Deixo em 2015 o fim da minha vida familiar tal como a conhecia. Deixo para trás a ilusão de amizades que pensava verdadeiras. Fecharam-se os caminhos de volta à vida que tinha antes. Mesmo que fisicamente volte ao mesmo lugar, nada será como dantes.
Ficam de 2015 os amigos que me acompanharam, apesar de tudo.
Fica o orgulho enorme nos meus filhos. Ficas tu, apesar da distância.
Fica a felicidade que retiro do trabalho. Ficam as pessoas que conheci, as situações que experimentei, a aprendizagem constante. Fica a (cada vez mais) minha Biblioteca. Fica o congresso BAD que encheu Évora de Bibliotecários e Arquivistas.
2016 está aí. Há promessas que gostava de fazer, mas sei que não vou cumprir. Ficam as que posso e vou cumprir: trabalhar muito pela minha biblioteca e acabar a tese de doutoramento. Depois disso é que vou pensar em comer menos chocolate.
Bom ano para todos. Todos mesmo!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Mais Serviço Público
Informamos que, a partir de 1 de Janeiro, o horário de funcionamento da Biblioteca Pública de Évora é o seguinte:
Segunda a Sexta: 9h30 - 18h00Esperamos pela sua visita!
Sábado: 10h00 - 17h00
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Serviço público
Aviso
Estimados Leitores
Informamos que, devido às festividades do Natal, a Biblioteca Pública de Évora estará encerrada ao público nos dias 24 a 26 de Dezembro e nos dias 31 de Dezembro a 2 de Janeiro.
Boas Festas e Feliz 2016!
Festas felizes
Boas festas a todos! Que o Natal seja o que todos esperam dele e que 2016 seja a oportunidade de concretizar sonhos e projectos. Felicidades!
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Das ilusões de Natal
Se eu pudesse dar a minha opinião sem que me caíssem logo em cima, diria que acho espantoso que as pessoas exijam às autarquias que gastem o dinheiro que não chega para as necessidades básicas de funcionamento de um concelho em iluminações de Natal. Aqueles que acham vergonhoso que não se comprem iluminações caríssimas não têm vergonha de se preocuparem mais com a aparência do que com a essência, ao contrário do que apregoam durante todo o ano? E desses que agora clamam indignados, por essas redes sociais, quantos foram votar? Ah, compreendo! É porque nos programas eleitorais não havia promessas sobre iluminações de Natal (que por acaso é uma festa religiosa).
Os fãs do Natal que me desculpem mas, tirando o tempo que passo com a minha família, acho isto tudo uma hipocrisia. Votos de felicidade de pessoas que durante o ano nem nos cumprimentam, um consumismo levado ao extremo e a solidariedade que devia existir todo o ano desbaratada assim, em meia dúzia de dias...
Os fãs do Natal que me desculpem mas, tirando o tempo que passo com a minha família, acho isto tudo uma hipocrisia. Votos de felicidade de pessoas que durante o ano nem nos cumprimentam, um consumismo levado ao extremo e a solidariedade que devia existir todo o ano desbaratada assim, em meia dúzia de dias...
sábado, 12 de dezembro de 2015
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Da série "E pensar que há árvores que morrem para isto"
Entre os três volumes da saga, a Biblioteca Pública de Évora já tem (no dia de hoje) 49 exemplares de As cinquenta sombras de Grey. Assim por alto, mais de 14000 folhas de papel.
Ninguém merece.
Ninguém merece.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
A partir de amanhã, na BPE!
A Biblioteca Pública de Évora orgulha-se de apresentar neste Natal o
trabalho desenvolvido por uma das suas voluntárias. A mesma qualidade e
perfeição aplicadas na produção de caixas, pastas e capilhas para o
acondicionamento dos documentos mais valiosos da Casa-Forte da BPE é
visível nas mimosas agendas, simpáticos cadernos e outros produtos que a
Célia Figueira apresenta na sua Oficina dos Cadernos - Encadernação
artesanal (https://www.facebook.com/oficinadoscadernos/?fref=ts)
A acompanhar o trabalho da Célia estará o projecto Janelas do Alentejo. A visitar, conhecer, comprar e oferecer na BPE, entre 10 de Dezembro e 8 de Janeiro. Esperamos por si!
A acompanhar o trabalho da Célia estará o projecto Janelas do Alentejo. A visitar, conhecer, comprar e oferecer na BPE, entre 10 de Dezembro e 8 de Janeiro. Esperamos por si!
Um imbecil é apenas um imbecil e nada mais que um imbecil.
“O homem dá à mulher direcção, indica-lhe um caminho. Uma mulher não é capaz de definir um caminho. Sem um homem, fica sem saber o que fazer. A mulher dá ao homem equilíbrio, moderação, porque um homem sozinho só faz asneiras, como beber em excesso e conduzir o carro a 200 à hora”.
(...)defendeu a privatização da polícia, a privatização dos tribunais e o fim da legislação que impede o trabalho infantil. “Se a criança vai ou não trabalhar, é com os pais”.
Acabaria com o ensino obrigatório e defendeu a mercantilização das eleições, com a livre compra e venda de votos. “É precisamente a pensar nos pobres que eu punha a questão da transacção do voto. Se uma pessoa tem direito a um voto mas não quer usá-lo, tem de o deitar fora. Noutro sistema, poderá vendê-lo a alguém que queira votar várias vezes. Já viu quantos pobrezinhos ficavam beneficiados?”
“Vá a África e veja porque é que eles não trabalham. Gostam muito de sexo; nós também gostamos, mas se estivéssemos o dia todo na cama não fazíamos mais nada”.
Tudo isto e mais umas alarvidades para ler aqui.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
AMAlentejo
Porque tenho andado arredada das reuniões de trabalho e da apresentação à comunicação social, não dei ainda o devido destaque a esta iniciativa que considero louvável (caso contrário não integraria a sua comissão promotora).
Porque sou defensora de mais atitude e menos palavreado, de mais acções e menos dissertações, convido-vos a passar das declarações de amor e saudade (para os que estão afastados) ao Alentejo para uma postura mais pró-activa. Juntem-se a esta causa e participem no Congresso AMAlentejo, que decorrerá em Tróia no início do mês de Abril.
Porque sou defensora de mais atitude e menos palavreado, de mais acções e menos dissertações, convido-vos a passar das declarações de amor e saudade (para os que estão afastados) ao Alentejo para uma postura mais pró-activa. Juntem-se a esta causa e participem no Congresso AMAlentejo, que decorrerá em Tróia no início do mês de Abril.
Este é um movimento que une diferentes visões políticas e partidárias, diferentes latitudes dentro deste imenso mundo que é o Alentejo e diferentes sensibilidades culturais, científicas e artísticas. É um movimento de todo o Alentejo, como podem constatar pela composição da Comissão Promotora, que podem consultar aqui.
Junte-se a nós. Ame o Alentejo.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Santo Amador
Se há sítio que eu gostava que todas as pessoas conhecessem (além da BPE, claro!), esse sítio chama-se Santo Amador. Costumo dizer que é um microcosmo. Nunca conheci outro lugar assim.
São pouco mais de 400 pessoas, cada uma mais defensora da sua terra e da sua identidade do que a outra. É uma freguesia do interior do Alentejo a que já foi retirado quase tudo, menos a escola - e que luta tão difícil tem sido travada! - e que talvez por isso, aproveita com gosto o que ainda lhe resta. E o que lhe resta é a alegria de viver, o orgulho no Alentejo, nas suas raízes e tradições e o desejo sempre firme e corajoso de manter Santo Amador vivo e com vida.
Não, não me enganei, são coisas diferentes. Aos Santoamadorenses não interessa apenas que a aldeia exista. Eles querem que ela tenha vida e portanto, todos - repito, todos! - contribuem para isso.
Boas festas a todos e um abraço muito especial aos membros da ADASA (Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental de Santo Amador), que organizam e mobilizam esta força de vontade em nome de todos os Santoamadorenses.
São pouco mais de 400 pessoas, cada uma mais defensora da sua terra e da sua identidade do que a outra. É uma freguesia do interior do Alentejo a que já foi retirado quase tudo, menos a escola - e que luta tão difícil tem sido travada! - e que talvez por isso, aproveita com gosto o que ainda lhe resta. E o que lhe resta é a alegria de viver, o orgulho no Alentejo, nas suas raízes e tradições e o desejo sempre firme e corajoso de manter Santo Amador vivo e com vida.
Não, não me enganei, são coisas diferentes. Aos Santoamadorenses não interessa apenas que a aldeia exista. Eles querem que ela tenha vida e portanto, todos - repito, todos! - contribuem para isso.
Boas festas a todos e um abraço muito especial aos membros da ADASA (Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental de Santo Amador), que organizam e mobilizam esta força de vontade em nome de todos os Santoamadorenses.
domingo, 6 de dezembro de 2015
O velho, o novo e o vazio
É assim por todo o lado, em todos os serviços públicos onde é necessário conhecimento especializado. Os "velhos" saem e já não entra ninguém. As "mobilidades" são - na sua maioria e com o meu pedido de desculpas às excepções - repositórios de pessoas problemáticas, pouco produtivas, eternamente insatisfeitas e muitas vezes incapazes de integrar uma equipa, empurradas para uma terra de ninguém onde estas más características só se agravam.
Além da óbvia dificuldade dos serviços que se vêem impedidos de prosseguir as suas missões (quanto mais melhorar o seu desempenho) há uma outra consequência terrível desta "purga" à função pública: Não há transmissão de conhecimento prático. Os jovens chegam ao mercado de trabalho cheios de conhecimento teórico, que só a convivência com os colegas que já lá estão transforma em experiência. Mas em vez disso, o que Portugal vai ter na administração pública é um esgotamento gradual da capacidade de trabalho especializado até à ruptura total. Só nesse momento de absoluto desespero e perdas irreparáveis será tomada a decisão de abrir portas aos "novos", que nessa altura já serão uns trintões ou quarentões frustrados por anos de desemprego alternados com estágios sem futuro. Entretanto, o saber laboriosamente acumulado por décadas de experiência prática já terá desaparecido. Abandonada para sempre a cultura do "ser" uma profissão, passa-se para a cultura do "por enquanto estou ali".
