sábado, 27 de fevereiro de 2010

Vencedores dos prémios Ler - Booktailors - Correntes d'escritas

Foram anunciados ontem à noite, na Póvoa de Varzim, os vencedores dos prémios LER/Booktailors/Correntes d'Escritas, que distinguem os melhores projectos na área da edição, em várias categorias.


Para além dos prémios atribuídos por um júri especializado e pelo público (que pôde fazer a sua votação online), houve ainda lugar para prémios especiais, que distinguem personalidades, projectos ou media ligadas ao mundo da edição.

Os vencedores:

Melhor Design de Literatura
Contos Completos, de Truman Capote, da Sextante Editora

Melhor Design de Não-ficção
Uma Ideia da Índia, de Alberto Moravia, da Tinta-da-China

Melhor Design Infantil e Juvenil
Trava-Línguas, de Dulce de Souza Gonçalves, da Planeta Tangerina

Melhor Design de Livro Escolar
História 9; Ana Oliveira e outros, da Texto Editora

Melhor Design de Arte e Fotografia
Berlim – Reconstrução Crítica, com coordenação de Pedro Baía, da Circo de Ideias

Melhor Design de Colecção
Colecção BisLeya, Leya

Melhor Design de Gastronomia
Receitas Go Natural, de Frederico Carvalho, pela Tinta-da-China

Melhor Fotografia Original
O Mundo é tudo o que acontece, de Pedro Paixão (texto e fotografia), pela Quetzal

Melhor Ilustração Original
Crónicas dos Bons Malandros, de Mário Zambujal, com ilustrações de João Fazenda, pela Quetzal

Nos prémios especiais, foram distinguidos:
Prémio Especial Carreira
Luís Oliveira, da Antígona

Prémio Especial Editora do Ano
Dom Quixote

Prémio Especial Editora Revelação
Editora Planeta Tangerina;

Prémio Especial Artes Gráficas
Jorge Silva;

Prémio Especial Tradução
José Bento

Prémio Especial Inovação
Colecção Literatura de Humor, da Tinta-da-China

Prémio Especial Livreiro
Duarte Nuno Oliveira e Caroline Tyssen (Livraria Galileu)

Prémio Especial Livraria Independente
Ler Devagar

Prémio Especial Jornalista ou Imprensa de Edição
Eduardo Pitta

Prémio Especial Blogue de Edição
Os Livros Ardem Mal

Prémio Especial promoção de autor português
Editorial Caminho, pela promoção de José Saramago

Assembleia Municipal #5 - 26 de Fevereiro 2010

A sessão teve início às 21h00, com a aprovação das actas nº 8 e 10, relativas às sessões de 27 de Novembro e 29 de Dezembro de 2009.

A primeira foi aprovada por 27 votos a favor e 2 abstenções. Relativamente à segunda, interveio o Sr. João Dinis (PS) para protestar pelo facto de não ter sido transcrita na íntegra a declaração de voto que havia apresentado.

O Sr. Ventinhas (PS) solicitou a correcção de algumas expressões, nomeadamente aquelas que designavam a moção aprovada como sendo a moção proposta pela CDU, alegando que a partir do momento em que as moções são apresentadas à mesa passam a ser da Assembleia.

Foi decidido proceder às correcções e apresentar a acta para aprovação na próxima sessão.

No período antes da Ordem do Dia, foi apresentada pela CDU uma moção de solidariedade para com os agentes culturais do Alentejo relativamente aos protestos sobre os apoios anuais às artes, que prevêem um máximo de 5 projectos a financiar para esta região, em montantes 4 a 5 vezes inferiores aos previstos para as regiões do Norte, do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo. A moção referia ainda o facto de a própria Ministra, Gabriela Canavilhas ter reconhecido a discrepância entre o montante a atribuir ao Alentejo e os previstos para outras regiões, tendo garantido que iria tentar alterar a situação.

Após discussão interna, a bancada do PS, pela voz do Sr. João Gomes, manifestou o seu acordo relativamente ao conteúdo, mas não quanto à forma, pelo que solicitavam a sua alteração.

Respondeu o Sr. João Ramos (CDU) salientando que o que estava em apreciação era o conteúdo, pelo que não haveria alteração à proposta.

Foi aprovada por unanimidade.

A Sra. Maria Fialho apresentou em nome da bancada do PS uma moção de solidariedade com as vítimas da intempérie na Madeira.

Foi aprovada por unanimidade.

O Sr. João Ramos apresentou em nome da CDU uma moção de protesto relativamente aos atrasos e constrangimentos na operacionalidade do Aeroporto de Beja.

Foi aprovada com 18 votos a favor (CDU e PSD) e 11 abstenções (PS e Indep.).

O Sr. Ventinhas (PS) questionou a Câmara sobre o relatório final da auditoria e solicitou ainda que fossem corrigidos os textos publicados na imprensa relativamente às moções aprovadas na sessão anterior, por apresentarem incorrecções.

Ordem de Trabalhos


1. Fiscalização dos actos da Câmara.

O Sr. Ventinhas (PS) questionou o Sr. Presidente da Câmara sobre a resposta do Ministério das Finanças relativamente ao empréstimo que se pretende excepcionar. Perguntou ainda se havia alguma alteração relativamente à situação da Herdade da Contenda.

A Sra. Sandra Santana (PS) questionou sobre a manutenção dos caminhos municipais, referindo especificamente a estrada que liga Moura ao Sobral e que identificou com sendo a Estrada 517, especialmente junto ao cruzamento com a estrada que liga a Santo Amador, por se encontrar em avançado estado de degradação e precisar de obre urgente.

Falou ainda sobre a questão do financiamento da obra da Ribeira da Perna Seca, uma vez que tem conhecimento da possibilidade de obtenção de fundos governamentais obtidos com o pagamento que os municípios fazem da taxa de recursos hídricos. Revelou ainda saber que a Câmara Municipal de Moura não havia procedido ao pagamento dessa taxa, o que inviabilizava o pedido de apoio financeiro.

O Sr. Manuel Bravo pediu informações sobre o processo de demolição de construções ilegais.

O Sr. Orlando Fialho (CDU) congratulou-se com a frente de obra que a Câmara está a desenvolver neste momento.

O Sr. João Gomes (PS) felicitou as Divisões que apresentaram relatórios da actividade desenvolvida para conhecimento da Assembleia, mas questionou a pouca informação apresentada pela Divisão de Obras e pela Divisão de Recursos Humanos, que apresentam resumos muito simplificados. Pediu que houvesse um esforço para o desenvolvimento da informação.

O Sr. João Ramos (CDU) destacou ainda algumas questões relativas à actividade da Câmara, a saber:
- A realização do concurso para a 2ª fase da Rede de Águas e Saneamento em Moura;
- O concurso para a obra da Ribeira da Perna Seca;
- O concurso para as infra-estruturas de loteamento B da Zona Industrial de Moura;
- A discussão da UP1 em Santo Amador;
- O início da obra da Rede de Águas e Saneamento em Sobral da Adiça, que teve a vantagem adicional de contribuir para uma ligeira diminuição do desemprego naquela freguesia;

Sublinhou ainda a importância de todo este investimento estar a ser feito apesar de estas questões não terem sido contempladas no PIDAC. Referiu ainda, relativamente à questão colocada sobre a Estrada Sobral-Moura, estar a verificar-se neste momento uma intervenção das Estradas de Portugal, embora aparentemente consista apenas na pintura da sinalização.

O Sr. José Valente (CDU) referiu a inauguração, há poucos dias, do Centro de Acolhimento às Micro-Empresas, concretizado através de uma parceria entre a Câmara Municipal de Moura e a Rota do Guadiana, e que se assume como uma ferramenta valiosa no desenvolvimento local. Igualmente importante é o novo Laboratório da Lógica (empresa municipal), com tecnologia pioneira a nível mundial no domínio da energia fotovoltaica.

O Sr. João Dinis (PS) questionou o Sr. Presidente da Câmara sobre o ponto da situação relativamente à obra da Ribeira da Perna Seca e sobre a calendarização e concretização das fases posteriores da Remodelação da Rede de Águas e Saneamento do Sobral da Adiça. Informou ainda ser necessária uma intervenção de fundo na estrada da Ribeira, não tendo a Junta de Freguesia capacidade para a realizar.

A Sra. Helena Romana (CDU) realçou a importância do protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal e a Freguesia de Santo Amador, que permitiu a conclusão da obra do Centro Cultural, com a qual se congratulou por ser um espaço de grande importância para todos os Santoamadorenses.

O Sr. Francisco Semião pediu a clarificação do apoio da Câmara Municipal ao Desporto Escolar, uma vez que esta actividade tem ajudado a divulgar o nome de Moura pela participação dos jovens em actividades desportivas. Pediu ainda informações sobre o ponto em que se encontra a obra de remodelação da EB1 de Santo Aleixo da Restauração, salientando serem necessárias obras em outras escolas, designadamente a EB1 da Póvoa de S. Miguel e a EB1 do Bairro 25 de Abril.

