sábado, 13 de novembro de 2021

Trinta anos de serviço público

 

Trinta anos de funcionária pública efectiva.
Estava no 2º ano da licenciatura. Para trás ainda ficaram 4 anos de contratos. Categoria equivalente ao actual Assistente Operacional. Sim, comecei pela base e o caminho foi longo e cheio de obstáculos. Como diz a minha irmã mais velha, "quando chega a tua vez é sempre mais difícil". Mas sabe melhor.
 
 Pode ser uma imagem de texto que diz "CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA Despacho Em conformidade com disposto no 으 2 do arto 3° do D.L. nº 146-C/80, de 22/5, nomeio por urgente conveniência serviço, para exercício das funções técnico auxiliar turismo, classe, 13.11.91, Sra Zélia Maria Charráz Parreira, a inexistência de pessoal neste Município, para sempenho da referida função. Município de Moura, 13 de Novembro de 1991 de- o Prjesidente da Câmara Manuel António Vitorino Mestre"

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Em espera

 

Setembro de 2018. Um leitor perguntou por este livro. Não estava disponível para empréstimo, só tínhamos na colecção B. Com a entrada da Biblioteca em obras, o depósito legal foi ficando retido, desde final de 2017 até que as obras acabassem. Só agora estamos a receber esses livros.
Não sei o nome do leitor, mas ele aqui está. Um pedido que demorou 3 anos a satisfazer.
 
 Pode ser uma imagem de livro e texto que diz "O CENTAURO NO JARDIM MOACYR SCLIAR ROMANCE 3 REDIÇÃO SEM"

sábado, 30 de outubro de 2021

If you believe

 "I am here to tell you, if you are a human being, and if you seek to improve the lives of human beings, you are not neutral. If you believe in fostering learning, you are not neutral. If you believe that the best learning comes from the most diverse sources, you are not neutral. If you believe that libraries can lift people and communities and institutions out of poverty, and ignorance, and irrelevance, then you are not neutral." 

David Lankes

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

De onde eu vejo:

Marcelo é o grande responsável pela crise que se formou em duas semanas, se ela acontecer mesmo. O orçamento não ser aprovado não implica a queda automática do governo. Foi Marcelo quem introduziu essa ameaça para condicionar a decisão das esquerdas. Saiu o tiro pela culatra. Ninguém comeu a sopa e agora estamos todos impedidos de brincar.
 
PS: provavelmente vence, provavelmente com uma maioria ainda mais insegura e insuficiente. Visto do Largo do Rato, antes agora do que mais tarde e com oportunidade para fazer a remodelação que tardava. Visto do resto do país... que confusão!
 
PSD: cedo de mais para ir a eleições, se tem ambição de ser governo. Apanhado com as calças na mão, e nem sequer sabemos de quem são as calças.
 
CDU: vai pagar o preço da coerência política, tal como António Filipe enunciou. Perdeu votantes por apoiar, perde por desapoiar, continua a perder pelo distanciamento prático, vivido, daqueles que quer defender.
 
BE: também vai descer e muito. Após o recuo do PCP, apareceu como a solução, sem medir bem as consequências. Voltou atrás, mas a cambalhota já estava dada. O distanciamento progressivo da direcção do BE face à realidade e às pessoas provocou e vai consolidar os maus resultados de Marisa Matias e das autárquicas.
 
CDS: se Cecília Meireles for cabeça de lista por Lisboa, talvez seja eleita.
 
PAN: talvez sim, talvez não, com tendência para uma ligeira descida.
 
CH: a multiplicação de cretinos é inevitável e está à vista. mas parece-me que quanto mais depressa houver mais vozes do CH, mais depressa estoura. O silêncio e a adoração em volta do querido líder têm os dias contados e daí ao precipício, é um passo. O problema é que, tal como nas câmaras, é um passo que pode durar 4 anos. 
 
IL: quase me esquecia deles. É assim que estão.
 
Ou seja, a seguir ao caos semeado nas câmaras, segue-se o caos no governo da Nação.
 
Pergunta para queijo: se o PSD e o PS votam tantas vezes em uníssono, porque é que tem que ser a esquerda a viabilizar o orçamento? A direita também pode negociar e apoiar.

sábado, 16 de outubro de 2021

Dos deveres

"O que cada um de nós deve fazer em primeiro lugar, pois não temos outro remédio, é respeitar as nossas próprias convicções, não calar, seja onde for, seja como for, conscientes de que isso não muda nada, mas que ao fazê-lo, pelo menos temos a certeza de que não estamos a mudar."

José Saramago

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Riga

As aguas do rio Daugava são negras e agitadas, mas Riga é uma cidade pacificada. 
 
Lado a lado há edifícios de outros séculos, típicas edificações do período soviético e arquitectura actual. Os géneros mais importantes são a Arte Nova e as construções em madeira, muitas das quais estão a ser recuperadas.
 
As igrejas são bastante diferentes entre si: os pináculos que aspiram aos céus dos Luteranos contrastam com os sólidos e simples edifícios ortodoxos. De vez em quando, uma igreja católica, simples e discreta.
 
Tranquilidade e uma luz de Outono ímpar, é o que me fica na memória. Eu, que detesto esta estação, fiquei fascinada por estas cores, que vão do dourado ao bordeaux. Por todo o lado há folhas caídas, mas isso não é problema. Pelo contrário, é motivo de atracção e há visitas organizadas ao "Outono Dourado".
 