Se em alguns domínios a ruptura é benéfica, não é o caso das bibliotecas, onde o velho precisa de ser constantemente refrescado pelo novo, sob perigo de perder o contacto com a realidade, e o novo precisa de herdar do velho os valores de missão e o sentido de responsabilidade para com a comunidade.
sábado, 5 de dezembro de 2015
A felicidade num saco de supermercado
Acabaram de sair. Um pai, duas filhas e um saco de supermercado carregado. Antes deles já tinham saído os meus amigos, o Gui e a Gui (chamemos-lhes assim) com a mãe. Um saco de pano a abarrotar e mãe a protestar "Não podemos levar mais, viemos a pé!"
A rotina repete-se todos os sábados. Pais ou mães, filhos e sacos cheios. Entram e descarregam os sacos. Os miúdos estão impacientes por isso sobem logo as escadas enquanto a colega da portaria fica a fazer as devoluções.
Desaparecem entre as estantes da sala de leitura. Ouvem-se muitas conversas. "Olha este, pai!", "Esse já leste, não te lembras?", "Mas eu quero outra vez!". De vez em quando vêm perguntar qualquer coisa. "Tem livros de Natal?" ou "Onde estão os livros dos dinossauros?"
Depois fazem o percurso inverso, com os sacos carregados. Dizem que é o abastecimento para a semana que se segue.
Não consigo deixar de ficar emocionada. Tenho vontade de lhes pedir para os fotografar enquanto se afastam. Um pai ou uma mãe, os filhos e um saco com uma semana inteira de histórias lá dentro.
A rotina repete-se todos os sábados. Pais ou mães, filhos e sacos cheios. Entram e descarregam os sacos. Os miúdos estão impacientes por isso sobem logo as escadas enquanto a colega da portaria fica a fazer as devoluções.
Desaparecem entre as estantes da sala de leitura. Ouvem-se muitas conversas. "Olha este, pai!", "Esse já leste, não te lembras?", "Mas eu quero outra vez!". De vez em quando vêm perguntar qualquer coisa. "Tem livros de Natal?" ou "Onde estão os livros dos dinossauros?"
Depois fazem o percurso inverso, com os sacos carregados. Dizem que é o abastecimento para a semana que se segue.
Não consigo deixar de ficar emocionada. Tenho vontade de lhes pedir para os fotografar enquanto se afastam. Um pai ou uma mãe, os filhos e um saco com uma semana inteira de histórias lá dentro.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Adivinhem quem está de volta à BPE?
De 15 a 19 de Dezembro, às 18h30, há espectáculo dos Bonecos de Santo Aleixo na Biblioteca Pública de Évora. Não vão perder, pois não?
Ser ou não ser... estúpido
À cabeça das coisas mais estúpidas surgem aquelas que resultam da chamada “ignorância confiante“, conforme a definem os investigadores, e que resulta do facto de as pessoas acharem que podem fazer algo que, de facto, não conseguem.Quer a melhor estratégia para evitar ser estúpido? É partir do princípio que não sabe. Já Sócrates o dizia (o verdadeiro).
“A coisa mais estúpida que uma pessoa pode fazer é sobrestimar-se“, nota Balazs Aczel, frisando que isto não tem nada que ver com “um QI baixo”, mas com “uma má percepção das suas próprias capacidades”.
Depois, surge a “falta de controlo” como justificação para a estupidez quando esta resulta “comportamentos obsessivos, compulsivos ou de toxicodependência”, refere Balazs Aczel.
Por fim, a “falta de atenção/falta de sentido prático” é outra justificação para comportamentos estúpidos, resultando de actos irracionais ou fruto de distracção.
Este retrato da estupidez ajuda a “prever” que tipo de situações podem “aumentar a probabilidade” de virmos a fazer coisas que os outros consideram estúpidas, conforme salienta Balazs Aczel.
Assim, “se não quisermos fazer algo estúpido, convém provavelmente não termos expectativas exageradas acerca das nossas capacidades“, alerta o investigador. “A pior coisa a fazer é agir de forma confiante quando o nosso comportamento não deixa de ser irracional. Mais estúpido que isso, impossível”, conclui.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
sábado, 28 de novembro de 2015
Para ler
A crónica de Pacheco Pereira no Público: http://www.publico.pt/politica/noticia/acabou-acabou-acabou-1715820
Não acabou, nem podemos ceder à tentação de pensar que agora tudo se vai resolver por si. É preciso limpar o que ainda ficou para trás. É preciso construir um caminho diferente.
Não acabou, nem podemos ceder à tentação de pensar que agora tudo se vai resolver por si. É preciso limpar o que ainda ficou para trás. É preciso construir um caminho diferente.
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Expectante
As vozes que já se fizeram ouvir dizem que será um bom Ministro. Não tenho opinião formada, vou esperar para ver. Para já foi uma surpresa, o que não é mau.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Quanto nos custa uma biblioteca?
Na era das tabelas excel, respondo com outra questão. Quanto poupa se utilizar a sua biblioteca? Faça os cálculos aqui, é fácil:
Depois, se ainda tiver dúvidas, consulte o orçamento da sua Biblioteca e divida pelos habitantes do seu concelho para saber exactamente quanto sai do seu bolso para financiar a biblioteca.
Quem havia de dizer? Um investimento altamente lucrativo!
domingo, 15 de novembro de 2015
E ser feliz
E é isto, sem o episódio do estacionamento e sem qualquer ilusão romântica.
Também tive este choque, quando ouvi a minha filha mais velha, há muitos anos, falar na casa da mãe e na casa do pai. Foi aí que percebi que, na ânsia de fazer tudo certinho, de ser politicamente correcta, justa e isenta, tinha falhado no mais importante: ser a família e a casa deles. E foi o que fiz daí em diante.
Se falo nisto, não é para me lamentar ou lavar roupa suja. É para que outras mães e outros pais possam pensar nisso. Deixar de viver em função do que se passa do outro lado, seja bom ou mau, e procurar apenas ser o lugar a que eles chamam casa. E ser feliz assim.
Também tive este choque, quando ouvi a minha filha mais velha, há muitos anos, falar na casa da mãe e na casa do pai. Foi aí que percebi que, na ânsia de fazer tudo certinho, de ser politicamente correcta, justa e isenta, tinha falhado no mais importante: ser a família e a casa deles. E foi o que fiz daí em diante.
Se falo nisto, não é para me lamentar ou lavar roupa suja. É para que outras mães e outros pais possam pensar nisso. Deixar de viver em função do que se passa do outro lado, seja bom ou mau, e procurar apenas ser o lugar a que eles chamam casa. E ser feliz assim.
sábado, 14 de novembro de 2015
Paris, todos os dias.
E se o horror que se viveu em Paris fosse diário? Se as bombas, os tiros, os cadáveres fossem constantes? Se as ruas fossem uma amálgama de destroços e fossemos obrigados a considerar a possibilidade de todos os familiares que deixámos de ver estarem mortos?
Não fugiam dali? Não tentavam salvar os vossos filhos? Eu tentava.
Pensem nisto quando culparem os refugiados por todos os males.
Não fugiam dali? Não tentavam salvar os vossos filhos? Eu tentava.
Pensem nisto quando culparem os refugiados por todos os males.
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
E agora já temos Secretário de Estado
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
E levar a BPE no seu bolso? Parece-lhe bem?
Já pode aceder à Biblioteca Pública de Évora a partir do seu smartphone. Instale a aplicação a partir do endereço www.mylib.eu ou procure a aplicação A minha biblioteca no Google Play.
Bem-vindo à Biblioteca Pública de Évora!
Bem-vindo à Biblioteca Pública de Évora!
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Dias 29 e 30 na Biblioteca Nacional de Portugal
Este Seminário Internacional, o quinto de uma série de seminários organizados pelo Consórcio CDU (Haia) de dois em dois anos, tem como objetivo explorar as questões da gestão de sistemas de classificação dentro e entre sistemas de informação, dando particular atenção às possibilidades de partilha e exploração de dados de autoridade de assuntos em rede, no ambiente de dados ligados (linked data).
As práticas e técnicas de dados ligados têm aberto novos horizontes à exploração de vocabulários controlados e reforçado as suas potencialidades na descoberta de recursos. Os vocabulários controlados por sistemas de autoridade, em que se incluem as classificações, ganham, assim, uma renovada perspetiva tanto a nível local como global.
O seminário destina-se a profissionais de informação em geral, com interesse primordial para especialistas e investigadores de classificação e indexação bem como estudantes interessados em sistemas de organização do conhecimento.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Habemus Ministra
E na véspera do primeiro dia, renasceu o Ministério da Cultura, associado a outras preocupações que ficam muito bem a uma senhora, como a Igualdade e a Cidadania.
Ao contrário de quase todos os meus amigos e colegas, não considero essencial a existência de um MC, embora reconheça que a participação no Conselho de Minsitros, o peso institucional associado e o estatuto de assunto-suficientemente-relevante-para-ir-a-ministério são uma mais valia.
A mim preocupa-me mais saber se há uma política cultural e que política é essa. Assim sendo, vou esperar para ver.
Ao contrário de quase todos os meus amigos e colegas, não considero essencial a existência de um MC, embora reconheça que a participação no Conselho de Minsitros, o peso institucional associado e o estatuto de assunto-suficientemente-relevante-para-ir-a-ministério são uma mais valia.
A mim preocupa-me mais saber se há uma política cultural e que política é essa. Assim sendo, vou esperar para ver.
sábado, 24 de outubro de 2015
#somosbibliotecas
Em preparação há longos meses, arrancou no 12º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas a campanha de promoção das bibliotecas públicas, com o slogan Somos Bibliotecas. Públicas. Municipais. De todos.
Se me estão a ler, é muito elevada a probabilidade de já terem ouvido, ou lido, o que vou dizer a seguir, mas não me canso de repetir por ser a minha mais firme convicção.
A Biblioteca Pública é a mais democrática das instituições, a que melhor garante a igualdade de acesso à informação para todos os cidadãos, a que melhor assegura o direito à liberdade de expressão e de pensamento, contribuindo assim para valores tão essenciais como a defesa e consolidação dos direitos humanos.