O Sr. Presidente da Câmara respondeu às questões colocadas:

- A resposta às questões colocadas pelo Sr. Ventinhas foi negativa.

- A intervenção na estrada Moura-Sobral será feita logo que seja possível, mas as condições climatéricas não têm ajudado. Segundo o novo protocolo de delegação de competências, a manutenção dos caminhos municipais passa a ser da competência das Juntas de Freguesia. Quanto à Ribeira da Perna Seca, a Câmara Municipal mantém a posição assumida anteriormente. Esclareceu no entanto que os fundos de financiamento disponíveis na Adm. Reg. Alentejo são conseguidos com o produto dos pagamentos dos municípios das Taxas de Recursos Hídricos, ou seja, primeiro as câmaras pagam e depois candidatam-se a receber o dinheiro de volta sob a forma de financiamento. Relativamente ao incumprimento da Câmara no pagamento, deve-se à discordância relativamente a este processo (tal como muitos outros municípios, inclusive do PS que consideram esta taxa inconstitucional), mas ainda assim, a CMM irá proceder ao pagamento. Lamentou ainda não ter sido inicialmente firmado por escrito o acordo inicial que previa o financiamento da obra por fundos comunitários, assumindo a Câmara a responsabilidade por 15% dos custos, e o Instituto da Água outros 15%. Infelizmente, esse acordo foi ignorado.

- As demolições de obras ilegais não têm sido efectuadas por terem ficado desertos os 3 concursos realizados para adjudicação da prestação de serviços. Provavelmente terão de ser realizadas por administração directa.

- Relativamente aos relatórios da actividade desenvolvida pelos serviços da Câmara, esclareceu ser possível a qualquer membro da Assembleia a requisição de informações mais detalhadas sobre qualquer assunto.

- A rede de águas e saneamento do Sobral será continuada após avaliação do trabalho desenvolvido na 1ª fase e logo que seja possível fazê-lo, não estando prevista qualquer calendarização.

- Informou ainda que a Divisão de Obras fez um levantamento de todas as obras necessárias devido às intempéries e outros danos, para preparação de uma empreitada.

- Relativamente à questão do apoio ao desporto escolar sublinhou tratar-se de uma actividade escolar. Informou que a intervenção na EB1 de Santo Aleixo da Restauração está a ser totalmente reformulada, que será resolvida a questão na EB1 da Póvoa e que a EB1 do Bairro 25 de Abril está incluída no Plano de Intervenção e Remodelação das Escolas.

Em relação ao pagamento das taxas de recursos hídricos, o Sr. Ventinhas (PS) referiu ter a Câmara Municipal no seu Regulamento taxas com as quais os munícipes não concordam e que mesmo assim não podem deixar de pagar. Considerou portanto que a CMM não deve entrar em incumprimento.

No capítulo económico chamou a atenção para o aumento da dívida a fornecedores e relembrou o facto de ter sido aprovada uma lei que entrará em vigor a 1 de Setembro e que impõe às autarquias limites de 30 ou 60 dias para o pagamento das facturas.

O Sr. Semião (PS) esclareceu ter referido o Desporto Escolar por haver frequentemente problemas de coordenação nos transportes pedidos à Câmara. Chamou ainda a atenção para as condições do Pavilhão, não as considerando dignas da prática desportiva. Questionou ainda a Câmara sobre o acampamento existente entre o Pavilhão Gimnodesportivo e o Estádio de Futebol.

O Sr. Presidente informou que a Câmara tenciona cumprir a lei quando for publicada e confessou não compreender o interesse do PS no Desporto Escolar, ao que o Sr. Francisco Semião respondeu ser professor e coordenador da actividade.

O Sr. Presidente disse então ter compreendido a participação do Sr. Semião na Assembleia enquanto Professor e não como membro eleito pelo Partido Socialista. Informou ainda que o acampamento referido se iniciou na gestão anterior, eleita pelo Partido Socialista.

2. Primeira Revisão ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano para o ano de 2010.

O Sr. Ventinhas fez algumas apreciações aos documentos apresentados.

Foi aprovada com 19 votos a favor (CDU, PSD e Indep.) e 10 abstenções (PS).

A sessão foi dada como encerrada perto das 23h00.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ajude. Não dói nada.

Agora que está na altura de apresentar a declaração de IRS, podemos aproveitar para ajudar uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Como? É simples:

0,5% dos impostos que pagamos podem reverter a favor de  uma IPSS à nossa escolha. Para isso, é necessário, apenas, indicar a denominação e o NIPC da entidade a quem pretende fazer o donativo no Anexo H, Quadro 9, Campo 02 do formulário.

Repare que não precisa de pagar absolutamente mais nada. Será o Estado a transferir posteriormente o montante correspondente a meio por cento do valor do seu imposto para a instituição que escolher.

Esta possibilidade está prevista no nº 6 do artigo 32º da Lei 16/2001, de 22 de Junho, que declara que o contribuinte que não deseje destinar uma quota do imposto para fins religiosos ou de beneficência, a uma igreja ou comunidade religiosa radicada no país, poderá fazer uma consignação fiscal equivalente a favor de uma pessoa colectiva de utilidade pública de fins de beneficência ou de assistência ou humanitários ou de uma instituição particular de solidariedade social.

Aqui vos deixo algumas sugestões de entidades que muito agradeceriam o contributo de todos nós. Lembrem-se que para ajudar basta um gesto, não é preciso pagar mais nada.

A.P.P.A.C.D.M. de Moura
NIPC 504 646 826

NIPC 502 744 910

NIPC - 504 568 566

NIPC 501 377 662

NIPC 502358769

NIPC 504 335 642

NIPC 502 002 859

NIPC 507416520

NIPC 500 883 823

NIPC 500 936 994

NIPC 500 967 768

NIPC 501 223 738

NIPC 502 665 548

NIPC 503 075 922

NIPC 503 170 151

NIPC 503 930 644

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

!!!


E no total, terão sido cinquenta anos de trabalho activo.

Adenda 1: Tudo tem uma explicação lógica. Só aumentando o tempo de trabalho nos será possível chegar perto do topo da carreira. Para os que entram agora, abre-se a possibilidade fantástica de chegarem a meio ou até, em casos de grande competência ou extraordinária capacidade de lamber botas, ultrapassarem o meio da carreira.

Adenda 2: Tive pesadelos esta noite, a imaginar uma Feira do Livro feita por esta malta com mais 27 anos em cima...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

E as ameixas da D. Ana Maria

Afinal, a Compal veio buscar ao concelho de Moura todo o "elenco" da sua nova campanha publicitária. A D. Ana Maria Marim é natural de Santo Aleixo e protagoniza o outro spot publicitário que está a passar nas nossas televisões.

Informação mais secreta que o Segredo de Justiça

No dia 20 a minha filha fez anos, por isso era natural que não tivesse ouvido falar de nada, tive pouco tempo para prestar atenção. No dia 21 vi vários programas informativos, incluindo os canais por cabo dedicados a esse fim e nada. Dia 22 passei os olhos pelos jornais e zero.

Foi tudo imaginação minha ou havia uma SMS* a circular para convocar uma manifestação espontânea de apoio ao primeiro-ministro para o dia 20 de Fevereiro? E então, quantos milhares foram? Por onde passou a manifestação, que ninguém viu nada? Não haverá uma única linha escrita sobre o assunto?
* "Está na hora do PS se unir e combater esta baixa campanha urdida pela direita dos interesses! Um partido que sempre lutou pela democracia e liberdade não pode aceitar calado este ataque sujo! Vamos de novo encher a Alameda da Fonte Luminosa [em Lisboa] no próximo dia 20 de Fevereiro, pelas 15 horas! Vamos repudiar esta campanha suja contra o PS e Sócrates e mostrar bem altas as nossas bandeiras. Divulga"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Um dia pode ser você

Hoje assinala-se o Dia Europeu da Vítima de Crime.













Veja Aqui como pode ajudar a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lido e copiado - 1

Pedro Correia, no Delito de Opinião

Durante um par de horas, fui acompanhando, quase incrédulo, as imagens dramáticas que nos chegavam da Madeira após dez horas consecutivas de chuva torrencial. A fúria da água, transportando incalculáveis quilos de lama, transformou ruas, praças e avenidas em violentos caudais que arrastavam tudo quanto surgia pela frente. A Avenida Arriaga, a Rotunda Sá Carneiro, a Rua 5 de Outubro, a Marginal do Funchal totalmente irreconhecíveis. A ponte junto ao Mercado dos Lavradores destruída. Horas de pânico na capital madeirense e também na bela vila da Ribeira Brava. O aeroporto de Santa Catarina fechado, o porto do Funchal também. Balanço provisório da tragédia: 32 mortos. Infelizmente com tendência para aumentar, pois é grande o número de pessoas desaparecidas.

