Ei-los que voltam. Ressacados das meias-noites ou com os olhos inchados das horas dormidas a mais. O calendário marca o regresso à vida normal e o fim da euforia programada do Ano Novo. Há muito que ficou para trás a solidariedade e a lista de compras do Natal, repenicada de beijinhos de circunstância.
É Janeiro e estão de volta. Tudo recomeça. As rotinas e as pressas, os “tempos livres” com hora e local marcados, as aulas, os alunos, os horários, as reuniões, os relatórios, os chefes, as injustiças, os lambe-botas, as pequenas alegrias e vitórias do dia-a-dia, as escadas, o cansaço, o cansaço, o cansaço...
Que tal de Ano Novo? Igual ao Ano Velho.
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mais ou menos parecido... ando a comemorar o ano com chá.
ResponderEliminarhmmm... As melhoras para si.
ResponderEliminarO que há em mim é sobretudo cansaço
ResponderEliminarO que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos