sexta-feira, 28 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
terça-feira, 25 de março de 2014
Assembleia Municipal - 24 Março 2014
Desta vez a organização do texto está um bocadinho atabalhoada, mas não houve tempo para mais. Aqui fica o essencial da reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Moura que decorreu ontem à noite.
Eleito José Maria
Pós-de-Mina: A apresentação
destes contratos é o culminar de um longo trabalho realizado para a
constituição destas empresas. Considerou ser dever da Assembleia Municipal
apoiar a Câmara no desenvolvimento destas actividades que são importantes para
o concelho. Lembrou que já forma feitas várias sessões de apresentação das
empresas em causa.
Sublinhou a
multiplicidade de fins que a Herdade da Contenda abrange e chamou a atenção
para a questão da sustentabilidade económica necessária para a subsistência e
funcionamento da Herdade.
Eleito João Socorro: Reafirmou que
havia dúvidas, e havendo dúvidas, não faz sentido aprovar o documento. O PS só
aprovaria o documento se estes dois pontos fossem retirados.
Eleito Amílcar Mourão: Questionou,
considerando que o valor proposto não estava em causa e que se trata de uma
empresa municipal, gerida pela Câmara, qual o problema em aprovar a proposta.
Sublinhou que não se podem tomar decisões com base em opiniões e considerou
exagerada a posição de “não poder estudar” a viabilidade da criação do porco
alentejano.
Eleito José Maria
Pós-de-Mina: Pediu ao PS que,
se tivesse informação adicional que fosse do desconhecimento dos restantes
membros da Assembleia, a apresentasse.
Eleito João Socorro: Declarou não ter
os documentos.
Foi lida a minuta da acta, que foi aprovada por unanimidade.
1. Contrato
programa entre a CMM e a COMOIPREL
Eleito José Maria Pós-de-Mina: Informou que ele
e a Dra. Antónia Baião estão impedidos de participar neste ponto por serem
cooperantes na COMOIPREL, pelo que pediram para se retirar. O mesmo pedido
apresentou o Sr. Álvaro Azedo, pela mesma razão. Após se ter retirado, voltou à
mesa por considerar que, sendo representante da freguesia, não estava impedido de
votar.
Eleito João Socorro: Questionou sobre
a responsabilidade a assumir pelo segundo outorgante e como seria resolvido
algum incumprimento, uma vez que estava em causa a transferência de dinheiro.
O Presidente da Câmara respondeu
que seria resolvido através dos meios habituais, caso não houvesse acordo.
Aprovado por
unanimidade dos presentes (24).
2. Contrato
programa entre a CMM e a Herdade da Contenda – EM
Retomaram os seus
lugares os dois eleitos que se haviam retirado.
Eleito João Socorro: Manifestou a
impossibilidade da parte dos elementos da bancada do PS em aprovar o documento,
referindo algumas questões cuja concretização, em sua opinião, não é possível
(Estudo da possibilidade de criação de porco alentejano e contratação de
sapadores florestais). Pediu a alteração da redacção para que o documento
pudesse ser aprovado.
Eleito Amílcar Mourão: Considerou que a
Lógica e a Herdade da Contenda são 2 empresas municipais com um historial menos
conhecido do que a COMOIPREL, pelo que sugeriu a realização de uma sessão de
apresentação junto das bancadas da Assembleia Municipal sobre os projectos e
ideias que as duas empresas estão a pensar concretizar, bem com a apresentação
de relatórios que dêem conta da evolução dos contratos programa que aqui são
aprovados.
Eleito Álvaro Azedo: Lembrou que a
Contenda diz muito a cada um de nós e que é a grande jóia deste concelho.
Considerou ser importante que este documento fosse aprovado por todos, pelo que
apelou a que os contributos do PS fossem valorizados, sugerindo a retirada
deste ponto e reapresentado em Abril, já integrando as observações colocadas.
Eleito José Maria
Pós-de-Mina: Revelou não
perceber qual era o problema que impedia a aprovação do documento. Num caso
(criação do porco alentejano) trata-se de um estudo que pode ser viável ou não
mas para isso é necessário fazer o estudo. No caso dos sapadores, seja a Câmara
a responsável ou seja o Estado, eles terão de existir e a legalidade terá de
ser cumprida.