A liberdade é firmemente declarada e o monumento que a representa dá início à Avenida que leva o seu nome, onde fica a Biblioteca Central de Riga. Os vestígios soviéticos foram absorvidos, excepto um: a Casa de Canto, a antiga sede do KGB, que ninguém quer ocupar. Sucessivamente colocada para venda ou arrendamento, mantém-se na esfera pública e acabou por receber o museu do KGB no piso térreo. São as águas negras e agitadas da memória.
 
 https://gasteicomviagem.com/wp-content/uploads/2021/05/liberdade-monumento-6972.jpg

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

No dia seguinte


PS: O desfile triunfal foi travado por semáforos em demasiados cruzamentos. O alerta está aí, claro e indiscutível. A bazuca não foi atractiva e a forma como a vão utilizar pode determinar tudo. 
 
PSD: Não ganha, mas é o grande vencedor. 
 
CDU: Até quando? Ou faz rapidamente uma reavaliação, ouvindo os críticos internos, ou o caminho é sem retorno.
 
CDS: Aos ombros do meu tio, vejo o horizonte.
 
BE: Catarina Martins parece sofrer do síndrome de Munchausen por procuração. Inflige críticas e ataques, para poder manter-se como a cuidadora. Entretanto, alheou-se da realidade e dos cidadãos, numa actuação sempre encenada. Por isso nunca conseguiu descolar nas eleições em que a proximidade conta.
 
CH: A maioria silenciosa, que não se manifesta, que não avalia propostas, que não está para se maçar a informar-se, que alinha pelos soundbytes sem aprofundar (prometem mudar x para y, mas como, concretizem?), votou e impôs a sua vontade. O problema é que isto é um balão e pode tender para qualquer um dos lados: encher ainda mais ou rebentar a qualquer instante.
 
Localmente:
 
Évora ingovernável. CDU segura a Câmara como o Sporting ganha o jogo com um penalty do Porro aos 98 minutos. PSD é o grande vencedor e só não foi mais longe porque nunca pensou que isso fosse possível.
 
Em Moura vence modestamente a #GenteQueFechaBibliotecas e o CH elegeu uma vereadora e 6 membros para a Assembleia Municipal. Adivinham-se 4 anos de estagnação, com a desculpa da falta de condições de governabilidade. Mesmo em último lugar, é ao partido do cretino que temos que atribuir a vitória (e que amarga que ela é!). Faltou "um bocadinho assim" à CDU e PSD desaparece do panorama eleitoral concelhio. PS, CDU e PSD têm muito para reflectir, mas será que o farão?

domingo, 26 de setembro de 2021

Eleições: o fim de uma noite triste.

Noite triste, muito triste pelo meu concelho.
O povo é quem mais ordena, boa sorte com o resultado das escolhas.

Distracções

Como é que continuamos todos a fingir que não sabemos que Marcelo vive em Cascais e vota em Celorico de Basto, é um mistério que me intriga. Não somos legalmente obrigados a ter a morada actualizada?

 Para Marcelo “é difícil de entender” e “não faz sentido” a abstenção nas autárquicas

sábado, 25 de setembro de 2021

Dia de reflexão

Para mim, será um bom resultado eleitoral se o cretino tiver um mau resultado. Tudo o resto se aguenta e cá estaremos para trabalhar com quem vier. 
 
Se for #GenteQueFechaBibliotecas e que "ganha com a covid", teremos que continuar a lutar e esperar que eles se vão embora para podermos recomeçar. Tudo tem solução. A burrice de um povo que vota no cretino é que já me parece insolúvel e com consequências muito graves para todos, incluindo os que tentam manter a sanidade mental e votam em gente séria, ou pelo menos, mais séria.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Educar os filhos

 

Mariana: Pedro, vais a casa para votar?
Pedro: Claro, com a mãe que tenho, o que é que achas?

terça-feira, 21 de setembro de 2021

sábado, 18 de setembro de 2021

Abdicar

 Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "T "Em Em nome dos interesses pessoais, muito abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime. Hannah Arendt"


 
Tão adequado a estes tempos que vivemos, a estes dias que passam.
Sorriem, comentam e aplaudem os que acham que lhes podem ser úteis, atacam ferozmente os que não lhes fizeram favores.
Tão evidentes que se tornam, tão fracos e domáveis que se revelam. Grau zero da dignidade. Erradamente menosprezados, são o elemento mais perigoso da sociedade, porque são manipuláveis e inflamáveis.
Votam assim, controlados à distância por promessas, ilusões e frustrações indignadas, e contabilizados juntos, conseguem impôr a sua imbecilidade ao resto da sociedade.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

#GenteQueFechaBibliotecas

 

    A ouvir o debate dos candidatos à freguesia da Póvoa de S. Miguel.
     
    Ponto prévio: eu sou Bibliotecária. É óbvio que há mais vida para além das Bibliotecas, mas sobre outros assuntos específicos não me pronuncio, porque não sei o suficiente para argumentar e debater. 
     
    Diz o sr. Presidente da Junta que os arquivos da sua autarquia estão todos "à molhada" (sic) e que há um projecto para os organizar e criar um arquivo, talvez até com espaço de leitura, ou seja, uma biblioteca.
     
    Eu vou ignorar o facto de o senhor não saber distinguir uma biblioteca de um arquivo administrativo e vou directa à minha questão: o que é feito da Biblioteca da Póvoa de S. Miguel? A Biblioteca instalada (em 2006?) pela Câmara na escola, em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares, que funcionava como biblioteca escolar e pública, rentabilizando recursos, espaço e funcionária, ao serviço da população escolar e da população em geral?
     