Ao contrário da educação escolar (que a Constituição Portuguesa recomenda que seja tendencialmente gratuita) que tem registado um acréscimo de custos muitas vezes incomportável para as famílias, voltando a aprofundar o fosso entre os que podem e os que não podem ter acesso ao ensino, a Biblioteca Pública mantém os seus princípios de acesso democrático inalteráveis.
Só aqui, e só graças à acção e atitude dos bibliotecários que defendem a biblioteca e a sua missão, é possível utilizar livremente e de forma gratuita as fontes de informação imprescindíveis à formação de cidadãos livres, conscientes, capazes de produzir pensamento e de agir em conformidade com as suas convicções.
Ser bibliotecário é defender a liberdade, promover a cidadania, garantir o direito ao livre arbítrio. No entanto, embora todos mantenhamos a firme convicção que nos anima a lutar pelos direitos dos cidadãos que servimos, precisamos agora da ajuda da comunidade.
Se me está a ler, peço-lhe que subscreva a petição que se segue e que a divulgue junto dos seus amigos. Não se trata de uma posição corporativa nem pedimos benesses pessoais. Pedimos-lhe que nos ajude a divulgar o trabalho que fazemos na defesa do seu direito de acesso à informação e ao conhecimento, a formular opinião e poder expressá-la livremente.
Pedimos-lhe que nos ajude a defender o seu direito a ser livre.
Conheça o nosso trabalho aqui: http://www.somosbibliotecas.pt/
Subscreva a nossa petição aqui: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=somosbibliotecas
Ajude a tornar esta campanha visível. Publique fotografias suas a ler, a utilizar informação em qualquer suporte ou numa biblioteca no facebook com a hashtag #somosbibliotecas
Obrigada a todos.
A Biblioteca Pública é a mais democrática das instituições, a que melhor garante a igualdade de acesso à informação para todos os cidadãos, a que melhor assegura o direito à liberdade de expressão e de pensamento, contribuindo assim para valores tão essenciais como a defesa e consolidação dos direitos humanos.
Ao contrário da educação escolar (que a Constituição Portuguesa recomenda que seja tendencialmente gratuita) que tem registado um acréscimo de custos muitas vezes incomportável para as famílias, voltando a aprofundar o fosso entre os que podem e os que não podem ter acesso ao ensino, a Biblioteca Pública mantém os seus princípios de acesso democrático inalteráveis.
Só aqui, e só graças à acção e atitude dos bibliotecários que defendem a biblioteca e a sua missão, é possível utilizar livremente e de forma gratuita as fontes de informação imprescindíveis à formação de cidadãos livres, conscientes, capazes de produzir pensamento e de agir em conformidade com as suas convicções.
Ser bibliotecário é defender a liberdade, promover a cidadania, garantir o direito ao livre arbítrio. No entanto, embora todos mantenhamos a firme convicção que nos anima a lutar pelos direitos dos cidadãos que servimos, precisamos agora da ajuda da comunidade.
Se me está a ler, peço-lhe que subscreva a petição que se segue e que a divulgue junto dos seus amigos. Não se trata de uma posição corporativa nem pedimos benesses pessoais. Pedimos-lhe que nos ajude a divulgar o trabalho que fazemos na defesa do seu direito de acesso à informação e ao conhecimento, a formular opinião e poder expressá-la livremente.
Pedimos-lhe que nos ajude a defender o seu direito a ser livre.
Conheça o nosso trabalho aqui: http://www.somosbibliotecas.pt/
Subscreva a nossa petição aqui: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=somosbibliotecas
Ajude a tornar esta campanha visível. Publique fotografias suas a ler, a utilizar informação em qualquer suporte ou numa biblioteca no facebook com a hashtag #somosbibliotecas
Obrigada a todos.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Visita à BPE
Além desta visita, está também disponível para todos os congressistas uma visita guiada aos espaços da BPE, no dia 21, às 21h00.
domingo, 18 de outubro de 2015
Novo Portal da Biblioteca Pública de Évora
A Biblioteca Pública de Évora convida-o/a para a apresentação pública do novo Portal de Acesso Online e da aplicação da BPE para smartphone, que decorrerá no dia 20 de Outubro, pelas 18h00, na Sala de Leitura Geral da Biblioteca.
Nesse dia entrará também em funcionamento o novo equipamento de auto-atendimento.
Contamos consigo!
Congresso BAD
O maior evento da minha área profissional está a chegar e é em Évora. Se nas últimas semanas os meus dias já tiveram 12, 13 e 14 horas de trabalho, daqui até sexta-feira vai ser ainda mais intenso, mas isso não interessa nada, porque este vai ser o melhor Congresso de sempre.
Caros colegas, bem-vindos a Évora!
Caros colegas, bem-vindos a Évora!
domingo, 6 de setembro de 2015
De partida.
Estão de partida. Todos.
A mais velha segue o seu percurso e vai para Mestrado na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. A do meio segue o seu sonho e vai para a Licenciatura em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa. O mais novo segue a sua vocação e vai conciliar o secundário com o Curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva no Sporting Clube de Portugal.
Apesar da ansiedade pelos dias que aí vêm, apesar da saudade que já sinto, apesar da solidão e do silêncio que vão invadir a minha casa sempre tao cheia de gente, este é um momento de alegria, de felicidade, de realização e de um orgulho que não me cabe no peito.
Se não fosse este aperto no coração e este nó na garganta, era bem capaz de ser um dos dias mais felizes da minha vida.
A mais velha segue o seu percurso e vai para Mestrado na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. A do meio segue o seu sonho e vai para a Licenciatura em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa. O mais novo segue a sua vocação e vai conciliar o secundário com o Curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva no Sporting Clube de Portugal.
Apesar da ansiedade pelos dias que aí vêm, apesar da saudade que já sinto, apesar da solidão e do silêncio que vão invadir a minha casa sempre tao cheia de gente, este é um momento de alegria, de felicidade, de realização e de um orgulho que não me cabe no peito.
Se não fosse este aperto no coração e este nó na garganta, era bem capaz de ser um dos dias mais felizes da minha vida.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
O naufrágio da humanidade
Pois claro, que incómodo! Esta gente pobre e a morrer, a interromper a sucessão de selfies de sorriso fingido, os pés na areia, as bolas de berlim.
Que chatice, sermos confrontados agora com pessoas que morrem à nossa porta, quando podemos partilhar fotos espectaculares do leão Cecil e pedir a condenação do americano que não conhecemos de lado nenhum e a quem foi vendido o direito de caçar!
Que incómodo, ter que encarar a prova da nossa desumanidade, da nossa incapacidade, da nossa estupidez, do nosso egoísmo quando há tantas frases para partilhar sobre a inveja que todas as outras pessoas têm de nós e da nossa vida tão perfeita...
Que hipocrisia! Que vergonha!
Que chatice, sermos confrontados agora com pessoas que morrem à nossa porta, quando podemos partilhar fotos espectaculares do leão Cecil e pedir a condenação do americano que não conhecemos de lado nenhum e a quem foi vendido o direito de caçar!
Que incómodo, ter que encarar a prova da nossa desumanidade, da nossa incapacidade, da nossa estupidez, do nosso egoísmo quando há tantas frases para partilhar sobre a inveja que todas as outras pessoas têm de nós e da nossa vida tão perfeita...
Que hipocrisia! Que vergonha!
terça-feira, 1 de setembro de 2015
1 de Setembro
21 anos a ser bibliotecária.
21 anos da coisa mais extraordinária que fiz na vida a seguir aos meus filhos.
21 anos de missão e de luta, a defender a liberdade de expressão e de escolha, a garantir o acesso democrático ao saber e à cultura.
21 anos a estabelecer pontes, a promover encontros, a ligar pessoas, livros, informação, conhecimento.
21 anos de privilégio a ter a melhor profissão do mundo, a que permite a todos e cada um que se encontre, se supere, se reinvente cada dia pelo contacto com outras realidades, outras vivências, outros mundos.
21 anos a ser feliz todos os dias, porque todos os dias são passados na biblioteca.
21 anos da coisa mais extraordinária que fiz na vida a seguir aos meus filhos.
21 anos de missão e de luta, a defender a liberdade de expressão e de escolha, a garantir o acesso democrático ao saber e à cultura.
21 anos a estabelecer pontes, a promover encontros, a ligar pessoas, livros, informação, conhecimento.
21 anos de privilégio a ter a melhor profissão do mundo, a que permite a todos e cada um que se encontre, se supere, se reinvente cada dia pelo contacto com outras realidades, outras vivências, outros mundos.
21 anos a ser feliz todos os dias, porque todos os dias são passados na biblioteca.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Books change lives ou o alimento para a alma
Podia dizer aqui tanta coisa, a começar pelo facto de isto ser a prova de que uma biblioteca é o que "Faz" e não o que "É", mas vou deixar isto para outro dia.
No meio do campo de refugiados em Calais nasceu uma biblioteca. E funciona. Não tem um edifício com projecto de arquitectura premiado nem estantes homologadas. Tem livros que nasceram de doações porque, e tomem bem atenção às palavras que se seguem, "a biblioteca é um dos serviços considerados essenciais que é prestado com base no voluntariado". Eu vou repetir para os mais desatentos: a biblioteca é um serviço essencial, mesmo numa situação limite como é um campo de refugiados.
A sua criadora, uma professora britânica, não precisou de um único cêntimo dos muitos milhões que já foram disponibilizados para construir muros que vão separar os europeus do resto do mundo. Precisou apenas de vontade para "começar algo que pudesse oferecer ajuda real e prática". Além do serviço de leitura, a biblioteca que nasceu na selva, como é designado o campo de refugiados, "ajuda os que querem aprender a ler e escrever em inglês, a candidatar-se a empregos ou a preencher formulários".
É o alimento para a alma. É a biblioteca a exercer a sua missão da forma mais pura e vital, aqui e agora, em Calais, como há um ano, em Ferguson, nos EUA.
Fiquei emocionada. E fiquei agradecida por ter tido, algures num momento da minha vida, a oportunidade de ser bibliotecária.