Eleito Álvaro Azedo: Pediu ao
Presidente da Câmara que autorizasse o vereador Canudo Sena a usar da palavra
para ajudar a clarificar a situação.
Eleito José Maria
Pós-de-Mina: Se o PS tem um
documento, não percebe porque não o traz. Quem representa o PS na Assembleia
são os seus membros e o vereador está a representar a câmara, pelo que lhe
compete expressar a posição deliberada pela Câmara e não a sua opinião pessoal.
Eleito Gabriel Ramos: Disse que no seu
entendimento, o que o PS está a pretender é retirar à Herdade da Contenda a
possibilidade de gerir o efectivo de sapadores florestais e de proceder a um
estudo de viabilidade do porco preto alentejano.
Eleito Manuel Bravo: Relembrou que no
conselho de Acompanhamento da Contenda, em tempos já havia sido levantada esta
questão, sendo declarada a impossibilidade. No entanto, mais tarde, quando o
grupo Amorim quis criar porcos na Contenda, a Direcção-Geral de Floretas já
declarou a possibilidade e viabilidade da criação de porcos. Por fazer um
estudo, todos ficamos a saber mais do que sabemos hoje. Se não se fizer,
ficamos na mesma.
Eleito João Socorro: Declarou que há
estudos e estudos e que há muitos estudos que se fazem por encomenda,
embora não questione os estudos. O PS
também tem um estudo que diz o contrário, embora não o apresente.
Eleito António Gonçalves: Considerou que há
um grande desconhecimento sobre a matéria. O PS não sabe porque se opõe e a CDU
também não está muito segura. Propôs que se aprofundasse o conhecimento sobre a
matéria.
Presidente da
Câmara: Referiu o esforço
da Câmara durante muitos anos para participar e depois recuperar a gestão da
Herdade da Contenda. Referiu confiar nos técnicos que elaboram relatórios e
projectos, caso contrário, o executivo tinha de verificar todas as propostas e
tarefas executadas pelos funcionários. O que se propõe é um estudo de
viabilidade, proposto pelos técnicos competentes. Sublinhou que é importante
construir um projecto de futuro para a Contenda, e que a Câmara está disposta a
fazer o necessário para garantir esse futuro.
Manifestou o seu
acordo relativamente às apresentações propostas pelo PSD e aos relatórios
intermédios
O PS pediu 5 minutos
para discussão do tema.
Aprovada com 14
votos a favor e 12 abstenções. O PS apresentou uma declaração de voto,
sublinhando que a abstenção viabilizava o contrato programa mas pediu o
conhecimento posterior daas conclusões do estudo e da situação dos sapadores.
3. Contrato
programa entre o Município de Moura e Lógica
O Sr. Presidente
da Mesa pediu para se retirar por representar um dos accionistas da Lógica. Foi
substituído nas suas funções pela Sra. Paula Ramos e foi chamado o Sr. Rui
Apolinário para que a Mesa ficasse completa.
Eleito João Socorro: Referiu uma
discrepância nas tranches de financiamento registadas no Contrato programa e no
orçamento da Lógica. Pediu esclarecimento.
O Presidente da Câmara
esclareceu que o que é válido é o que está no contrato programa. O que está no
orçamento da lógica é uma expectativa.
Eleito Gabriel Ramos: Felicitou a
Câmara pelo contrato programa e pela forma como o documento é transparente,
tornando claras as acções desenvolvidas pela Lógica, bem como pela aposta feita
pela Câmara nas energias renováveis e na empresa Lógica.
O Presidente da
Câmara informou que o Instituto Superior de Engenharia do Porto manifestou
interesse em participar no capital social da Lógica. Por outro lado, a Lógica
integra a custo zero um projecto desenvolvido pelo Instituto Superior de
Engenharia do Porto, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e Universidade
de Florença. Também a nível governamental há interesse no apoio e
desenvolvimento da Lógica.
Aprovado por
maioria, com 24 votos a favor e uma abstenção.
O Sr. Presidente
da Assembleia retomou o seu lugar.
4. Contrato para
concessão do bar da Piscina Municipal.
O eleito José Machado perguntou a que
período de tempo corresponde o preço estipulado. O Presidente da Câmara
reconheceu que a informação é omissa e esclareceu que o preço se refere à época
balnear.
