terça-feira, 18 de janeiro de 2011

(In)discretamente ilegais

Tinha decidido não escrever uma linha sobre o folhetim Carlos Castro e associados, mas a cena patética do despejo das cinzas num respiradouro do metro de Nova York impede-me de cumprir a promessa.

As notícias dizem que foi uma cerimónia discreta. A contradição está patente. Se fosse discreta, não haveria notícia, nem fotografias, nem o esforço para provocar a concentração de uma pequena multidão movida pela curiosidade de um acto inesperado ali, naquele lugar. A mim parece-me apenas a tentativa desesperada  de prolongar uma novela, desnecessriamente, cruelmente, quando o que se pedia era o respeito pelos envolvidos num episódio dramático.

Os nova-iorquinos estão indignados. Eu também estaria. Mas o preço recebido pelas fotografias para alimentar a curiosidade das massas deve ser mais do que o suficiente para pagar eventuais multas que venha a ser aplicadas. E afinal, já dizia o falecido, o que interessa é ser falado, não é?
            

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