Toda a história e mais histórias de bibliotecas que ajudam a mudar vidas aqui.
No meio do campo de refugiados em Calais nasceu uma biblioteca. E funciona. Não tem um edifício com projecto de arquitectura premiado nem estantes homologadas. Tem livros que nasceram de doações porque, e tomem bem atenção às palavras que se seguem, "a biblioteca é um dos serviços considerados essenciais que é prestado com base no voluntariado". Eu vou repetir para os mais desatentos: a biblioteca é um serviço essencial, mesmo numa situação limite como é um campo de refugiados.
A sua criadora, uma professora britânica, não precisou de um único cêntimo dos muitos milhões que já foram disponibilizados para construir muros que vão separar os europeus do resto do mundo. Precisou apenas de vontade para "começar algo que pudesse oferecer ajuda real e prática". Além do serviço de leitura, a biblioteca que nasceu na selva, como é designado o campo de refugiados, "ajuda os que querem aprender a ler e escrever em inglês, a candidatar-se a empregos ou a preencher formulários".
É o alimento para a alma. É a biblioteca a exercer a sua missão da forma mais pura e vital, aqui e agora, em Calais, como há um ano, em Ferguson, nos EUA.
Fiquei emocionada. E fiquei agradecida por ter tido, algures num momento da minha vida, a oportunidade de ser bibliotecária.
Toda a história e mais histórias de bibliotecas que ajudam a mudar vidas aqui.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Entre as brumas da memória
Se vivessemos num país a sério, todos os portugueses saberiam o que se comemora hoje. Todos conheceriam a importância deste dia para a nossa História, para a nossa cultura, para tudo o que Portugal viveu e foi desde este mesmo dia, há 600 anos atrás. Mas não vivemos num país a sério e o sentimento de orgulho que deveria encher-nos o peito hoje foi substituído por uma imensa e dolorosa vergonha pela ignorância, insolência, absoluto desrespeito e falta de sentido de Estado e até de patriotismo de quem nos governa.
Há 600 anos fomos maiores que o mar, maiores que o mundo que haveriamos de dar a conhecer e partimos para a construção de uma nova era. Há 600 anos engrandecemos Portugal e demos o primeiro passo na construção de um Império. Há 600 anos, num dia como o de hoje, conquistámos Ceuta, a chave do Mediterrâneo.
Citando o jornal Público de hoje:
Há 600 anos fomos maiores que o mar, maiores que o mundo que haveriamos de dar a conhecer e partimos para a construção de uma nova era. Há 600 anos engrandecemos Portugal e demos o primeiro passo na construção de um Império. Há 600 anos, num dia como o de hoje, conquistámos Ceuta, a chave do Mediterrâneo.
Citando o jornal Público de hoje:
Na madrugada de 21 de Agosto de 1415, quando o sol começou a nascer, os habitantes de Ceuta podiam ver na linha do horizonte que se perdia no mar um cenário tão grandioso como assustador.
A pouca distância da costa, mais de 200 naus, fustas e galés preparava-se para desembarcar os primeiros soldados da expedição de uns 20 mil homens que D. João I, rei de Portugal, tinha armado para conquistar a cidade. Pela primeira vez na sua história de menos de quatro séculos, os portugueses arriscavam sair do seu ancoradouro europeu e conquistar um pedaço do continente africano que, sob diferentes conceitos e ideologias, haveria de permanecer no seu consciente colectivo até 1974. Poucas datas da história nacional encerram o mesmo peso e o mesmo significado desse dia de há 600 anos, quando Ceuta caiu nas mãos dos portugueses após uma batalha que durou entre as seis da manhã e as sete e meia da tarde.
Manual de (sobre)vivência para adultos
Nota prévia:
Este texto não é da minha autoria. Subscrevo e considero-o muito pertinente. Copiei-o daqui.
O que é importante ouvir nem sempre é agradável. Transmitimos-lhe 20 factos dos quais certamente será bom que se consciencialize mas que lhe deixarão um gosto amargo.
1. Os seus pais estarão cada vez mais distantes. Ainda quererão que você faça o que eles querem que faça. Está tudo bem, você não tem que o fazer. Você não é obrigado. Você acabará por chegar a um ponto em que, na verdade, saberá melhor que os seus pais – e não há nada de errado com isso. Acontece.
2. Não só o mundo já não gira à sua volta – como nunca girou.
3. Haverá pessoas que irão ver o seu desconforto ou dor e não se irão importar, e pensarão que você merece, e sentir-se-ão divertidas ou excitadas com isso.
4. As pessoas não lhe devem a sua ajuda.
5. Você não está sob qualquer obrigação de permanecer numa relação com alguém que o tenha prejudicado, mesmo que seja um dos seus pais ou companheiro, ou mesmo que seja alguém dependente de si. Você tem direito aos seus limites.
6. Se você continuar a ter desentendimentos com várias pessoas sobre as mesmas coisas perceba que existe apenas um fator comum: você. Como um amigo meu disse uma vez, há muito tempo atrás: se uma pessoa lhe disser que você é um idiota você poderá ignorá-la. Se seis ou oito pessoas razoavelmente equilibradas expressarem a opinião de que você é um idiota, provavelmente estarão certas.
Editado para acrescentar, porque várias pessoas têm questionado “E quando eu desafio as pessoas que estão a prejudicar outras?” Observe a frase “pessoas razoavelmente equilibradas” como parte da condição de “você é um idiota”. As pessoas que prejudicam outras não são, por definição, pessoas razoavelmente sólidas.
7. Só porque você é um adulto com o seu próprio negócio e o seu próprio sofrimento não significa que tenha o direito de ignorar o sofrimento dos outros. A vida de adulto não vem acompanhada do direito de ser egocêntrico. Deixe isso para a adolescência, onde pertence.
8. A forma como você trata aqueles que não o beneficiam demonstra o seu caráter. A forma como você trata os sem-abrigo ou empregados de balcão é muito mais indicativa da pessoa que você realmente é do que a forma como você trata o seu chefe.
9. Se você for colocado na posição de escolher entre uma promoção e uma amizade, escolha a amizade.
10. Se você quiser que o mundo seja um lugar melhor o trabalho começa consigo. Você também terá que o fazer.
11. Por vezes, quando você ajuda alguém essa mesma pessoa irá ajudá-lo em troca – mas nem sempre. Por vezes não será capaz de o fazer. Por vezes não se apercebe disso. Por vezes não consegue aceitar que precisava de ajuda por isso irá ignorá-la. A sua ajuda tem que ser dada sem condições – ou então não será ajuda, será apenas chantagem.
12. As pessoas irão discordar de si. As pessoas não irão gostar de si. Mas há pessoas que irão concordar consigo e gostar de si. Certifique-se de que contata bastante com um grupo que gosta de si e modere o tempo junto do grupo que não gosta, para manter uma perspetiva precisa.
13. Muitas pessoas da sua idade ainda não aprenderam estas lições de vida – mas isso não o liberta das suas obrigações de se comportar como um adulto. Poderão nunca aprender estas lições, mas você tem que aprender.
14. Por vezes você poderá ajudar alguém a aprender uma ou mais destas lições. Por vezes isso poderá contribuir para terminar a amizade. As pessoas não gostam destas lições – envolvem verdade, mudança e dor. Não force mas esteja ciente – você poderá ser a alavanca que irá mover o mundo delas algum dia, apenas por compreenderem estas lições e agirem sobre as mesmas. Por vezes faz parte do seu trabalho ser o médico, não importa o que a Alanis Morissette disse.
15. Não atribua a malícia o que pode ser adequadamente explicado por estupidez ou ignorância.
16. Por vezes você poderá ser o momento de aprendizagem de alguém, quer goste ou não. Lide com a situação o mais graciosamente que conseguir.
Editado para acrescentar, considerando que muitas pessoas perguntaram o que “momento de aprendizagem” é: você poderá ser a primeira pessoa X que alguém conhece (onde X pode ser “pessoa de cor”, “autista”, “judeu”, “gay”, “estrela rock”, etc.) e esse alguém quererá respostas a perguntas que poderão parecer parvas, inúteis ou até mesmo ofensivas para si. No entanto, nesse momento, você é o momento de aprendizagem dessa pessoa. Você tem a oportunidade de fazer a diferença ao educá-la em relação a algo sobre o qual não tem conhecimento que você tem.
17. A confiança depende do contexto, não é algo absoluto.
Editado para acrescentar pois diversas pessoas perguntaram o que quero dizer: Poderei confiar em si para guardar as minhas chaves de casa enquanto vou de férias mas poderei não confiar em si sozinho com os meus filhos pois sei que se enfurece com crianças e não quero os meus filhos em perigo. Poderei confiar que você irá aparecer a tempo da festa mas não poderei confiar que se irá lembrar de trazer o que lhe pedi que trouxesse pois sei que você é bom a chegar a horas mas não é bom a lembrar-se do que lhe pediram além disso.
18. Tente lembrar-se de ter compaixão. Por vezes é difícil mas ajuda – e muitas pessoas esquecem-se.
19. Você não pode resolver os problemas das outras pessoas pelas mesmas. O máximo que você pode fazer á apontá-las na direção certa, entregar-lhes ferramentas que as ajudem ou dar-lhes o medicamento de que necessitam. Você não pode, no entanto, fazê-las utilizar essas ferramentas ou tomar o medicamento. Conheça os limites da sua responsabilidade em relação aos outros.
20. A menos que os valores de outra pessoa se encontrem ativamente ou diretamente a prejudicá-lo você não tem qualquer liberdade de lhe exigir que os ignore e substitua. Deixe isso e siga em frente.
Editado para acrescentar pois diversas pessoas questionaram: isto significa, essencialmente, “escolha as suas próprias batalhas”. Certamente, se as crenças de alguém prejudicarem outros, confronte-o. Mas se não o estiverem a prejudicar (apenas a deixá-lo desconfortável) e se mais ninguém estiver a ser prejudicado, deixe-o seguir.
Este texto não é da minha autoria. Subscrevo e considero-o muito pertinente. Copiei-o daqui.
