terça-feira, 12 de maio de 2015
Alentejo, Alentejo
Eu nasci em Aldeia Nova de S. Bento, vivi em Moura e agora vivo em Évora. Sair do Alentejo não é opção. Não quero que o Alentejo perca a sua identidade, mas quero lutar todos os dias para um Alentejo melhor, em que o cante não seja um tónico para a fome e a dor, mas sim uma forma orgulhosa de dizer Alentejo. Tenho um pesado sotaque alentejano que não quero perder e que leva o Alentejo comigo, onde quer que eu vá.
Sim, o Alentejo foi sempre espoliado, económica e politicamente. Os alentejanos aguentam, por isso, a sangria continua, até que os mais teimosos desistam de fazer nascer aqui os seus filhos, desistam de os levar à escola aqui, desistam de voltar para cá quando terminam os estudos, desistam de aqui trabalhar, desistam de voltar a ser terra, quando morrerem.
Mas não quero que me deixem em paz. Quero que olhem para o Alentejo. Quero que olhem para os Alentejanos e que aprendam com eles a resistir a tudo.
Isto vem a propósito disto. E já agora, o "baixo alentejo" (assim, com minúsculas e tudo) é um concelho desde quando? E também não é canto que se chama. É cante. Cante alentejano. Irra!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Mãe
Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...

-
Quando falo no Migraleve, no seu desaparecimento do mercado e no complicado esquema de fornecimento externo que consiste basicamente em crav...
-
Quem passa pela Barragem de Alqueva depara com uma frase em letras garrafais, porém já cheias de ferrugem, mal disfarçadas por uma rede que ...
-
Última hora José Sócrates ameaça mandar apagar as luzes de S. Bento e ligar o sistema de rega dos jardins do palácio às 20h00 do dia ...
Zélia, estou na capital há 23 anos e nunca perdi as minhas raízes nem o meu sotaque Alentejano. Não faço do meu sotaque uma forma de mostrar que sou Alentejano, apenas nunca me envergonhei daquilo que sou. Saí de Moura não por vontade de sair mas por vontade de não estar preso e por necessidade. Sei mais da vida politica e social de Moura do que do concelho onde vivo há mais de doze anos porque continuo a identificar-me como Calêro. Sim, Zélia, sai de Moura, mas a minha vida, os meus amigos continuam nessa terra Alentejana. Por isso, cara Amiga, sair do Alentejo não foi uma opção mas sim uma garantia de emprego.
ResponderEliminarAbraços
Curioso
ResponderEliminarEu disse a que propósito vinha este post. É uma resposta ao que está escrito no texto que é referido, não é uma crítica a ninguém.
Eu também não falo com sotaque alentejano de propósito, apenas faço questão de não o perder.
Abraços também para ti.