sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dia de escola

Oito da manhã. O despertador entrou outra vez ao serviço.

Adeus vida boa das férias. Adeus séries intermináveis de televisão. Adeus canal Disney e telenovelas da TVI. Adeus Facebook e messenger, e turnos para ir ao computador. Adeus às horas estendidos nos sofás da sala, às longas tardes na piscina municipal e às quentes noites do Verão.

Hoje é o primeiro dia de aulas. Outra vez as pilhas de livros e cadernos e lápis e canetas e marcadores e réguas e compassos e calculadoras e guaches e não, não pode ser desses, têm de ser daquela marca mais cara, o meu professor só quer daqueles. Falta-me um caderno, falta-me um portefólio, faltam uns calções para a ginástica. Esse dossier não, não dá para nada, esse também não, é grande demais, não cabe na mochila.

Oh! Estranha força que reges este Universo, podes só por um dia, fazê-los pequeninos outra vez, com fraldas para mudar, papas para comer, sopas com os ingredientes adequados, frutinha a horas e a tempos, várias espécies de vitaminas e banhos para tomar? Era tudo tão fácil...

E sobretudo, podes reactivar o efeito imediato e absoluto que o meu olhar nº 37 tinha sobre as birras e as exigências deles? É que agora, eu bem tento, bem me esforço, bem me empenho, mas tenho o mesmo efeito que um comando de televisão sem pilhas.
   

3 comentários:

  1. Oito da manhã? Este povo que mora na província devia de pagar um imposto suplementar... é que Beja nem tem SCUTs.

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  2. Normalmente é mais cedo, mas hoje era só a apresentação.

    São os benefícios da vida no campo... Eu, por exemplo, vivo a 50 m do meu local de trabalho e a cerca de 200/300 m da escola dos meus filhos. É bom, não é?

    É claro que pagamos outros preços, e às vezes bem elevados e já aqui muitas vezes debatidos: escolas e hospitais a fecharem, redes de transportes intermitentes e ineficazes, distância da produção cultural contínua e variada, etc.

    Provavelmente, a curto prazo, terei de optar por viver noutro sítio, para que os miúdos possam progredir os estudos, mas se isso acontecer, terei muita pena. A vida no Alentejo é magnífica.

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  3. Eu ainda estou nessa benção das fraldas, sopas e papas... mas já agora, podes explicar qual a intensidade do olhar n.º 37? É que com a Mafalda não resulta... ou entrão sou eu que não olho com muita intesividade...

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