Aprovado por
unanimidade.
5.Declaração de
utilidade Publica solicitada pela empresa Águas do Alentejo.
Aprovada por
unanimidade.
Foi lida a minuta da acta, que foi aprovada por unanimidade.
sexta-feira, 21 de março de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
Um poema por dia, até ao Dia Mundial da Poesia
Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
quarta-feira, 19 de março de 2014
Um poema por dia, até ao Dia Mundial da Poesia
Se Tu Viesses Ver-me...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
2 de Abril, Dia Internacional do Livro Infantil
CARTA ÀS CRIANÇAS DE TODO O MUNDO
Os leitores perguntam muitas vezes aos escritores como é que escrevem as suas histórias – de onde vêm as ideias? Da minha imaginação, responde o escritor. Ah, sim, dizem os leitores. Mas onde fica a imaginação, de que é que ela é feita, e será que todos temos uma?
Bem, diz o escritor, fica na minha cabeça, claro, e é feita de imagens e palavras e memórias e vestígios de outras histórias e palavras e fragmentos de coisas e melodias e pensamentos e rostos e monstros e formas e palavras e movimentos e palavras e ondas e arabescos e paisagens e palavras e perfumes e sentimentos e cores e ritmos e pequenos cliques e flashes e sabores e explosões de energia e enigmas e brisas e palavras. E fica tudo a girar lá dentro e a cantar e a parecer um caleidoscópio e a flutuar e a pousar e a pensar e a arranhar a cabeça.
Claro que todos temos uma imaginação: se assim não fosse, não seríamos capazes de sonhar. Contudo, nem todas as imaginações são feitas das mesmas coisas. A imaginação dos cozinheiros tem sobretudo paladares, e a dos artistas mais cores e formas. Mas a imaginação dos escritores está cheia de palavras.
E nos leitores e ouvintes das histórias, as imaginações fazem-se com palavras também. A imaginação do escritor trabalha e gira e molda ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é apenas feita de palavras, batalhões de rabiscos que marcham ao longo das páginas. E depois chega o leitor e os rabiscos ganham vida. Ficam na página, parecem ainda rabiscos, mas também brincam na imaginação do leitor, e o leitor começa igualmente a desenhar e a rodar as palavras de modo a que a história se crie agora na sua cabeça, tal como tinha acontecido na cabeça do escritor.
É por isso que o leitor é tão importante para a história como o escritor. Há apenas um escritor para cada história, mas há centenas ou milhares ou mesmo milhões de leitores, na própria língua do escritor ou traduzida para muitas línguas. Sem o escritor, a história nunca teria nascido; mas sem os milhares de leitores em todo o mundo, a história não viveria todas as vidas que pode viver.
Cada leitor de uma história tem alguma coisa em comum com os outros leitores da mesma história. Separadamente, mas também em conjunto, eles recriam a história do escritor com a sua própria imaginação: um ato ao mesmo tempo privado e público, individual e coletivo, íntimo e internacional. Isto deve ser o aquilo que o ser humano faz melhor.
Continua a ler!
Siobhán Parkinson
Autora, editora, tradutora e distinguida com o Laureate na nÓg (Children’s Laureate of Ireland).
Tradução: Maria Carlos Loureiro
terça-feira, 18 de março de 2014
21 de Março, dia mundial da poesia
Este ano, na Biblioteca Pública de Évora, a comemoração do Dia Mundial da Poesia irá decorrer em torno de Florbela Espanca.
A partir desta data, ficará disponível ao público, através da página da BPE, o espólio existente na instituição relativo à poetisa alentejana.
O espólio reúne um variado conjunto de documentos dos quais se destacam 24 cartas escritas por Florbela Espanca a Guido Battelli nos últimos meses da sua vida, com a indicação expressa do académico italiano, para só serem abertas decorridos 11 anos após a morte de Florbela.
Um caderno contendo 18 poemas autógrafos, entre os quais Ser Poeta, ficará também disponível para consulta pública bem como a 1ª edição do Livro de Soror Saudade, alguns documentos iconográficos e ainda material relativo ao falecimento de Florbela Espanca.
