E de repente, tudo se resume a um teatro de fantoches.
A inconstitucionalidade orçamental obrigou a um segundo resgate, não tenhamos dúvidas. O Governo não poderia admitir tal falhanço. Arma-se o teatrinho, batem-se umas portas e embrulha-se tudo em papel de cetim.
Pelo caminho, ainda se consegue manipular a opinião da sociedade portuguesa contra aqueles que pedem a demissão do governo. "Viram bem o que dois dias de instabilidade fizeram à nossa economia? Imaginem o caos causado pela queda do governo!". À conta do papão dos mercados financeiros, retira-se voz e credibilidade a todos os que daqui para a frente se manifestarem a favor de outra via, de outro caminho. Retira-se o direito à indignação, ao protesto. Retira-se o direito. Ponto final.
Em bolsa, muita gente perdeu dinheiro, mas outros, os que anteciparam jogadas, ganharam de certeza. E no meio disto tudo, ainda conseguiram lixar a vida ao pastel de nata.
Ah, é verdade! Ainda vamos ter que gramar a cara de enjoado do Tó-Zero, que pelos vistos levou uma manhã inteira ao telefone "a desdobrar-se em contactos", para resolver a delicada situação política e económica nacional. Alguém o pode acordar, por favor?
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Acordar e dizer-lhe que pode deixar de andar aos pulinhos para ver se reparam nele, porque já toda a gente o viu...
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