O que é importante ouvir nem sempre é agradável. Transmitimos-lhe 20 factos dos quais certamente será bom que se consciencialize mas que lhe deixarão um gosto amargo.
1. Os seus pais estarão cada vez mais distantes. Ainda quererão que você faça o que eles querem que faça. Está tudo bem, você não tem que o fazer. Você não é obrigado. Você acabará por chegar a um ponto em que, na verdade, saberá melhor que os seus pais – e não há nada de errado com isso. Acontece.
2. Não só o mundo já não gira à sua volta – como nunca girou.
3. Haverá pessoas que irão ver o seu desconforto ou dor e não se irão importar, e pensarão que você merece, e sentir-se-ão divertidas ou excitadas com isso.
4. As pessoas não lhe devem a sua ajuda.
5. Você não está sob qualquer obrigação de permanecer numa relação com alguém que o tenha prejudicado, mesmo que seja um dos seus pais ou companheiro, ou mesmo que seja alguém dependente de si. Você tem direito aos seus limites.
6. Se você continuar a ter desentendimentos com várias pessoas sobre as mesmas coisas perceba que existe apenas um fator comum: você. Como um amigo meu disse uma vez, há muito tempo atrás: se uma pessoa lhe disser que você é um idiota você poderá ignorá-la. Se seis ou oito pessoas razoavelmente equilibradas expressarem a opinião de que você é um idiota, provavelmente estarão certas.
Editado para acrescentar, porque várias pessoas têm questionado “E quando eu desafio as pessoas que estão a prejudicar outras?” Observe a frase “pessoas razoavelmente equilibradas” como parte da condição de “você é um idiota”. As pessoas que prejudicam outras não são, por definição, pessoas razoavelmente sólidas.
7. Só porque você é um adulto com o seu próprio negócio e o seu próprio sofrimento não significa que tenha o direito de ignorar o sofrimento dos outros. A vida de adulto não vem acompanhada do direito de ser egocêntrico. Deixe isso para a adolescência, onde pertence.
8. A forma como você trata aqueles que não o beneficiam demonstra o seu caráter. A forma como você trata os sem-abrigo ou empregados de balcão é muito mais indicativa da pessoa que você realmente é do que a forma como você trata o seu chefe.
9. Se você for colocado na posição de escolher entre uma promoção e uma amizade, escolha a amizade.
10. Se você quiser que o mundo seja um lugar melhor o trabalho começa consigo. Você também terá que o fazer.
11. Por vezes, quando você ajuda alguém essa mesma pessoa irá ajudá-lo em troca – mas nem sempre. Por vezes não será capaz de o fazer. Por vezes não se apercebe disso. Por vezes não consegue aceitar que precisava de ajuda por isso irá ignorá-la. A sua ajuda tem que ser dada sem condições – ou então não será ajuda, será apenas chantagem.
12. As pessoas irão discordar de si. As pessoas não irão gostar de si. Mas há pessoas que irão concordar consigo e gostar de si. Certifique-se de que contata bastante com um grupo que gosta de si e modere o tempo junto do grupo que não gosta, para manter uma perspetiva precisa.
13. Muitas pessoas da sua idade ainda não aprenderam estas lições de vida – mas isso não o liberta das suas obrigações de se comportar como um adulto. Poderão nunca aprender estas lições, mas você tem que aprender.
14. Por vezes você poderá ajudar alguém a aprender uma ou mais destas lições. Por vezes isso poderá contribuir para terminar a amizade. As pessoas não gostam destas lições – envolvem verdade, mudança e dor. Não force mas esteja ciente – você poderá ser a alavanca que irá mover o mundo delas algum dia, apenas por compreenderem estas lições e agirem sobre as mesmas. Por vezes faz parte do seu trabalho ser o médico, não importa o que a Alanis Morissette disse.
15. Não atribua a malícia o que pode ser adequadamente explicado por estupidez ou ignorância.
16. Por vezes você poderá ser o momento de aprendizagem de alguém, quer goste ou não. Lide com a situação o mais graciosamente que conseguir.
Editado para acrescentar, considerando que muitas pessoas perguntaram o que “momento de aprendizagem” é: você poderá ser a primeira pessoa X que alguém conhece (onde X pode ser “pessoa de cor”, “autista”, “judeu”, “gay”, “estrela rock”, etc.) e esse alguém quererá respostas a perguntas que poderão parecer parvas, inúteis ou até mesmo ofensivas para si. No entanto, nesse momento, você é o momento de aprendizagem dessa pessoa. Você tem a oportunidade de fazer a diferença ao educá-la em relação a algo sobre o qual não tem conhecimento que você tem.
17. A confiança depende do contexto, não é algo absoluto.
Editado para acrescentar pois diversas pessoas perguntaram o que quero dizer: Poderei confiar em si para guardar as minhas chaves de casa enquanto vou de férias mas poderei não confiar em si sozinho com os meus filhos pois sei que se enfurece com crianças e não quero os meus filhos em perigo. Poderei confiar que você irá aparecer a tempo da festa mas não poderei confiar que se irá lembrar de trazer o que lhe pedi que trouxesse pois sei que você é bom a chegar a horas mas não é bom a lembrar-se do que lhe pediram além disso.
18. Tente lembrar-se de ter compaixão. Por vezes é difícil mas ajuda – e muitas pessoas esquecem-se.
19. Você não pode resolver os problemas das outras pessoas pelas mesmas. O máximo que você pode fazer á apontá-las na direção certa, entregar-lhes ferramentas que as ajudem ou dar-lhes o medicamento de que necessitam. Você não pode, no entanto, fazê-las utilizar essas ferramentas ou tomar o medicamento. Conheça os limites da sua responsabilidade em relação aos outros.
20. A menos que os valores de outra pessoa se encontrem ativamente ou diretamente a prejudicá-lo você não tem qualquer liberdade de lhe exigir que os ignore e substitua. Deixe isso e siga em frente.
Editado para acrescentar pois diversas pessoas questionaram: isto significa, essencialmente, “escolha as suas próprias batalhas”. Certamente, se as crenças de alguém prejudicarem outros, confronte-o. Mas se não o estiverem a prejudicar (apenas a deixá-lo desconfortável) e se mais ninguém estiver a ser prejudicado, deixe-o seguir.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Bibliotecária de plantão II
Depois de registarmos os livros que vai requisitar, fica a falar comigo. Tem 6 anos e uma conversa que nunca mais acaba. Agradece o marcador de livros que lhe ofereço, diz que é uma grande ajuda porque "às vezes o pai chama para jantar" e ela ainda não acabou de ler.
Nem sei bem como, a conversa foi parar à Casa-forte de BPE. Explico-lhe o que é e digo-lhe que só eu tenho a chave e o código secreto. Não resisto e levo-a lá. Nem um metro de gente, ajuda-me a empurrar a porta pesada e mal entra, deixa escapar: "Este é o sítio mais fixe do mundo!".
Nem sei bem como, a conversa foi parar à Casa-forte de BPE. Explico-lhe o que é e digo-lhe que só eu tenho a chave e o código secreto. Não resisto e levo-a lá. Nem um metro de gente, ajuda-me a empurrar a porta pesada e mal entra, deixa escapar: "Este é o sítio mais fixe do mundo!".
Bibliotecária de plantão
Pelo terceiro dia, estou de serviço na portaria da Biblioteca. O reduzidíssimo quadro de pessoal e a necessidade de gozo de férias a isso obrigam. Não pensem que estou contrariada, muito pelo contrário. Estou até a considerar a hipótese de me mudar definitivamente para este posto. Ok, então só algumas manhãs ou tardes!
Há quem se surpreenda por me ver aqui. "Então, mas a bibliotecária é que está ao balcão?" ou "Não esperava nada encontrá-la aqui" estão entre as muitas reacções de surpresa destes dias, o que me tem feito pensar no que as pessoas esperam de um bibliotecário.
Na minha opinião, não se é melhor profissional por estar fechado no gabinete, afundado em reuniões e despachos. É aqui, no terreno, a meter as mãos na massa, que se aprende e se evolui. É aqui que tudo se passa e que verdadeiramente sentimos o pulsar da biblioteca. Atendemos os leitores, acolhemo-los na nossa casa e percebemos as suas preferências e as suas dificuldades. Estabelecemos laços, criamos empatia, fazemos acontecer leitura, e é tão bom!
Além disso, ninguém pode desempenhar este papel melhor do que o bibliotecário responsável. Ninguém tem, de forma tão completa, a visão de conjunto sobre a biblioteca e os serviços que presta. Ninguém lhe conhece tão bem os fluxos, os pontos de fricção, as possibilidades de solução. E permitam-me a franqueza: se assim não é, algo está mal.
Há quem se surpreenda por me ver aqui. "Então, mas a bibliotecária é que está ao balcão?" ou "Não esperava nada encontrá-la aqui" estão entre as muitas reacções de surpresa destes dias, o que me tem feito pensar no que as pessoas esperam de um bibliotecário.
Na minha opinião, não se é melhor profissional por estar fechado no gabinete, afundado em reuniões e despachos. É aqui, no terreno, a meter as mãos na massa, que se aprende e se evolui. É aqui que tudo se passa e que verdadeiramente sentimos o pulsar da biblioteca. Atendemos os leitores, acolhemo-los na nossa casa e percebemos as suas preferências e as suas dificuldades. Estabelecemos laços, criamos empatia, fazemos acontecer leitura, e é tão bom!
Além disso, ninguém pode desempenhar este papel melhor do que o bibliotecário responsável. Ninguém tem, de forma tão completa, a visão de conjunto sobre a biblioteca e os serviços que presta. Ninguém lhe conhece tão bem os fluxos, os pontos de fricção, as possibilidades de solução. E permitam-me a franqueza: se assim não é, algo está mal.
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Da desilusão
Que fazer quando nos desiludimos? Quando percebemos os interesses ocultos por detrás de atitudes, gestos e palavras? Quando, depois de todo o investimento em tempo, emoções e sentimentos, percebemos que era uma rua de sentido único? Quando as palavras que são ditas à nossa frente com sorrisos contrariam as acções que os nossos olhos vêem praticar, ou pior ainda, que são praticadas longe dos nossos olhos?