Portugal está de luto. Portugal inteiro? Não: algures no Porto, a meio da tarde, um político fala aos militantes do seu partido, com direito a transmissão directa no canal público de notícias. Pura acção de propaganda, ao jeito a que este político já nos habituou. E que diz ele? Repete que os jornalistas cometeram "crimes" ao divulgar escutas telefónicas. Proclama, como se ele próprio acreditasse nisso, que Portugal "foi dos primeiros países a sair da recessão técnica" e que "podemos esperar crescimento económico já em 2010". Empolgado pela sua própria oratória, afirma: "Aumentámos o défice para evitar que o desemprego subisse." Estranhamente, sem escutar um coro de gargalhadas na sala.

O político a que me refiro é José Sócrates. Insensível à tragédia ocorrida numa parcela do território nacional, teimou em manter o discurso aos militantes do seu partido, como se a hora não fosse de luto. Confirma-se: para ele a propaganda está sempre em primeiro lugar. Nunca conseguirei espantar-me o suficiente com a falta de sentido de Estado deste homem.

Menos uma jornada para o final da época.

A minha Meo box (passe a publicidade) tem 126 gravações acumuladas. Vou enfiar-me num sofá e despachar episódios até ficar anestesiada e esquecer que o Sporting já jogou esta jornada e fez aquilo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mariana

O parto estava previsto a partir de 10 de Março. Em meados de Fevereiro, com quase 37 semanas de gravidez, achei que era a altura indicada para fazer limpezas de fundo lá em casa, para que tudo estivesse pronto quando o bebé nascesse.

Planeei tudo muito bem: Estava de férias, por isso de manhã faria limpeza, de tarde passava pela biblioteca, até que o momento do parto chegasse. Comecei pela cozinha, já sabia que seria a divisão que exigia mais paciência.

O armário estava cheio de louça, mas achei que o conseguia desviar sozinha. A dor foi rápida e instantânea. O “Ai!” deveu-se mais à surpresa do que propriamente à intensidade. Fiquei quieta, mas não aconteceu mais nada, tudo parecia normal.

À hora do almoço, o primeiro sinal. Fui tomar duche, já nem almocei. Os telefonemas do costume, ao médico, à família, à biblioteca e lá fui, a caminho de Évora.

Lembro-me de passar pela ponte da barragem de Alqueva. A construção parecia finalmente recomeçar e por isso, havia sempre gente a observar e a aproveitar os primeiros dias de sol do inverno. Olhei e pensei: “Fiquem aí a olhar para as obras, eu vou ter um filho!”

Fui internada pela mão de um enfermeiro nervoso, preocupado e espantado com a minha boa disposição e descontracção.

- Não se preocupe, já é o segundo. Está tudo bem.

Mas não estava. Quando me inclinei para abrir o saco de viagem, tudo se precipitou. O líquido amniótico era tudo o que não deveria ser. O exame médico, e a sentença:

-Preparem-na imediatamente, tem de ir para o bloco.

Enquanto protestava porque, na minha infinita sabedoria e conhecimento ilimitado, não via razão nenhuma para fazer cesariana, não tive tempo nem oportunidade de ter medo.

O peso do efeito da anestesia não me deixava perceber o que era pior, se o frio, se aquela dor funda que me atravessava a barriga. À minha volta vozes iam e vinham, enquanto eu me esforçava por manter os olhos abertos. O relógio estava à minha frente, mas não conseguia interpretar a posição dos ponteiros.

- O que é que eu tive?
- Uma menina. Já sabe que nome lhe vai dar?
- Sim, é Mariana.

Outra vez a escuridão. E as vozes à minha volta. Chegou a pediatra que assistira à cesariana.

- Tente acordar, a sua menina está à sua espera no quarto. Foi um grande susto, a placenta descolou, mais 15 minutos e podia não ter sobrevivido, ou podia ter nascido com problemas muito graves.
- Mas está bem?
- Sim. Prepare-se, porque tem ali uma força da natureza. Qualquer bebé com menos força não teria aguentado, mas com ela está tudo bem.

Durante muitos meses recordei estas palavras, a pensar literalmente que “a mulher devia estar doida”. A Mariana era a bebé mais calma e tranquila que conheci, e todos os meus filhos foram bebés muito calmos. Dormia horas e horas, nunca chorava. Durante a licença de parto, levava-a comigo quando ia à biblioteca, dentro da alcofa. Passava ali horas, quietinha, sem incomodar ninguém.

Até aos nove meses.

Desde então, e até hoje, continuo a lembrar-me das palavras da pediatra e penso “como é que ela conseguiu perceber aquilo nos poucos minutos do parto?”

Dona de uma personalidade fortíssima, a Mariana é determinada e corajosa. É incapaz de pactuar com mentiras e sente-se perdida perante atitudes de deslealdade. Responsável, trabalhadora, organizada e perfeccionista, tenho de lhe dizer muitas vezes que a adulta sou eu, e que não se pode preocupar com tudo o que a rodeia.

Argumenta, discute, insiste e leva sempre a água ao seu moinho. Talvez eu seja a única pessoa no mundo que lhe consegue fazer frente quando mete uma ideia na cabeça. Talvez porque passámos juntas, sozinhas, por aquele momento. Eram 19h05 do dia 20 de Fevereiro de 1997.

Parabéns, filha.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vamos ao Teatro

O Grupo de Teatro d'Os Amarelos vai levar a cena um novo espectáculo. Toma lá... revista estará no Cine-Teatro Caridade a 26, 27 e 28 de Fevereiro.

Não se atrasem a reservar lugar porque a casa costuma encher muito rapidamente. As marcações podem ser feitas através do número 914 555 976.

A ameixa do "Cabrinha"

O novo filme publicitário do Compal Clássico Ameixa não foi interpretado por actores profissionais, mas sim por "real people". O concelho de Moura está representado pelo Sr. Antonio da Amareleja, mais conhecido como o Cabrinha. Veja aqui o spot:

Obrigada

...
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver

e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
p'ra receber daquilo que aumenta o coração
...

Restolho (Mafalda Veiga)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Hoje é o dia



Quando penso o que passei,
Fronteiras de solidão,
Tinha p'ra dar e não dei,
Olhei p'ra trás e pensei,
Não tenho nada na mão.

Tive o tempo e não senti,
Tive amores e não amei,
Os amigos que perdi,
E as loucuras que vivi,
São tantas que já não sei.

Quem eu era?
Quem sou e quem pareço?
Se alguém hoje me espera,
Com certeza que mereço.

Mereço ainda,
Amor, tua presença,
Para enfrentar a vida
Com a ternura dos 40.

Foram tantas as idades
Da vida que atrás deixei,
Não quero sentir saudades,
Vou em outras amizades,
Amar o que não amei.

Os copos que não bebi,
Os discos que não toquei,
Os poemas que não li,
Os filmes que nunca vi,
As canções que não cantei.

Meus amigos,
Importante é o sorriso,
Para seguir viagem,
Com a coragem, que é preciso.

Não adianta,
Deitar contas à vida,
A ternura dos 40
Não tem conta nem medida.

Não adianta,
Deitar contas à vida,
A ternura dos quarenta
Não tem conta nem medida.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Humm...

O Presidente da Assistência Médica Internacional, Fernando Nobre, avança com a candidatura à Presidência da República, segundo avança o semanário Expresso. A apresentação púlica será feita na próxima sexta-feira, pelas 20.00, no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.


Fernando Nobre foi apoiante da candidatura de Mário Soares em 2006 e mandatário nacional do Bloco de Esquerda nas últimas eleições europeias.

Nas últimas autárquicas fez parte da comissão de Honra da candidatura de António Capucho (PSD) a Cascais.

É licenciado em Medicina e é também o criador e presidente da AMI, organização humanitária fundada em 1984. Começou por fazer parte da organização francesa Médicos sem Fronteiras e foi desafiado pelo então Ministro da Saúde, Maldonado Gonelha, a criar uma organização semelhante em Portugal.

A importância de estudar História, mesmo nos cursos de engenharia por correspondência

Alegre dá apoio e quer conversar com Sócrates

O PS está a cerrar fileiras e a mobilizar-se para responder às pressões de vários sectores e às críticas da Oposição ao Primeiro-Ministro pelo seu alegado envolvimento num plano para controlar a Comunicação Social. A este ‘toque a reunir’ não faltará sequer Manuel Alegre.

Segundo apurou o Correio da Manhã junto de fontes partidárias, o candidato à Presidência da República, embora já não integre qualquer órgão dirigente do partido, já fez chegar ao secretário-geral, José Sócrates, uma mensagem de apoio e uma sugestão para um encontro.

Note-se que alguns sectores socialistas afectos a Manuel Alegre têm vindo a criticar a actuação de José Sócrates sobre uma alegada falta de diálogo no partido e ausência de orientação política e debate interno. Contudo, a convocação dos principais órgãos do partido por iniciativa do líder veio acalmar a situação.

(…) O Secretariado Nacional [reúne] hoje às 13h00 e [a] Comissão Nacional Sábado, às 10h00 (…) está prevista para hoje a reunião do grupo parlamentar e uma reunião geral de militantes sábado à tarde no Porto. O processo culmina numa Convenção ‘Novas Fronteiras’ no dia 20 de Março”
No Correio da Manhã de hoje

1. Apoiei Manuel Alegre na corrida à liderança do PS contra José Sócrates. Ao contrário de quem o criticava por se manter no PS não concordando com o rumo do partido, sempre defendi que Alegre tinha o direito de lutar, por dentro, pela recondução do PS ao seu verdadeiro rumo, às suas bases socialistas. Aliás, entre Alegre e Sócrates, era o primeiro quem verdadeiramente representava os ideais do partido.

