sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Moura Cidade Educadora I



Estudar é muito importante,
mas pode-se estudar de várias maneiras....
Muitas vezes estudar não é só aprender o que vem nos livros.

Estudar não é só ler nos livros que há nas escolas.
E também aprender a ser livre, sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante, às vezes urgente.
Mas os livros não são o bastante para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever, mas também a viver, mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer, aprender a estudar.

Aprender a crescer quer dizer:
aprender a estudar, a conhecer os outros, a ajudar os outros, a viver com os outros.
E quem aprende a viver com os outros aprende sempre a viver bem consigo próprio.
Não merecer um castigo é estudar.
Estar contente consigo é estudar.
Aprender a terra, aprender o trigo e ter um amigo também é estudar.

Estudar também é repartir, também é saber dar o que a gente souber dividir para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado sem ninguém nos ditar;
e se um erro nos for apontado é sabê-lo emendar.

É preciso em vez de um tinteiro, ter uma cabeça que saiba pensar,
pois, na escola da vida, primeiro está saber estudar.

Cantar todas as papoilas de um trigal é a mais linda conta que se pode fazer.
Dizer apenas música, quando se ouve um pássaro, pode ser a mais bela redacção do mundo...
Mas pensar é tudo!

Aprender a Estudar
José Carlos Ary dos Santos

2 comentários:

  1. Ary sabia tanto!

    Aprender a Ser, diria eu.

    ResponderEliminar
  2. Considero este post um golpe baixo para deixar um comentário antes de Julho.
    “É preciso em vez de um tinteiro, ter uma cabeça que saiba pensar,
    pois, na escola da vida, primeiro está saber estudar…” Até a palavra tinteiro consegue manter toda a actualidade do poema. Quando a cabeça pensa, muito para além do seu pequeno mundo pessoal, surgem consciências intemporais como as do Ary, que conseguem manter-se presentes, por muitos anos que passem.
    Agora lembrei-me do “tal” livro da professora de português que tinha, justamente, o nome “Sete Cabeças a Pensar” (editado em 1979) e que narrava a história de 7 crianças que se organizaram para pensar numa forma de criar uma pequena biblioteca numa aldeia do interior do país, em que os livros eram raros e onde as pessoas das gerações mais velhas não sabiam ler nem escrever. Por vezes, tudo parece conjugar-se para que deixemos de falar em simples acasos. Se assim for, tenho o pressentimento que me vem parar ao colo outro gato, de nome Ary (ainda por cima sendo membro dos Blasted é um 2 em 1) e que, dada a impossibilidade de uma nova adopção pela minha parte, terei que ser eu a presentear-te… eh eh eh

    Um bom fim-de-semana, Zélia.

    AF

    ResponderEliminar

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