Assinalamos também, neste dia, o facto de as palavras terem um destino que se prolonga até onde formos capazes de levar algumas ideias tão simples, como a ideia de livro, a ideia de leitura, a de biblioteca, de partilha, de invenção, de página em branco, a de perdição por um romance ou por uma história repetida, repetida, repetida ao longo dos tempos.
Comemoramos este dia – de entre todos os outros – porque sabemos que a vida pode ser mudada por um livro, por um autor; que a nossa vida está perdida e, ao mesmo tempo, reunida nessas páginas de livros que passaram pelas nossas mãos ou aguardam o encontro entre a curiosidade e a pacificação, entre o gosto pela leitura e o gosto pela vida, entre as coisas que fomos e o que ainda havemos de ler.
Que existam, pois, bibliotecas, livros, autores, capítulos e fragmentos, sonetos, odes, histórias, episódios, esquecimentos, caminhos perdidos no meio das florestas ou desfeitos pela luz do mar, contos, novelas e números, fórmulas, apêndices e rostos amados.
Que tudo exista. Porque todos nós somos leitores.Este é o nosso dia, o princípio de todos os dias.
Tinha acabado de sair da tropa, aos 23 anos de idade comprei meu primeiro livro, "A mulher de 30 anos" de Honoré de Balzac. Mexeu comigo, aflorou-me sentimentos que desconhecia, mostrou a beleza da mulher madura, completa e rica de sentimentos. Como iria descobrir, quanto tempo levaria para conhecer a beleza interior feminina sem a ajuda de Balzac?
ResponderEliminarCarlos - RJ