quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Um amargo que não se desfaz



Destes dias de Esposende, fica-me o travo amargo da intervenção inicial do Senhor Ministro da Cultura e da anunciada subordinação das bibliotecas públicas ao Plano Nacional de Leitura.

Ora, conhecendo as Dras. Teresa Calçada e Elsa Conde, sei de antemão que a ideia, na sua essência, não pode ser esta. Colaboração estreita? Sim! Cooperação efectiva, prática, concreta? Sim! Reforço da participação das Bibliotecas Públicas no PNL? Sim (ainda que, certamente por lapso, a formulação inicial apresentada publicamente as tenha esquecido). Subordinação? Não, nem pensar!

Não é uma questão de hierarquia nem de dependência orgânica. É uma questão de desconhecimento sobre o tanto que as Bibliotecas Públicas têm para oferecer, o tanto que fazem além da justíssima e indispensável promoção da leitura e das literacias.

Concordo plenamente que  toda a sociedade seja convidada a colaborar nesse esforço - e olha que belo exemplo a Biblioteca Municipal Urbano Tavares Rodrigues  em Moura dá, ao nível local, nesse sentido! - mas isso não significa que se reduza a actividade dessas entidades a este único desígnio nacional. Há outros desígnios nacionais, e as Bibliotecas Públicas, no seu todo e nas suas inúmeras valências, deveriam ser um deles.

Aguardemos explicações mais concretas.


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