Como se não bastassem todos os dias absolutamente normais e regulares que tenho passado nesta Biblioteca, e pelos quais agradeço sem saber bem o que fiz para merecer isto, ainda há dias como o de hoje.
Como da primeira vez que peguei no Esmeraldo de Situ Orbis, há um calafrio que não me abandona e tenho que me conter para não chorar como uma criança.
Nas minhas mãos tive hoje o manuscrito de "A cidade e as serras". A mesma folha de papel que já foi branco, para onde José Maria Eça de Queiroz olhou, sobre a qual apoiou a sua mão, e onde escreveu as primeiras frases, estas que aqui vos mostro.
Tenho 47 anos, quase metade da minha carreira profissional ainda está à minha frente e tudo o que ambiciono é ficar aqui, nesta Biblioteca a que chamo Casa e com a qual assumi um compromisso que a vida inteira não chega para cumprir. Mas até ao último dia, vou dar tudo para honrar esta Biblioteca e todos os que ao longo de 212 anos trabalharam para a engrandecer, e sobretudo, para retribuir a felicidade simples e absoluta que esta Casa me dá.
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PARABÉNS Zélia, continua assim, beijinho!
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