2. Apoiei e votei em Manuel Alegre nas últimas eleições presidenciais.

3. Se a notícia que aqui reproduzo se confirmar, não votarei em Manuel Alegre nas eleições do próximo ano, mesmo que isso signifique ter de engolir Cavaco Silva com bolo-rei e tudo.

4. Toda a gente tem o direito de mudar de opinião e de postura política. O que aqui me incomoda é não ter havido nenhuma mudança. Trata-se simplesmente de um aproveitamento, de pedir esmola na forma de apoio partidário.

5. Em Agosto de 1788, por determinação do Rei Luís XVI, na tentativa de acalmar os ânimos numa França indignada pelo regime absolutista e pela prepotência do poder real, reuniram-se os Estados Gerais, com representação das diferentes classes sociais. Aparentemente serenados pela concessão de algumas reivindicações simbólicas, os elementos do Terceiro Estado (Povo) acabaram por tomar consciência do seu poder e da força da sua representatividade. Os conflitos sucederam-se, e a 14 de Julho de 1789, a tomada da Bastilha acabou por ficar para a História como o momento de viragem na completa reestruturação política, social, cultural e de mentalidades que hoje conhecemos como Revolução Francesa.

Luís XVI acabaria por ser julgado e condenado, assim como todos os "acólitos" que o rodeavam na expectativa de usufruir os luxos da Corte. O absolutismo afundou-se perante a força e a convicção dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

Conseguem ver alguma semelhança com a actualidade?



Núcleo Sportinguista de Moura

E hoje, em dia de aniversário, o blogue do Núcleo Sportinguista de Moura vai iniciar uma nova fase, e vai passar a ser escrito a várias mãos. Já lá deixei a minha primeira mensagem, que é aquela que está aqui por baixo.

A todos os que me visitam aqui, e já vão sendo alguns, fica o convite para integrarem também este blogue na vossa lista de leitura. Serão sempre bem-vindos.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Porque sou sportinguista

A minha mãe e o meu pai sempre foram adeptos daquele clube que agora tem o estádio em frente ao Colombo. Na casa dos meus pais nunca se falou muito de futebol. Por isso, quando entrei para a Escola Preparatória (actual 2º ciclo), fiquei um pouco abananada quando me perguntaram pela primeira vez de que clube era. Foi aí que comecei a prestar atenção.

Na minha turma e entre os meus amigos, o Sporting estava em minoria e até dava aflição quando perdiam um jogo. O resto da malta apresentava-se na segunda-feira sedenta de vontade de espezinhar, humilhar, enxovalhar.

Se às vezes a situação se invertia, os poucos sportinguistas perdiam imediatamente o direito a demonstrar a sua alegria. Os matulões encarnados não viam com bons olhos a audácia dos poucos verdes que se atreviam a chegar sorridentes à escola ou, pior ainda, gozar um bocadinho com alguma derrota dos adversários.

Por isso, a pouco e pouco, as coisas foram-se definindo no meu espírito. Nunca poderia apoiar aquela soberba e presunção dos encarnados. Por outro lado, cada vez simpatizava mais com o Sporting e com os sportinguistas.

Quando andava no 6º ano, o Sporting, contra todas as expectativas divulgadas na comunicação social, ganhou um derby (se acham a imprensa tendenciosa, experimentem ser do Sporting). Não sei o resultado, duvido que tenham sido os famosos 7 a 1, mas sei que fiquei tão contente como só costumava ficar no dia dos meus anos. Percebi que me tinha tornado Sportinguista, de corpo e alma. E acreditem, não foi fácil, porque mais ou menos por essa altura o Sporting começava a longa travessia no deserto que haveria de durar 17 anos.

Embora não o tenha feito propositadamente, sei que o meu entusiasmo acabou por contagiar quase toda a minha família. É claro que a entrada do meu cunhado Francisco Manta para o clã foi determinante para o sucesso, e foi verdadeiramente em família que comemorámos os dois campeonatos com que o Sporting quebrou o jejum.

Acompanho os relatos pela rádio, recebo as sms do costume no telemóvel quando o Sporting perde e acho piada ao seu silêncio imóvel quando estamos a vencer. Grito quando há golo e respiro fundo quando a bola entra na nossa baliza.

Há golos inesquecíveis: o ombro de Miguel Garcia ou o ímpeto do Rui Patrício a atravessar o campo no último minuto para marcar e decidir o jogo. Os treinadores Augusto Inácio, Lazslo Bölöni e Paulo Bento. E jogadores: o Jardel sempre a mexer no cordão dos calções ali perto da área e depois, golo! Os guarda-redes Schmeichel e Ricardo, o André Cruz, o Acosta, Beto, Hugo Viana e o Pedro Barbosa. E agora o miúdo, João Moutinho e claro, Liedson. Meia equipa nas pernas, no espírito e na garra daquele Levezinho.

E momentos tristes, que nos fortaleceram: O penalty falhado de Miguel Garcia contra os encarnados, o silêncio da final da Taça UEFA em Alvalade e a desilusão gelada da primeira Taça da Liga no Estádio do Algarve.

Ninguém consegue imaginar a euforia que se vive na minha casa quando o Sporting marca e ganha. E quando perde, a sensação que nos invade de desilusão, de oportunidade desperdiçada...

Sim, eu sei que este ano tem sido trágico nesse aspecto, mas é precisamente nestes momentos, quando a derrota pesa e o desânimo parece não querer levantar âncora, que me apetece dizer a cada pessoa que encontro na rua:

Olá. Sou a Zélia. Mãe, Bibliotecária e Sportinguista.



O Núcleo Sportinguista de Moura completa dezasseis anos no dia 17 de Fevereiro. À minha família sportinguista, muitos parabéns. Na minha lista de boas memórias estão gravadas as horas de trabalho nas tasquinhas e as excursões a Alvalade. Mas o que está à nossa frente é o futuro, a nova sede, mais petiscos e muitos, muitos gritos de golo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Estudantinas

A vila de Amareleja tem uma forma muito peculiar de viver o Carnaval. As estudantinas percorrem as ruas ao som do acordeão, enquanto os seus elementos cantam quadras de "má-língua" com pontaria afinada.

De taberna em taberna, ou de casa em casa à procura de petisco, o grupo vestido a rigor dispõe-se em roda e canta em coro o que anda na boca do povo. Tradicionalmente, à Segunda-feira, as Estudantinas fazem a crítica à vida social local, com uma atenção especial aos adultérios. Na Terça-feira gorda, o desfile oficial tem outros alvos: A política e os políticos, locais e nacionais.

Embora os visados nunca sejam identificados, a redacção das quadras e a forma como os episódios são representados publicamente não costumam deixar margem para dúvidas.

Para quem ainda nunca assistiu, aqui está a oportunidade:


E para apreciarem devidamente o valor deste Carnaval, por favor, leiam isto. Subscrevo palavra por palavra.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ainda há esperança

A nossa sorte é que após o país ter vivido a semana em que o pós-Sócrates deixou de ser tabu no PS, também somos capazes de um grande exemplo de solidariedade, com centenas de portugueses a entupirem os centros de recolha de sangue em todo o país.
Num tempo em que Portugal se deita e acorda sob intensos raios de polémicas, guerras, acusações e más notícias, ver mais de um milhar de cidadãos, de todas as idades, a correrem em massa para responder à grave escassez de sangue que o País vive, neste momento, é uma lufada de ar fresco.

A prova de que há portugueses para além dos que conduzem os destinos do País ou ambicionam fazê-lo, dos que aparecem na televisão ou têm o privilégio de ter voz nos jornais e nas rádios.
Portugueses capazes de esquecer, por um momento, todas as dificuldades que enfrentam actualmente e contribuem de forma voluntária para, com um pequeno gesto, salvarem vidas. Literalmente.
Um exemplo de gente anónima, sobre o qual se deve reflectir. E, mais importante, seguir. À letra ou noutras oportunidades que a vida coloque à disposição.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

E esta, hein?


O consumo moderado de alguns tipos de cerveja pode ajudar a fortalecer os ossos, diminuindo os riscos de Osteoporose, segundo um estudo americano publicado pela revista especializada Journal of the Science of Food and Agriculture.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Pensávamos que nunca mais lhe veríamos a cor


Publicado por Henrique Monteiro em http://henricartoon.blogs.sapo.pt/



Ouçam, vale mesmo a pena.

O polvo


Não sendo um jornal de referência, um "fazedor" de ideias e movimentos, o jornal Sol pode hoje assumir-se como o símbolo de um país farto de histórias pouco secretas de um governo podre.

Nenhum chefe de governo se pode comportar desta maneira.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Haverá sol amanhã?


