quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Bibliotecária de plantão

Pelo terceiro dia, estou de serviço na portaria da Biblioteca. O reduzidíssimo quadro de pessoal e a necessidade de gozo de férias a isso obrigam. Não pensem que estou contrariada, muito pelo contrário. Estou até a considerar a hipótese de me mudar definitivamente para este posto. Ok, então só algumas manhãs ou tardes!

Há quem se surpreenda por me ver aqui. "Então, mas a bibliotecária é que está ao balcão?" ou "Não esperava nada encontrá-la aqui" estão entre as muitas reacções de surpresa destes dias, o que me tem feito pensar no que as pessoas esperam de um bibliotecário.

Na minha opinião, não se é melhor profissional por estar fechado no gabinete, afundado em reuniões e despachos. É aqui, no terreno, a meter as mãos na massa, que se aprende e se evolui. É aqui que tudo se passa e que verdadeiramente sentimos o pulsar da biblioteca. Atendemos os leitores, acolhemo-los na nossa casa e percebemos as suas preferências e as suas dificuldades. Estabelecemos laços, criamos empatia, fazemos acontecer leitura, e é tão bom!

Além disso, ninguém pode desempenhar este papel melhor do que o bibliotecário responsável. Ninguém tem, de forma tão completa, a visão de conjunto sobre a biblioteca e os serviços que presta. Ninguém lhe conhece tão bem os fluxos, os pontos de fricção, as possibilidades de solução. E permitam-me a franqueza: se assim não é, algo está mal.

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