Marcelo é o grande responsável pela crise que se formou em duas semanas, se ela acontecer mesmo. O orçamento não ser aprovado não implica a queda automática do governo. Foi Marcelo quem introduziu essa ameaça para condicionar a decisão das esquerdas. Saiu o tiro pela culatra. Ninguém comeu a sopa e agora estamos todos impedidos de brincar.
PS: provavelmente vence, provavelmente com uma maioria ainda mais insegura e insuficiente. Visto do Largo do Rato, antes agora do que mais tarde e com oportunidade para fazer a remodelação que tardava. Visto do resto do país... que confusão!
PSD: cedo de mais para ir a eleições, se tem ambição de ser governo. Apanhado com as calças na mão, e nem sequer sabemos de quem são as calças.
CDU: vai pagar o preço da coerência política, tal como António Filipe enunciou. Perdeu votantes por apoiar, perde por desapoiar, continua a perder pelo distanciamento prático, vivido, daqueles que quer defender.
BE: também vai descer e muito. Após o recuo do PCP, apareceu como a solução, sem medir bem as consequências. Voltou atrás, mas a cambalhota já estava dada. O distanciamento progressivo da direcção do BE face à realidade e às pessoas provocou e vai consolidar os maus resultados de Marisa Matias e das autárquicas.
CDS: se Cecília Meireles for cabeça de lista por Lisboa, talvez seja eleita.
PAN: talvez sim, talvez não, com tendência para uma ligeira descida.
CH: a multiplicação de cretinos é inevitável e está à vista. mas parece-me que quanto mais depressa houver mais vozes do CH, mais depressa estoura. O silêncio e a adoração em volta do querido líder têm os dias contados e daí ao precipício, é um passo. O problema é que, tal como nas câmaras, é um passo que pode durar 4 anos.
IL: quase me esquecia deles. É assim que estão.
Ou seja, a seguir ao caos semeado nas câmaras, segue-se o caos no governo da Nação.
Pergunta para queijo: se o PSD e o PS votam tantas vezes em uníssono, porque é que tem que ser a esquerda a viabilizar o orçamento? A direita também pode negociar e apoiar.