quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Carta aos jogadores do Sporting
Não percebo nada de tácticas de futebol. Cruzamentos, linhas de passe, esquemas de jogo, losangos, 4-3-3 e outras variações são apenas ruído que antecede o momento em que se "inicia a partida". Desligo novamente a atenção enquanto os comentadores isentos que são contratados pelos meios de comunicação social para, com afinco, arrasarem o Sporting, debitam as suas teorias. Espero calmamente por aquele momento em que a bola entra na baliza e a palavra mágica soa no auricular. Golo.
Às vezes, o chorrilho de má-fé é tão potente que eu distraio-me um bocadinho mais do que seria de desejar e quando o comentador grita golo, eu tenho de esperar pacientemente que a garganta lhe seque para ouvir enfim "É do Sporting!".
Podem continuar a perder tempo, jogos e pontos, que eu não vou mudar de hábitos. Longe da televisão (superstições, o que querem?), mas de rádio ligado, estarei lá. A cada passe, cruzamento, corrida, chuto na bola, defesa, canto, pontapé de baliza e claro, a cada golo, eu estarei lá. Em Alvalade podem ouvir-se assobios ou palmas, é indiferente. Do lado de cá das ondas hertzianas estarei eu. A estudar ou a passar a ferro, a cozinhar ou a ver qualquer coisa na televisão que não se assemelhe a um jogo de futebol, a trabalhar ou numa festa, na rua ou numa sala de espectáculos, a ler ou a conversar. Estarei sempre, não duvidem.
Não quero mudar de treinador, já basta a asneira com o Paulo Bento. Gosto muito do Sá Pinto, mas talvez se pudesse começar por retirar um bocadinho da medicação para a ansiedade, até porque o tempo da tranquilidade já lá vai. Não quero mudar de direcção, gosto deste Presidente. Parece-me uma pessoa séria e honesta e isso não tem preço. O que eu gostava mesmo, era que o Sporting pudesse ganhar jogos. É que, apesar de ser uma adepta incondicional, tenho esta fraqueza, gosto que o meu clube ganhe. O que querem que vos diga? Gosto.
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