E que fazer quando nos desiludimos connosco? Quando quebramos a promessa mil vezes feita? Quando cedemos ao que sabemos não ter pernas para andar e pior, quando deitamos orgulhosamente fora o que nos fazia tão felizes?
Que fazemos com a desilusão? Choramos a nossa, encolhemos os ombros com a fatalidade da desilusão que causámos e seguimos em frente. Levamos a bagagem mais leve, porque ficam para trás aqueles em quem já não confiamos.
Assim mesmo. Com crueldade e frieza. Dizem que se chama sobrevivência. Talvez seja só desumanidade, a desilusão da humanidade.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Prioridades
E se depois de uma visita guiada à Biblioteca, ao seu fundo patrimonial e à imensidão do fundo corrente daquela que é uma das 5 bibliotecas mais importantes do País (pelas minhas contas somos a 4ª) alguém que exerce a nobre função de Professor (e manda os alunos de castigo para a biblioteca) me diz: "Têm que pensar mas é em fazer uma biblioteca municipal com um bar", o que é que eu faço?
Ainda que não consiga perceber a importância da biblioteca, alguém acha razoável que, no estado em que isto está, se despreze uma biblioteca que recebe tudo - TUDO - o que é publicado em Portugal, que tem uma localização privilegiada e 210 anos de história para gastar o dinheiro que não temos a construir uma biblioteca municipal onde se tem que comprar tudo, incluindo os livros, só para dizer que temos um bar?
Ainda que não consiga perceber a importância da biblioteca, alguém acha razoável que, no estado em que isto está, se despreze uma biblioteca que recebe tudo - TUDO - o que é publicado em Portugal, que tem uma localização privilegiada e 210 anos de história para gastar o dinheiro que não temos a construir uma biblioteca municipal onde se tem que comprar tudo, incluindo os livros, só para dizer que temos um bar?
quarta-feira, 10 de junho de 2015
10 de Junho
Já houve um tempo em que quem nos governava era um farol inspirador.
É preciso manter a esperança, mas também é preciso que cada um de nós cumpra a sua parte e não abdique de segurar o leme da nossa vida, com a nossa voz, o nosso voto, a nossa participação activa e cidadã.
Mostrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”
“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que eu só posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu e disse:
“El-Rei D. João Segundo!”
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
É preciso manter a esperança, mas também é preciso que cada um de nós cumpra a sua parte e não abdique de segurar o leme da nossa vida, com a nossa voz, o nosso voto, a nossa participação activa e cidadã.
Mostrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”
“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que eu só posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu e disse:
“El-Rei D. João Segundo!”
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
sábado, 6 de junho de 2015
Dra. Inês Parreira
Hoje a minha filha Inês queima a fita.
Foi um percurso muito difícil para ela, para mim, para os quatro. Há 14 anos, quando a nossa vida ficou virada do avesso, muita gente teve a enorme simpatia de me dizer “Nunca vais conseguir criar estes miúdos sozinha”, “Como é que tu podes pensar em pôr estes miúdos a estudar?” e outras pérolas do género.
Confesso que também me assustei. Fechei-me no quarto e chorei, chorei e chorei. Uma semana mais tarde e 11 quilos a menos, foi dessa escuridão que saí um dia para abrir a porta. Era a Professora Geninha, que tinha sido minha professora de português no secundário. Não quis entrar. Deu-me um pequeno ramo de flores e disse-me a palavra mágica: Coragem.
Nunca lhe consegui agradecer devidamente, porque cada vez que me lembro desse instante as lágrimas voltam, os dedos tremem e eu que nunca me calo, fico sem palavras. Obrigada Geninha. Obrigada, obrigada, obrigada. Foi graças a essa palavra que no dia seguinte me levantei de manhã e fui trabalhar. Ainda hoje essa palavra é o meu norte.
Tal como em todos os dias da minha vida, os livros foram os meus melhores amigos. Cataloguei sem parar. Parar significava dar espaço à cabeça para pensar em coisas tristes e não o podia permitir. Compreendi nessa altura que criar os meus filhos, educá-los, ser a mãe deles todos os dias dependia do meu trabalho, da satisfação que tirava dele e do rendimento certo e constante que me permitia.
Lutei todos os dias, mas nunca lutei sozinha, porque desde esse dia estivemos sempre os quatro.
Foram muitas batalhas pequeninas, daquelas que ficam esquecidas na poeira dos dias. Aprendi a ultrapassar uma coisa de cada vez. Focar-me no imediato e tentar resolvê-lo, para poder passar à frente. Tenho, como poucas pessoas, uma necessidade quase sufocante de saber o terreno que piso para tentar reduzir ao mínimo o risco de imprevistos.
Chegámos aqui. Este é o dia da Inês, mas como todos os dias, é o dia em que olhamos para mais uma etapa por cima do ombro, porque ela ficou para trás e conseguimos vencê-la.
Agora, a minha menina, obrigada a crescer mais depressa do que os colegas da mesma idade, está uma mulher. Enche-me de orgulho todos os dias, na mesma medida em que me enchia de desespero quando era miúda e procurava a melhor maneira de lidar com ela, de a fazer tornar-se um ser humano digno, responsável e feliz. Sei que não fui uma mãe fácil. Sempre fui demasiado exigente, rigorosa e inflexível.
Mas Inês, olha para ti agora. Valeu a pena, não valeu?
Foi um percurso muito difícil para ela, para mim, para os quatro. Há 14 anos, quando a nossa vida ficou virada do avesso, muita gente teve a enorme simpatia de me dizer “Nunca vais conseguir criar estes miúdos sozinha”, “Como é que tu podes pensar em pôr estes miúdos a estudar?” e outras pérolas do género.
Confesso que também me assustei. Fechei-me no quarto e chorei, chorei e chorei. Uma semana mais tarde e 11 quilos a menos, foi dessa escuridão que saí um dia para abrir a porta. Era a Professora Geninha, que tinha sido minha professora de português no secundário. Não quis entrar. Deu-me um pequeno ramo de flores e disse-me a palavra mágica: Coragem.
Nunca lhe consegui agradecer devidamente, porque cada vez que me lembro desse instante as lágrimas voltam, os dedos tremem e eu que nunca me calo, fico sem palavras. Obrigada Geninha. Obrigada, obrigada, obrigada. Foi graças a essa palavra que no dia seguinte me levantei de manhã e fui trabalhar. Ainda hoje essa palavra é o meu norte.
Tal como em todos os dias da minha vida, os livros foram os meus melhores amigos. Cataloguei sem parar. Parar significava dar espaço à cabeça para pensar em coisas tristes e não o podia permitir. Compreendi nessa altura que criar os meus filhos, educá-los, ser a mãe deles todos os dias dependia do meu trabalho, da satisfação que tirava dele e do rendimento certo e constante que me permitia.
Lutei todos os dias, mas nunca lutei sozinha, porque desde esse dia estivemos sempre os quatro.
Foram muitas batalhas pequeninas, daquelas que ficam esquecidas na poeira dos dias. Aprendi a ultrapassar uma coisa de cada vez. Focar-me no imediato e tentar resolvê-lo, para poder passar à frente. Tenho, como poucas pessoas, uma necessidade quase sufocante de saber o terreno que piso para tentar reduzir ao mínimo o risco de imprevistos.
Chegámos aqui. Este é o dia da Inês, mas como todos os dias, é o dia em que olhamos para mais uma etapa por cima do ombro, porque ela ficou para trás e conseguimos vencê-la.
Agora, a minha menina, obrigada a crescer mais depressa do que os colegas da mesma idade, está uma mulher. Enche-me de orgulho todos os dias, na mesma medida em que me enchia de desespero quando era miúda e procurava a melhor maneira de lidar com ela, de a fazer tornar-se um ser humano digno, responsável e feliz. Sei que não fui uma mãe fácil. Sempre fui demasiado exigente, rigorosa e inflexível.
Mas Inês, olha para ti agora. Valeu a pena, não valeu?
Portanto, agora sou eu que te digo: Coragem filha! Vive a vida com alegria e esperança e lembra-te que estamos sempre aqui ao teu lado.
E p'ra Inês não vai nada, nada, nada?
TUDO!
quinta-feira, 4 de junho de 2015
A "minha" Biblioteca
(Basta clicar na imagem para aceder ao vídeo. Imagens no ínício do programa e ao minuto 6:50 da primeira parte e 7:20 da segunda parte )
sábado, 23 de maio de 2015
Sim. Podemos.
Só hoje vi o filme "O mordomo". É verdade, só hoje. Senti, nos últimos minutos, a mesma esperança que naquela madrugada de 2008 em que ouvi Barack Obama discursar em Chicago.
Há quem diga que a sua passagem pela Casa Branca ficou aquém do esperado, que não cumpriu o que prometeu. Talvez. A História faz-se no longo prazo e este filme relembra como foi possível mudar o mundo em apenas 30 anos. Em tempo histórico é menos que um piscar de olhos.
Para mim, Obama cumpriu o seu papel. Demonstrou a possibilidade de tornar verdadeiros e palpáveis os sonhos que nem nos atrevemos a sonhar. A sua existência e a sua eleição fizeram mais pelo combate contra a intolerância do que muitas intervenções mais ou menos armadas, incluindo as que o seu próprio país insiste em levar a cabo.
Acredito honestamente que foi esta escolha que fiz para a minha vida e que não conseguiria vivr de outra forma. Ousar sonhar mas, mais do que isso, ousar acreditar que é possível. Acreditar que vale a pena lutar sempre, todos os dias, contra o imobilismo e o conformismo. Sim. Podemos.
Há quem diga que a sua passagem pela Casa Branca ficou aquém do esperado, que não cumpriu o que prometeu. Talvez. A História faz-se no longo prazo e este filme relembra como foi possível mudar o mundo em apenas 30 anos. Em tempo histórico é menos que um piscar de olhos.
Para mim, Obama cumpriu o seu papel. Demonstrou a possibilidade de tornar verdadeiros e palpáveis os sonhos que nem nos atrevemos a sonhar. A sua existência e a sua eleição fizeram mais pelo combate contra a intolerância do que muitas intervenções mais ou menos armadas, incluindo as que o seu próprio país insiste em levar a cabo.