Para além da colocação on-line do espólio, a Biblioteca vai também ter patente, entre os dias 21 de Março e 17 de Abril, uma mostra bibliográfica com parte desta documentação à qual se juntará outro material existente nas coleções da B.P.E. como jornais e revistas com publicação de poemas de Florbela Espanca ou ainda obras cuja tradução foi da responsabilidade da poetisa.
No dia 21 de Março a poesia vai também sair à rua numa iniciativa conjunta da Biblioteca e da Associação Comercial do Distrito de Évora contando com a colaboração da Escola Secundária Gabriel Pereira e da EB1 de São Mamede. Os alunos destas escolas irão percorrer as ruas do Centro Histórico declamando poesia em espaços públicos e nas lojas aderentes a esta iniciativa.
Quem fizer compras nestas lojas poderá levar um saco especial… com poesia!
Um poema por dia, até ao Dia Mundial da Poesia
Saudades
Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
segunda-feira, 17 de março de 2014
Um poema por dia, até ao dia Mundial da Poesia
Árvores do Alentejo
Horas mortas... curvadas aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
-Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Horas mortas... curvadas aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
-Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca
domingo, 16 de março de 2014
Uns têm coragem, outros deixam-se ficar. 2
Eu não quero pagar por aquilo que não fiz
Não me fazem ver que a luta é pelo meu país.
Eu não quero pagar depois de tudo o que dei
Não me fazem ver que fui eu que errei.
Não fui eu que gastei mais do que era para mim
Não fui eu que tirei, não fui eu que comi
Não fui eu que comprei, não fui eu que escondi
Quando estava a olhar não fui eu que fugi.
Não é essa a razão para me quererem moldar
Porque eu não me escolhi para a fila do pão
Este barco afundou houve alguém que o cegou
Não fui eu que o não vi.
Eu não quero pagar por aquilo que não fiz
Não me fazem ver que a luta é pelo meu país.
Eu não quero pagar depois de tudo o que dei
Não me fazem ver que fui eu que errei.
Talvez do que não sei talvez do que não vi
Foi de mão para mão, mas não passou para mim
E perdeu-se a razão tudo bom se feriu
Foi mesquinha a canção desse amor a fingir.
Não me falem do fim se o caminho é mentir
Se quiseram entrar não souberam sair
Não fui eu quem falhou, não fui eu quem cegou
Já não sabem sair.
Eu não quero pagar por aquilo que não fiz
Não me fazem ver que a luta é pelo meu país.
Eu não quero pagar depois de tudo o que dei
Não me fazem ver que fui eu que errei.
Meu sonho é de armas e mar
Minha força é navegar
Meu Norte em contraluz
Meu fado é vento que leva e conduz.
sábado, 15 de março de 2014
Uns têm coragem, outros deixam-se ficar. 1
TODOS LÁ P'RA TRÁS
(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)
Tenho medo de contar
O que acabo de assistir,
Um homem a trabalhar
E mais de vinte a dirigir,
Por decreto, tudo certo,
Diz a lei que assim se faz,
Até que o homem se fartou
E berrou
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Venham ver como se faz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'
Vi a Geração Currículo,
Dez estágios no Japão,
Cinco cursos, doutorados,
Recibos verdes e pão,
Tudo às cegas, e os colegas,
Enterrados no sofá,
Voltam pra casa dos pais
Que fartos, berram:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Estudou e é um incapaz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'
Ah, se eu te dissesse
Tudo o que vai no meu país,
Ah, se eu conseguisse,
Matar o mal pela raiz.
E se tu viesses
Também beber desta euforia,
Os dois somos multidão,
E toda a gente gritaria:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
É a nossa vez, queremos Paz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'
Vi quem de saber tão curto,
Ainda acaba Presidente,
E à sua volta sábios
Disfarçados de inocentes
De fato no retrato,
Como a muita gente apraz,
Até que alguém se irritou
E ordenou:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Queremos pão, queremos Paz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'
Que país tão engraçado,
A comprar o que não quer,
Submarinos estragados
Auto-estradas de aluguer,
Tanto crédito, inédito,
De escravo a capataz,
Até que alguém de lá do fundo
Gritou:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
E quem come do cabaz?
Todos, Todos lá p'ra trás.'
Ah, se eu te dissesse
Tudo o que vai no meu país,
Ah, se eu conseguisse,
Matar o mal pela raiz.
