A actriz, escritora e compositora Rosa Lobato Faria de 77 anos morreu hoje depois de ter sido internada há uma semana com uma anemia grave num hospital privado de Lisboa. O seu editor na ASA e agora na Porto Editora, Manuel Alberto Valente, recorda-a como "uma pessoa extraordinária" e revela que Lobato Faria desejava publicar um novo romance este ano. Lauro António, realizador, frisa que "ela deixa uma marca forte no mundo do espectáculo e da cultura portuguesa".
Como romancista publicou ainda "Os Pássaros de Seda" (1996), "Os Três Casamentos de Camilla S." (1997), "Romance de Cordélia" (1998), "O Prenúncio das Águas" (1999, que foi Prémio Máxima de Literatura em 2000) e "A Trança de Inês" (2001). Escreveu também "O Sétimo Véu" (2003), "Os Linhos da Avó" (2004), "A Flor do Sal" (2005), "A Alma Trocada" (2007) e "A Estrela de Gonçalo Enes" (2007), além de ter assinado vários livros infantis. Os dois primeiros romances tiveram tradução na Alemanha e "O Prenúncio das Águas" foi publicado em França pelas Éditions Métailié. O seu último livro, "As Esquinas do Tempo", foi publicado em 2008 pela Porto Editora.
Como actriz, Lobato Faria integrou o elenco da primeira novela portuguesa, "Vila Faia" (1983), e trabalhou com Herman José em "Humor de Perdição" também como argumentista. Filmou com João Botelho ("Tráfico, de 1998, e "A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América", de 2003). Foi também dirigida por Lauro António em "Paisagem Sem Barcos" (1983) e "O Vestido Cor de Fogo" (1986). Estreou-se como locutora na RTP na década de 1960.
Escreveu ainda dezenas de letras para canções, muitas delas para festivais da canção.
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