A partir de 2011 serão distribuídas 150 000 cabras pela área do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro. Pretende-se que os animais funcionem como um «método natural para a limpeza das florestas e dos campos», consumindo mato e vegetação que já não irão arder com «os calores tórridos do verão», contribuindo para a diminuição dos incêndios florestais.
Segundo o Sol, o Senhor Governador Civil da Guarda considera mesmo que esta medida é «uma flor de esperança para a região». Esperemos que a flor não arda.
O projecto, designado ´Self-Prevention`, tem um investimento de 48 milhões de euros (as cabras ainda são caras!), e contemplará a criação de uma empresa, com capitais públicos e privados (ah!), que ficará responsável pela distribuição dos efectivos caprinos e pela criação de equipamentos que sustentem a rentabilidade económica do projecto.
Segundo o AECT, o projecto garantirá «a sustentabilidade social, económica e ambiental» das regiões abrangidas. Presume-se que as cabras vêm equipadas com varinha mágica.
Além de finalmente estar cumprida a promessa do PS de criar 150 mil postos de trabalho (nunca se disse que se destinavam a humanos), estas cabras vão substituir os cerca de mil telemóveis que foram distribuídos há alguns anos e que terão custado aos cofres do estado cerca de 125 mil euros, fora as chamadas efectuadas, que nunca foram contabilizadas. Mas compreende-se: embora as cabras sejam mais caras, não estão sempre a ficar desactualizadas nem é preciso carregar a bateria regularmente.
Pronto, já sei que as cabras conseguem comer o pasto até a raiz, e que se o projecto for bem aplicado, pode contribuir para a limpeza efectiva das matas. Agora já só falta ensinarem-lhes a atacar os incendiários.
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