E se tu viesses
Também beber desta euforia,
Os dois somos multidão,
E toda a gente gritaria:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Queremos pão, queremos paz
Venham ver com se faz. '
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Quero Todos lá p’ra trás,
Queremos pão, queremos paz,
Agora todos lá p’ra trás,
Todos, Todos lá p'ra trás,
Venham ver como se faz,
E o Presidente ineficaz,
Todos, Todos, lá para trás
Todos, Todos, lá para trás
Queremos pão, queremos paz,
Todos, Todos lá para trás
Todos, Todos lá para trás
quinta-feira, 13 de março de 2014
Feira do Livro 2014
Março vai a meio e na minha cabeça sempre cheia de palavras andam a pular expressões como "depósito legal", "Cenáculo", "Sala de leitura", "Cimélios", "Casa Forte", "Pólo de Valverde", "catalogação do depósito", "dia mundial da poesia", " Florbela Espanca"...
Até que saio para a rua e vejo a primavera a chegar. "Cheira a Feira do Livro", penso imediatamente. Mas não cheira. Ainda não enviei dezenas de emails que começam invariavelmente com " A Câmara Municipal de Moura vai promover, entre --- e --- de Abril a nnª edição da Feira do Livro de Moura..." Ainda não recebi ficheiros de preços, nem caixas, nem imprimi milhares de talões para depois "andarmos à roda". Não fechei espectáculos nem desafiei ninguém.
Não tenho saudades, confesso, e perdoem-me a franqueza. Tive a minha conta, foram 19 edições da Feira do Livro e o "meu" modelo já estava gasto. Novas oportunidades se abrem, novas ideias, uma nova Feira vai nascer. Talvez ainda não este ano, em que as contingências financeiras empurraram a feira para o Parque de Feiras e Exposições. Acho muito bem, se querem saber. É a oportunidade de confirmar se têm ou não razão aqueles que durante anos apontaram o dedo acusador à organização da Feira por insistir em trazer os livros para a rua, pô-los no caminho das pessoas.
Além do mais, sei que a Feira está muitíssimo bem entregue e que a equipa da Biblioteca vai esfolar-se viva, se for preciso, para que tudo corra da melhor forma possível. Desejo muito que sejam recompensados, espero que a população de Moura saiba reconhecer a importância de uma Feira do Livro, desta Feira do Livro.
Ela está aí, não faltem!
Até que saio para a rua e vejo a primavera a chegar. "Cheira a Feira do Livro", penso imediatamente. Mas não cheira. Ainda não enviei dezenas de emails que começam invariavelmente com " A Câmara Municipal de Moura vai promover, entre --- e --- de Abril a nnª edição da Feira do Livro de Moura..." Ainda não recebi ficheiros de preços, nem caixas, nem imprimi milhares de talões para depois "andarmos à roda". Não fechei espectáculos nem desafiei ninguém.
Não tenho saudades, confesso, e perdoem-me a franqueza. Tive a minha conta, foram 19 edições da Feira do Livro e o "meu" modelo já estava gasto. Novas oportunidades se abrem, novas ideias, uma nova Feira vai nascer. Talvez ainda não este ano, em que as contingências financeiras empurraram a feira para o Parque de Feiras e Exposições. Acho muito bem, se querem saber. É a oportunidade de confirmar se têm ou não razão aqueles que durante anos apontaram o dedo acusador à organização da Feira por insistir em trazer os livros para a rua, pô-los no caminho das pessoas.
Além do mais, sei que a Feira está muitíssimo bem entregue e que a equipa da Biblioteca vai esfolar-se viva, se for preciso, para que tudo corra da melhor forma possível. Desejo muito que sejam recompensados, espero que a população de Moura saiba reconhecer a importância de uma Feira do Livro, desta Feira do Livro.
Ela está aí, não faltem!
domingo, 9 de março de 2014
quinta-feira, 6 de março de 2014
Uma Biblioteca fora de si
A 23 de Abril de 2014, Dia Mundial do Livro, a Biblioteca Pública de Évora inaugurará o seu primeiro pólo ou delegação nas instalações da União de Freguesias de N. Sra. da Tourega e N. Sra. de Guadalupe, sitas respectivamente nas localidades de Valverde e Guadalupe.
