segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Esta noite tive um pesadelo

Sonhei que vivia num país de disparates, num pantâno de corrupção e mentiras, de enganos e ambições. Ainda estou impressionada com aquilo, colou-se à minha pele, quero acordar e não consigo.

Nesse país há um governo que  veste  o disfarce de super-herói para resgatar o povo e a nação com enorme sacrifício do atoleiro em que os meteu. É um país em que o Estado, esse mesmo que manda os seus habitantes apertar o cinto e lhes retira inconstitucionalmente direitos há muito adquiridos, esbanja dinheiro com frotas automóveis de luxo e jantares dançantes.

Um país onde aquele que deveria ser a garantia da aplicação da justiça para todos é alvo de uma queixa crime, depois de se andar a lamuriar pelos jornais de ter "apenas" os poderes da Rainha de Inglaterra.

Um país onde a Ministra da Saúde acusa os médicos de prescreverem medicamentos a mais e onde se suspendem tratamentos em curso por razões orçamentais, enquanto se oferecem de borla as vacinas contra a Gripe A que, no histerismo do ano passado, custaram aos cofres do Estado os olhos da cara.

Um país onde a Ministra da Educação faz figuras tristes, lamentáveis, defendendo o indefensável, agindo visivelmente contra a sua formação em nome de um lugar e de um estatuto enquanto contribui activamente para a criação de mais uma geração inútil, habituada ao facilitismo.

Um país onde o Ministro das Obras Públicas, contrariando todas as indicações do seu governo, continua a afirmar que daqui a seis meses o TGV irá avançar, apenas para que o seu nome possa figurar para a eternidade numa placa devidamente inaugurada.

Um país onde os que não trabalham nem nunca produziram nada para a nação têm mais benefícios e regalias do que os que acumularam uma vida de trabalho, contribuições e impostos.

E os cidadãos, os principais afectados por este estado de absoluta loucura e insanidade, nem sequer reagem. Não protestam, não reclamam, não se indignam. Estão numa espécie de extâse induzido, mas não tomam medicamentos, pareceu-me mais uma espécie de hipnose, habilmente ministrada pelos canais de televisão que emitem continuamente programas estupidificantes.

Estamos no século XXI. Não há países assim, pois não?

                       

4 comentários:

  1. sonhou com a nossa realidade...triste realidade.

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  2. O Prós e Contras a que assisto, neste momento, é um desses programas estupificantes! Só a Irmandade do Centrão PS/PSD têm direito a tempo de antena.

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  3. Errata: Estupidificantes.

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  4. Depois viste o debate ontem com os três jarretas do regime e percebeste que afinal tudo não passou de um sonho.

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