18 de Agosto de 1997
Fui ao Centro de Saúde dar a vacina dos 6 meses à Mariana. Apesar de ser apenas um palpite, pedi um teste de gravidez. Antes de ir para a Biblioteca passei por casa e fiz o teste. Estava grávida outra vez. Quando vi no espelho que estava aos pulos de alegria no meio da casa de banho, parei e respirei fundo. Não devia ser muito conveniente, pois não?
Marquei consulta no meu médico, o Dr. Bugalho. Quando me viu, perguntou a brincar "Não me digas que estás grávida outra vez?". Já a rir, respondo que sim.
Ele não tinha assim tanta vontade de rir. Explicou-me que a gravidez era de alto risco, apenas seis meses depois da cesariana da Mariana, e que seria perfeitamente compreensível se eu preferisse interromper a gravidez. "Nem pensar. Acha que preciso fazer cesariana, ou pode ser parto normal?"
31 de Março de 1998
Corremos o concelho todo de carro, eu e a Zeza, de escola em escola, confirmando a presença dos professores e alunos nas actividades de comemoração do Dia Internacional do Livro Infantil, que haveria de se celebrar a dia 2 de Abril. O calor era insuportável.
À noite, os primeiros sinais. Uma vontade insistente de ir à casa de banho, uma vez, duas, cinco vezes. Os telefonemas do costume aos meus pais: "Vou para o hospital, podem vir dormir com as meninas?". Depois de confirmarem que o que estava a perder era líquido amniótico, fui internada. Infelizmente, sem dores, sem contracções, só com um pavor enorme de ter de passar novamente por uma cesariana.
Passei ali toda a noite, e todo o dia seguinte, e a noite seguinte também. O meu médico foi incansável, tentou convencer-me várias vezes a desistir de esperar pelas contracções e fazer de imediato a cesariana. Mas eu estava decidida a esgotar todas as hipóteses até ao limite de segurança.
2 de Abril de 1998
É o Dia Internacional do Livro Infantil. São nove da manhã e estou preparada para a intervenção. O frio é horrível e não paro de chorar. Sei que depois daquele dia nada será como dantes. O médico fala comigo, quer saber quem me acompanha. "Ninguém. Os meus pais e irmãs estão com as minhas filhas, é lá que eu preciso deles. Se for preciso tomar alguma decisão, faça o que achar melhor, eu confio em si."
O Pedro nasce às 9h28. Apesar de ser um bebé de 35 semanas, pesa 3,050 kg e está tudo bem. É o meu terceiro filho.
A minha vida está completa.
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;O))) mais cheia, nunca estamos completos...mas nesse sentido entendo-te.
ResponderEliminarbeijos a todos... ao stromp tbm ;O)