domingo, 18 de julho de 2010

E resulta?

José Sócrates afirmou que "as nossas escolas já têm acesso à Internet em banda larga, mas vão tê-la, agora, de alta velocidade". Acrescentou ainda que "o nosso principal objectivo era cobrir todo o território com banda larga e isso está conseguido".

O primeiro-ministro explicou que "fizemos um acordo entre o Estado e os operadores, para que todos tenham acesso a redes de banda larga de alta velocidade e para que as qualidades dessa rede possam melhorar os nossos sistemas de saúde e de ensino". Tudo porque "a nossa ambição é estarmos na frente da construção da infraestrutura digital".



A partir de Setembro, vou percorrer os três distritos do Alentejo para formar professores no quadro do Plano Tecnológico para a Educação. O objectivo desta formação é sensibilizar o corpo docente para a existência de ferramentas que devem deixar de ser utilizadas como uma excepção para se tornarem presentes e constantes dentro da sala de aula, até serem utilizadas de forma intuitiva. Trata-se de uma verdadeira revolução na forma de transmitir conhecimentos, tornando-se num processo interactivo e respeitando o tempo de aprendizagem de cada aluno.

Esta "mudança de paradigma" pressupõe a existência, em todas as salas de aula, de meios técnicos capazes de permitirem o acesso, em tempo real, à internet e às tais ferramentas que designamos por web 2.0.  E é aqui que está o busílis, porque do que conheço até ao momento, não me parece que seja possível.

É que, apesar no enorme esforço que tem sido exigido às autarquias para dotarem as escolas de acesso de banda larga à internet, apesar das escolas que são sucessivamente encerradas com a justificação de transferir os seus alunos para estabelecimentos equipados tecnologicamente, apesar do investimento brutal em infraestruturas de rede que nunca chegam a funcionar porque falta fazer uma ligação qualquer, apesar dos milhares de computadores comprados ao abrigo dos programas e-escola e e-escolinha, pagos com o dinheiro dos contribuintes e geradores de lucro para as empresas de telecomunicações, a verdade é que continuamos praticamente na mesma.

A única diferença é que agora estamos embrulhados num novelo de cabos de rede.

 

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