jornais? A falta de hábito de ler os jornais é muito importante, porque o jornal é a fonte de informação que mais está virada para o raciocínio, o pensamento, a participação. Quem vê televisão está geralmente em posição passiva.
Mas hoje a imagem é rainha. O apetite por um jornal nunca igualará o da televisão...
Mas quem tem como informação exclusiva a televisão subordina o raciocínio, o pensamento, o estudo, o lápis que toma as notas, às emoções. É mais fácil ser livre e independente com um papel na frente do que diante de uma imagem que é fabricada com som e se dirige às emoções e aos sentimentos e não à razão - ou pouco à razão. Sou consumidor de televisão e da net, mas o que quero dizer é que, ao contrário de todos os países europeus, quando os portugueses começaram a aceder à escola e a aprender a ler, nos anos 50 e 60, já havia televisão. Não se fez o caminho que todos os outros países da Europa fizeram, que foi dois séculos a lerem jornais e só depois com uma passagem gradual para a rádio e para a televisão.
(...)
Hoje estamos na "vida normalizada", em que os políticos fazem carreira e ela pode produzir pessoas interessantes, ou não. Não é uma vocação, é uma carreira. Diz-se que muitas pessoas competentes saíram da política mas fizeram-no porque dantes ela era uma vocação que se confundia com uma causa. Hoje há certamente pessoas capazes, o que têm é uma maneira muito diferente de fazer política.
Porque se fala tanto, há cinco ou seis anos, de um crescendo da propaganda política? Porque a vontade não é que as pessoas participem, mas que se limitem a subscrever, e passivamente. Se se quiser participação, há que respeitar as pessoas, dando-lhes conhecimento, informação e manifestando respeito pelas opiniões contrárias. Participar é isso. Quando não se quer que as pessoas participem faz-se propaganda: exigindo obediência ou impassibilidade.
Nunca houve como hoje um governo tão praticante da propaganda?
Há 15 anos que vem aumentando, aumentando... O último governo foi o que teve mais vontade e mais meios - que hoje são fantásticos: empresas, agências, inúmeras pessoas a trabalhar com esse objectivo...
(...)Em Portugal quase toda a gente depende do Estado, do governo, das instituições públicas oficiais, dos superiores, dos empregadores. Não há verdadeiros focos de independência. Depende-se de muita coisa: do alvará, de ter autorização, de ser aceite, da boa palavrinha do bom secretário de Estado que diz ao bom banqueiro que arranje uns bons dinheirinhos para fazer o investimento. A dependência é enorme. Não é asfixia, uma vez mais, é dependência. As pessoas têm receio pelo seu emprego, pelo seu trabalho, pelo trabalho da família. Conheço algumas que até têm receio de falar...
O país está muito doente?
Está dependente, doente não. Há um fenómeno de esgotamento, de cansaço. Entre 1960 e 1995 houve uma verdadeira cavalgada: fomos o país que mais cresceu e se desenvolveu na Europa, com uma mudança demográfica completa, outra nos costumes, algo de absolutamente fantástico! De repente chegámos a 90 ou 95 e percebemos que não tínhamos inovado nem criado muito... Fizemos auto-estradas - qualquer país com um cheque na mão as faz -, mas não fizemos novas empresas, novos projectos, novos produtos. E perdemos muito do que tínhamos: demos cabo da floresta, demos cabo da agricultura, demos cabo do mar. Três coisas imperdoáveis, três erros históricos. E não sei se ainda é possível voltar a prestar atenção à floresta, à agricultura, ao mar...
No Portugal de hoje que há que valha a pena?
Há coisas que se conseguiram: nas telecomunicações, na organização da banca, um bocadinho na universidade, outro bocadinho na ciência, numa ou outra indústria, na distribuição dos produtos de consumo diário (que está muito bem organizada). Mas são as excepções. No resto, importamos 4/5 do que comemos. Hoje, no produto nacional, 3% ou 4% são agricultura e alimentação, 20% ou 25% são indústria. Ou seja, produtos novos, feitos em Portugal, são 30%, menos de um terço. Que vamos exportar daqui a dez anos? E daqui a 20? Serviços? Quais? Financeiros, bancários, serviços de informações, serviços de quê? Estamos a quilómetros e quilómetros de distância da capacidade de exportação de serviços da Espanha, de Inglaterra, da França, dos Estados Unidos... Novas coisas, novas indústrias, novos projectos, novos planos, novas ideias, fizemos muito pouco. Chegados a 95, 96 ou 97, começaram a aparecer os países de Leste, apareceu a China, apareceram os grandes concorrentes. No fim da década de 90 já a Irlanda estava à nossa frente com inúmeras reformas feitas - embora hoje se encontre em dificuldades -, a Espanha também, e até a Grécia já nos estava a ultrapassar...
Que conclusão se impõe tirar? E isto para não lhe perguntar que caminho pisar...
Se não houvesse a Europa e se ainda houvesse Forças Armadas, já teríamos tido golpes de Estado. Estamos à beira de iniciar um percurso para a irrelevância, talvez o desaparecimento, a pobreza certamente. Duas coisas são necessárias para evitar isso. Por um lado, a consciência clara das dificuldades, a noção do endividamento e a certeza de que este caminho está errado. Por outro, a opinião pública consciente. Os poderes só receiam uma coisa: a opinião dos homens livres.Excertos da entrevista de António Barreto a Maria João Avillez, no jornal i.
Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...