A história gira em torno da disputa do mel, mas parte de princípios que não são mais do que preconceitos. Apresenta uma versão “para miúdos de direita” e outra “para miúdos de esquerda”. Do ponto de vista “da direita”, o problema está no apetite voraz e progressivamente crescente dos ursos (que é o défice, leia-se Estado). Do lado “da esquerda” o problema está nas abelhas (os mercados) descontroladas.
É uma visão que segue todas as ideias pré-estabelecidas. Esquerda e direita são incompatíveis e monocromáticas e excluem qualquer possibilidade de cooperação ou construção democrática, acusando-se mutuamente de ver o mundo de pernas para o ar. Os meninos de boas famílias serão sempre de direita e os meninos oriundos de classes trabalhadoras serão sempre de esquerda. Os brinquedos são diferentes (má-sorte ter nascido deste lado, pensarão alguns), o mobiliário é diferente e os papás, embora supostamente informados, lêem o jornal em formatos diferentes. Enquanto um lê em papel, o outro prefere o iPad. Os detalhes estendem-se ao grafismo. Veja-se o pormenor do tipo de letra e cores utilizadas pelas duas "versões do mundo".
Na maioria das vezes, os livros alargam horizontes e abrem a imaginação. E depois há estes casos.
Mas é obrigatório comprar os dois? Só assim, apesar da visão maniqueísta, que ajuda pouco, faz algum sentido...
ResponderEliminarSão frente e verso, Ana. A página que vês ali aberta é o final de ambas as histórias.
ResponderEliminar