segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um homem, trinta mil vidas.

Celebram-se hoje 125 anos sobre o nascimento de Aristides de Sousa Mendes.

Todos os portugueses de boa vontade podem orgulhar-se de Aristides de Sousa Mendes.

Este herói português, supremo símbolo da liberdade e dos direitos humanos, teve que fazer uma opção fundamental: salvar do holocausto o maior número possível de vidas, desobedecendo a Salazar, e com isso ser expulso da carreira diplomática e ser ostracizado pelo regime, ou ser insensível a tudo o que se passava em seu redor, num momento de extremo dramatismo.

Optou pelo altruísmo e sofreu as consequências, e jamais conseguiu em vida o mínimo de reconhecimento pelo seu acto nobre.


Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas de António de Oliveira Salazar, e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França.

Pela Circular 14, Salazar ordenara aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusassem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".

Segundo consta, Sousa Mendes terá procurado cumprir as ordens superiores até ao limite da exaustão. Vergado pela consciência, durante 3 dias isolou-se da família, dos amigos e reflectiu. A 17 de Junho de 1740, comunicou à família a sua decisão e abriu as portas do consulado a todos os que o procuravam. A 23 de Junho, foi demitido por Salazar, mas continuou a emitir vistos para os refugiados, incluindo os que cruzavam com ele já a caminho da fronteira.
Apesar de terem sido enviados funcionários para trazer Aristides, este liderou, com a sua viatura, uma coluna de veículos de refugiados e guiou-os em direção à fronteira, onde, do lado espanhol, não existiam telefones. Por isso mesmo, os guardas fronteiriços não tinham sido ainda avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França. Sousa Mendes impressionou os guardas aduaneiros, que acabariam por deixar passar todos os refugiados que, com os seus vistos, puderam continuar viagem até Portugal.




O documentário sobre Aristides de Sousa Mendes que passou na RTP há alguns anos pode ser visto aqui:
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5

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