    Não se indignou, quando o executivo actual retirou a funcionária para a colocar noutro serviço e fechou a Biblioteca? Não procurou soluções? 
     
    E depois de 4 anos em exercício, vem prometer que nos próximos 2 anos, com eles, a Póvoa dá o salto? Para aonde?
     

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Jorge Sampaio

O único presidente que ajudei a eleger. De resto, confesso, votei em branco ou noutro candidato.
 
Foi no final dos anos 90. Sampaio, eleito Presidente, decidiu homenagear a Cultura. Convidou figuras públicas, vultos culturais, intelectuais e... Bibliotecários. Considerava-os imprescindíveis para a disseminação cultural efectiva, no território.
 
Voltou a ter esse gesto nas presidências abertas que realizou pelo país. Convidava autarcas, gestores dos grandes organismos regionais, figuras de relevo na região e Bibliotecários. Voltei a ter o privilégio de o cumprimentar em Beja, creio que em 2001, onde lhe agradeci o gesto e ele me agradeceu o trabalho que fazíamos.
 
Guardo esses momentos com muito carinho e gratidão. Um gesto tão pequeno, mas tão grande.
 
Por cada Leão que cair, outro se levantará. 
Que descanse em paz. Obrigada.

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

Biblioteca Pública de Évora: 216 anos

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Bom dia! Sejam bem-vindos à Biblioteca Pública de Évora!
 
Comemoramos hoje 216 anos de existência. Celebramos a vida da mais antiga Biblioteca Pública portuguesa, a primeira que abriu com a intenção de partilhar e divulgar conhecimento para toda a comunidade, para todos os que nela procuram crescer, evoluir, melhorar.
 
É um aniversário singular, celebrado num contexto pandémico que não nos deixa festejar em conjunto, ver, tocar e percorrer os labirínticos comboios de livros, descobrir maravilhas e conversar sobre livros, leituras e pessoas. Mas é-o também porque fecha um ciclo difícil de dois anos em que foi necessário encerrar ao público, para realização das obras de reabilitação do edifício, resultado de um investimento inédito nesta Casa.
 
Foi um processo verdadeiramente penoso. Vários meses envoltos numa nuvem de pó, a retirar livros das estantes, encaixotar e selar caixas, empilhar e vê-las sair do edifício: 3247 caixas de livros.
Na Biblioteca permaneceram apenas os documentos da Casa Forte, onde não houve intervenção, e os livros do serviço de empréstimo domiciliário, do qual nunca pensámos abdicar. Mas também esses livros (aproximadamente 70.000) tiveram de ser movidos, do lugar onde se encontravam para o piso intermédio do depósito da Sala Filipe Simões. Foram centenas de vezes em que todo o pessoal foi convocado para “fazer comboio”, passando de mão em mão sacos de supermercado carregados de livros, sempre pela mesma ordem, da estante de origem à estante de destino, para garantir que encontraríamos os livros que os nossos leitores nos pedissem.
 
Durante a obra, em cenário quase digno de um filme de guerra, voltámos a carregar sacos por entre os andaimes, com as reservas pedidas pelos leitores e com as devoluções de cada dia. Nada lamentamos, antes pelo contrário. Foi um orgulho, para todos, termos conseguido assegurar o serviço.
 
Em maio de 2020 iniciámos o trabalho de re-arrumação. Antes de voltar a receber e abrir caixas, limpar os livros e colocá-los no sítio, foi também necessário pensar a Biblioteca, redistribuir espaços, conseguir criar condições para guardar tudo o que temos e trazer de volta à BPE a documentação acumulada nos antigos celeiros da EPAC – entretanto totalmente esvaziados – e deixar espaço livre para mais uns anos de funcionamento.
 
Este processo, que ainda está em curso, porque implica que várias condições estejam preenchidas, irá prolongar-se ao longo de vários anos: não basta arrumar, é preciso catalogar. Se não estiverem pesquisáveis, os nossos livros não existem para os utilizadores. Esse é um verdadeiro “buraco negro” que precisamos colmatar.
 
Para que a reabertura fosse possível, tivemos que nos focar nos espaços públicos, como as salas de leitura e os espaços de circulação. Mas a máquina continua a trabalhar no interior, devolvendo os livros aos seus lugares, já devidamente catalogados, revistos, cotados, em suma: disponíveis. Tudo isto graças ao trabalho incansável de uma equipa reduzida, mas de um empenho e dedicação absolutamente notáveis, a quem deixo o meu reconhecimento e gratidão.
 
Dadas as circunstâncias, este aniversário assinala também um recomeço. Retomamos o funcionamento, reiniciamos as atividades, planificamos o futuro.
 
Por isso, decidimos dedicar este dia a esse futuro, próximo, que estamos a construir. Durante as próximas horas daremos conhecimento de atividades, processos de trabalho interno, formas de relacionamento com o público, que estamos a lançar ou a retomar. Daremos também voz e rosto às pessoas que fazem esta Biblioteca, do lado de cá.
 
Fique connosco, acompanhe-nos neste dia e conheça o que estamos a preparar para si. Não esqueça que a peça mais importante da Biblioteca são as pessoas, os seus utilizadores. Tudo isto que fazemos só terá sentido consigo, com a sua presença, com a utilização dos serviços, a exigência para que possamos melhorar continuamente. 
 