Acredito honestamente que foi esta escolha que fiz para a minha vida e que não conseguiria vivr de outra forma. Ousar sonhar mas, mais do que isso, ousar acreditar que é possível. Acreditar que vale a pena lutar sempre, todos os dias, contra o imobilismo e o conformismo. Sim. Podemos.
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Sem limites
Quando pensamos que a Humanidade já não nos pode desiludir, aparece o caso infeliz daqueles seis neurónios que vivem isolados nos cérebros de seis seres com aspecto humano que acham piada humilhar outro ser humano.
E depois disto, quando lamentamos a nossa incapacidade para educar a geração que se segue, quando percebemos a forma como, por acção ou inacção, contribuímos para uma cultura de violência e desprezo pelo próximo, de valorização da aparência em vez da essência, da supremacia dos esquemas e da desonestidade em detrimento do mérito e do trabalho, surge isto. Eu, que tenho dificuldade em calar-me, fico sem palavras para descrever até que ponto a natureza humana é capaz de descer. "Presença no Pingo Doce"????
E depois disto, quando lamentamos a nossa incapacidade para educar a geração que se segue, quando percebemos a forma como, por acção ou inacção, contribuímos para uma cultura de violência e desprezo pelo próximo, de valorização da aparência em vez da essência, da supremacia dos esquemas e da desonestidade em detrimento do mérito e do trabalho, surge isto. Eu, que tenho dificuldade em calar-me, fico sem palavras para descrever até que ponto a natureza humana é capaz de descer. "Presença no Pingo Doce"????
terça-feira, 12 de maio de 2015
Alentejo, Alentejo
Eu nasci em Aldeia Nova de S. Bento, vivi em Moura e agora vivo em Évora. Sair do Alentejo não é opção. Não quero que o Alentejo perca a sua identidade, mas quero lutar todos os dias para um Alentejo melhor, em que o cante não seja um tónico para a fome e a dor, mas sim uma forma orgulhosa de dizer Alentejo. Tenho um pesado sotaque alentejano que não quero perder e que leva o Alentejo comigo, onde quer que eu vá.
Sim, o Alentejo foi sempre espoliado, económica e politicamente. Os alentejanos aguentam, por isso, a sangria continua, até que os mais teimosos desistam de fazer nascer aqui os seus filhos, desistam de os levar à escola aqui, desistam de voltar para cá quando terminam os estudos, desistam de aqui trabalhar, desistam de voltar a ser terra, quando morrerem.
Mas não quero que me deixem em paz. Quero que olhem para o Alentejo. Quero que olhem para os Alentejanos e que aprendam com eles a resistir a tudo.
Isto vem a propósito disto. E já agora, o "baixo alentejo" (assim, com minúsculas e tudo) é um concelho desde quando? E também não é canto que se chama. É cante. Cante alentejano. Irra!
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Ui! Que medo!
Quero começar e nem sei por onde... Ok, vai por onde me dói mais:
1. "há bibliotecas com livros antigos"....? Mas então o que querem que lhes faça? Que os deite fora? Sobreviveram às chamas da Inquisição, ao terror das invasões francesas, à escuridão do Estado Novo que afinal era tão velho e agora eram apagados em nome do AO90? Será que esta gente tem noção do que escreve?
2. Ai termina o prazo de transição? Olha, multem-me!
1. "há bibliotecas com livros antigos"....? Mas então o que querem que lhes faça? Que os deite fora? Sobreviveram às chamas da Inquisição, ao terror das invasões francesas, à escuridão do Estado Novo que afinal era tão velho e agora eram apagados em nome do AO90? Será que esta gente tem noção do que escreve?
2. Ai termina o prazo de transição? Olha, multem-me!
domingo, 3 de maio de 2015
Conversas de mãe
É-se mãe porque eles nascem. Num instante passam da não existência para o projecto mais importante das nossas vidas. Os longos nove meses de espera não nos preparam para nada, porque nada nem ninguém está preparado para o enorme e extraordinário milagre da vida.
Quando o dia chega percebemos como somos insignificantes perante o sábio labor da mãe natureza. E sobretudo, percebemos que, sem aviso prévio passamos a ser personagens secundárias na nossa própria vida. Tudo o que fazemos é por eles e para eles. Mesmo quando julgamos andar a cuidar da nossa vidinha, na verdade estamos a agir com a consciência de que as nossas acções são modelo para os futuros comportamentos deles e sim, é verdade, para que eles se orgulhem de nós.
Quanto temos mais do que um filho, o mistério é ainda maior. Ao milagre de termos conseguido gerar uma vida completa, junta-se o milagre de ver aquele sentimento que não nos cabe no peito multiplicar-se e ainda assim arranjar espaço.
Nem tudo é fácil. No longo percurso que é criar um filho, é preciso dizer não. É preciso contrariar, conter, orientar. De uma forma quase masoquista damos por nós a confrontá-los com as contrariedades das quais os queremos proteger. Sabemos que eles vão acabar por enfrentá-las, mais vale que seja debaixo da nossa asa, em ambiente controlado, onde mais tarde podemos fazer-lhe a sobremesa preferida.
Todos os dias nos perguntamos se estamos no caminho certo. Todos os dias desejamos que haja um modelo de actuação que os prepare para a vida sem lhes retirar o optimismo, que os forme como adultos responsáveis e coerentes sem lhes retirar a alegria e irresponsabilidade da infância.
No meu caso, estes dilemas têm sido vividos no singular e sem espaço para reflexão. Sem receitas de sucesso à mão e sem manual de instruções, resta-me confiar num outro milagre que nem sabia que existia: o instinto maternal.
quarta-feira, 22 de abril de 2015
23 de Abril é Dia Mundial do Livro
A UNESCO declarou o dia 23 de Abril, tradicionalmente dedicado a São Jorge, como Dia Mundial do Livro.
Segundo a lenda, São Jorge matou o dragão que atemorizava o povo, e do sangue do dragão nasceu uma rosa que o santo deu de presente à sua princesa. Por isso, nesta data manda a tradição que os cavalheiros ofereçam uma rosa vermelha às suas damas. Em troca, estas devem oferecer-lhes um livro.
Assinala-se também neste dia a morte de dois dos mais famosos escritores de sempre: William Shakespeare e Miguel de Cervantes.
Para assinalar a data, a Biblioteca Pública de Évora promove a iniciativa "Blind date with a book". Há livros que se querem dar a conhecer e que estão à sua espera. Visite-nos!
domingo, 19 de abril de 2015
Haverá alguém para quem esta imagem seja conveniente?
A mim não me convém nada. Aliás, estou muitíssimo irritada. Andava eu toda ofendida com a observação infeliz do locutor da Rádio Comercial que diz que já ninguém vai a bibliotecas, porque são sítios fora de moda, afinal a entidade que tutela as bibliotecas públicas pensa da mesma forma...
A notícia é má e mal elaborada. Pega em informações soltas e desconexas, mistura tudo e põe um título para chamar a atenção. Mau jornalismo, feito de forma preguiçosa e que de uma só penada destrói todo o trabalho de advocacy que andamos a tentar fazer em defesa das bibliotecas públicas.
Se isto já é mau, o que está na génese da notícia é pior. Números jogados ao acaso, a tentar provar que a culpa disto tudo é das câmaras municipais que não investem nas suas bibliotecas. Este jogo do empurra já cheira mal e só prejudica as bibliotecas públicas.
Faz-se crer que só uma grande injecção de dinheiro pode salvar o sector. Organização, trabalho de campo, ouvir e acompanhar os bibliotecários: zero! Agora vamos encomendar mais um estudo (baratíssimo, com certeza) para conhecer os não-leitores (!). Aos leitores não se liga nenhuma, esquecendo que a melhor publicidade é o passa-palavra. Um leitor satisfeito trará sempre mais cinco novos leitores, mas isso deve ser só na minha biblioteca, que apesar de ser pública, não faz parte da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, por isso os meus leitores não contam para nada.
Acho que vou escrever a estes senhores do Brasil, para lhes esclarecer esse ponto. Não me revejo nesta notícia e faço questão de o deixar bem claro.
Aos colegas deixo um desafio: A menos que isto seja verdadeiro para as vossas Bibliotecas, manifestem-se, que isto é inadmissível.
sábado, 18 de abril de 2015
Não se arranja um dicionário lá para a secção?
O que é a extra-munção?
Podem, por favor, verificar pelo menos se as pessoas não são analfabetas antes de as porem a escrever rodapés de notícias?
Irra, que é demais!
terça-feira, 14 de abril de 2015
6 anos
Este blogue, praticamente moribundo ou pelo menos em estado pré-comatoso, faz hoje seis anos.
Já me passou pela cabeça encerrá-lo, mas sei que não é isso que quero. É preciso redefini-lo, porque o espírito com que nasceu já não faz sentido. A conjuntura mudou porque a minha vida mudou profundamente. A vontade de escrever mantém-se mas confesso que a existência de gente mal-formada que vem para a internet destilar ódio a coberto do anonimato me arrefeceu o ímpeto.
Por enquanto mantemos a casa aberta, vamos ver no que dá.
sexta-feira, 10 de abril de 2015
A cada leitor, seu livro. A cada livro, seu leitor.
Fui à Rodoviária levar a minha filha mais velha.Enquanto esperávamos, olhei à volta. Uma senhora sentou-se, tinha um livro na mão. Pareceu-me ver uma cota igual às da BPE, quando ela virou o livro. Olhei para o topo, vi o carimbo da BPE, confirmei. É um livro nosso, nas mãos de uma leitora. Disse à Inês: Aquele livro é da Biblioteca.
Olhei novamente para a senhora. Enquanto passava os olhos por algumas linhas do livro, sorria com ar satisfeito. Eu e a minha filha dissemos ao mesmo tempo: Está tão contente! E eu fiquei de coração cheio.
quinta-feira, 2 de abril de 2015
Pedro
Convívio difícil, com o Pedro que às 9h28 de hoje completa 17 anos. Momentos de calma e tranquilidade exasperante para quem anda a mil como eu, a contrastar com a obstinação e teimosia sem igual de certos dias. Tudo temperado com um sentido de humor impagável, quando está bem disposto, e mordaz quando está contrariado.
