sábado, 5 de maio de 2012
De volta a casa
Com a alma cheia de amigos que já não via há muito tempo, de conversas saborosas com pessoas que partilham os mesmos interesses e caminhos, pessoas que vivem as bibliotecas como uma missão, uma atitude perante a vida e não apenas uma profissão. Levei um bocadinho da minha biblioteca, mas trouxe muito, muito mais em troca.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Mãe
Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...
-
Quem passa pela Barragem de Alqueva depara com uma frase em letras garrafais, porém já cheias de ferrugem, mal disfarçadas por uma rede que ...
-
Quando falo no Migraleve, no seu desaparecimento do mercado e no complicado esquema de fornecimento externo que consiste basicamente em crav...
-
Última hora José Sócrates ameaça mandar apagar as luzes de S. Bento e ligar o sistema de rega dos jardins do palácio às 20h00 do dia ...
Existem atrasos de 10m, que se tornam imensamente saborosos. Isto vem a propósito de no Sábado ter tido o privilégio e o prazer de ter estado presente no “13º Encontro da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas”, que se realizou no Centro de Congressos do Estoril, sob o Tema “As Bibliotecas Públicas Hoje”. Estive presente, em representação da Câmara municipal de Moura, que a exemplo de outras autarquias, foi convidada.
ResponderEliminar“Devia ter chegado 10 minutos mais cedo, perdeu uma grande comunicação”, foi assim que a Dr.ª Maria José Moura, considerada a mãe das Bibliotecas Públicas em Portugal, desempenhando vários cargos de destaque na área, abordou o Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, por este ter perdido, por minutos, a oportunidade de ter visto a apresentação do painel da manhã, que se intitulava “Uma Biblioteca sem paredes”. Ora a intervenção, a que tão distintos responsáveis se referiam, foi nem mais nem menos da responsabilidade da Biblioteca Municipal de Moura.
A apresentação, feita pela Dra. Zélia Parreira, Bibliotecária responsável pela nossa Biblioteca, deu a conhecer entre outras coisas, os projetos desenvolvidos: Padrinhos de Leitura, Semeando Leituras, Leitores para a Vida e Rede Concelhia de Bibliotecas. Também Henrique Barreto Nunes, com vasta obra produzida no meio, no fim da apresentação, e quando pediu a palavra, salientou e destacou o empenho e o trabalho realizado, apontando-o como um exemplo a seguir.
No intervalo dos painéis da manhã, vi o Diretor Geral do Livro e das Bibliotecas, dar os parabéns à nossa bibliotecária, elogiando os projetos, principalmente os Padrinhos de Leitura, e fazendo questão de estar presente na próxima edição da nossa da Feira do Livro, principalmente na entrega dos Diplomas. Aliás pude testemunhar o apreço geral e o carinho, dos meus colegas Bibliotecários e de um modo geral dos promotores institucionais do evento – a DGLB e BAD - em relação ao trabalho e aos projectos apresentados pela Biblioteca de Moura.
Senti um grande orgulho, como representante da Câmara, pelo trabalho que desenvolvemos ser reconhecido e também, nunca o esqueço, porque foi da biblioteca que parti para este cargo político. Confesso que foi dois em um.
É pena que na nossa terra, algumas Empresas, Instituições, Coletividades, Comunicação Social e pessoas com responsabilidades sociais, não tenham dado, ainda, o devido destaque a alguns projetos e “lá longe” já se fale deles. No entanto, quero salientar e enaltecer a dignidades social de todos os Padrinhos de Leitura que, mais um ano, contribuíram para a continuidade deste projeto, não obstante as dificuldades que todos atravessamos. É também por todos vocês que decidi deixar aqui o meu testemunho. Este é um trabalho conjunto que está a dar frutos e reconhecimento. Faço votos que outros se juntem a nós, neste e noutros projetos, para que as bibliotecas funcionem mesmo “sem paredes”.
Gostaria de mencionar ainda que durante o encontro foi referindo, por várias vezes, o vazio e a necessidade de uma lei para as Bibliotecas Públicas. Acontece que este é precisamente o tema da investigação de doutoramento da nossa bibliotecária sob orientação do Dr. José António Calixto, figura incontornável na história das bibliotecas portuguesas. Este Estudo poderá fazer com que Moura fique ligada à criação da importante e necessária Lei sobre Bibliotecas Públicas em Portugal.
As condições de que a Câmara dispõe, atualmente, para poder ir mais além têm sido estranguladas pelo anterior e atual governos. No entanto, a criatividade pode ser uma arma poderosa em tempo de crise. A prova está à vista.
Deixo aqui este testemunho para que se saiba que o nosso trabalho, afinal é reconhecido, apesar dos condicionalismos físicos da nossa biblioteca e da inoperância das autoridades que não entendem a cultura, a educação e a saúde como áreas prioritárias.
Parabéns a toda a equipa que o tem desenvolvido. Como dizia o poeta: “O caminho faz-se caminhando”.
Zé
EliminarAgradeço as tuas palavras, em meu nome, mas sobretudo em nome da equipa fantástica à qual temos o privilégio de pertencer.
Alguns destes projectos que pude levar ao Estoril e que tu aqui referes são fruto da tua imaginação. Nasceram da tua criatividade e por isso, ainda bem que pudeste estar presente no momento em que foram apresentados à comunidade.
De facto, foi um dia muito especial, que me vai servir de bengala para muitos dias de frustração ou desilusão que inevitavelmente se vão seguir. Confesso que antes de começar a falar, pensei que a minha intervenção seria ridícula. Comparar, por exemplo, um projecto baseado numa carrinha com mais de 20 anos, que nem podemos arriscar a levar às freguesias com projectos internacionais milionários que vimos ali serem apresentados, é uma grande presunção. Mas depois lembrei-me do que costumava dizer alguém que trabalhou connosco e que tanto ajudou a concretizar estes projectos: É isto que temos, é com isto que temos de trabalhar. E é assim mesmo. O que importa é que à nossa escala, na nossa realidade, demos e damos o nosso melhor.
Sei que não é possível ir muito mais longe neste momento, até porque já levo aqui muitos anos, há vícios que vão sendo adquiridos e a natureza humana conduz muitas vezes à acomodação. Apesar de considerar que já pouco mais posso fazer aqui, fico contente por ter contribuído de alguma forma para o que está feito. Tal como tu também deves ficar :)