segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Chegou o ano novo e ele ainda não se foi embora...

Dele podia restar para a história apenas uma nota de pé de página. Pequenina.
Mas não. Ele foi o rosto do Portugal com meio milhão de desempregados (para já), do país estagnado com um crescimento tendencial apontado para o zero, do défice «acima dos 8%» (dados provisórios), da dívida dos 80 ou mais não-sei-quantos-por-cento (lá mais para o Inverno logo se vê, para já não se sabe), da corrupção desenfreada na terra do salve-se-quem-puder, do descrédito galopante das magistraturas, da permanente ingerência e controlo da informação, do beco sem saída da educação, do chico-espertismo da licenciatura ao domingo no poder, da mentira ongoing, do abandono da cultura se não servir para fazer vistaço, da postura irascível a fazer de convicção.

E, claro, mais alarmante do que tudo, da reconfirmação no poder com isto tudo sabido ou intuído.

Ele foi o rosto do medo nacional, da fuga à verdade, da falência da alternância, da desistência. Do impasse.

Ao contrário do que sugerem os seus dedinhos, não são coisas pequeninas, não.




Para ler esta e outras coisas interessantes aqui

4 comentários:

  1. Tens que o "mamar"

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  2. Pois tenho. É preciso saber aceitar derrotas e vitórias com a mesma dignidade.
    Mas acredite que há muito tempo que não detestava ninguém assim, tão profundamente.

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  3. Ou citando Mário Crespo:

    “(…) Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples. Ou nós, ou o palhaço.”

    Para ler o texto completo:
    http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1446678&opiniao=M%E1rio%20Crespo

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  4. Infelizmente não é só a Zélia que o "tem que mamar". Para o melhor e para o pior (sobretudo para o pior) todos "temos que o mamar"... Há os arrependidos, os que ainda se vão arrepender e os que nunca se arrependarão de ter votado nele. Os primeiros, classifico-os de socialistas ou ex:socialistas que ainda sabem o que significa a palavra socialismo; Os segundos classifico-os como socialistas distraidos, de fé inabalável ou que(ainda) não sofreram directamente na pele o efeito destas politicas; Se já sofreram essas consequências, restam-me duas categorias, onde classifico os terceiros, os masoquistas ou os que nunca estiveram tão bem na vida com o minímo de trabalho possível.
    Não é que me sirva de grande consolo ver a desmotivação que existe por este país fora. Resta-me a tranquilidade de consciência de nunca ter votado em tal criatura.

    BB

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