segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A caminho da República II


No dia 1 de Fevereiro de 1908 (17 anos depois da Revolta de 31 de Janeiro, no Porto), em pleno Terreiro do Paço, foram assassinados o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe, por acção de Reis Buíça e de Alfredo Costa, ambos afectos ao grupo revolucionário da Carbonária Portuguesa.

O chefe do governo de então, João Franco, havia implantado no país uma férrea ditadura, combatida intransigentemente por largos sectores da oposição republicana, mas também por muitos defensores do constitucionalismo monárquico. Em 28 de Janeiro de 1907 desenhara-se mesmo uma tentativa revolucionária, tendente a afastar João Franco do Poder, com a participação activa do Partido Republicano, da Carbonária, de elementos socialistas e anarquistas e igualmente da Dissidência Progressista, agremiação monárquica.

Como resposta à tentativa de revolta, João Franco fez redigir pelo seu Ministro da Justiça um decreto extremamente arbitrário, nos termos do qual os opositores à sua política seriam sumariamente julgados e desterrados. O documento foi referendado por D. Carlos em Vila Viçosa, onde o rei se encontrava, na companhia da sua família, entregando-se a um dos seus prazeres favoritos: a caça. Foi no seu regresso a Lisboa, em 1 de Fevereiro de 1908, que a carruagem real foi atacada e o regicídio ocorreu.

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