Teve a sorte de nascer no mesmo dia que Hans Christian Andersen e o azar de ter de competir sempre com as actividades da biblioteca para a comemoração do Dia do Livro Infantil.
Este ano, o dia é só teu. Parabéns filho!
Teve a sorte de nascer no mesmo dia que Hans Christian Andersen e o azar de ter de competir sempre com as actividades da biblioteca para a comemoração do Dia do Livro Infantil.
Este ano, o dia é só teu. Parabéns filho!
sábado, 28 de março de 2015
Os Organizadores
De um modo silencioso, sim. De forma modesta, nem por isso. Cada pequena escolha, cada opção pela colocação numa área temática ou noutra, cada decisão de envio para depósito é uma presunção de sabedoria e carrega a arrogância de saber o que é melhor para o outro.
Por muito que analise, observe, elabore estudos e estatísticas, sou capaz de conhecer todos os meus utilizadores? Por muito que me escude na heróica tarefa de dar ordem ao caos, consigo incluir a visão que os meus leitores têm do mundo? Ou estou a impôr-lhes a minha organização mental? Quando falamos em formar leitores, pensamos imediatamente na tarefa de os ensinar a movimentar-se na biblioteca e aproveitar todo o seu potencial. Na verdade, não temos consciência de que estamos mesmo a "formar" leitores, na medida em que os tentamos moldar ao nosso esquema de pensamento,
Temos esse direito? E não o tendo, qual é a alternativa?
terça-feira, 24 de março de 2015
A maioridade
Nesta madrugada sai a Mariana. Como tudo aquilo a que se propõe, vai fazer a viagem de finalistas que ela escolheu e não aquela que toda a gente faz. Exactamente como sempre disse que faria.
A Inês acaba de desligar o telefone: "Mãe, vais passar mais uma semana sem dormir!". Está no seu estágio, também ela no lugar onde sempre quis estagiar, a fazer aquilo que queria fazer. "Mãe, tu tinhas tanta razão! Não há nada melhor do que fazer as coisas bem feitas e deixar boa impressão por onde passamos."
O Pedro vai a caminho. Ao seu ritmo, como sempre. Com tranquilidade. Numa boa.
Como chegámos até aqui? Como deixaram de ser a minha ninhada para se transformarem nestas pessoas com vida própria, interesses definidos, metas estabelecidas, histórias para contar? O que fazem quando eu não estou, se quando estão por perto chamam "Mãe!" a cada minuto? E que farei eu quando todos tiverem voado do ninho, se de todas as coisas que já fiz ou farei na vida, a mais importante é ser mãe deles?
A Inês acaba de desligar o telefone: "Mãe, vais passar mais uma semana sem dormir!". Está no seu estágio, também ela no lugar onde sempre quis estagiar, a fazer aquilo que queria fazer. "Mãe, tu tinhas tanta razão! Não há nada melhor do que fazer as coisas bem feitas e deixar boa impressão por onde passamos."
O Pedro vai a caminho. Ao seu ritmo, como sempre. Com tranquilidade. Numa boa.
Como chegámos até aqui? Como deixaram de ser a minha ninhada para se transformarem nestas pessoas com vida própria, interesses definidos, metas estabelecidas, histórias para contar? O que fazem quando eu não estou, se quando estão por perto chamam "Mãe!" a cada minuto? E que farei eu quando todos tiverem voado do ninho, se de todas as coisas que já fiz ou farei na vida, a mais importante é ser mãe deles?
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Mariana
Tenho a certeza que me vais dizer "Mãe, não tinhas outra fotografia?", ainda por cima agora, quando esse aparelho já é só uma recordação. Tinha, mas gosto desta. Mostra a Mariana brincalhona e bem-disposta, a Mariana a quem dá a travadinha.
És sempre descrita como a mais responsável, a mais empenhada, a mais determinada, a mais preocupada. É verdade, és isso tudo, mas também és a miúda louca pelos 30 Seconds to Mars, a rapariga mais Sportinguista que conheço, superdivertida quando estás à vontade com quem te rodeia.
Há 18 anos passámos um mau bocado. Juntas. Sozinhas. Sobrevivemos e ficámos muito mais fortes. Tu porque te tornaste nessa força da natureza, como te descreveu a pediatra que te assistiu após o parto. Eu, porque te tenho a ti. Parabéns!
Ps.:Deves estar a pensar que depois disto te vou fazer as vontadinhas todas e vou deixar de te contrariar, mas tenho uma coisa para te dizer: Só que não!
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
domingo, 8 de fevereiro de 2015
E você, sabe o que andaram os seus adolescentes a fazer na noite passada?
"O que fazem os adolescentes na rua até de madrugada? " pergunta o Diário de Notícias e pergunto eu.
Arrastam-se bêbadas e bêbados pelas ruas, deixando um rasto de vómito por onde passam e que os vizinhos dos spots da noite se encarregarão de fazer desaparecer depois de uma noite mal dormida. O vocabulário resume-se a uma dúzia de palavras. Além do inevitável "tipo", mais de metade são palavrões que gritam à exaustão a qualquer hora da madrugada. Não é juventude, não é irreverência e com toda a certeza, não é divertimento. A mim parece-me apenas estupidez, mas é verdade que já não vou para nova...
Arrastam-se bêbadas e bêbados pelas ruas, deixando um rasto de vómito por onde passam e que os vizinhos dos spots da noite se encarregarão de fazer desaparecer depois de uma noite mal dormida. O vocabulário resume-se a uma dúzia de palavras. Além do inevitável "tipo", mais de metade são palavrões que gritam à exaustão a qualquer hora da madrugada. Não é juventude, não é irreverência e com toda a certeza, não é divertimento. A mim parece-me apenas estupidez, mas é verdade que já não vou para nova...
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
"Peaners"
Segundo contas que vi por aqui, "no cenário mais extremo" cada português terá de pagar 550 euros se os gregos decidirem não pagar a dívida grega. É muito? Não, é uma esmola, comparada com todos os muitos 550 euros que mensalmente me roubam do ordenado há mais de 3 anos, já para não falar nos chamados subsídios (que na realidade fazem parte do ordenado, apenas eram "amealhados" pelo Estado com uma estratégia de divisão do ordenado anual em 14 prestações em vez das 12).
Enquanto os 550 euros que supostamente darei aos gregos servirão para restituir a electricidade à casa de 300 mil famílias que vivem à luz das velas por incapacidade de pagar a conta da luz, os (ora, assim por alto... 550x12x3 é igual a...) 19 800 euros que já paguei desapareceram em buracos para os quais também não contribui: BPN, BES, TGV e outras tretas. E para quê?
Até pode ser uma desilusão ver este novo governo grego implementar o seu programa, mas a lufada de ar fresco que se fez sentir por essa Europa fora, a simples possibilidade de pensar que pode haver um caminho diferente, já fez tudo valer a pena.
Podem dar os meus 550 euros aos gregos. Descontem também os dos meus filhos. Comparando com o que já me roubaram, como diz o outro, são "peaners".
Enquanto os 550 euros que supostamente darei aos gregos servirão para restituir a electricidade à casa de 300 mil famílias que vivem à luz das velas por incapacidade de pagar a conta da luz, os (ora, assim por alto... 550x12x3 é igual a...) 19 800 euros que já paguei desapareceram em buracos para os quais também não contribui: BPN, BES, TGV e outras tretas. E para quê?
Até pode ser uma desilusão ver este novo governo grego implementar o seu programa, mas a lufada de ar fresco que se fez sentir por essa Europa fora, a simples possibilidade de pensar que pode haver um caminho diferente, já fez tudo valer a pena.
Podem dar os meus 550 euros aos gregos. Descontem também os dos meus filhos. Comparando com o que já me roubaram, como diz o outro, são "peaners".
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
De novo, a Grécia
E quando o mundo parece concertado no caminho das inevitabilidades, eis que a Grécia é de novo o berço da democracia.
Ao propalado medo do incógnito sobrepôs - se o cansaço de um sistema demasiado conhecido e sofrido na pele.
Agora que somos todos devedores da coragem dos gregos, estou curiosa para ver o que faremos com os votos que teremos nas mãos.
Ao propalado medo do incógnito sobrepôs - se o cansaço de um sistema demasiado conhecido e sofrido na pele.
Agora que somos todos devedores da coragem dos gregos, estou curiosa para ver o que faremos com os votos que teremos nas mãos.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Ainda somos humanos, ou somos apenas máquinas de calcular?
Depois da moda (horrível) de cada um pagar o seu consumo nas festas de aniversário, e ninguém dar prendas a nínguém, eis que surge um novo paradigma de convites para festas: os pagamentos por falta de comparência, com ameaças de processo jurídico e tudo.
No Reino Unido, os pais de um menino de 5 anos receberam uma factura no valor de 15,95 libras, envida pela mãe de um amiguinho da escola, por ter faltado à sua festa de anos. Que amorosa!
No Reino Unido, os pais de um menino de 5 anos receberam uma factura no valor de 15,95 libras, envida pela mãe de um amiguinho da escola, por ter faltado à sua festa de anos. Que amorosa!
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Charlie Hebdo
Tantos mortos desnecessários. Tantas famílias destroçadas.
Se há aqui alguma religião, chama-se irracionalismo.
Que dias tão tristes para a humanidade!
Se há aqui alguma religião, chama-se irracionalismo.
Que dias tão tristes para a humanidade!
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Mãe
Vou herdar-lhe as flores, pedi-as às minhas irmãs. Um dos grandes amores da sua vida. Mas mãos dela, tudo florescia. O galho mai...
-
Quem passa pela Barragem de Alqueva depara com uma frase em letras garrafais, porém já cheias de ferrugem, mal disfarçadas por uma rede que ...
-
Quando falo no Migraleve, no seu desaparecimento do mercado e no complicado esquema de fornecimento externo que consiste basicamente em crav...
-
Última hora José Sócrates ameaça mandar apagar as luzes de S. Bento e ligar o sistema de rega dos jardins do palácio às 20h00 do dia ...