Hoje, 28 de Maio, faz precisamente 15 anos que queimei a fita na "minha" Universidade de Évora.
Estava grávida de 37 semanas da minha filha Inês e a conjugação dos dois factores (terminar o curso e o nascimento da minha primeira filha), fizeram de 1994 um dos melhores anos da minha vida. Aliás, foi também nesse ano que assumi funções na Biblioteca Municipal. Realmente, foi um ano fantástico.
No próximo dia 30, três novas licenciadas muito especiais vão queimar a fita em Beja: As minhas colegas e amigas Marta, Ana Rita e Elsa.
São três mulheres de coragem, lutadoras, que souberam reagir perante a adversidade e lutar pela sua vida e pelo seu sucesso, sem atropelar ninguém, optando pelo caminho do esforço e do trabalho. Às três desejo as maiores felicidades pela vida fora, não porque fica bem dizer estas frases feitas nestes momentos, mas porque realmente merecem.
Sei que o caminho que têm pela frente não é fácil, mas estou convicta que não desistirão, porque isso é próprio dos fracos, e fracas é que elas não são!
Beijinhos, até Sábado.
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Podemos orgulhar-nos de nós próprios, olhar-nos no espelho e sentirmos satisfação, quando, trilhamos o nosso caminho, sem atropelar niguém, sem a necessidade de o fazer à custa de alguém, e muito mais quando sentimos que alcançamos algum êxito, embora relativo, o êxito é sempre relativo, e depende sempre de a perspectiva com que é olhado por cada um de nós. O que importa é que tenhamos sido honestos, sinceros e justos. Nesta sociedade marcadamente individualista, que promove o sucesso a qualquer preço,onde os valores e as referências se esbatem como as ondas na costa, o difícil é ser-se diferente, e remar contra isto. O romantismo da nossa adolescência, de que iriamos mudar o mundo, transformá-lo para melhor, aquela nossa veia de revolucionários, inspirados nos míticos, Bolivar, Lenine,Guevara, Fidel ou no Maio de 68 Francês, perde-se para alguns com a idade, em que o aburguesamento, os transforma em cumplices deste estado de coisas, a luta dá lugar à passividade, ao pensamento único, o desejo de transformar o mundo em algo mais justo, passa pelo desejo de ser um dos "deles", dos parasitas que nos levam os recursos, que promovem as maiores desigualdades, nunca o mundo produziu tanta riqueza,tanta informação, a ciência avançou como nunca, e no entanto o fosso entre os que mais têm e os que nada têm, não pára de aumentar. Não seria este tema um bom motivo para reflexão? Para que modelo de sociedade caminhamos? Os valores da Justiça, da fraternidade, da igualdade, da solidariedade, são descartáveis, promovemos a cultura do "ter". A todos os licenciados recentes e não recentes, todos os jovens e velhos, homens e mulheres, trabalhadores e desempregados, está na hora de dizer "basta" e sem preconceitos derrubar pela razão todos estes senhores que nos governam.
ResponderEliminarA revolução está em marcha, "o sol quando nasce é para todos"
Desde já o meu MUITO OBRIGADO!
ResponderEliminarUma parte do que sou hoje devo à autora deste blog pois foi com ela que aprendi o que era o significado da palavra “trabalhar”, à qual tenho muito a agradecer os valores e normas que me tem transmitido. É com muito agrado e satisfação que leio estas palavras. Como refere o comentário anterior o mundo está cada vez mais individualista, é verdade! Mas cabe-nos a nós a lutar pela igualdade e cooperação entre as pessoas. Nós somos apenas um ponto no mundo mas seja aquilo que for que façamos na vida tem de começar por alguém…e esse alguém podemos ser nós! Termino o meu curso este ano mas isso não mudará nada na minha maneira de estar perante o mundo, continuarei com as normas e valores com que tenho crescido e aprendido…A humildade e o respeito pelo outro são elementos que estão sempre presentes e em Serviço Social o respeitar, colaborar, ajudar…são palavras fundamentais. Este curso é de realização profissional mas para mim muito mais pessoal.
Simplesmente Obrigado
Marta
É isso mesmo, Marta. Arregaçar as mangas e fazer a nossa parte, é só isso que se pede a cada um. Eu sei que costumo pedir um pouco mais: o que quer que façamos, que o façamos bem feito (a minha filha Inês já deve estar a revirar os olhos e a soprar para o lado). Se cada um de nós fizer esse esforço, sim, seremos capazes de mudar o mundo. E não podemos ficar eternamente de braços cruzados à espera que alguém comece para depois seguirmos a onda. Temos de ter a coragem de dar os primeiros passos sempre que for necessário.
ResponderEliminarConcordo em quase tudo o que é expresso no comentário anónimo. Perdoe-me se me vou fixar num pormenor, mas houve uma ou duas frases que me prenderam a atenção. Uma delas é a que fala sobre o romantismo da nossa adolescência. Ultimamente tenho-me sentido muito nostálgica, com muitas saudades da garra e da energia que tinha nos meus 18, 20 anos. Essa talvez tenha sido a principal razão para este blogue, queria reviver épocas que me marcaram. Se às vezes não escrevo mais posts sobre esses tempos, é porque não quero que isto se transforme num muro das lamentações. Mas sinto culpa por não ter cumprido as minhas expectativas. Sinto sempre, a cada dia, que fiquei aquém daquilo que podia fazer, que me sentia capaz de fazer. Compreendo que só há uma solução para isso e é precisamente a forma como comecei este comentário: arregaçar as mangas e parar de olhar para trás, com uma excepção, que é a de me lembrar permanentemente que tinha muitos objectivos e que ainda há muitos por concretizar.