Juntos, poderemos transformar a mais antiga Biblioteca Pública Portuguesa na Melhor Biblioteca do mundo!
 
Longa vida à BPE!
 
Évora, 25 de março de 2021
Zélia Parreira
Diretora da BPE
 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Planeamento estratégico

 https://scontent.fopo2-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-0/p526x296/161699001_4234088779957751_1638310629727351217_n.jpg?_nc_cat=102&ccb=1-3&_nc_sid=730e14&_nc_eui2=AeFQKhCQbI1NTcNpF1SRLZoi-SYF5kd20TH5JgXmR3bRMR5_SGcvI7PKyatwfFQOR3A0OxcwFQ1vN8UhMSDWSv5w&_nc_ohc=pgBvNwuTqp0AX_H9qGt&_nc_ht=scontent.fopo2-1.fna&tp=6&oh=6d550a49c45d9b7d66610147f4dd9234&oe=60883E33

 

Tudo é pensado com antecedência, mas feito de forma a dar o ar de ter sido “por acaso”. “Calhou”. “Foi uma oportunidade que surgiu”. Mas desenganem-se. Há estratégia nisto.
 
A conta gotas, os trabalhadores da Biblioteca Municipal Urbano Tavares Rodrigues, em Moura, foram sendo deslocados. As suas qualidades e competências faziam falta noutros sítios. Que tinham qualidades e competências, já eu sabia, era por essa razão que estavam na Biblioteca, a desenvolver um trabalho de qualidade, que várias vezes colocou Moura no mapa.
 
Mas enfim, são prioridades. Calmamente, ficámos à espera de ver quem vinha para os substituir.
Da primeira vez, ninguém. Mau…
Da segunda, também não. Ai, tu queres ver...?
Nem da terceira, nem da quarta, nem de nenhuma. Dos catorze que lá deixei, restam 8. Cinco estão nos pólos que ainda não fecharam, entregues a si próprios, e 3 em Moura. 
 
O pólo da Póvoa de S. Miguel está fechado. Enfim, deixo à vossa consideração a elaboração de justificações. O pólo de Santo Aleixo já fechou e já reabriu, mas a funcionária que lá está nunca recebeu qualquer formação. Também para quê, não é? Dizem que trabalhar numa biblioteca é estar p’ra ali sentado, a ler livros o dia todo. A rapariga a esta hora, certamente cheia de boa vontade, já os deve ter lido todos.
 
Isto de ler os livros todos faz-me lembrar um Presidente de Câmara a quem o Bibliotecário apresentou uma proposta de aquisição de livros novos, para actualizar o fundo documental, e que respondeu: “Mas porquê? Já leram aqueles todos?”. Bem, em Moura, nem esse argumento resulta. Não há livros novos porque não há dinheiro. Mesmo o dinheiro que sobrou da Feira do Livro que não se fez, da Biblioteca que não se faz, por decisão assumida do Executivo, do gasóleo que não se gasta na carrinha Semeando Leituras, do desinvestimento total na cultura, mesmo esse, não dá para comprar livros.
De um concelho que constituía um exemplo raro de envolvimento de toda a comunidade na criação de leitores, concretizado na iniciativa Padrinhos de Leitura, nada resta. Tudo em branco, não é só a Biblioteca. Concertos? Em branco. Teatro? Em branco. Espectáculos diversificados, para diferentes públicos? Em branco. Exposições? Em branco. Conferências, colóquios, debates? em branco. Uma longa noite em branco.
 
Antes, pelo menos, assumia-se que era uma opção de gestão. Agora, a pandemia serve de desculpa para tudo. Até para ter a Biblioteca fechada. Na semana em que todos voltámos ao contacto com os nossos leitores, em que o Governo deu autorização de abertura a Bibliotecas e Arquivos por serem considerados de interesse prioritário (tal como no primeiro confinamento), Moura continua a atender ao postigo, sob marcação. Nunca mais reabriu, desde Março de 2020. Mas não é por causa da pandemia. É porque já quase não há quem abra a porta, quem assegure os turnos para cobrir o horário de funcionamento e quem continue o trabalho interno que precisa de ser feito.
 
Portanto, querida pandemia, lá está tu a encobrir o desinvestimento estratégico, a alienação estratégica de recursos humanos e o apagamento estratégico da Biblioteca e das iniciativas que desenvolveu ao longo de quase vinte anos. Por tua causa, só por tua causa, a Biblioteca não reabre. Nem é porque não tem pessoal, nem é porque não há livros novos, nem é porque se quer apagar da memória a Feira do Livro, os Padrinhos de Leitura, o Semeando Leituras, a pioneira Rede Concelhia de Bibliotecas, com o que foi o primeiro catálogo colectivo concelhio do país, não é por nada. É só por causa da pandemia.
 
Legenda da foto (retirada da página de facebook da Biblioteca Municipal de Moura): A Biblioteca a que temos direito hoje.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

#cretinices

"Mãe, eles não querem brincar comigo!"

https://observador.pt/2021/01/29/autarquicas-ventura-acusa-psd-e-cds-de-bullying-politico-e-ameaca-romper-acordo-nos-acores/


#cretinices

Ainda há dois factores que nos permitem ter uma expectativa menos sombria em relação ao cretino e respectivo séquito:

1. Aquilo parece-se muito pouco com um partido. A ambição individual de cada um é incompatível com a do vizinho. Hoje demitiu-se o polémico (adjectivo quase redundante) líder da distrital do Porto. São muitos ratos a abandonar o navio, muitas pistolas apontadas e muitos dedos à espera de premir o gatilho. 

