Março vai a meio e na minha cabeça sempre cheia de palavras andam a pular expressões como "depósito legal", "Cenáculo", "Sala de leitura", "Cimélios", "Casa Forte", "Pólo de Valverde", "catalogação do depósito", "dia mundial da poesia", " Florbela Espanca"...
Até que saio para a rua e vejo a primavera a chegar. "Cheira a Feira do Livro", penso imediatamente. Mas não cheira. Ainda não enviei dezenas de emails que começam invariavelmente com " A Câmara Municipal de Moura vai promover, entre --- e --- de Abril a nnª edição da Feira do Livro de Moura..." Ainda não recebi ficheiros de preços, nem caixas, nem imprimi milhares de talões para depois "andarmos à roda". Não fechei espectáculos nem desafiei ninguém.
Não tenho saudades, confesso, e perdoem-me a franqueza. Tive a minha conta, foram 19 edições da Feira do Livro e o "meu" modelo já estava gasto. Novas oportunidades se abrem, novas ideias, uma nova Feira vai nascer. Talvez ainda não este ano, em que as contingências financeiras empurraram a feira para o Parque de Feiras e Exposições. Acho muito bem, se querem saber. É a oportunidade de confirmar se têm ou não razão aqueles que durante anos apontaram o dedo acusador à organização da Feira por insistir em trazer os livros para a rua, pô-los no caminho das pessoas.
Além do mais, sei que a Feira está muitíssimo bem entregue e que a equipa da Biblioteca vai esfolar-se viva, se for preciso, para que tudo corra da melhor forma possível. Desejo muito que sejam recompensados, espero que a população de Moura saiba reconhecer a importância de uma Feira do Livro, desta Feira do Livro.
Ela está aí, não faltem!
quinta-feira, 13 de março de 2014
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