sábado, 23 de janeiro de 2010

Ainda chamamos a isto Evolução?

Já sei que vão achar esta conversa descabida, mas nos últimos dias não consigo deixar de pensar no Marquês de Pombal.

Os abalos sísmicos da manhã do dia 1de Novembro de 1755 foram sentidos em Portugal e no estrangeiro. O mais intenso terá atingido os 8,6 a 9 graus na Escala de Richter. Durante 9 minutos ocorreram 4 abalos sísmicos. Os dois primeiros tiveram uma duração de 1 minuto e 30 segundos. Pausa de 1 minuto e novo abalo de 2 minutos e 30 segundos. Novo minuto de intervalo e, em seguida, um abalo de 3 minutos.

Sem ajudas internacionais, sem centenas de repórteres a transmitir incessantemente imagens trágicas para todo o mundo, o Marquês de Pombal estabeleceu as prioridades: Enterrar os mortos, cuidar dos vivos e reconstruir a cidade.

Hoje, o mundo inteiro não consegue ajudar o Haiti. As organizações internacionais parecem impotentes perante a tragédia, enquanto no local se vive o inferno descrito por Saramago n'O Ensaio sobre a Cegueira. Navios de cruzeiros de luxo continuam a aportar no país e por todo o mundo há génios a formular teorias de conspiração ou elaborar dissertações para justificarem o terramoto com a evolução política dos últimos anos no Haiti.

O que está a acontecer à Humanidade?



Adenda: Depois de escrever este texto encontrei isto no Elevador da Bica:


Começa a discutir-se (uma vez mais) o que significa esta fotografia e quais são os limites do jornalismo. E não se pense que isto é discussão de jornalistas – ninguém escapa ileso desta conversa. Porque daqui a alguns dias não vamos querer ouvir falar do Haiti. Vamos decidir que já chega de Haiti.

2 comentários:

  1. E se o Haiti tivesse petroleo?

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  2. É um facto.
    Existem muitas teorias.
    Também existem algumas respostas que podemos tentar dar a nós próprios, quando pretendemos ter uma visão mais abrangente do percurso histórico que conduziu ao caos que hoje se vive no Haiti.
    Sei que vou deixar aqui algumas visões muito específicas, eventualmente politicamente enquadradas. Mas não são essas visões, a contrário, que nos são pregadas, diáriamente, pelos meios de comunicação social, politicamente não-independentes, como deveriamos saber, e que quase, incosncientemente, nos esquecemos!?
    Como se referia num texto abaixo, é muito bom termos uma cabeça que nos ajude a pensar por nós próprios, por muito que nos tentem baralhar nas nossas conclusões, com os mais variados argumentos.

    http://resistir.info/galeano/haiti_18jan10.html

    http://resistir.info/a_central/divida_haiti_jan10_p.html


    BB

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