2. O cretino já perdeu a noção da realidade. A birra de hoje é reveladora da sua megalomania. Imaginem a Catarina Martins a vociferar porque o PCP e o PS faziam um acordo para as autárquicas (eu sei, também me estou a rir com essa possibilidade) e deixavam o BE de fora. Ridículo e delirante,  não era? Pois é.

Tenhamos esperança,  cidadãos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Eu sei onde estava

 

Agora, que as redes sociais se enchem de indignados com pungentes gritos de revolta contra Lisboa e as sucessivas administrações centralizadas que optaram por excluir o interior em geral, e o Alentejo em particular, de todas as estratégias de desenvolvimento regional, pergunto:
 
Onde estavam quando a esquerda apresentou propostas e moções e organizou protestos e manifestações contra a extinção de freguesias? 
 
Onde estavam quando a esquerda apresentou propostas e moções e organizou protestos e manifestações contra a extinção de postos da GNR? 
 
Onde estavam quando a esquerda apresentou propostas e moções e organizou protestos e manifestações contra a extinção dos postos de CTT? 
 
Onde estavam quando a esquerda apresentou propostas e moções e organizou protestos e manifestações contra o encerramento de escolas? 
 
Onde estavam quando a esquerda apresentou propostas e moções e organizou protestos e manifestações contra o encerramento de postos de saúde e a falta de médicos? 
 
Onde estavam quando a esquerda apresentou propostas e moções e organizou protestos e manifestações contra a encerramento de redes de transportes, ou em reivindicação pela melhoria das existentes? 
 
Em casa, ou no local de trabalho, a criticar os manifestantes, não era? A rir, com escárnio, nas sessões das Assembleias Municipais ou nas reuniões de Câmara das respectivas autarquias.
 
Eu estava lá, nos protestos e nas manifestações, entre muitos companheiros de uma esquerda que presta atenção ao que a rodeia e viu esta nuvem a formar-se. Não ganhámos nada com isso e até perdemos o vencimento desses dias, mas protestámos e fizemos ouvir a nossa voz. 
 
Também apresentei, enquanto membro da Assembleia Municipal à qual pertenci, moções alertando para o abandono progressivo da região, reivindicando melhores condições de vida e de trabalho, alertando para os perigos deste abandono. Também votei favoravelmente muitas outras moções nesse sentido, viessem elas de que bancada viessem. Ajudei a escrever cartas e petições dirigidas às entidades competentes, para evitar o fecho de escolas e de outros serviços.
 
Nessa época, como agora, o importante era a defesa da região e das populações e não a fronteira partidária. Infelizmente, muitas propostas, moções e petições foram rejeitadas, porque a maioria encarava-as como ataques partidários ao partido no poder e concentrava-se nisso, ignorando o que a sua aprovação poderia ter representado para as populações que a elegera.
 
Lembro-me de tudo isso porque estive lá. Participei. Estava acordada. 
 
Mas fico feliz por terem visto a luz. Talvez agora possamos lutar todos juntos em defesa e afirmação de uma região que precisa de todos: dos políticos e dos cidadãos que, como eu, trabalham todos os dias para a comunidade, para melhorar o nível social, cultural e económico das populações que servimos, independentemente da área política em que acreditam. 
 
Quando houver um protesto, avaliem a sua justiça e adiram. 
Quando houver uma proposta, avaliem a sua justiça e subscrevam-na. 
Quando houver uma moção, avaliem a sua justiça e aprovem-na.
Não se deixem condicionar pelas directrizes partidárias. O Alentejo precisa de todos. 
 
(Bom, talvez não precise do José Carlos Malato 😉 )
 
https://scontent.flis5-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/142986982_4093083057391658_5387045195673656812_n.jpg?_nc_cat=101&ccb=2&_nc_sid=730e14&_nc_eui2=AeHOcLXuT4jYgONowiMgT9RwHdixFggUBk8d2LEWCBQGT7rginSz19Tatqzh4bKnp0hdYHjorsOSxxXQUVgOBLzX&_nc_ohc=9zXdW7ZlckQAX-jS2ld&_nc_ht=scontent.flis5-1.fna&oh=af0c0b002b31f0d3f4d29309974b5712&oe=60378B6A
Foto de António Dimas
 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Ideologias ou a falta delas

 

Ainda é cedo, ainda está quente, mas o resultado eleitoral de ontem começa a ser um sinal do quase desaparecimento da ideologia política. 
 
1. Marcelo é a cara mais simpática dessa ausência de ideologia. Bem com Deus e a dar dois dedos de conversa ao diabo, não vá o dito cujo tecê-las. Eleito após anos e anos de homilia dominical, onde punha em prática este "pode ser, mas também pode não ser". Reeleito após 5 anos de selfies, muitas medalhas e presenças na primeira linha dos acontecimentos (muitas vezes a dificultar os trabalhos, mas a ele tudo se perdoa). 
 