O semanário Sol anuncia que terá amanhã uma primeira página com o título "O Polvo", com informações sobre o processo Face Oculta. Um administrador da PT, chamado Rui Pedro Soares interpôs uma providência cautelar para impedir a pulicação das notícias com informações sobre o alegado plano para controlar a comunicação social nacional e condicionar jornalistas (aquilo a que o nosso Primeiro chama "resolver problemas").

Aparentemente, o director do jornal e as jornalistas visadas tiveram conhecimento da providência cautelar pela comunicação social, mas não chegaram a ser notificados, porque o funcionário judicial não passou da porta de entrada do edifício onde fica a sede do jornal, e portanto, não concretizou o acto de notificação. Segundo consta das várias notícias que li a este respeito, não foi possível localizar o paradeiro de José António Saraiva, Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo.

Concluindo, o Sol, cujos exemplares que serão vendidos nos países de língua lusófona já seguiram para o destino, foi impresso como previsto, ignorando a existência da providência cautelar, uma vez que esta só produz efeitos quando notificados os visados. Resta saber se chegará às bancas aqui em Portugal.

Parece tudo uma palhaçada, e infelizmente, é mesmo. Mas a grande palhaçada em que o país se tornou só é possível porque o chefe de governo que deveria estar sempre acima de qualquer suspeita, anda há anos a chafurdar no pântano dos casos: Diplomas de licenciatura obtidos a um domingo, exames feitos via fax, envolvimento nos casos Freeport e Face Oculta, as trapalhadas com o Magalhães, etc., etc.

Por muito menos, por coisas que agora, à dimensão da nossa realidade parecem insignificantes, outros demitiram-se e afastaram-se dos lugares que ocupavam. Só Sócrates insiste e persiste.

Até quando?

Preso nº 46664


O mundo celebra hoje 20 anos sobre a libertação de um dos mais grandiosos Homens da História, após 27 anos de prisão.

Nelson Mandela, actualmente com 91 anos, foi o mais importante e emblemático líder do movimento anti-apartheid. Preso em 1962, com uma sentença de cinco anos de prisão, viu a sua sentença alterada apenas 2 anos depois para prisão perpétua.

Enquanto a África do Sul vivia sob um regime de segregação racial, o mundo inteiro erguia a sua voz para exigir a libertação de Mandela. A pressão internacional e a campanha interna do Congresso Nacional Africano (ANC), conduziram finalmente à sua libertação a 11 de Fevereiro de 1991 por ordem do Presidente do país, Frederik Willem de Klerk, com quem viria a partilhar em 1993 o Prémio Nobel da Paz.

A sua experiência de luta contra o apartheid, a sua postura moderada no período de transição para uma ordem democrática sem segregação, o claro objectivo de operar a reconciliação nacional que norteou as suas relações com o Presidente de Klerk, valeram-lhe um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro. Mandela é provavelmente o político com maior autoridade moral no continente Africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de apaziguador de tensões e conflitos.

As primeiras eleições multirraciais do país, realizadas em 1994, tornaram-no no primeiro Presidente negro da nação sul-africana. Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos, com especial destaque para a luta contra o flagelo da SIDA.

"Nem todos os países têm um Nelson Mandela, fomos abençoados" (Arcebispo Desmond Tutu)

Todos pela liberdade


Pense antes de publicar III

A Biblioteca Municipal de Moura promove hoje uma acção de formação sobre Internet Segura.


No seguimento dos posts sobre segurança na Internet, aqui ficam mais algumas dicas de prevenção:

Telemóveis

Um telemóvel também é vulnerável a certos perigos, como os do phishing, SPAM, roubo de identidade e cyberbullying.

Câmaras fotográficas
Se alguém tirar uma fotografia a uma pessoa sem a sua autorização (por exemplo, nuns balneários) e a colocar na Internet, isto constitui um acto de cyberbullying.

Cyberbullying
O cyberbullying aplica-se aos telemóveis também, na medida em que é possível receber uma mensagem (SMS), imagem (MMS) ou chamada cujo propósito seja o de intimidar, incomodar e/ou ameaçar, entre outros.

SPAM
Embora não seja por si só, um perigo, o SPAM (mensagens de texto ou outras contendo informação/publicidade não solicitada) pode ser extremamente incomodativo, na medida em que podemos receber inúmeros SMS que não nos interessam, a diversas horas do dia.
Contudo, tenha em atenção que o SPAM também pode conter phishing, pelo que deverá tratar estas mensagens com cuidado e reserva.

Bluetooth
O Bluetooth pode, se o utilizador não for cuidadoso, ser um meio de invasão da privacidade. Se deixar o Bluetooth ligado, é possível a terceiros aceder sem autorização às informações do seu telemóvel. Para evitar que isto aconteça, desligue esta funcionalidade depois de efectuar a transferência de dados.

Vírus
Embora seja ainda pouco comum receber vírus no telemóvel, este perigo já existe e terá tendência, a par das outras tecnologias da comunicação, a crescer com o tempo.

Que cuidados devo ter?
  • Evite dar o seu contacto telefónico a desconhecidos
  • Não responda a mensagens cujo remetente é desconhecido
  • Evite atender chamadas não identificadas
Telemóveis nas mãos dos jovens
  • Os SMS de desconhecidos - Os SMS são, a par com o envio de correio electrónico, uma das técnicas de sedução mais utilizadas pelos molestadores.
  • Não ter o telemóvel sempre à vista de todos, já que os jovens são o alvo preferencial de furtos e/ou roubos.
  • Evite ter o bluetooth sempre activo e desprotegido
  • Escolher bem o tarifário e registo de chamadas
  • Nunca deixar o telemóvel sem saldo, pois nunca se sabe quando pode ser necessária uma chamada de emergência

E há dias assim


Olá!

Graças àquelas mensagens amigáveis de ontem, o meu blogue registou um recorde de visualizações. Várias pessoas fizeram questão de deixar aqui o seu testemunho de solidariedade, enquanto outras me telefonaram ou fizeram questão de estar comigo para manifestarem o seu apoio. A todos, muito obrigada. Mesmo às mentes iluminadas que escreveram aqueles chorrilhos de disparates. Sem vocês, teria perdido a oportunidade de ver como há pessoas que se preocupam tanto comigo.

Tenho que confessar que o dia de ontem me deixou a auto-estima em alta. Às vezes não sabemos apreciar a sorte que temos, nem ver o que está mesmo à nossa frente, e depois, de repente, tudo se torna mais claro. 

Aos meus amigos, especialmente àqueles a quem não arranjei emprego, à minha irmã Marta, que entrou para o quadro antes de mim mas já sob a poderosa influência do apoio que eu viria a dar à CDU a partir de 2005, ao Zé, ao João, à Ana, à Zeza, à Marta, Sandra, Patrícia, Ana, Elsa, Cláudia, Carlos, Zé Francisco, todos beneficiados com a minha cunha, deixo aqui esta música. Foi esta a mensagem que eu recebi de vocês ontem. Obrigada.


When you're weary
Feeling small
When tears are in your eyes
I will dry them all

I'm on your side
When times get rough
And friends just can't be found
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down

When you're down and out
When you're on the street
When evening falls so hard
I will comfort you

I'll take your part
When darkness comes
And pain is all around
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down

Sail on Silver Girl,
Sail on by
Your time has come to shine
All your dreams are on their way

See how they shine
If you need a friend
I'm sailing right behind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Há pessoas assim

Há pessoas assim, frustradas. Há pessoas cobardes. Há pessoas desesperadas. Há pessoas que não conseguem imaginar que possam existir outras pessoas, sem medo de dar a cara, que tenham a coragem de assumir as suas escolhas.

A pessoa que me enviou estes mails que vou publicar aqui pensava que eu não tinha coragem de os publicar, por isso até enviou dois. A pessoa que me enviou estes mails e que me acusa de ter falta de memória, deve ter-se esquecido que eu tenho uma belíssima memória, quase fotográfica.

Eu não me esqueci de tudo o que sei, e da mesma forma que publico hoje os mails, posso amanhã publicar algumas histórias "comoventes".

Aqui ficam estes testemunhos da fraqueza de quem não consegue vencer pelo mérito e opta pelos golpes baixos.

A Zélia deve estar com um problema gravissimo de amnésia, pois deves consultar urgentemente um neurologista ou então um psiquiatra,só que as pessoas que te conhecem é que não se encontram nessa situação e então ainda não se esqueceram o que tu sempre foste políticamente e o partido que sempre defendeste,que espézinhava os comunistas de todas as maneiras e feitios, o que será que tu queres mais da Câmara para te teres mudado tão rapidamente para o PCP? Já arranjas-te emprego para a tua familia toda na Cãmara , para os teus amigos, até os que ainda estão para nascer já lá têm o lugar guardado. realmente estas pessoas não têm o mínimo de dignidade, não olham a meios para atingirem os fins. Mas eu não te culpo a ti nem a pessoas como tu mas sim quem dentro do PCP de Moura lhes dá tanta importância. Por essa razão é que eles vão ficando rodeados só com os oportunistas e os verdadeiros comunistas se afastam dessa gente.

