sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Entre as brumas da memória

Se vivessemos num país a sério,  todos os portugueses saberiam o que se comemora hoje. Todos conheceriam a importância deste dia para a nossa História,  para a nossa cultura,  para tudo o que Portugal viveu e foi desde este mesmo dia, há 600 anos atrás.  Mas não vivemos num país a sério e o sentimento de orgulho que deveria encher-nos o peito hoje foi substituído por uma imensa e dolorosa vergonha pela ignorância,  insolência,  absoluto desrespeito e falta de sentido de Estado e até de patriotismo de quem nos governa.

Há 600 anos fomos maiores que o mar, maiores que o mundo que haveriamos de dar a conhecer e partimos para a construção de uma nova era. Há 600 anos engrandecemos Portugal e demos o primeiro passo na construção de um Império.  Há 600 anos, num dia como o de hoje, conquistámos Ceuta, a chave do Mediterrâneo.

Citando o jornal Público de hoje:

Na madrugada de 21 de Agosto de 1415, quando o sol começou a nascer, os habitantes de Ceuta podiam ver na linha do horizonte que se perdia no mar um cenário tão grandioso como assustador.
A pouca distância da costa, mais de 200 naus, fustas e galés preparava-se para desembarcar os primeiros soldados da expedição de uns 20 mil homens que D. João I, rei de Portugal, tinha armado para conquistar a cidade. Pela primeira vez na sua história de menos de quatro séculos, os portugueses arriscavam sair do seu ancoradouro europeu e conquistar um pedaço do continente africano que, sob diferentes conceitos e ideologias, haveria de permanecer no seu consciente colectivo até 1974. Poucas datas da história nacional encerram o mesmo peso e o mesmo significado desse dia de há 600 anos, quando Ceuta caiu nas mãos dos portugueses após uma batalha que durou entre as seis da manhã e as sete e meia da tarde.

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