2. Ana Gomes não merecia, pelo que já fez ao longo da sua vida, sobretudo no episódio de Timor, ter que andar a disputar votos com cretinos, mas eis que aí está. A colagem a Sócrates nunca mais a abandonará e pagará esse preço para sempre, fazendo esquecer o resto. Teve nesta campanha um acto de coragem admirável, que pouquíssimos ousariam ter: escolheu Paulo Pedroso para mandatário. Esquecido, apagado da história do PS, para sempre abandonado nas catacumbas mais negras do partido (ele sim, mas Ferro Rodrigues não), foi agora resgatado por alguém disposto a pagar o preço de mostrar solidariedade a um companheiro. Quantos o fariam, por mais que acreditassem na inocência do acusado? Bem poucos.
Queira o PS ou não, Ana Gomes era a legítima representante ideológica do partido, mas nem isso lhe valeu o apoio socialista. Liberdade de voto e um olho piscado a Marcelo. Para onde foi a ideologia do PS? Para parte desconhecida, no mesmo lugar onde se encontram os votos da maioria socialista do Alentejo. Se o PCP perdeu votação, que dizer do PS, completamente pulverizado? "Ah, mas o PS não tinha candidato próprio". Ter, tinha, mas a ausência de ideologia permitiu que se votasse com menos problemas de consciência no candidato apoiado oficialmente pelo CDS e pelo PSD do que na candidata ideologicamente socialista. 
 
3. João Ferreira viu desaparecer o voto de protesto. O voto de oposição, de reivindicação, de contra poder, fugiu para o cretino e ficou só um combinado algo estranho: o voto marcadamente ideológico que votará sempre nos candidatos da área da CDU; e o voto da esquerda que acompanhou a campanha e escolheu o candidato mais sereno do leque disponível (o mesmo se aplica a Mayan na direita) ou que, compreendendo as ordens do PS para não votar Ana Gomes não prescindiu de votar na esquerda. 
 
4. Também Marisa Matias perdeu o voto de protesto. Ideologicamente mais frágil, o eleitorado do BE evaporou-se para outras áreas. Não fosse a guerra do batom o resultado teria sido muito pior. Se o escrutínio fosse possível, apostaria numa larga maioria de eleitorado feminino entre os votantes de Marisa porque essa foi a única componente de protesto que se manteve. 
 
5. Tiago Mayan só conseguiu manter os votos ideológicos e de uma direita que não se revê em Marcelo. É, em espelho, o equivalente a João Ferreira. 
 
6. Vitorino Silva não tem, nem nunca terá, condições para ser Presidente da República. É a piada do sistema, mas é ele que se coloca nesse papel. Levá-lo a sério é penoso porque não tem ideologia nem programa. Se nisso é igual ao cretino, falta-lhe a facilidade de comunicação e o raciocínio rápido, aliado à ausência dos meios de comunicação social no intervalo entre eleições. 
 
7. O cretino beneficiou de tudo isto. Anos de exposição mediática a defender um clube de futebol deram-lhe um traquejo na comunicação social só comparável ao de Marcelo, mas em versão mal-educada. Acolheu os votos de protesto de milhares de cidadãos sem ideologia própria que votavam em quem se opunha ao Governo (encarnação do Estado) e capitalizou revoltas, angústias e cansaço de um interior abandonado à sua sorte, que vê o Estado/Governo fechar ou privatizar sucessivamente escolas, postos de saúde, postos de segurança, postos de CTT e redes de comunicações, com a desculpa de contenção de despesas e depois vê pessoas sem trabalho, a receber sem produzir. Não interessa que circunstâncias levaram essas pessoas so estatuto último e humilhante de beneficiários do RSI. Ninguém quer saber, porque também ninguém está verdadeiramente interessado em saber. Estão todos distraídos a cavar trincheiras dos lados de uma barricada que não existia. Compreender a política, o perfil social e económico das opções de esquerda e direita não é opção, dá demasiado trabalho e por isso foi tão fácil seguir, quais ratos de Hamelin, o flautista que lhes tocava música. 
 
8. Os partidos políticos que não apresentaram candidato bem podem colar-se à vitória de Marcelo, mas não pega. O CDS está completamente moribundo, mas a família decidiu não lhe contar ainda. O PSD segue o mesmo caminho e Rui Rio, ontem à noite, fez o favor de carregar no acelerador. Perder-se em congratulações com a perda de eleitorado comunista no Alentejo (deve ser a 18a vez que ouço dizer que o PCP perdeu o Alentejo em actos eleitorais, mas pelos vistos, volta sempre a recupera-lo, porque nas eleições seguintes volta a perde-lo outra vez), encarando os resultados de Marcelo como sendo do PSD... até o cretino se sentiu na obrigação de lhe explicar que os primeiros a ser engolidos serão eles.
É que o cretino estudou bem as lições de Trump e Bolsonaro e por isso sabe que lhe falta algo essencial: uma estrutura partidária a sério. O chega é um saco de gatos selvagens, interesses próprios de enriquecimento apressado e jamais conseguirá organizar-se de forma estável. Para isso, precisa do PSD, que será rapidamente colonizado, se assim o permitir. 
 
Resta saber se a esquerda saberá fazer-lhe frente, ou se se perderá em "liberdades de voto", preciosismos de "eu é que fui a autora da proposta" e outras idiotices pouco ideológicas.


domingo, 24 de janeiro de 2021

Notas finais do dia

 

1. Era eu a pessimista, não era?
 
2. Amigos virtuais que votaram e/ou são fãs do cretino: não vos vou desamigar porque eu gosto de observar, estar atenta, compreender o que se está a passar. Mas aqui, no meu feed, jamais vou permitir a defesa do indefensável e este será sempre um local de combate a qualquer forma de política assente na discriminação, ódio, xenofobia, segregação e afins. Logo, se vierem a sentir-se incomodados, não se prendam. Adeus e até um dia.