---

Quem diria, a Zélia a criticar a política dos seus camaradas do PS,francamente deve estar com grande falha de memória rapidamente se esqueceu dos seus idiais que sempre defendeu, aconselho-a a ir a uma consulta urgente, de um neurologista ou então talvez psiquiatra,pois está mesmo a precisar, é que as outras pessoas não se esquecem o odio que ela tinha aos comunistas,como foi possivel ela esquecer-se tão rapidamente? as pessoas ditas normais e que têm boa visão percebem perfeitamente que tudo isto é puro oportunismo. Como já conseguiu empregar na Câmara toda a familia dela e amiginhos talvez agora ande já a tentar lugar para as filhas e os que ainda irão nascer?....... que fraqueza de espirito, mas a culpa não é tua é das pessoas ligadas ao PCP em Moura que te dão importância e a pessoas como tu , que não olham a meios para atingir os fins.

Nota: Ainda não preenchi a ficha, mas hoje fiquei com tanta vontade...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Antes de começarem a mandar SMS...

...queria dizer que tenho a roupa toda passada a ferro, ainda é cedo para limpezas de primavera e está frio para fazer caminhadas, portanto esta noite, durante aquela hora e meia de drama na segunda circular, vou estar refastelada a ver as minhas séries na televisão.

Já vos poupei uma data de mensagens, não foi?

Pense antes de publicar II




Os blogues

Um blogue é um sítio de Internet criado por um ou vários indivíduos (os “bloguistas”) e cujo propósito é o de partilhar informação da mais variada ordem. É tido como uma espécie de diário online, onde os utilizadores autorizados criam os seus textos (designados de “posts”), assumindo assim as suas posições relativamente a várias temáticas específicas.

A informação colocada num blogue é apresentada de forma cronológica, sendo que os artigos mais recentes são vistos em primeiro lugar e os mais antigos são disponibilizados depois.

A maioria dos bloguistas autoriza que os seus textos sejam comentados. Esta funcionalidade permite que quem acede aos blogues deixe a sua opinião ou coloque perguntas, produzindo uma interacção entre autores e leitores.

Os blogues têm ganho cada vez mais adeptos, assumindo até, em alguns casos, uma posição de influência política relevante. Outros blogues podem destinar-se à venda de determinados produtos, à acção solidária ou à divulgação de trabalhos ou projectos.

Apesar de poderem ser um veículo interessante de partilha de informação e ideias, os blogues também não estão isentos de perigos, tal como outras funcionalidades da Internet:

SPAM, phishing ou outros
Um blogue público e sem qualquer restrição de comentários por parte de terceiros é um alvo fácil para indivíduos ou grupos mal-intencionados.

Perseguições online e offline
Dado que é uma forma de exposição pessoal, um blogue pode ser alvo de cyberbullying.Um bloguista pode verificar que algo que escreveu num artigo foi mal interpretado ou, pura e simplesmente, e sem qualquer tipo de justificação aparente, o seu blogue foi inundado de insultos, ameaças e impropérios. Tal como noutros meios de comunicação pela Internet, o bloguista deverá evitar usar informação desnecessária de natureza pessoal.

Imagens
Tal como já foi referido em algumas secções de outros perigos, a colocação de imagens pessoais na Internet pode levar outros a apropriarem-se indevidamente delas. Pense bem antes de colocar as suas imagens no blogue.

Blogues de apologia a doenças, discriminação, ódio, entre outros
Como foi referido, os temas dos blogues podem ser de natureza variada. Existem blogues de apologia de comportamentos que podem levar a doenças, como a anorexia, onde se exprimem opiniões que podem levar os mais influenciáveis (por vezes, crianças e adolescentes) a iniciar e/ou manter comportamentos lesivos para a sua saúde.

Nestas situações, tal como para outros conteúdos que envolvam riscos para utilizadores menos preparados, como por exemplo para crianças, é necessário um acompanhamento familiar adequado.

Responsabilização pelos conteúdos
O bloguista é responsável pelos conteúdos inseridos no seu blogue. Contudo, esta responsabilização nem sempre é levada a sério, e muitos bloguers já foram os autores de situações lesivas para terceiros. Embora nem sempre seja propositado, é importante educar os utilizadores deste tipo de serviço para pensarem um pouco antes de colocarem algo no seu blogue, e quais as consequências desse acto, que podem até ser legais.

Que cuidados devo ter?

 •Não disponibilize informação privada inadvertidamente

• Não forneça a sua palavra-passe a terceiros

• Tenha atenção aos links que coloca (podem fornecer informações pessoais a seu respeito que não pretende distribuir).

• Defina regras e fronteiras relativamente aos temas que vai abordar, ao tipo de linguagem e o género de comentários que vai aceitar ou rejeitar

• Evite colocar imagens pessoais

• Tenha planos para o caso de as coisas correrem mal. Mantenha um registo de todos os conteúdos relevantes, tais como os artigos mencionados, o autor das ameaças e as horas das ameaças, e aja de forma a proteger-se, dando conhecimento da situação a terceiros. Se for necessário, envolva as autoridades

• Moderadores para os menores de idade: Se o autor do blogue for um menor, cabe ao educador o papel de moderador, seguindo atentamente o blogue e envolvendo-se na actividade do seu educando.

Pense antes de publicar

Hoje comemora-se o Dia da Internet Segura. Em todo o mundo, milhões de pessoas utilizam diariamente a Internet, quer seja por lazer, quer como fonte inesgotável de recursos de informação. Sendo uma ferramenta poderosíssima, comporta muitos riscos, especialmente para os mais jovens, que já nasceram na “Era Internet” e tomam este universo como um dado adquirido, subestimando o papel negativo de algumas situações.

Os adolescentes, em especial entre os 12 e os 16 anos partilham publicamente fotografias, vídeos, contactos e conversas, esquecendo-se por exemplo, que uma vez publicado o conteúdo digital fica registado para sempre e que pode ser facilmente replicado em diversos locais e com diversas intenções.

Infelizmente, os pais pensam apenas a segurança na Internet como uma questão tecnológica, considerando que basta adquirir software para proibir e bloquear. Mas estas ferramentas só são eficazes até as crianças descobrirem uma forma de as contornar, ou seja, para crianças até aos 10 anos.

A Rede de Espaços Internet, da qual a Biblioteca Municipal de Moura faz parte, preparou um conjunto de Actividades para Educadores que poderão ajudar no acompanhamento às crianças e adolescentes que utilizam as novas tecnologias.



Durante esta semana vou deixar aqui alguns conselhos de utilização da Internet e das novas ferramentas de comunicação.

Linha Alerta Internet Segura

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Avaliação de Desempenho para graúdos trocada por miúdos – Parte 1

A Avaliação de Desempenho dos funcionários da Administração Pública é uma das medidas definidas pela Lei 12-A/2008, de 27 de Fevereiro.
Para além da remodelação da avaliação dos funcionários, esta lei estabelece quais os tipos de vínculo que podem existir entre as pessoas e a Administração Pública, ou seja, que tipos de contratos de trabalho podem ocorrer, e igualmente, de que forma podem terminar. Aplica-se a todos os funcionários da Administração Central (Ministérios e órgãos que deles dependem), aos funcionários das administrações regionais e locais, como é o caso das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia. Dos funcionários dependentes do Estado, só os militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana não são abrangidos por este sistema.

A Gestão dos Recursos Humanos

Cada Serviço da Administração Pública, seja ela central, regional ou local, tem de planear a sua actividade. Para o fazer tem de saber, à partida, qual é a sua missão, ou seja, a razão pela qual aquele serviço existe. Deve também saber qual a estratégia que vai seguir para conseguir cumprir a sua missão. Esta estratégia é desenhada pelo órgão máximo do serviço, que no caso das Câmaras Municipais, será o Executivo, composto pelo Presidente e Vereadores.

Para um planeamento correcto, o órgão máximo deve conhecer bem os serviços que dirige, saber a quem compete fazer o quê, e deve também saber com que meios pode contar: Há capacidade financeira? Há pessoas suficientes e capazes?

Com base em todas estas informações, o órgão máximo do serviço elabora o Plano de Actividades que inclui não só as actividades previstas para os próximos tempos, mas também todas as actividades de “carácter permanente”, ou seja, o funcionamento normal dos serviços. Este Plano de Actividades tem de ser acompanhado por um Orçamento (quanto vai custar manter os serviços a funcionar e realizar as actividades propostas) e por um Mapa de Pessoal (para realizar as actividades e manter os serviços a funcionar com eficiência, quantas pessoas são necessárias e em que lugar devem estar?).

A sério que já não queria falar de política...

Nomeações de Sócrates já acima de Durão e Santana

Só para os gabinetes ministeriais já foram recrutadas 997 pessoas, 323 sem qualquer vínculo à Administração Pública. Estas são as principais conclusões que se podem retirar da pesquisa efectuada pelo PÚBLICO aos despachos publicados em Diário da República até à última sexta-feira.
Sócrates, os 16 ministros e 38 secretários de Estado nomeiam, em média, 18,2 pessoas para os gabinetes.
O segundo Governo de José Sócrates já nomeou 1361 pessoas desde que assumiu funções no final de Outubro.

