terça-feira, 28 de junho de 2011

Ser ou não ser, eis a questão

Centenas de pessoas concentraram-se na noite de segunda feira, junto do Hospital de Santo António, no Porto, para uma vigília de apoio ao cantor Angélico Vieira.
Já sei que vou ser mal interpretada, mas mesmo assim, vou dar a minha opinião. Assim como assim, estou em minha casa, não é verdade?

Ainda bem que há tanta gente preocupada com o estado de Angélico Vieira. Eu, aqui nos confins do Alentejo profundo, também desejo que recupere e sobreviva. Mas não consigo deixar de me sentir revoltada (sempre tive esta mania de alinhar com os mais fracotes e impotentes) por ninguém se importar com a miúda que também está internada em estado grave e sobretudo com a "pessoa" que morreu vítima da irresponsabilidade de um jovem que tinha tudo nas mãos, mas optou por conduzir a alta velocidade, sem cinto de segurança, num carro que não era seu e que nem tinha seguro de responsabilidade civil.

Um jovem que é, como toda a sua "geração morangueira" um exemplo seguido pelos adolescentes. É óbvio que cada um tem o direito de viver a vida à sua maneira, mas quando dependemos das graças do público para sobreviver e ter sucesso, convém que tenhamos um bocadinho de respeito pelas pessoas. Qualquer uma das fãs nº1 que estão à porta daquele hospital podiam ter estado, por um azar horrível, num carro que circulasse, àquela hora naquele lugar e que tivesse sido atingido pela irresponsabilidade do seu ídolo.

Estas palavras não são para o Angélico, que precisa de tudo menos de sermões. São para todos os outros ídolos com pés de barro que aí andam, e que precisam de se convencer que a fama e o estatuto não são seguro de vida.

As minhas condolências à família da vítima mortal. As minhas condolências às famílias de todas as vítimas da irresponsabilidade de alguns condutores.

3 comentários:

  1. "...então o rapaz é projectado do carro e é atropelado e depois ninguem responsabiliza esse condutor?"

    Foram estas as palavras que uma mente iluminada soltou no programa da manhã com a Júlia Pinheiro. A culpa agora é do pobre condutor que atropelou o rapaz. Nem vou dizer mais nada.

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  2. É tudo muito triste.

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  3. É bom chamar a atenção para os condutores irresponsáveis. Em Portugal, raramente se respeitam os limites de velocidade porque cada um se julga um ás do volante, estando longe de o ser.

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