Sou fã de Manuel António Pina. Ainda não perdi a esperança de o trazer à Feira do Livro, ou à Biblioteca. As suas crónicas valem sempre a pena. Hei-de trazer-vos aqui uma crónica sua na Visão de há seis anos, sobre o Euro 2004 que tenho afixada no meu gabinete e que explica, como ninguém, porque dedico tanta atenção ao futebol.
A crónica que deixo aqui hoje é sobre o Algarve e a saúde. Mas é sobretudo acerca das vénias que alguns autarcas escolhem fazer, principalmente ao poder monetário, quando deviam dirigir toda a sua atenção a quem os elege e para quem eles realmente trabalham.
O "Allgarve" e o Algarve
O presidente da Câmara de Loulé está preocupadíssimo com o que se passa nos hospitais do 'Allgarve' (ou 'All-Garve' ou lá como se chama a coisa): "Como é possível aceitar que um turista alojado num hotel de 500 euros por noite vá para o corredor de um hospital ou de uma enfermaria?".
É, de facto, inaceitável. Tão inaceitável que surpreende que turistas que pagam "500 euros por noite" não possam pagar para serem assistidos em alguma das seis unidades hospitalares privadas da região (quatro com atendimento permanente) e vão parar a hospitais públicos "tendencialmente gratuitos".
Se o camarário de Loulé se preocupasse mais com o Algarve e menos com o 'Allgarve' talvez o incomodasse o "drama diário" (a expressão é de outro presidente de Câmara, o de Alcoutim) daqueles que, louletanos e algarvios em geral, não ganham num mês o que os tais turistas gastam numa noite de hotel e que não só vão para macas nos corredores como, depois de terem tido alta, muitas vezes ali ficam ao abandono porque "as famílias não têm condições para os acolher e os lares e as unidades de cuidados continuados estão cheios".
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Bravo!
ResponderEliminarAprendi muito
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