Notas além do cretino:


1. Como é possível que o Tino de Rans "já liguei ao Marcelo mas ele não atendeu, nunca nenhum presidente nem nenhum rei veio a Rans, em 9 séculos de história " consiga estar à frente de Tiago Mayan que, concorde-se ou não, tem uma ideologia, uma posição vincada?
 
2. Alguém explicou ao Chico do CDS como é que isto funciona? Alguém explicou ao Rui Rio como é que isto funciona? Andaram à procura de "lateralidades" para poderem dizer que ganham alguma coisa? Congratulam-se com a vitória do cretino sobre João Ferreira sem perceberem que ele, o cretino, se alimenta da sangria que lhes está a matar os respectivos partidos?

 

Primeiras impressões

Nos anos 70, quando o poder local dava os seus primeiros passos e procurava canalizar os recursos disponíveis para criar melhores condições de vida para as populações, uma autarquia propôs-se dotar as povoações de água canalizada e esgotos. Numa das Freguesias, a proposta foi recusada. Sempre tinham vivido assim, podiam continuar a viver. Com o dinheiro destinado à água corrente e ao sistema de esgotos, exigiram ter uma praça de touros. E assim foi.

Hoje, nessa freguesia, o cretino ganhou as eleições. 
 
Temos muito trabalho pela frente. Todos e cada um de nós.

Eu e os outros

Há 4 ou 5 dias

António Costa: «Devem ser muito raras as excepções das pessoas que estão, violando a lei, recenseadas fora do seu local de residência, mas admito que haja pessoas que tenham mudado de casa recentemente e, portanto, ainda não estejam devidamente actualizadas»
 
Hoje
 
Em todos os noticiários: Marcelo Rebelo de Sousa chega "a casa" depois de ter votado em Celorico de Basto.
 
Não é embirração, é observação.

Voto

 

Voto há 32 anos. Nunca vi tanta gente. É óptimo para a democracia a funcionar, é um resultado imprevisível para a continuidade da democracia que soubemos construir desde Abril. Tenho um nó no estômago que tenho medo de não conseguir desfazer logo à noite.
 
Vamos ter esperança! E votem, levem caneta e paciência, mas votem.
 
Adenda: Votei na EB André de Resende. Tudo muitíssimo organizado. Obrigada a todos os que contribuíram e contribuem para que assim seja.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Para acabar o dia

 

Ontem: só posts de gente indignada com António Costa por não fechar as escolas. Teimoso e tal, uma vergonha!

Hoje: Só posts de gente indignada com António Costa por ter fechado as escolas. Vira-casacas e tal, uma vergonha!
 
E é isto. Durmam bem, Pessoas!

WI-FI GRATUITO

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Durante o confinamento de Março/Abril muitas foram as carências sentidas no acesso livre e gratuito a wi-fi, imprescindível para o ensino e trabalho em ambiente remoto.

Essa era uma das razões que invocámos quando pedimos que fosse considerada uma solução de excepção para as bibliotecas públicas que lhes permitisse o funcionamento dos serviços mínimos.

Apesar de encerrada, a BPE mantém o seu sinal de wi-fi activo e acreditamos que, nas proximidades da Biblioteca, será possível a sua utilização.

Por questões de configuração, é necessária password de acesso. Por favor, se pretende usar a nossa rede de wi-fi envie-nos uma mensagem para que possamos enviar a password.

Aproveitamos para apelar a outras instituições que disponham de wi-fi público para adoptarem o mesmo procedimento. 

 

Adenda a 24-01-2021: Câmara Municipal de Beja manda desligar a rede de wi-fi da cidade. É o que temos.

Antes do dia 24

 

A maioria dos especialistas aponta para uma abstenção recorde.
 
Eu não sou especialista de nada, só percebo vagamente umas coisas de bibliotecas. Mas isso obriga-me a observar com muita atenção as pessoas, a forma como se movem e o que as motiva. E, com base nisto, digo-vos:
 
A abstenção vai descer, porque:
 
1. Há uma imensa massa de gente que não se manifesta porque sabe pouco das movimentações políticas, não compreende as diferenças entre os candidatos e as suas opções económicas e sociais. São os que vivem vidas inteiras alternando entre os transportes públicos durante a semana e o pijama/fato de treino ao fim-de-semana, que contam os meses pelo ritmo da carta da luz, da água ou do dia de pagar a renda. Não compreendem como caíram naquela rotina nem mostram vontade de compreender como podem sair dela. São também os que, mais na província, e por oposição, não conhecem a diferença entre domingo e segunda. Todos os dias os animais têm que comer, as terras precisam de cuidados e o pão precisa de estar na mesa. E depois há os que já estão fora do sistema. Milhares de cidadãos em lares, casas de acolhimento, onde a mudança de orientação política não chega nunca.
 
2. Esta imensa massa de gente, que afirma que "eles são todos iguais", que "para nós não faz diferença, eles é que ganham o dinheiro ", que sistematicamente se absteve de votar por não compreender a importância do voto, viu subitamente aparecer alguém que fala uma linguagem acessível. Nada de teorias sociais e económicas. Só expressões simples como as que deram a vitória ao Brexit (take back control), a Trump (make America great again) ou a Bolsonaro (Brasil acima de tudo) e agora, com o nosso próprio cretino (pessoas de bem).
 
