sábado, 28 de março de 2015

Os Organizadores


De um modo silencioso, sim. De forma modesta, nem por isso. Cada pequena escolha, cada opção pela colocação numa área temática ou noutra, cada decisão de envio para depósito é uma presunção de sabedoria e carrega a arrogância de saber o que é melhor para o outro. 

Por muito que analise, observe, elabore estudos e estatísticas, sou capaz de conhecer todos os meus utilizadores? Por muito que me escude na heróica tarefa de dar ordem ao caos, consigo incluir a visão que os meus leitores têm do mundo? Ou estou a impôr-lhes a minha organização mental? Quando falamos em formar leitores, pensamos imediatamente na tarefa de os ensinar a movimentar-se na biblioteca e aproveitar todo o seu potencial. Na verdade, não temos consciência de que estamos mesmo a "formar" leitores, na medida em que os tentamos moldar ao nosso esquema de pensamento,

Temos esse direito? E não o tendo, qual é a alternativa?

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