quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lido e Copiado

20 meses após os únicos aumentos reais da função pública da última década e da descida do IVA em 1%, 1 ano após capitular nas avaliações/progressões dos professores, semanas depois do Tribunal de Contas explicar como o Estado esbanja metodicamente milhões nos contratos com privados, 1 semana após descongelar as progressões dos polícias, apenas 1 dia após o ministro da Economia insistir que o TGV avança daqui a meses… porrada da grossa - à hora de jantar, refeição estragada - em aviso a duas vozes, Sócrates responde e passa a palavra a Teixeira.
Curiosamente, dizem que hoje joga o Benfica nos Champions, e o último grande aumento de impostos foi anunciado no dia em que essa gente ganhou o campeonato.
A avaliação do Jerónimo podia adivinhar-se, “uma brutal ofensiva sobre os trabalhadores”.

Vamos por partes. Melhoria na receita (eufemismo para assalto fiscal): aumento do IVA em 2% para 23% (era 17% há 7 anos, alguém se lembra?), aumento das taxas na justiça (que justiça!) e na administração interna, aumento em 1% nos descontos para a Caixa Geral de Aposentações, um imposto especial para a banca – a única medida consensual, a ver se é verdade… - corte nos benefícios fiscais (em particular no IRC, disseram). Teixeira dos Santos acrescentou a transferência do fundo de pensões da PT, com 2100 milhões de euros, para pagar os 2 submarinos contratados em 2004 – esqueceu-se é de dizer que o concurso dos submergíveis é do tempo do Guterres, e que esse fundo não é um presente, é um depósito que obriga a dividendos nas próximas décadas…
Diminuição na despesa: diminuição de contratados pelo Estado, na comparticipação de medicamentos e exames médicos, no ADSE, na despesa com ajudas de custo e horas extraordinárias; proibição de acumulação de salários e pensões (vá lá), corte de 5% na massa salarial (entre 3.5 e 10%, para os afortunados que ganham mais de 1500€ brutos), congelamento dos investimentos públicos em 2010, pensões e progressões nas carreiras, eliminação dos 4º e 5º abono de família.

Conclusões:
1. Sou rico. Porque ganho mais de 600€, adeus abono de família.
2. Sou sortudo. Funcionário público, vou receber menos, descontar mais, ter menos comparticipações e pagar mais impostos. Isto depois de, há 3 meses, já ter passado a pagar mais IVA e IRS.
3. Sou ingrato. Almeida Santos disse “feliz é o país que tem um governo capaz de tomar medidas impopularíssimas como estas”.
Pois.


Copiado do blogue A Rês Pública

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