De um modo silencioso, sim. De forma modesta, nem por isso. Cada pequena escolha, cada opção pela colocação numa área temática ou noutra, cada decisão de envio para depósito é uma presunção de sabedoria e carrega a arrogância de saber o que é melhor para o outro.
Por muito que analise, observe, elabore estudos e estatísticas, sou capaz de conhecer todos os meus utilizadores? Por muito que me escude na heróica tarefa de dar ordem ao caos, consigo incluir a visão que os meus leitores têm do mundo? Ou estou a impôr-lhes a minha organização mental? Quando falamos em formar leitores, pensamos imediatamente na tarefa de os ensinar a movimentar-se na biblioteca e aproveitar todo o seu potencial. Na verdade, não temos consciência de que estamos mesmo a "formar" leitores, na medida em que os tentamos moldar ao nosso esquema de pensamento,
Temos esse direito? E não o tendo, qual é a alternativa?