E mais uma vez, Inês Gonçalves!

A notícia chegou em primeira mão, mas eu atrasei-me um pouco a divulgá-la:
"Depois de garantir a passagem para a grande final, a Inês conquistou hoje [Sábado à noite] o segundo lugar no Concurso de Fado Amador de Vila Real de Santo António, onde interpretou Há Festa na Mouraria.
É a nossa menina a elevar bem alto o nome de Moura. Parabéns.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ser sportinguista


É abdicar do fim-de-semana e acordar cedo no sábado de manhã para participar na excursão ao Estádio de Alvalade. É deixar o blusão no autocarro sem olhar ao frio para mostrar o equipamento do Sporting. É assistir a uma hora e meia de meninos mimados, que não sabem honrar a camisola, a correr atrás de uma bola e fazer a longa viagem de regresso com a desilusão de mais uma derrota. E é acordar no dia seguinte, entrar para o banho e dizer:

- Mãe! Arranja-me aí um fato de treino para vestir com o casaco do Sporting!

Obrigada, obrigada, obrigada.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Deve ser a isto que o Primeiro-Ministro se refere quando diz que temos um "jornalismo de buraco de fechadura"


O livro mais caro alguma vez feito, com capa em mármore, estará a partir de segunda-feira exposto na Biblioteca Nacional, em Lisboa, anunciou Paulo Teixeira Pinto, presidente da Babel, novo grupo editorial hoje apresentado.

"Na segunda-feira estará exposto no hall da Biblioteca Nacional "o livro mais caro jamais feito": "Chama-se 'Miguel Ângelo', incorpora uma capa feita em mármore, que pesa mais de 20 quilos, e é uma reprodução exacta de um baixo relevo do Miguel Ângelo feita com pedra da mesma pedreira", disse Teixeira Pinto na Biblioteca Nacional, no final da apresentação do seu grupo editorial, que contou com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

"É um original único de uma edição limitada, é o número 22 de uma colecção de 99 para todo o mundo e que tem como critério não haver mais do que um por país", explicou.

Para dar um exemplo, indicou que "em Espanha, o livro pertence à Biblioteca Nacional de Espanha".

"Nós colocámo-lo à disposição da Biblioteca Nacional de Portugal graças à grande generosidade de alguém que está entre nós mas não quer ser identificado e que permitiu a aquisição deste livro para Portugal, assim enriquecendo o património artístico. Era uma notícia que eu gostava de dar à senhora ministra", frisou.

Ainda na Sexta-feira estive na Biblioteca Nacional, para uma reunião na Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas. Não podiam ter antecipado a exposição por 1 dia? Gostava de ver que livro é, já que a notícia, escrita com base no novo acordo ortográfico (o que me obrigou a corrigir algumas palavras) nem menciona o conteúdo da obra. Isto de julgar um livro pela capa...

Intervalo

O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo,
erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.

Rómulo de Carvalho / António Gedeão

Ler devia ser proibido

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Jorge, José, é tudo a mesma coisa, começa por J, pá!


Parece que ontem, o nosso Primeiro esteve numa daquelas iniciativas que pretendem demonstrar que é um homem simpático, afável e bom conversador. No seu registo de voz nº 7, Sócrates conversou com jovens, para comemorar os 100 dias de governo. Falou sobre as mais diversas áreas, prometendo que neste mandato se irá notar o investimento na ciência, no ensino superior, nas energias renováveis e no apoio às empresas.

Com o sorriso nº 4 desenhado na cara, elogiou o trabalho desenvolvido no anterior mandato, designadamente os programas "iNov", o "Magalhães" e a instalação de banda larga nas escolas. Conversou com os desportistas, agradecendo as suas prestações e até conseguiu improvisar uma piada: Quando Susana Feitor disse que vinha de Rio Maior, o nosso Primeiro perguntou "A pé?".

Que  enternecedor, não acham?

A seguir conversou com José Luís Peixoto, que é um dos mais importantes escritores contemporâneos. Sendo ainda jovem, tem já a sua obra traduzida em 20 idiomas e com milhares de exemplares vendidos.

Falaram, sobretudo, sobre cultura, tendo o primeiro-ministro confessado: "Houve uma área em que reconheço que não tivemos os progressos que se registaram em outras: a cultura. E hoje o desenvolvimento está também muito dependente da expressão cultural de uma sociedade". Por isso, garantiu que "a deputada Inês Medeiros já está a trabalhar" para que exista "um sistema para trabalhadores artísticos diferente do que se aplica ao comum dos cidadãos, em particular na área da Segurança Social".

O pior foi mesmo quando, na sua tentativa de ser simpático, quis tratar o escritor pelo nome, para demonstrar a sua recém-nascida intimidade e a sua inesgotável sabedoria e cultura: "Como é que você disse que se chamava? Jorge?"

O que agora me preocupa, é o estado em que deve estar o assessor que devia ter dado esta informação. Mais um problema para resolver...

Passei por aqui...

... só para dizer ao meu estimado vizinho que não quer nenhum carro estacionado na rua a não ser o(s) dele, e que faz aqueles riscos de boas vindas nos carros dos vizinhos e me furou o pneu pela terceira vez, que lhe desejo uma "dor de barriga" tão grande, tão grande que não seja capaz de se levantar da cama pelo menos uma semana.

Era só.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Alegria no trabalho

A avaliação individual é uma técnica extremamente poderosa que modificou totalmente o mundo do trabalho, porque pôs em concorrência os serviços, as empresas, as sucursais – e também os indivíduos. E se estiver associada quer a prémios ou promoções, quer a ameaças em relação à manutenção do emprego, isso gera o medo. E como as pessoas estão agora a competir entre elas, o êxito dos colegas constitui uma ameaça, altera profundamente as relações no trabalho: “O que quero é que os outros não consigam fazer bem o seu trabalho.”

Muito rapidamente, as pessoas aprendem a sonegar informação, a fazer circular boatos e, aos poucos, todos os elos que existiam até aí – a atenção aos outros, a consideração, a ajuda mútua – acabam por ser destruídos. As pessoas já não se falam, já não olham umas para as outras. E quando uma delas é vítima de uma injustiça, quando é escolhida como alvo de um assédio, ninguém se mexe…
Os motivos de sofrimento no trabalho têm sido alvo da atenção do professor Christophe Dejours. Em muitos casos, a pressão da avaliação, a precariedade dos contratos de trabalho, o assédio por parte de colegas ou superiores, o boato, a inveja e a injustiça levam as pessoas a um desespero de tal dimensão que, em casos mais graves pode provocar o suicídio.

Toda a entrevista vale a pena ser lida, mas chamou-me a atenção a questão da avaliação, hoje em dia muito discutida, em especial nas carreiras dependentes do Estado. Não sou contra a avaliação, antes pelo contrário, acho que devia ser ainda mais rigorosa, porque rigor é precisamente o que falta aos modelos aplicados no nosso país.

Os locais de trabalho têm vindo a degradar-se, tornando-se autênticos campos de batalha. A estratégia, que deveria ser produzir mais e melhor, impulsionando o serviço para uma evolução positiva, é antes a de bajular o chefe e, de caminho, denegrir ou prejudicar colegas que possam ser concorrentes. O plano de acção não é desenvolver trabalho, mas sim negociar objectivos que permitam atingir níveis de classificação positivos com o mínimo de esforço.

Conceitos como dedicação, brio profissional, zelo, responsabilidade e respeito desapareceram. Hoje cumprem-se os requisitos mínimos e demarcam-se áreas de responsabilidade às quais todos são alheios. Assiste-se de camarote ao falhanço estrondoso de um colega a quem, sorrateiramente, se estendeu a armadilha. Esquecem-se prazos e relaxam-se procedimentos que acabam sempre por prejudicar alguém. A montante ou a jusante, alguém pagará a factura dos erros, porque é aí que reside sempre, sempre, a culpa pelo que corre mal.

E já cá está mais um bebé!

Nasceu hoje, às 10h20, com 2,720 kg, o filho da nossa colega Célia Almeida, que trabalha no Pólo de Santo Amador. Muitos, muitos parabéns!

Para o Salvador e todos os nossos bebés, o meu poema preferido:

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente, esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
Pra que o dia fosse enorme, bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
Pequeno poema, Sebastião da Gama

A vida de Rosa Lobato de Faria

Excertos de uma "Entrevista de vida" à revista Sábado:

Não se tem em grande conta como actriz?
Não tenho nenhuma preparação académica. Tudo o que faço é por intuição, logo aí não acredito nos meus dotes. Mas vou fazendo e vou gostando.

Foi uma menina “bem”?
Fui uma menina relativamente “bem”. O meu pai era oficial da Marinha e a minha mãe era filha destas senhoras que se percebe que são bem-nascidas. Não fui uma menina rica, mas tive uma infância desafogada. Em roupa gastava-se pouco, mas tínhamos uma mesa farta. Em casa tínhamos sempre duas criadas e uma cozinheira.

