sábado, 19 de agosto de 2017

Ser ou não ser, eis a questão.

De vez em quando, lá salta uma notícia para a comunicação social. Há uma cabine telefónica, uma gaiola, um caixote transformado em mini-biblioteca, na rua.

A razão pela qual um conjunto de livros abandonados à sua sorte é notícia e o trabalho meritório desenvolvido por tantos bibliotecários por esse país fora - em projectos de literacia, de verdadeira acção social associada à leitura e ao conhecimento, de formação de leitores - passa despercebido, ou é sistematicamente ignorado, é algo que escapa ao meu entendimento.

Mas, o mais surpreendente para mim, é o fascínio de tantas pessoas por estes caixotes de livros, chamando-lhes bibliotecas. Aquilo não é uma biblioteca, nem nunca será, da mesma forma que uma máquina de venda de snacks nunca será uma pastelaria.

Para ser uma biblioteca falta algo essencial: o trabalho de mediação do bibliotecário. Temos assim em tão pouca conta aquilo que fazemos que achamos que uma caixa de livros abandonados à sua sorte no meio da rua produz o mesmo efeito?

Cabine de leitura em Campo de Ourique, patrocinada pela PT, que nunca se lembrou de patrocinar uma verdadeira biblioteca.

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