Esta parceria com a União de Freguesias é a primeira de muitas que esperamos estabelecer e permitirá criar uma nova relação de proximidade entre a Biblioteca e a comunidade que serve, aproveitando o vasto fundo documental que o depósito legal nos proporciona e colocando-o ao serviço da população.
O funcionamento dos dois postos de atendimento deste Pólo será assegurado pela União de Freguesias, cabendo à BPE a colocação e gestão do fundo documental. Em ambos haverá um sector infanto-juvenil e um sector de adultos, bem como uma zona de publicações de referência. O acesso é livre e gratuito e a requisição de livros implica apenas a obtenção do cartão de leitor da BPE, que pode ser feita presencialmente ou via internet, na nossa página.
A descentralização de serviços é uma das apostas da BPE no sentido de criar e fortalecer hábitos de leitura entre a população. Contamos com a vossa visita na BPE e, a partir de 23 de Abril, também em Valverde e Guadalupe.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Gosto disto
A Câmara Municipal do Porto vai assumir a organização da Feira do Livro do Porto, garantindo assim a sua realização, desta vez nos Jardins do Palácio de Cristal, entre 5 e 21 de Setembro. É muito bom ver a autarquia chamar a si a organização de um evento com este. Significa que o valoriza e o considera imprescindível. Quando o que é comum é o desinvestimento, este é um bom sinal. Parabéns pela coragem da decisão.
Petição pela manutenção da equipa técnica da Biblioteca Municipal da Nazaré
Peço a todos os amigos e conhecidos que assinem e divulguem a petição pela manutenção da equipa técnica da Biblioteca Municipal da Nazaré, acessível neste endereço: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT72756
Relembro que este equipamento, de grande qualidade, foi financiado pelo Estado Português (leia-se contribuintes), para funcionar como Biblioteca Pública e servir a comunidade do concelho da Nazaré. O facto de existir um contrato-programa assinado parece infelizmente não conseguir impedir o desmantelamento progressivo do serviço e a sua adaptação para outros fins, que nada têm a ver com o projecto que mereceu o financiamento. É, afinal de contas, uma questão de cultura e respeito pelos compromissos assumidos. Ou será melhor dizer "de falta de cultura e falta de respeito pelos compromissos assumidos"?
Relembro que este equipamento, de grande qualidade, foi financiado pelo Estado Português (leia-se contribuintes), para funcionar como Biblioteca Pública e servir a comunidade do concelho da Nazaré. O facto de existir um contrato-programa assinado parece infelizmente não conseguir impedir o desmantelamento progressivo do serviço e a sua adaptação para outros fins, que nada têm a ver com o projecto que mereceu o financiamento. É, afinal de contas, uma questão de cultura e respeito pelos compromissos assumidos. Ou será melhor dizer "de falta de cultura e falta de respeito pelos compromissos assumidos"?
terça-feira, 4 de março de 2014
Pedido de ajuda
Divulgo o pedido de uma amiga. O equipamento aqui pedido faz falta na zona do Minho.
Peço a quem possa ajudar ou saber quem possa ajudar/dar/emprestar, o seguinte material:
(por ordem de necessidade prioritária):
- 1 cadeira de banheira (o ideal seria 1 assento de banho giratório com encosto). Permite da cadeira de rodas, colocar no assento giratório que, por sua vez, desliza para o centro da banheira;
- 1 cadeira sanitária
- 1 cadeirão reclinável
segunda-feira, 3 de março de 2014
Coisas que me passam pela cabeça
Não pode haver uma pessoa que, sendo minimamente normal, e carregando já nos ombros o peso de se chamar Zélia, se apresente como Zelinha. Não pode.
