sexta-feira, 15 de abril de 2016

Declaração de interesses




Sou franca, directa e, por isso, inconveniente. A coisa piora quando o que está em causa é realmente importante para mim. Sou absolutamente insuportável em tudo o que diz respeito aos meus filhos, à Biblioteca, ao Alentejo e ao Sporting (por esta ordem).

Procuro, especialmente nestas coisas que verdadeiramente me importam, ser a maior crítica, para poder corrigir o que está mal, para não ser apanhada na curva, iludida com o aparente sucesso daquilo de que tanto gosto. Foi  por isso que me tornei excepcionalmente exigente em relação aos meus filhos, que penso e pondero tudo o que não está bem nas Bibliotecas (começando pela parte que me diz directamente respeito), que tento todos os dias valorizar o Alentejo e que me farto de rir com as asneiras do Mister JJ.

Percebo que algumas das coisas que digo são incómodas, inconvenientes. Compreendo que, no mundo do politicamente correcto, a crueza das minhas observações não seja bem interpretada. Como não sou de meias palavras, vou directa ao assunto:

Não tenho qualquer ambição de progressão (mais ou menos rápida) no domínio das Bibliotecas. Não estou a mostrar serviço com nenhuma intenção (mais ou menos oculta). Não aspiro a nenhum lugar de topo em nenhuma hierarquia. O sonho da minha vida, como é público, chama-se Biblioteca Pública de Évora, e estou a vivê-lo.

Todos os comentários, todas as críticas, todas as observações que faço sobre Bibliotecas, são com intenção de contribuir para o debate e acordar consciências. Lamento que a uns isso seja considerado como assertividade e a outros seja colado o rótulo de "ela anda atrás de qualquer coisa". Nem desta Biblioteca, pela qual esperei a vida toda, eu andei atrás. Apareceu no meu caminho e eu agarrei a oportunidade com todo o empenho possível.

Às vezes, as coisas são mesmo o que parecem. Não há esquemas nem teorias de conspiração. Aqui só há uma bibliotecária muito apaixonada pelo seu trabalho e muito orgulhosa da sua missão.

Podia, a partir de aqui, andar a lamentar-me pelos cantos sobre injustiça e outras tretas. Não o farei. Até posso, por momentos, ceder à tentação, mas depois vem esta força lá de dentro que me diz "Deixa-te de queixinhas, vai mas é trabalhar!". E eu vou.

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