Açúcar Amarelo: E agora... "Doidos por ir a Barcelona!"

domingo, 14 de março de 2010

E agora... "Doidos por ir a Barcelona!"

Para o Luís, a Ana Maria, a Celeste, o Orlando, a Elsa, o Vítor, a Ana Paula, a Sandra e a Ana Margarida. Obrigada por todos os momentos.

8 comentários:

Vitor Ramalho14/03/10, 22:29
Ainda é uma miragem...
Só mais uma coisinha, se um homem dá umas lamparinas na mulher é maus tratos, já não é maus tratos quando a mulher faz pressão psicológica com este tipo de vídeos.
bjs.

Vitor Ramalho
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Zélia Parreira15/03/10, 00:14
Miragem? O que é isso para nós? Bah! Quantas miragens é que já tornámos realidade? A própria criação e existência da associação, as tasquinhas na feira, os desafios que nos são colocados e sempre ultrapassados, como este que terminámos ontem... Hoje foi só o primeiro dia do caminho que temos pela frente. O objectivo está traçado. Havemos de chegar a Barcelona.
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Anónimo15/03/10, 18:15
Muitos parabéns a toda a Associação de Trabalhadores, tem tido uma dedicação, empenho, e criatividade, de enaltecer e recomendar a todos os quantos queiram ser úteis à sociedade, sem interesses, nem protagonismos bacocos.
É um grupo unido, amigo e trabalhador, pena é que muitos dos funcionários da CMM, ainda não lhe tenha reconhecido o seu real valor, pessoal tudo a entrar para sócio, só assim poderemos ter uma Associação mais forte, capaz de ajudar quem precisa. Ponham os olhos neste excelente exemplo, de amigos dedicados e solidários com causas justas
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AM15/03/10, 23:37
CARRASCO!
Continuo de olho em si com essa história das lamparinas mas, apesar disso, acho que sabe qual é a minha verdadeira opinião em relação à violência psicológica; Esta sim, muito mais dificíl de provar, porque não deixa marcas visíveis no corpo.
Em minha defesa e em nome de outros tantos só posso alegar: A palavra CULTURAL até está antes da SOCIAL; Ainda que esta seja considerada uma desculpa esfarrapada para tentar ir a Barcelona (para o ano já estou a pensar sugerir a Austrália) recordo-lhe que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a definição de saúde "(...)é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças".

Zelando, sempre, pelo bem-estar dos associados... :)
AM
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Anónimo16/03/10, 11:05
A sim ã... eu também gostei muito destes dias em digressão didon...
até já tenho saudades da risa da Zélia e da Ana Maria... :)
somos uma boa equipa, só espero que continuemos unidos.
agora vou fazer uma chamada do meu natel... se tiver réseau.
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Vitor Ramalho16/03/10, 11:08
Pelo que vejo de certa forma concorda comigo...
já relativamente á proprietaria deste blogger, tenho algumas duvidas, pois ainda não sei se ela usa o método do PSL, pois o meu ultimo comentario não consta, não sei se se extraviou, não quero fazer julgamentos precipitados.
Quero ainda deixar o meu agradecimento em nome da Associação ao comentario das 18:15 do dia 15, pelo reconhecimento.
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Zélia Parreira16/03/10, 16:24
Ana

Por razões que me ultrapassam, não consigo publicar o teu comentário. Fica aqui a cópia do que me chegou ao e-mail. Beijinhos.

Ana deixou um novo comentário na sua mensagem "E agora... "Doidos por ir a Barcelona!"":

Foram uns dias fantásticos,foi só rir mas acima de tudo cumprimos o nosso objectivo. Espero que possamos continuar por este caminho e assim chegaremos a Barcelona :)
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Vitor Ramalho19/03/10, 23:45
O caminho para Barcelona até pode ser uma surpresa muito agradável, vamos aguardar.
"Doidos por ir a Barcelona!"": pode ser um novo desafio teatral...
Bons sonhos...
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Açúcar Amarelo

Primeiro, era a viagem de carro. Curvas e mais curvas no carocha amarelo que o meu pai comprou em 1976. Ao princípio, apenas eu e a minha irmã Marta no banco de trás, depois com a Sara e a Patrícia aninhadas entre nós as duas.

Quando chegávamos a Brinches, íamos logo ter a casa da minha avó. Ficava na rua da entrada, perto de uma igreja, e da Escola onde a minha irmã ainda frequentou a tele-escola naqueles meses inseguros de 1974.

Entrávamos sempre pelo quintal, que fazia uma espécie de corredor ao longo da casa e terminava num pátio, aconchegado pela sombra de uma parreira. Lembro-me de passar aí muitas horas, a conversar e sobretudo, a ouvir as conversas dos “grandes”. O meu avô gostava de fazer aí a barba, com uma bacia e um espelho rectangular pendurado no tronco da parreira.

Entrávamos em casa pela cozinha. Ele aí está, o cheiro da casa da minha avó. Cheira a nós, à nossa vida. Cheira a barro cheio de água fresca e a comida a acabar de cozinhar no fogão. Cheira a taipa e a cal.

Da cozinha passávamos para a casa de jantar, que era também a entrada de casa pela porta principal, e daí para os dois quartos. Na cozinha estava também a porta para a despensa, a minha divisão preferida da casa. Como me parecia enorme aquela despensa… Sempre na penumbra, era ali que se guardava tudo. O cântaro do azeite e a conserva das azeitonas, o queijo de cabra sequinho, as mercearias, os chocolates que a minha avó escondia apenas para que levasse algum tempo a encontrá-los e comê-los às escondidas. E era ali que guardava os pacotes de papel pardo com açúcar amarelo. Às vezes, havia dois pacotes. Era sinal que um deles era para nós trazermos para Moura.

Quando o açúcar se acabava, ia com a minha avó à rua que ia dar ao vale, à loja do vizinho Lico. Outra vez o cheiro. Cheirava a linguiça e a queijo, ao feijão e grão ensacados, a café, a farinha, a sabão azul e branco, a cera vendida a peso, a tudo o que a minha imaginação alcançava.

Do lado direito da porta, encostada à parede, estava a saca do açúcar amarelo, com a colher de latão, para encher os pacotes de ¼ e ½ quilo que as mulheres iam comprar. Eu ia sempre ver quando o vizinho Lico enchia o pacote, na esperança de que viessem muitos torrões, que eu adorava comer à socapa.

Às vezes, na volta, e quando a minha avó estava bem-disposta, passávamos pela casa de uma vizinha, ao lado do posto da GNR, para comprar pirolitos. Eram chupa-chupas caseiros feitos com água, açúcar e mel, com a forma de um cone muito esguio. Havia de vários tamanhos e eu levava sempre muito tempo a decidir quais os que queria. Os grandes eram tão bons, mas só podia comprar um ou dois. Dos pequenos podia comprar mais, mas acabavam-se num instante…

Basta-me fechar os olhos. Saborear o açúcar amarelo a desfazer-se numa chávena de café ou a envolver uma fatia dourada. Tudo volta: O carocha amarelo, a luz do dia no quintal da minha avó, a voz do meu avô, a sombra da parreira, o cheiro da despensa. Nós ainda somos pequeninas, a vida está à nossa frente e tudo, absolutamente tudo, é possível.

domingo, 14 de março de 2010

E agora... "Doidos por ir a Barcelona!"

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