Onde nasceu?
Em Lisboa. Vivíamos num apartamento em Entrecampos e estudávamos no Colégio Moderno. A minha irmã era mais velha e mandava em mim. O meu pai estava ausente e quando regressava eu pensava que não gostava daquele senhor porque não o conhecia.

Ele era muito autoritário?
Sim, porque estava habituado a mandar. Às 13h almoçava-se e quem não estava não comia. O pai mandava e era assim que se fazia. Acho que não gostava muito de crianças, mas tratava-_-nos bem. Não era nada efusivo, nem isso se usava na altura.

E a sua mãe como era?
A mãe era meiguíssima. Com 13 anos fui para o colégio interno, o Instituto de Odivelas, onde fiquei quatro anos. Adorei, tanto pelo companheirismo como pela disciplina, mas acima de tudo pelo tempo que tinha para estudar. Adorava ser boa aluna.

Mas não ficava triste por estar longe da família?
Sim, claro.

Chorava à noite na camarata?
Pelo amor de Deus, fui educada para cumprir as minhas obrigações sem lágrimas. Uma choramingona é desprezível.

Era muito certinha?
Fumámos uma vez às escondidas e ficámos enjoadas. O importante era o companheirismo, nunca denunciávamos ninguém. As “chibas” eram mal-vistas. Aos domingos as visitas levavam bolos e nós dividíamo-los por todas, porque algumas não recebiam. Havia uma que guardava os bolos dela na mesinha-de-cabeceira para não dar às outras. Nós íamos ao dormitório durante o dia – o que era proibido – e comíamos-lhe tudo.

Havia muitas regras em sua casa?
Sim, à mesa, por exemplo. Esta coisa de os meninos se estatelarem no sofá não existia na altura. A menina sentava-se como deve ser ou então ia para o quarto. A minha mãe falava connosco em francês ao jantar porque para ela não saber falar francês era o mesmo que não saber comer a sopa.

Qual era a cor política lá de casa?
O meu pai era contra o Salazar, mas uma das coisas que me ensinaram é que era falta de educação uma senhora discutir política.

Teve muitos namorados?
Naquele tempo ninguém tinha muitos namorados. Era uma coisa que se fazia à distância. Na Figueira da Foz, onde vivemos nove anos, eles assobiavam e nos íamos à janela.

Entretanto, foi estudar para Coimbra.
Entrei em Germânicas porque sabia inglês e alemão. Odiei. O que queria era ser actriz, mas não me deixavam e, por respeito profundo pela opinião dos meus pais, não segui. Entretanto, casei-me e foi pior a emenda do que o soneto porque não podia fazer coisíssima nenhuma.

Casou-se apaixonada?
Não, que ideia! Não sou de paixões. Casei-me aos 19 anos porque se usava.

Onde se conheceram?
Tinha-o conhecido em Caminha. Era filho do visconde da Granja. Eu vivia em função do cinema e, como nos filmes, a minha ideia era ter uma saia enorme, cruzar as pernas e casar com o visconde da Granja.

Como foi esse primeiro casamento?
Ele tinha mais quatro anos do que eu e trabalhava na produção de vinhos do pai. Tivemos três filhos. O curso acabou-se. A ideia subjacente era a seguinte: ou és casada ou tiras o curso. E eu até nem gostava do curso. Fui viver para um solar em Amarante que fazia parte do meu sonho cinematográfico.

Como ocupava o tempo?
A princípio não fazia nada. Depois convenci o senhor de que aquilo não era nada, que ele devia ter um emprego. Como a mãe dele era de Évora arranjou-lhe um emprego lá. Fomos para Évora em 1955, na altura já tínhamos uma filha de 2 anos e eu estava com outro na barriga. Foi uma vida diferente: alugámos um andar e eu tive de aprender a cozinhar. Uma tia ofereceu-me o Pantagruel e salvou-me a vida.

Fazia tudo sozinha?
Tinha uma criada, mas era daquelas modernas que vão dormir a casa. De repente percebi que gostava de cozinhar, talvez herdasse o jeito de umas tias paternas. Agora tenho um neto de 16 anos que quer ser chef.

Teve de ir trabalhar?
Sim, vim para Lisboa fazer um curso de guia intérprete. Depois, voltei para Évora para preencher uma vaga que tinha aberto lá. Entretanto, separei-me.

O que fez quando saiu de casa?
Fui com os pequenos para casa dos meus pais, em Lisboa. Estive um bocadinho em casa deles e depois conheci uma pessoa com quem vivi 14 anos, que já morreu e é pai do meu filho Nuno.

A sua família reagiu bem à separação?
Não me chatearam nada. A família da parte do meu pai era conservadora. Depois divorciaram-se todos. Aos 25 anos resolvi arrumar as minhas ideias. Até ali tinha feito o que os meus pais achavam bem, aos 25 anos comecei a pensar pela minha cabeça. Foi um balanço. De um lado coloquei coisas como o carácter, a lealdade, a verdade. Do outro coisas tipo: a mulher tem de obedecer ao marido. E pensei: “Puta que os pariu.” Percebi que o essencial era pouca coisa, como ser leal comigo própria e viver como achava que devia viver.

Como é a relação com o primeiro marido?
Quase inexistente, mas muito boa. Eu tinha este conceito: não posso estar de candeias às avessas com o pai dos meus filhos. Ele é muito tímido, eu tenho muita lata. A primeira vez que nos encontrámos, dirigi-me a ele e disse: “Estás bom? A tua mulher está boa?” A partir daí tudo bem. Mas não vamos juntos para a praia do Meco.

Teve com os seus filhos uma relação diferente daquela que os seus pais tiveram consigo?
Muito diferente. Havia uma revista fantástica, a Life, que tinha tudo sobre bebés. Eu expliquei o assunto aos meus filhos a dar--lhes muitos beijinhos. Lembro-me de a Teresa [Sachetti] me perguntar se o bebé nascia despido: “Sem uma camisa nem nada?” Quando as minhas filhas namoravam, dizia-lhes: “Façam o favor de ir para a cama com os namorados, ninguém deve casar-se sem ir para a cama com um homem. Porque se as coisas correm mal na cama, é meio caminho andado para o casamento ficar estragado.” Não sou uma mãe convencional.

Os seus pais falaram-lhe sobre sexo?
Tive uma educação amputante desse ponto de vista e era preciso que me tivessem explicado. Eu era inteligente, teria percebido. Quando me apareceu a menstruação, estava a tomar banho de imersão e julguei que ia morrer porque nunca ninguém me tinha falado naquilo. Por outro lado esta educação fez com que eu tivesse uma infância de fadas.

Como foi a experiência da maternidade?
Não gritei, nem quis marido nenhum ao pé de mim durante o parto, porque era um assunto entre mim e Deus.

Quando entrou para a televisão?
Em 1971 abriram um concurso porque uma locutora ia de licença de parto, só que ela decidiu trabalhar logo a seguir a ter a criança e eu fiquei sem o lugar. Comecei por fazer uns programas literários e acabei por ficar 15 anos. Havia regras ridículas: não podia dizer aborto, vermelho, divórcio e suicídio. Depois do 25 de Abril, os programas literários acabaram e comecei a fazer novelas.

Quando se estreou nas telenovelas?
Em 1982, na Vila Faia. Sabia que o Nicolau Breyner estava ligado ao projecto e então disse-lhe: “Se precisares de uma quarentona com bom aspecto, lembra-te de mim.”

Quando começou a escrever?
Comecei muito nova, mas senti-me um bocadinho bicho de jardim zoológico porque a minha mãe não resistia a contar às amigas. Então passei a escrever na cabeça sem passar para o papel. Depois de estudar literatura percebi que havia outros senhores que tinham o mesmo defeito que eu, chamados Camões, Antero de Quental, etc. Portanto, não tinha nada de me envergonhar. Recomecei a escrever. Só quando conheci o Joaquim [Magalhães, o actual marido] é que ele me disse que tinha de ter a humildade de publicar.

Qual foi o seu livro que vendeu mais?
Tenho a impressão de que foi Os Três casamentos de Camila S. Inspirei-me na vida da minha bisavó que casou com 12 anos com um homem de 40. Ela teve o primeiro filho aos 16 anos, o que me leva a crer que só começaram a ter vida sexual quando ela fez 15. Também sabia que no princípio do casamento ela andava no colégio e brincava com bonecas. Sempre achei isto bonito e horrível ao mesmo tempo.

Quando se separou pela segunda vez?
A 30 de Abril de 1975. Eu não era casada com ele porque a concordata não permitia. A segunda separação não foi nada frustrante, estava farta de homens até aos olhos.

À terceira foi de vez?
Ele [Joaquim Magalhães] é uma pessoa extraordinária. Na altura não queria mais homem nenhum na minha vida, mas já estamos juntos há 30 anos.

A beleza foi um empecilho na sua vida?
A beleza foi um empecilho porque eu preferia ser vista como inteligente.

Foi difícil envelhecer?
Facílimo. A única coisa importante é a família. É a única coisa pela qual morreria.

Mãe

Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...