Açúcar Amarelo: A pedido

terça-feira, 1 de junho de 2010

A pedido

Para as fãs do nosso amigo Lixo Tóxico, com o meu pedido de desculpas pelo atraso. Era suposto ter sido um vídeo de "bom fim-de-semana".

E eu escolhi hoje este "Free" dos muito especiais Lighthouse family

8 comentários:

Anónimo03/06/10, 14:11
LT, já tem um clube de fãns? Não brinca em serviço, hein? Acho que está a meter-se numa embrulhada com essa dedicatória ou então o clube só tem ainda uma sócia ... rsrssssssrsssss Party for two? Imagine que decidem aparecer todas ao mesmo tempo. Aconselho uma formação com o Homem Invísivel, não sei se a sua esfregona vai ter alguma utilidade no caso de ter que se confrontar com uma avalanche de fãns...rsssssssrsssssss rssssssssss

BB
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Anónimo08/06/10, 10:55
... a party for two ... you and me ... shake it shake it ... la la la ... rssssss rssssss

BB, pode também trazer a RS rssssss

:)))

LT
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Anónimo11/06/10, 19:25
LT
A RS já tem programa para o fim-de-semana, mas não quis deixá-lo "shake it wiht yourself"...e pensou fazer-se substituír pelo HM que há muito não areja as teias de aranha...

Para lhe aguçar a curiosidade envio uma música para ir treinando o estilo da festa antes da "the real one"..!! :))

http://www.youtube.com/watch?v=39YUXIKrOFk

Shake it ... :)
Bom fds

BB
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Anónimo14/06/10, 12:25
... as moças até que não são más, agora os gajos tem um ar mesmo apanisgado ... não me diga que é com estas coisas (músicas) que se delicia? ...

:))) eu é mais Rádio Vidigueira.

LT
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Anónimo15/06/10, 22:14
Ok LT, não confesse já tudo. A seguir vai dizer que num dia de inspiração telefonou para a Rádio Vidigueira e disse: "Allô, allô Vidigueira, o prémio já cá canta..." O resto da história é universal mas, desde esse dia, os canibais ficaram com o estatuto arruinado...:))

O meu estilo musical é eclético e não digo "I´m too sexy for this song" ;)

BB
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Anónimo17/06/10, 09:01
BB, se o seu estilo é eclético então o que faz você vendo aqueles videoclips ??? ... será anda vendo aqueles mocinhos depilados a abanarem-se ??? ... a Rádio Vidigueira ouço-a das 7:00 às 9:00 ... sobre a história dos canibais ... nunca a minha boçalidade chegaria a tanto, contudo chegaria à do outro que num concurso o apresentador lhe pergunta qual o país que cujo nome tem duas sílabas e uma delas dá para comer ... o concorrente pensa e o apresentador espera pela resposta Japão ... repentinamente faz-se luz e concorrente reponde Cuba ... o apresentador fica hesitante mas acaba por considerar a resposta certa ...

LT
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Anónimo20/06/10, 15:50
LT...
Quanto ao "meu estilo" tem muito que se lhe diga...:)
E lembra-se deste!?

http://www.youtube.com/watch?v=mSryodLLVTQ

(Tenho quase a certeza que não consegue assistir a isto sem se rir...)! Uma aposta??

BB
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Anónimo22/06/10, 11:06
:)))

LT
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Açúcar Amarelo

Primeiro, era a viagem de carro. Curvas e mais curvas no carocha amarelo que o meu pai comprou em 1976. Ao princípio, apenas eu e a minha irmã Marta no banco de trás, depois com a Sara e a Patrícia aninhadas entre nós as duas.

Quando chegávamos a Brinches, íamos logo ter a casa da minha avó. Ficava na rua da entrada, perto de uma igreja, e da Escola onde a minha irmã ainda frequentou a tele-escola naqueles meses inseguros de 1974.

Entrávamos sempre pelo quintal, que fazia uma espécie de corredor ao longo da casa e terminava num pátio, aconchegado pela sombra de uma parreira. Lembro-me de passar aí muitas horas, a conversar e sobretudo, a ouvir as conversas dos “grandes”. O meu avô gostava de fazer aí a barba, com uma bacia e um espelho rectangular pendurado no tronco da parreira.

Entrávamos em casa pela cozinha. Ele aí está, o cheiro da casa da minha avó. Cheira a nós, à nossa vida. Cheira a barro cheio de água fresca e a comida a acabar de cozinhar no fogão. Cheira a taipa e a cal.

Da cozinha passávamos para a casa de jantar, que era também a entrada de casa pela porta principal, e daí para os dois quartos. Na cozinha estava também a porta para a despensa, a minha divisão preferida da casa. Como me parecia enorme aquela despensa… Sempre na penumbra, era ali que se guardava tudo. O cântaro do azeite e a conserva das azeitonas, o queijo de cabra sequinho, as mercearias, os chocolates que a minha avó escondia apenas para que levasse algum tempo a encontrá-los e comê-los às escondidas. E era ali que guardava os pacotes de papel pardo com açúcar amarelo. Às vezes, havia dois pacotes. Era sinal que um deles era para nós trazermos para Moura.

Quando o açúcar se acabava, ia com a minha avó à rua que ia dar ao vale, à loja do vizinho Lico. Outra vez o cheiro. Cheirava a linguiça e a queijo, ao feijão e grão ensacados, a café, a farinha, a sabão azul e branco, a cera vendida a peso, a tudo o que a minha imaginação alcançava.

Do lado direito da porta, encostada à parede, estava a saca do açúcar amarelo, com a colher de latão, para encher os pacotes de ¼ e ½ quilo que as mulheres iam comprar. Eu ia sempre ver quando o vizinho Lico enchia o pacote, na esperança de que viessem muitos torrões, que eu adorava comer à socapa.

Às vezes, na volta, e quando a minha avó estava bem-disposta, passávamos pela casa de uma vizinha, ao lado do posto da GNR, para comprar pirolitos. Eram chupa-chupas caseiros feitos com água, açúcar e mel, com a forma de um cone muito esguio. Havia de vários tamanhos e eu levava sempre muito tempo a decidir quais os que queria. Os grandes eram tão bons, mas só podia comprar um ou dois. Dos pequenos podia comprar mais, mas acabavam-se num instante…

Basta-me fechar os olhos. Saborear o açúcar amarelo a desfazer-se numa chávena de café ou a envolver uma fatia dourada. Tudo volta: O carocha amarelo, a luz do dia no quintal da minha avó, a voz do meu avô, a sombra da parreira, o cheiro da despensa. Nós ainda somos pequeninas, a vida está à nossa frente e tudo, absolutamente tudo, é possível.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A pedido

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