domingo, 2 de março de 2014
O Conto Tradicional
O CONTO TRADICIONAL
MEMÓRIA | IDENTIDADE | PARTILHA
CONVENTO DOS REMÉDIOS
ÉVORA 13 DE FEVEREIRO A 30 DE ABRIL DE 2014
PROGRAMAÇÃO GERAL
EXPOSIÇÕES
13 Fev a 30 de Abril
Programação para MARÇO
Dia 1 (Sábado) 16:00 – Marionetas pelo TRULÉ – “Bonecos do Mundo”
Dia 5 (4.ª Feira) 18:00 – Tertúlia “TEATRO / ANIMAÇÃO CULTURAL”
Dia 8 (Sábado) 16:00 – Marionetas pelo TRULÉ – “Bonecos do Mundo”
Dia 11 (3.ª Feira) 18:30 – Cinema “A PRINCESA PELE DE BURRO” de Jacques Demi
Dia 12 (4.ª Feira) 18:00 – Tertúlia “OS CONTOS E A MÚSICA CLÁSSICA” (audição)
Dia 15 (Sábado) 16:00 – Workshop Pim Teatro – “Histórias do Arco da Velha”
Dia 18 (3.ª Feira) 18:00 – Roda de Contos
Dia 19 (4.ª Feira) 18:00 – Tertúlia “LITERATURA E POESIA”
Dia 22 (Sábado) 16:00 – Pim Teatro – “O AUTO DE S. MARTINHO”
Dia 25 (3.ª Feira) 18:30 – Cinema “A FLAUTA MÁGICA” – Ingmar Bergman
Dia 26 (4.ª Feira) 18:00 – Tertúlia “EDUCAÇÃO FORMAL / NÃO FORMAL”
Dia 29 (Sábado) 16:00 – Workshop Pim Teatro – “HISTÓRIAS DENTRO DE UMA CAIXA”
2 meses
Dois meses depois do meu primeiro dia na Biblioteca Pública de Évora, preparamos a reabertura das portas amanhã com um aspecto ligeiramente diferente. É a primeira de várias etapas que já estão delineadas no percurso da BPE para os próximos anos.
É importante hoje dizer o seguinte: Seja qual for o caminho percorrido durante a minha presença aqui, é possível fazê-lo porque outros trouxeram a BPE até este ponto. Se o serviço de empréstimo domiciliário não tivesse sido criado há uns anos, hoje era impossível repensar e redistribuir este serviço. Se hoje estamos a tentar criar um sistema de catalogação sistemático, é porque já alguém antes havia iniciado esse esforço e criado um catálogo informatizado. Se vamos avançar na criação de melhores condições para o fundo patrimonial, é porque ele foi preservado e salvaguardado para chegar até aqui. Se a Biblioteca é considerada como um local privilegiado para a realização de actividades culturais, é porque, antes de mim, alguém criou nas pessoas esse hábito.
Nada do que pretendo implementar tem o propósito de corrigir procedimentos anteriores. O trabalho é algo que, felizmente, não tem fim nesta casa e agora é o meu turno. Tenho consciência de ser apenas mais uma, de entre os muitos bibliotecários que esta casa já teve e para a história ficarei apenas como a responsável entre 2014 e o dia em que terminar funções. Mas enquanto aqui estiver, não esperem de mim menos do que tudo o que estiver ao alcance das minhas capacidades. Quem vier a seguir a mim, terá menos isso para fazer.
Amanhã continuamos.
É importante hoje dizer o seguinte: Seja qual for o caminho percorrido durante a minha presença aqui, é possível fazê-lo porque outros trouxeram a BPE até este ponto. Se o serviço de empréstimo domiciliário não tivesse sido criado há uns anos, hoje era impossível repensar e redistribuir este serviço. Se hoje estamos a tentar criar um sistema de catalogação sistemático, é porque já alguém antes havia iniciado esse esforço e criado um catálogo informatizado. Se vamos avançar na criação de melhores condições para o fundo patrimonial, é porque ele foi preservado e salvaguardado para chegar até aqui. Se a Biblioteca é considerada como um local privilegiado para a realização de actividades culturais, é porque, antes de mim, alguém criou nas pessoas esse hábito.
Nada do que pretendo implementar tem o propósito de corrigir procedimentos anteriores. O trabalho é algo que, felizmente, não tem fim nesta casa e agora é o meu turno. Tenho consciência de ser apenas mais uma, de entre os muitos bibliotecários que esta casa já teve e para a história ficarei apenas como a responsável entre 2014 e o dia em que terminar funções. Mas enquanto aqui estiver, não esperem de mim menos do que tudo o que estiver ao alcance das minhas capacidades. Quem vier a seguir a mim, terá menos isso para fazer.
Amanhã continuamos.
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