Açúcar Amarelo: E vai começar

sexta-feira, 14 de maio de 2010

E vai começar

Atenção, que há várias actividades que carecem de inscrição prévia. Para mais informações deve ser contactado o Departamento Sóciocultural, mais concretamente, o sector de Museus e Património Histórico.

7 comentários:

Anónimo16/05/10, 11:35
Sério? Juras? É que ninguem desconfia sequer
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Anónimo18/05/10, 08:40
... aproveito para informar que está a decorrer um Curso Livre de Jazz, às quartas-feiras à noite no antigo Café Cantinho, tem a colaboração do Conservatório Regional e da CMMoura ... É bastante interessante, mesmo para quem não tenha o Jazz como música de eleição ...
... uma iniciativa simples, bem conseguida e num formato que a CMMoura deveria apostar mais...
... faço este comentário aqui porque não vi nenhum blogger mourense a fazer referência a esta iniciativa cultural ... se calhar estavam mais preocupados em saber se o Cavaco promulgava ou não a lei das fanchonas e dos panisgas ...

tss tsss
LT
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Zélia Parreira18/05/10, 10:13
O Cartaz de publicidade ao Curso esteve patente durante toda a Feira do Livro, junto ao balcão. Subscrevo integralmente o que escreve no segundo parágrafo.
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Anónimo18/05/10, 12:18
... verdade seja dita que tomei conhecimento do Curso Livre de Jazz através de um cartaz que esteve exposto na feira do livro

LT
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Anónimo19/05/10, 19:50
O melhor seria a Zelia dar uma "maozinha" no gabinete de informação da CMM
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Anónimo20/05/10, 00:27
Informo que o dito "cartaz", exposto na Feira do Livro, foi colocado em diversos locais da cidade,tal como foi feita divulgação por os outros meios (Rádio e jornal local). Muito mal iria a coisa se no local da feira não nos lembrássemos de colocar as a divulgação das actividades que promovemos!
Quanto à semana do património espero que se lembrem, volta e meia, de ir ver se receberam a cartinha do IRS ;O)
Estamos a pensar a ir buscar as pessoas (mal informadas) a casa, Zélia vamos precisar de muitas mãozinhas..topas? ;O)
Ah, este Blog também nos dá um jeitão!!

Com isto não quero deixar de dizer que temos muitos erros na divulgação de actividades sim...mas são outros pormenores...(maiores)que não os locais dos cartazes ou a não divulgação em si.

Obrigada zélia por divulgares também outras actividades que não só as que és directamente responsável.
Ah, já agora amanhã mando-te os jogos para InterAgir (embora este faça mais sentido mostrar depois o que foi, pois decorrem amanhã dia 20 e tem um público alvo bastante informado sobre... e a do mês do coração...estarei a abusar? :O)
Zeza
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Zélia Parreira20/05/10, 22:10
Já cá deviam estar!

A biblioteca deve ser um centro local de informação, por isso estou só a ser bibliotecária...

Todas as actividades no concelho que chegarem ao meu conhecimento serão divulgadas aqui com todo o gosto.
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Açúcar Amarelo

Primeiro, era a viagem de carro. Curvas e mais curvas no carocha amarelo que o meu pai comprou em 1976. Ao princípio, apenas eu e a minha irmã Marta no banco de trás, depois com a Sara e a Patrícia aninhadas entre nós as duas.

Quando chegávamos a Brinches, íamos logo ter a casa da minha avó. Ficava na rua da entrada, perto de uma igreja, e da Escola onde a minha irmã ainda frequentou a tele-escola naqueles meses inseguros de 1974.

Entrávamos sempre pelo quintal, que fazia uma espécie de corredor ao longo da casa e terminava num pátio, aconchegado pela sombra de uma parreira. Lembro-me de passar aí muitas horas, a conversar e sobretudo, a ouvir as conversas dos “grandes”. O meu avô gostava de fazer aí a barba, com uma bacia e um espelho rectangular pendurado no tronco da parreira.

Entrávamos em casa pela cozinha. Ele aí está, o cheiro da casa da minha avó. Cheira a nós, à nossa vida. Cheira a barro cheio de água fresca e a comida a acabar de cozinhar no fogão. Cheira a taipa e a cal.

Da cozinha passávamos para a casa de jantar, que era também a entrada de casa pela porta principal, e daí para os dois quartos. Na cozinha estava também a porta para a despensa, a minha divisão preferida da casa. Como me parecia enorme aquela despensa… Sempre na penumbra, era ali que se guardava tudo. O cântaro do azeite e a conserva das azeitonas, o queijo de cabra sequinho, as mercearias, os chocolates que a minha avó escondia apenas para que levasse algum tempo a encontrá-los e comê-los às escondidas. E era ali que guardava os pacotes de papel pardo com açúcar amarelo. Às vezes, havia dois pacotes. Era sinal que um deles era para nós trazermos para Moura.

Quando o açúcar se acabava, ia com a minha avó à rua que ia dar ao vale, à loja do vizinho Lico. Outra vez o cheiro. Cheirava a linguiça e a queijo, ao feijão e grão ensacados, a café, a farinha, a sabão azul e branco, a cera vendida a peso, a tudo o que a minha imaginação alcançava.

Do lado direito da porta, encostada à parede, estava a saca do açúcar amarelo, com a colher de latão, para encher os pacotes de ¼ e ½ quilo que as mulheres iam comprar. Eu ia sempre ver quando o vizinho Lico enchia o pacote, na esperança de que viessem muitos torrões, que eu adorava comer à socapa.

Às vezes, na volta, e quando a minha avó estava bem-disposta, passávamos pela casa de uma vizinha, ao lado do posto da GNR, para comprar pirolitos. Eram chupa-chupas caseiros feitos com água, açúcar e mel, com a forma de um cone muito esguio. Havia de vários tamanhos e eu levava sempre muito tempo a decidir quais os que queria. Os grandes eram tão bons, mas só podia comprar um ou dois. Dos pequenos podia comprar mais, mas acabavam-se num instante…

Basta-me fechar os olhos. Saborear o açúcar amarelo a desfazer-se numa chávena de café ou a envolver uma fatia dourada. Tudo volta: O carocha amarelo, a luz do dia no quintal da minha avó, a voz do meu avô, a sombra da parreira, o cheiro da despensa. Nós ainda somos pequeninas, a vida está à nossa frente e tudo, absolutamente tudo, é possível.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

E vai começar

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