sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

#5

Devemos habituar-nos a isso: nas mais importantes encruzilhadas dos caminhos da nossa vida, não existe sinalização.
Ernest Hemingway

5 comentários:

  1. Amiga Zélia,
    Se houvesse sinalização onde ficava a nossa liberdade de escolha e decisão? É verdade, é mais fácil pensar que o destino e a sorte decidem por nós. Assim, tentamos desresponsabilizarmo-nos das consequências que se seguem a essas escolhas.
    Como já disseste uma vez, não decidir, é também já tomar uma decisão. Ficar na encruzilhada é também uma opção, porque seja qual for o caminho a seguir, com ou sem sinalização, novas encruzilhadas se seguirão.

    Alberto Caeiro ;)

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  2. É a sensação que mais temo. Não saber, não conseguir decidir. Mas mesmo isso não é suficiente, nunca será, para me obrigar a parar.

    Arrependo-me às vezes, não por ter errado, porque errar também faz falta, faz parte do processo de aprendizagem, de vida. Pobre de espírito aquele que nunca errou. Arrependo-me de arrastar outras pessoas atrás da minha perseverança, da minha vontade inesgotável de trilhar caminho. Penso muito, todos os dias, se tenho o direito de envolver os meus filhos, os meus pais, as minhas irmãs, os meus amigos nas minhas decisões. E depois surpreendo-me sempre com o apoio incondicional que todos eles têm para me dar, sem nunca falhar.

    Por isso não escolher ou ficar tranquilamente numa encruzilhada, sendo opções possíveis, para mim significam apenas uma coisa: desistir. E isso é que é ser derrotado.

    Agora confesso: Oxalá tivesse essa tranquilidade. Tudo seria menos penoso, menos difícil, menos suado. Mas também menos saboroso.

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  3. Ficar nas encruzilhadas nem sempre é desistir.
    É reflectir, ponderar, ser paciente… até que estejamos convictos que o caminho a seguir é aquele que, provavelmente, nos trará maior satisfação pessoal. Nesse campo, não há mapas, nem placas, nem conselhos de terceiros que nos ajudem a decidir. Há momentos, em que também o factor sorte, dita as regras do jogo.
    Racionalmente pensando (o que poucas vezes acontece quando estou do lado de dentro) as encruzilhadas mais difíceis, muitas vezes, só existem na nossa cabeça. Outras vezes, essas mesmas encruzilhadas, abrem-se em autênticas clareiras que nos oferecem um sem número de diferentes possibilidades.
    A tentação de pensarmos que há outros caminhos ou lugares que são a solução para todos os nossos problemas, é ilusória… Estejamos onde estivermos, viveremos sempre, permanentemente insatisfeitos – não é essa a principal característica da natureza humana?
    Para mim, desistir, também é virar as costas ao que consideramos injusto sem ter, ao menos, tentado fazer a diferença.
    Sei o que é “arrastar” outros nessas decisões. É a parte mais complicada de gerir. As consequências serão sempre o preço a pagar por essas decisões – sejam estas ficar nas imaginadas encruzilhadas onde podemos lutar para transformá-las em lugares mais aprazíveis ou seguir por caminhos, tentadoramente, desconhecidos onde imaginamos ver alguma luz ao fundo do túnel…! A última é mais tentadora. A primeira é mais confortável ou mais incómoda – depende da nossa predisposição para a luta e até que ponto estamos determinados a envolver-nos.
    Filosofias à parte, sei qual é o teu dilema. Também sei que não se trata de um capricho pessoal . É por essa razão que, tantas vezes, és surpreendida pelo apoio incondicional da família, dos amigos e de alguns textos, inesperados, que te fazem vir as lágrimas aos olhos. ..

    Alberto Caeiro (O tal que, supostamente, não pensava…só sentia, com os 5 sentidos)

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  4. Quantas vezes não somos nós próprios a colocar a sinalização?
    O sentimento de Desnorte (existe des..sul?) ;)é horrivel mas é ele que nos dá o impulso para a decisão..ou andaremos às voltas nas rotundas eternamente ;)
    Quanto ao levar os outros atrás, não é isso a consequência dos Laços e dos nos? ;) apertamo-nos uns aos outros e quando essa junção é feita com algo mais do que obrigatoriedade (aqui tbm entra a sinalização tantas vezes imposta por 3ºs)então é fácil (depois de alguns tombos e lágrimas tbm) seguir atrás de quem nos enlaça...
    Gostei deste post e dos comentários...e do Ai ;)

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