"Vim do Norte, da montanha, da água e da verdura: a extraordinária individualidade da planície resiste longamente a quem a ignora. Mas por fim, não me foi difícil perceber [que] a linguagem da Serra se reconhece de algum modo na planura: é a linguagem da força cósmica, da desolação, do silêncio. (...) Assim eu não tive de me reinventar totalmente para me reconhecer aqui (...).
De longe aguardo pois que eu relembre a cidade, o Alentejo, para que os veja melhor. Decerto Évora me surgirá então mais nítida na sua maravilha estranha. A horas súbitas e inesperadas, ela me aparecerá nas ruas, tão cheias de ecos de outrora, no espectro das raças que a habitam, nos seus pregões, no estrépito das carroças matinais, na voz raiada à lonjura dos seus corais camponeses, nas gigantescas tardes de verão...
(...) Mas sei bem que Évora me deu mais: o que em grande parte aqui sonhei, pensei, sofri (...) a tessitura afinal de uma grande fracção da minha vida. Isso bastava para que eu a amasse, a sentisse minha de algum modo, como sentimos nossa a pessoa que somos."
Vergílio Ferreira, 1959
Associando-se às comemorações do Centenário de Vergílio Ferreira, a
Biblioteca Pública de Évora, a Direção Regional de Cultura do Alentejo e
a Universidade de Évora inauguram, dia
29 de Fevereiro, às 19 horas, a exposição 'Vergílio Ferreira na
Biblioteca Publica em Évora', sobre o percurso de vida e a obra do
escritor que para sempre ficou ligado a Évora.
Sala de Exposições temporárias da Biblioteca Pública de Évora
29 de Fevereiro a 28 de Março.
29 de Fevereiro a 28 de Março.
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