- Compreendo a necessidade de encontrar soluções para a situação económica que o país atravessa, mas acredito que a solução está na produção e no crescimento e não em espremer os que pouco ou nada têm;
- Estou muito preocupada com o número crescente de desempregados e sobretudo, com a fome que essas famílias estão a passar;
- Estou consciente que um clima de fome e necessidade conduz a uma sociedade em que o crime se apresenta como a única saída para dar de comer a quem tem fome;
- Estou revoltada por ver o alargamento do fosso que separa os muito ricos dos muito pobres;
- Estou revoltada por ver que a primeira preocupação dos governos se prende com a estabilidade da banca, os lucros da banca, o crescimento da banca, e que essa estabilidade, esse crescimento e esses lucros são conseguidos à custa dos mais pobres, dos que mais precisam;
- Estou cansada de ver o meu país gastar rios de dinheiro com o folclore da formação absolutamente inútil só para que essas pessoas desapareçam da estatística dos desempregados, em vez de apostar em programas de formação credíveis, adequados e que qualifiquem as pessoas para o exercício digno e eficiente de uma profissão;
- Porque sou funcionária pública, tenho orgulho no meu trabalho, tenho orgulho em contribuir com o meu esforço para o desenvolvimento da minha comunidade, e estou cansada de carregar o rótulo que insistem em colar à função pública de incompetentes, preguiçosos, etc.;
- Porque sou funcionária púlica e pago os meus impostos até ao último cêntimo, sem possibilidade de fuga e depois sou obrigada a doar parte do meu salário e a prescindir do abono de familia dos meus filhos para pagar um défice que não existiria se fossem cobradas as dívidas ao fisco das grandes empresas, ou de muitos trabalhadores independentes pouco honestos;
- Porque trabalho desde os 17 anos e, apesar de reunir todos os requisitos, todas as condições, de ter cumprido com zelo e brio as minhas funções, tenho sido, como tantos milhares de pessoas por esse país fora, impedida de progredir na carreira pagando uma e outra vez os erros cometidos por políticos pouco escrupulosos;
- Porque os maus avós trabalharam toda a vida para que os meus pais tivessem uma vida melhor. Porque os meus pais trabalharam toda a vida para que eu e as minhas irmãs tivéssemos uma vida melhor. Porque eu trabalho todos os dias e não admito nada menos que uma vida melhor para os meus filhos;
Amanhã vou fazer greve.
E tu? Fazes greve ou estás satisfeito?
Eu vou fazer greve!
ResponderEliminarPor essas e outras tantas razões qualquer pessoa socialmente consciente fará greve. Também é verdade que há aqueles que só pensam no dinheiro que vão perder no imediato e preferem que sejam os outros a resolver os problemas que também os afectam. O que é certo é que os acomodados de hoje também serão,uma e outra vez, os prejudicados de amanhã. Só que esses nunca poderão contar aos filhos que lutaram com todos os meios que tinham ao seu alcance, para lhes dar uma vida melhor...e há valores que não têm preço.
ResponderEliminarMuito bem.
ResponderEliminarMuito bem... parabéns!
ResponderEliminarOu talvez não ...Que tal trabalharmos mais? Estamos preocupados com o estado do país? Então devemos ser conscientes e ajudar a superar os maus dias que se avizinham e isso só se consegue com trabalho!
ResponderEliminar@22:08
ResponderEliminarNão sei quanto a si, mas eu já dou o meu melhor todos os dias. Trabalho bastante, desde os 17 anos, nunca dormi à sombra da bananeira e tudo o que consegui na vida foi com muito esforço. Não aceito que me roubem. Posso não apanhar o bandido, mas pelo menos grito "Agarra que é ladrão!"
Agora se o senhor/a acha que podia trabalhar mais do que trabalha agora, então acho que o devia fazer todos os dias, não é só no dia de greve.
Eu trabalho tanto como esse senhor, como a maioria dos portugueses,pago os meus impostos todos, não admito lições de ninguém e muito menos que se diga que todos vivemos e gastamos acima das nossas possibilidades, porque isso é uma ofensa para a maioria dos portugueses, reformados, desempregados, e para quem ganha, 500, 600, 700, ou mesmo 800€, todos esses e são muitos,a maioria, mal têm para comer, quanto mais gastar acima das possibilidades. Quem nos atirou para a crise? aqui e na Europa? foram os ditos "Mercados Financeiros", e os Governos para salvarem os "Pobres" dos Bancos da falência, injectaram dinheiro, aumentando assim, ainda mais o endividamento, dinheiro de todos nós, e agora esses mesmos "Mercados", fazem chatagem connosco, e emprestam-nos dinheiro com juros insuportáveis, fazem negócio com a nossa divida. É o Capitalismo financeiro no seu explendor, e os funcionários Públicos, os trabalhadores e a classe média a empobrecer, as pequenas e médias empresas a fechar, os Bancos e as Multinacionais a terem lucros obscenos. Eu trabalho meu amigo, eu e todos, tanto como o senhor, o Belmiro, o Amorim, o Salgado, ou o Mexia, ganhamos é um pouco menos e pagamos os nossos impostos até ao último cêntimo.
ResponderEliminarAo ler estes comentários anónimos..já nem sei quem é de direita ou de esquerda.
ResponderEliminarOlá Zélia,
ResponderEliminarQuero enviar-te um abraço de solidariedade pelas tuas palavras e pelo teu exemplo de vida.
Catarina Lopes
Anónimo das 15:54, acho que os comentários estão bem explícitos. Poderia era ficar baralhado se no final cada um revelasse o seu sentido de voto ou não voto. É que existem partidos políticos em Portugal que já deveriam ter mudado de nome há muito tempo...
ResponderEliminarObrigada pelas palavras de apoio e solidariedade.
ResponderEliminarObrigada Catarina. Um abraço.