3. São estas pessoas, que os especialistas não incluem nos estudos ou sequer "vêem", que causam as surpresas que temos tido nos últimos 5 anos e que causam tanto espanto aos especialistas, o "como é que é possível?", "mas as pessoas são burras?" que temos repetido sem parar depois da asneira feita.
 
4. Isto é o que nos vai acontecer no dia 24. A maioria silenciosa não vai ficar toda em casa, desinteressada, porque acha que apareceu alguém, como ele insiste em repetir, de fora do sistema, sem medo e que, se calhar, só para provocar, "porque ele não tem hipótese de ganhar", vão votar nele. "Só para pregar um susto aos de sempre".
 
5. Por outro lado, a maioria silenciosa que vota, que está a ser contabilizada a favor de Marcelo, votou nele porque ele era a pessoa que explicava o que se passava ao domingo à noite, com aquele ar de avô culto, fora do sistema. Mas, 5 anos depois da PR, ele tornou-se um "deles" e isso vai ter consequências. 
 
Portanto, meus amigos aproveitem estes 3 dias de Portugal livre e democrático, porque depois de domingo, tudo vai mudar. Tudo vai ser muito pior, feio e negro. 
 
E nós deixámos que isto acontecesse.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Rigor

Comentador na Sic Notícias


Hoje: 
Este Benfica, apesar de não vencer hoje (perdeu, queria ele dizer), nem ter vencido no dragão, está mais estabilizado e até em crescendo (eu a revirar os olhos).
 
Ontem: 
Este Sporting está claramente em decrescendo no campeonato (não perdeu nenhum jogo até agora), apesar de estar na liderança (o que isto lhes custa!) como prova o empate do último fim de semana (os adversários também empataram e mantêm a distância igualzinha) e dificilmente poderá aspirar à vitória frente ao Porto (olha, ganhou!).
 
Chama-se a isto falhar em toda a linha. Muita opinião (só asneiras, infelizmente) e pouco jornalismo.
 
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Biblioteca em confinamento

 

Estimados Leitores
 
Relembramos que os prazos de empréstimos que terminavam entre 15 e 30 de janeiro foram todos prolongados até 2 de fevereiro.
 
Não obstante, caso queira devolver os livros que requisitou e que já terminou de ler, pode depositá-los na nossa caixa de correio, por baixo da primeira janela a contar do lado esquerdo do edifício.
 
 
A imagem pode conter: céu e ar livre 
 
A imagem pode conter: interiores

domingo, 17 de janeiro de 2021

#vermelhoembelem

 

Vergonha e muita desilusão. 
 
É o que sinto cada vez que vejo alguém, especialmente uma mulher, dizer que pinta os lábios de preto em contra-protesto à onda #vermelhoembelem. Explico porquê:
 
1. Felizmente tenho mais do que uma célula no cérebro. Consigo indignar-me com a corrupção e os corruptos, com as medidas que tornam os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, com a insuficiente dotação orçamental do SNS e da Educação, com os que exigem mundos e fundos ao Estado, com rapidez e eficiência, mas recusam pagar impostos e até, para espanto de muitos, com as tricas do futebol.
 
2. Ao mesmo tempo, há outras células que se indignam, que se recusam a aceitar que alguém, uma pessoa, se ache no direito de enxovalhar candidatos ao mais alto cargo da nação, chegando a comparar uma candidata a um boneco sexual da mais reles categoria.
 
3. Que essa pessoa seja, ele mesmo, um candidato ao mesmo cargo, só agrava a situação a um ponto que nunca imaginei possível. 
 
4. Que haja outras pessoas, seres humanos, especialmente mulheres - filhas, irmãs e mães de outras mulheres - que concordem com ele, subscrevam o que ele diz e ainda contra-ataquem com o discurso xenófobo, racista e instigador de ódio, só pode significar uma de duas coisas: ou são tão más pessoas como ele, ou são mesmo burras e a única celulazinha que têm a funcionar está gravemente doente.
 
5. Podia ter ficado calada e ignorado. Podia, mas já dizia Martin Luther King: o que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons. E eu não quero que me confundam, que pensem que isto não me incomoda, que me é indiferente. À filha dos meus Pais e à mãe dos meus Filhos isto incomoda, incomoda muito!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Encerramento dos serviços

Estimados Leitores

Esta é a publicação que não queríamos fazer.

Na sequência da publicação do Decreto n.º 3-A/2021, de 14 de janeiro (https://dre.pt/application/file/a/153958827 ), informamos que as instalações da Biblioteca Pública de Évora estarão encerradas a partir do final do dia de hoje, 14 de janeiro de 2021, até indicação em contrário.

Este encerramento é particularmente penoso quando passam apenas 10 dias sobre a reabertura da Biblioteca após as obras de requalificação. Aguardamos a resposta a várias propostas que foram apresentadas no sentido de nos ser permitido adotar, pelo menos, um sistema semelhante ao da venda "ao postigo" que foi autorizado para as livrarias para o empréstimo domiciliário.

Fiquem bem, boas leituras!

NOTA: Todos os empréstimos domiciliários cujo prazo de devolução terminava entre 15 e 30 de janeiro foram adiados para o dia 2 de fevereiro.

Contactos durante este período:
Email: bpevora@bpe.pt | Telefone, sms ou whatsapp: 910104678

 

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Mãe

Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...